O mundo de John desmoronou três vezes. Três vezes que ele não sabia como sair da cama em cada manhã, ou como fechar os olhos. Por três vezes em sua vida ele se sentiu tão perdido e com tanta dor que só quis que alguém o levasse embora. Por três vezes John Watson pensou que sua vida não valesse absolutamente nada.

E por três vezes John foi salvo. Por três vezes alguém trouxe alguma luz para o seu dia e cor para sua vida cinzenta. Por três vezes alguém fez John sentir que alguém precisava dele e que ele era importante, que sua vida valia ser vivida. Por três vezes John encontrou o amor.

Da primeira vez, ele estava perdido, e Sherlock o salvou. Mudou completamente sua vida e deu ânimo, fez com que cada dia não fosse apenas mais um dia. Sherlock precisava dele, e ele precisava do amigo.

Da segunda vez, ele estava perdido e Mary o encontrou. Ela fez com que a dor da perda se tornasse aceitável e o fez pensar que havia alguma coisa para ele no futuro, algo que ele nunca pensou que conseguiria, uma família, um amor. Ele nem sabia o quanto Mary precisava dele, e ele precisava do seu amor.

Da terceira vez, John estava perdido e Rosie o resgatou. Enquanto ela vivesse, sua vida seria importante e valeria viver cada segundo por ela. Ela encaixou cada caco do coração de John no lugar e o lembrou porque doía. Doía porque ele tinha algo espetacular, que se foi, como as coisas vão. Mas se doía era porque ele ainda estava vivo, e mais pessoas sentiam essa dor também, pessoas que precisavam dele. Rosie precisava de seu pai, e ele precisava de sua filha.

Eles diziam que John precisava de perigo para ser feliz, para estar inteiro. Mas John sempre soube que o problema de andar na corda bamba, é que às vezes você cai. Talvez John precisasse apenas de amor, amores incríveis, dos quais ele daria a vida para proteger e dos quais valeria a pena viver por. A morte de Mary ainda doía, o medo por Sherlock e Rosie ainda o aterrorizava, mas esse é o preço dos amores incríveis, e ele estava disposto a pagar.