John acordou de madrugada por causa de um pesadelo. O coração acelerado como se tivesse corrido uma maratona. Aquilo não era incomum, não era nem mesmo uma surpresa, o médico era assombrado por muitas coisas de seu passado e preocupações.

Como de costume, aproveitou que estava acordado e foi checar sua filha no quarto ao lado. Levantou-se e foi em direção à porta com desenhos de flores, mas para sua surpresa, seu bebê não estava lá. Um começo de desespero começou a tomar conta do doutor. Passou rapidamente pelo quarto de Sherlock, que estava vazio também. Sua pulsação só conseguiu desacelerar o suficiente quando chegou à sala.

Sherlock tinha Rosie em seus braços, quase adormecida, enquanto o detetive contava alguma história. O coração de John deu um pulo novamente, para logo amolecer. Alguma coisa em seu estômago pareceu derreter, alguma coisa em seu coração. Com apenas a luz dos postes e a luz da lua, os dois no meio da sala era uma das cenas mais bonitas que John já presenciara.

— Algum problema? — perguntou John, sabendo que Sherlock tinha notado sua presença ali, os encarando.

— Não — respondeu o detetive, com um meio sorriso escondido nos cabelos loiros de Rosie. — A senhorita Watson e eu apenas compartilhamos um pequeno problema de sono. A encontrei acordada e desde então estamos conversando um pouco.

— Conversando, é? — John deu a mais suave das risadas, não escondendo em nada todo o sentimento que aquela cena trazia para ele.

— Oh, sim, ela é uma criatura bem expressiva, estamos quase estabelecendo um diálogo — sorriu Sherlock, o que fez com que John duvidasse só parcialmente daquilo.

— Bom, parece que vou me juntar a vocês — suspirou John. — Não consigo dormir também. — Os dois se encararam, como faziam frequentemente, entendendo um ao outro. — Você gostaria de uma xícara de chá?

Ultimamente, os pesadelos de John eram sempre sobre  perder sua família. Aquelas duas pessoas que dependiam dele e ele amava incondicionalmente.