Engane-me se puder escrita por Miss Smoak


Capítulo 7
A morte.


Notas iniciais do capítulo

Olha eu novamente postando capítulo do trabalho, caramba bicha tu não tem jeito.
Galera me desculpa mesmo a ausência, mas ainda estou sem notebook, sad. Mas estou me esforçando o máximo para aparecer aqui de vez em quando, como agora. Enfim..
Esse cap é mais um do passado do nosso casala, e vai ser mais pesado porque se trata de algo muito ignorado por muitos. Por experiencia própria já passei por alguns mal bocados mas consegui me recuperar, ainda tô tentando na verdade, é muito difícil. Mas precisamos falar desse assunto e vocês vão entender o porque precisamos depois desse capítulo.
Boa leitura a todas.
Ps: Leiam as notas finais.



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 Passado.

Noah Jonas Smoak Queen. Esse era o nome do meu filho. Depois de um parto complicado, Noah era meu xodó e eu não conseguia me separar dele.

Oliver cada vez mais distante. As vezes que eu o via feliz era quando ele estava junto do nosso filho, que recentemente completou seu primeiro ano.

Além desse pequeno milagre. Eu finalmente havia conseguido terminar minha especialização. A gravidez não foi problema para me fazer desistir do meu sonho. Então consegui adiantar muita coisa porque eu sabia que poderia.

Encarei o rosto do meu sogro Robert Queen novamente. Seu semblante calmo, diferente dos últimos dias. Ele estava completamente bem consigo mesmo.

Nos últimos meses Robert havia tentado se matar devido a depressão que havia o consumido. 

— Você acha que eu posso ver meu neto agora? - sua voz ansiosa. Sorri um pouco inclinando minha cabeça para observar melhor, desde que Noah havia nascido, Robert havia passado poucos momentos com ele.

Devido a depressão, e alguns minutos sozinho com Noah, Robert havia cometido algo que nem eu mesma poderia ter imaginado. Ele tentou por um fim em sua vida, ameaçando se jogar de uma ponte, Noah estava em seus braços, ainda tão miúdo. Lembro de nunca ter sentindo tamanho medo.

Depois de quase um ano desde incidente, Robert Queen estava bem novamente. Ele estava bem da sua depressão. Eu havia lhe dado alta.

— Claro Robert. Vamos jantar todos juntos hoje, Moira já nos convocou. - respondi sua pergunta já me erguendo e lhe oferecendo a mão para o ajudar também.

A depressão era algo tão cruel, mas ainda me impressionava. E estar trabalhando em um caso tão pessoal me assustava. Robert sempre fora aquele homem forte, cabeça erguida, que não deixava ninguém falar mal de si ou de sua família. Um homem sempre tão bem respeitado, praticamente um rei em Star City, as pessoas o idolatravam. Oliver e Thea principalmente.

Toda pressão do mundo estava em seus ombros. E quando soube que Thea Queen não era sua filha e sim fruto de uma traição de sua esposa com um de seus melhores amigos Malcom Merlyn, Robert afundou um pouco.

Não era mais aquele homem que todos estavam acostumados. Sumia por dias. Voltava cabisbaixo. As vezes sujo. E por dias se trancava em seu quarto, saindo apenas para ir ao banheiro.

Foi quando eu o diagnostiquei com depressão. Tão forte. Tão devastador para todos.

Não tardou para chegarmos a mansão Queen. Dava para escutar os gritinhos animados de Noah da porta. Assim como os risos de Thea.

— Oi família. - anunciei minha presença. Ao escutar minha voz, Noah girou a cabeça me procurando e então soltou o mais belo sorriso, ingenuo e lindo.

— Mama.. - gritou me levando a loucura. Corri até meu pequeno admirando seus resmungos.

— A primeira palavra.. - apertei meu menino em meus braços. – Toma essa Oliver, a primeira palavra de Noah é mamãe. - brinquei comigo mesma, sabia que Oliver não estava ali naquele momento.

— Poxa Noah! O tanto que treinamos. - foi quase como se eu invocasse ele. Oliver beijou a bochecha do nosso menino e depositou um selinho longo em meus lábios. Arquejei surpresa, fazia tempo que não nos beijamos.

Ele estava feliz.

— Eu estou morrendo de fome. - Thea nos tirou da bolha. Ela havia aceitado melhor do que eu havia imaginado o fato de Robert não ser seu pai, ela falava que quem a havia criado fora ele então aquele era seu pai. Moira ficou devastada por ter seu segredo descoberto. Logo por um jornalista sensacionalista e podre.

O casal Queen ainda continuava casados. Robert havia aceitado a traição, disse que ele havia desleixado em relação ao casamento. Ele a perdoou por esse erro, mas os Queen nunca foram os mesmos depois dessa rachadura.

— Ele está tão grande. - Robert soou melancólico, quase que se arrependendo de algo. Estranhei o fato, o encarando mais atenta. Então ele sorriu abrindo os braços para Noah que estranhou o primeiro contato com o avô, mas logo agarrou a barba do mesmo soltando um gritinho animado.

— É bom ter você aqui pai. - Oliver sussurrou, ele apertou minha cintura. Senti meu coração se aquecer com tamanho carinho.  — E eu não acredito que vou dizer isso, mas Thea tem razão, vamos comer.

O jantar foi repleto do de brincadeiras, quase me fez acreditar que eramos uma família normal.

— Você pode ficar com Noah amanhã? Eu preciso ver meu papa. - questionei para Oliver, já estávamos em nosso quarto. Em nosso apartamento. 

— Aconteceu alguma coisa? - devolveu.

— Não. - sim! Eu precisava falar com alguém sobre nosso casamento, mas não com você.  — Eu só estou com saudades dele. E ele anda meio doente, você sabe como é quando Papa fica doente.

— Claro. Se divirta. Aliais, você vai encontrar Curtis amanhã?

— Não, ele remarcou a consulta. Disse que havia algo acontecendo com o marido. - Curtis era meu psicologo, ironicamente, já que eu era formada. Mas Oliver disse que era preciso, e eu comecei a me consultar no intuito de deixa-lo mais feliz com o casamento, então eu estava me consultando, mas Curtis era mais que um profissional, ele tinha se tornado meu melhor amigo gay. 

— Então, você acha que meu pai tá realmente bem? - eu podia ver o quão preocupado ele estava. Oliver sempre cuidava da família.

— Certeza Oliver, você não tem mais nada para se preocupar. Eu dei alta para ele hoje. - sussurrei me deitando. Ele se deitou ao meu lado me abraçando por trás fazendo meu coração saltar dentro do peito. 

— Faz tanto tempo que a gente..

— Eu sei. E queria muito mudar isso Oliver, eu amo você. - sussurrei girando meu corpo, sua respiração batendo contra meu rosto, encarei seus olhos tentando entender o máximo o que se passava dentro de sua cabeça.

— Eu também amo você e tenho sido um completo imbecil, eu só não consigo superar o quão idiota fui quando você me disse que estava grávida, e eu sei que você já me perdoou por isso mas eu ainda não consegui, e olhando para Noah todos os dias. Eu não sei o que faria se você tivesse prosseguido com o aborto.. - fechei os olhos com força. Depois que ele havia me perguntado se o filho era realmente dele, eu fiquei tão triste que achei que pelo fato de estar grávida Oliver estava tão distante de mim. Então fiz uma consulta, marquei e no dia do procedimento ele me pediu, implorou de joelhos que iria cuidar de nós.

Por querer tanto, acabei acreditando em suas palavras.

— Eu agi sem pensar naquele dia. Noah é o ser mais precioso que eu tenho Oliver. - sussurrei.  — É por ele que eu luto todos os dias, luto para dar uma vida boa, para ele não ter que passar por todas as dificuldades que eu passei, para ele ter pais maduros e seguros de si, luto para ele não ter que lidar com a separação dos pais tão cedo. Eu quero tentar fazer nosso casamento dar certo.

— Eu te amo tanto. - ele sussurrou, depositei um beijo em sua testa, sentindo minhas próprias lagrimas.  — E não mereço você.

— Shiu.. - o apertei em meus braços tentando passar todo conforto possível. Tudo que passou ficou no passado, e eu só queria pensar no futuro e viver o presente, ao lado deles.

Naquela noite nós dormimos tão bem que nem parecia que estávamos passando por uma crise. 

Senti uma gosma em meu rosto me fazendo abrir os olhos. O sorriso de Noah foi a primeira coisa que eu vi.

— Você estava tão cansada que Noah acordou duas vezes, veio para cá e você nem se mexeu. - Oliver gargalhou. Me espreguicei na cama ainda com meu neném encima de mim.  — Bom dia meu amor. - foi só então que pude perceber a bandeja em suas mãos e uma delicada rosa. Encarei Oliver surpresa, ele nunca havia sido daqueles cara românticos mas de vez em quando sabia agradar.

— Você está diferente.. - sussurrei pegando uma uva e colocando na boca. Noah abriu sua boquinha ao me ver comer e logo apertou meu peito. Ele quase nunca mamava, então quando tinha vontade eu o deixava livre. Eu produzia pouco leite, e meu bebê parecia não gostar de mamar toda hora, quando completou seus 6 meses já comia papinha de frutas, então veio largando ainda mais. Então eram raros momentos que ele mamava.

— Isso parece gostoso garotão. - Oliver comentou, sua voz continha uma pitada de malicia que me fez engasgar com o suco que tomava. Nossa manhã foi tão gostosa, repleta de brincadeiras. 

Mas eu tinha que ir ver meu pai, ele havia me ligado um pouco resfriado e só Deus sabe o quão violenta eram as doenças quando papa adoecia. Deixei Oliver e Noah assistindo desenhos enquanto ia até a padaria de Papa.

Tudo naquela manhã parecia bonito. Talvez seja pelo fato de estar finalmente me acertando com Oliver. Ou talvez pela minha vida profissional por estar indo tão bem. Finalmente meus planos de ter uma empresa apenas para mim estava finalmente saindo dos papéis.

— Bom dia papa. - anunciei minha entrada. Papa estava no caixa, com uma pessoa. Apenas sorri para ambos antes de me dirigir até os bolos que pareciam deliciosos. Sentei em um banquinho perto a mesa esperando Papa terminar de atender o cliente para vim falar comigo, mas estranhei o tempo demorado. 5 minutos apenas para pagar? Olhei atentamente o cara, nervoso, ainda era um adolescente, ele constantemente olhava por cima do ombro e suas mãos estavam dentro do largo moletom que usava. Meu pai não estava nervoso, mas eu comecei a ficar quando percebi do que se tratava. Era um assalto.  — Você ainda pode sair daqui livre garoto, basta ir embora, eu garanto a você que não vou denunciar.

— O... dinheiro. - a voz tremida do garoto. Completamente apavorado. Deve ter sido a mando de alguém, imaginei ser o primeiro assalto. Ele não estava armado.

Caminhei lentamente e com delicadeza apoiei minha mão em seu ombro. 

— Garoto você pode ir embora agora ou sofrer as consequências. A policia já esta vindo para cá, a qualquer 3 minutos podem chegar pois os chamei a dois minutos atrás e te observando sei que não deve ter a maior idade então deve ser seu primeiro roubo, estamos te dando a vantagem de ainda fugir..

— Moça por favor se afaste, não quero machucar ninguém...

— Felicity, por favor se afaste. - papa falou extremamente sério. Mas eu sabia que ele não tinha arma alguma para poder me machucar. 

Dito e feito Oliver chegou apressado, junto com a policia. Deu voz de prisão e o garoto foi levado. 

— Eu preciso saber o que se passa na sua cabeça Felicity? - Oliver esbravejou, completamente vermelho. Sua raiva era perceptível até para quem não entendia a situação.

— Oliver, calma ela só estava tentando apaziguar a situação.. - Papa tentou.

— Eu li o garoto Oliver eu sabia que ele não me faria mal algum, ele não estava armado. - respondi com fúria a altura. Ele devia acreditar mais em minha capacidade. Ele soltou um riso completamente sarcástico me fazendo tremer de raiva. — Eu sabia que ele estava desarmado Oliver. - cerrei meu punho com força. Ele estava duvidando da minha capacidade.  — Eu sabia!

— Aí que você se engana, ele estava com posse de arma, e você podia muito bem não estar muito bem Felicity. - ele ironizou, mostrando um pequeno plastico transparente com o objeto. Tremi rapidamente, me sentindo culpada.  — Essa sua "ciência" não é 100% certa Felicity e este é seu erro, em acreditar estar sempre certa. - Oliver endureceu o tom. Engoli o seco.  — A qualquer momento você pode errar e ferrar com a vida de alguém ou a sua. - foi tudo que disse, para depois me dar as costas. Fechei meus olhos momentaneamente, eu sabia que precisava dar um tempo para ele pensar e se acalmar. 

Depois de tudo aquilo, o dia inteiro foi apenas um borrão. Tentei marcar uma consulta com Curtis mas o mesmo não pode me encaixar em sua agenda. Tão sistemático.

Olhei Noah brincando com o mordedor no conforto de seu carrinho e sorri para meu menino. Oliver não havia aparecido mais. 

— Ele vai aparecer.. - sussurrei para mim mesma antes de enfiar um salgadinho em minha boca. A ansiedade de vê-lo, de pedir desculpas estava me deixando a flor da pele.  — Oliver você tem que aparecer. - resmunguei retirando Noah do carrinho, ele estava completamente sujo e necessitava de um banho.

O jornal fora de hora me chamou atenção. Precisei segurar meu menino com mais força para não deixa-lo cair. Eu precisei me segurar com força em algo para não cair.

"Robert Queen acaba de cometer suicídio. O magnata da família Queen, se jogou de uma ponte nesta tarde de sexta feira. Esta foi a segunda tentativa de suicídio do Senhor Queen..."

Ofeguei tentando segurar minhas lagrimas. Os momentos exatos antes de Robert se jogar da ponte congelaram na TV e eu pude ver toda angustia que antes não tinha notado. Meu coração apertou, eu estava devastada. Podia ver Oliver ao fundo da TV juntamente com sua mãe, ambos chorando. Eu podia imaginar os gritos. As sirenes. Tudo estava distante.

Eu causei a morte daquele homem.  Eu havia errado meu diagnostico. E nada poderia reparar aquele erro.

 


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Notas finais do capítulo

A depressão é real. Ela mata. Ela age na calada da noite, não é de um dia para o outro. E todo mundo precisa falar sobre ela porque ela não é frescura. Nunca vai ser. Se você conhece alguém que precise de ajuda, ajude. Ajude mesmo, porque é de suma importância para uma pessoa depressiva receber apoio e compreensão. As vezes a gente sente vergonha, as vezes incomodo de falar nos aflige. A depressão é algo sério, ela mata todos os dias.
Ajude quem precise. Ouça com todo seu coração. O ajude se erguer. Mas apenas ajude.
Quem estiver disposto a conversar, eu sempre vou estar a disposição. Obrigada galera!
Beeijos



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