Sekai no Sozokujin: Laços mais que eternos. escrita por SabstoHoku, FrancieleUchihaHyuuga


Capítulo 2
Memórias de um passado amargo.


Notas iniciais do capítulo

HELLO MY LOVING READERS ❤️

VOLTAMOS!!

Desculpem-nos, primeiramente, pela demora pra postar. Terceiro ano do ensino médio, não tá sendo muito fácil pra gente. Mas, calma, a história não será abandonada não ❤️ enfim, voltamos!

E pra quem estava com saudade da Himi, aí está ela: nossa Uchiha favorita marcando presença!

Espero que gostem. Boa leitura ❤️



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"Então eu
Eu não serei aquele
Aquele a deixar isso
Em pedaços
E você
Você estará sozinha
Sozinha com todos os seus segredos
E arrependimentos
Não minta"

—In pieces, Linkin Park.

Dois anos haviam se passado? Era inacreditável.

Se bem que Hitomi já havia deixado de se importar com o que ainda era crível.

—Isso significa que tenho que voltar? -A menina questionou, evitando olhar para o mensageiro que passava-lhe a informação. Ajeitou parte dos cabelos negros atrás da orelha, num nervosismo contido; a ideia de voltar parecera tão distante horas antes e agora estava ali, à sua frente, assolando-lhe a mente.

Já faziam dois anos.

Será que os veria novamente?

Não queria vê-los. Queria?

Não queria vê-la. A havia mandado embora. Que permanecesse assim, portanto.

—Hitomi? -Kohari, um de seus parceiros, tocava seu ombro, apresentando certo cuidado. Hitomi já não era mais uma pessoa para toques; até mesmo um mero olhar transmitia seu potencial mortal. Seus atuais companheiros de time talvez nunca tivessem chegado perto o suficiente, fosse por medo, respeito, ou por qualquer outro motivo. -Está tudo bem?

Olhou para o colega de time de forma inexpressiva, habitualmente inabalável. Sequer havia percebido o momento ocioso no qual perdera-se em pensamentos.

—Claro que está. -Os olhos ônix finalmente voltaram-se para o mensageiro, que permanecia encarando o trio à sua frente de uma forma que, ao menos a Hitomi, parecia deveras familiar. Ela suspirou. A palavra familiar lhe trazia más lembranças. Muitas coisas traziam. - Quando?

—Pela tarde. Às três.

—Nós vamos? -Outro de seus companheiros, Tadao, se manifestou, finalmente. A resposta escapou dos lábios da menina antes que pudesse sequer pensar.

—Não. -Os dois a olharam com certa apreensão. Ela sentiu a boca seca, como se apenas aquela palavra de rejeição fosse capaz de trazer à tona todo o ódio guardado. -Não vão.

—Não?

—Não. -A morena repetiu, respirando fundo para impedir-se de descontar a raiva em seus companheiros. - Só eu vou voltar, vocês ficam.

Colocou a mão na testa e olhou o mensageiro ir embora, não sabia ao certo o quê pensar. Sabia que uma hora ia voltar, sempre soubera. Mas parecia cedo demais.

Talvez sempre fosse parecer.

Saiu em direção ao seu alojamento na Vila do Som para arrumar suas coisas. Ainda eram nove horas da manhã - era, certamente, muito adiantado, se fosse considerar seu horário de partida. Mas precisava ocupar a cabeça com algo que não fosse os pais, o Hokage, ou seus antigos amigos.

As horas passaram rápido; e, antes que pudesse perceber, Hitomi saía de seu alojamento, trajando o uniforme e trazendo consigo mochilas contendo roupas, suprimentos, armamentos e lembranças.

Além disso, tinha Kohari e Tadao à sua escolta.

Apesar de sua recente afirmação de que eles não a acompanhariam, havia sido informada poucos minutos antes de que, sim, eles teriam de ir, embora apenas ela fosse permanecer em Konoha.

Tudo bem. Que fosse assim, então.

—Preparada? -Questionou Tadao, assim que pararam em frente ao portal da vila. "Depende do sentido" Hitomi pensou em responder, porém não falou nada, apenas confirmou com um aceno de mão. Tadao, então, fez a mesma questão à Kohari, que confirmou também. -Certo. Vamos. - Ele se pôs à frente dos outros dois, começando a caminhar. Era o mais velho, afinal; Hitomi tinha apenas quinze, enquanto Kohari ostentava plenos dezessete e Tadao, dezoito.

—Está realmente bem? -Questionou Kohari, aproveitando-se do fato de estar mais próximo da Uchiha que seu companheiro de time. Exibia uma expressão realmente preocupada.

—Sim, está. -Respondeu, com a mesma seriedade de antes, seu olhar focado na estrada à sua frente. Não ia contar o que sentia e muito menos o que pensava. Não fazia seu estilo. Nunca fizera.

Nenhum deles se atreveu a perguntar algo mias durante a longa corrida. Conheciam o temperamento da Uchiha, ou, ao menos, o temperamento que havia passado a ter. Andaram em silêncio por várias horas, até que a noite começasse a cair, tingindo o céu com seu habitual tom de azul-escuro.

Hitomi, às vezes, tinha de se lembrar que deveria odiar azul.

Quando se tornou escuro demais para prosseguir, decidiram parar. Fizeram de uma clareira acampamento temporário. Não havia pressa naquela viagem, e, sendo assim, nenhum protesto foi feito diante daquela escolha.

Nenhum foi verbalizado, ao menos.

Hitomi foi a última a pegar no sono. Odiava aquilo. Dormir tornara-se tão complicado quanto qualquer Exame Chunnin.

Exame Chunnin. Ótimo. Mais lembranças para deixar sua noite complicada.

Seus olhos pesavam, mas sua consciência também. Sentia dentro de si, além dos comuns tormentos, uma estranha euforia.

Mas pelo quê estaria eufórica? Esperava que fosse, no mínimo, pra sair do lugar desconfortável em que estavam. Queria voltar para seu alojamento solitário, embora cheio. Para suas missões rápidas, das quais guardava poucas memórias. Não era para a Folha que queria voltar. Talvez ficar no Som fosse seu desejo.

Talvez.

E finalmente foi levada pelos braços do sono.

Sentia tantas saudades…

—-------------

O silêncio a sufocava.

Seus olhos ônix vasculhavam com certo temor o cômodo vazio.

Nada. Absolutamente nada.

Silêncio. Silêncio.

Por quais motivos até mesmo ela estava em silêncio? Nem sequer seus pensamentos pareciam ter barulho.

No que estava pensando, afinal?

Aquilo era torturante.

Então, um barulho. Um passo, e dois - Ah, finalmente alguém! - e as sandálias shinobi foram as primeiras a se mostrarem. E, então, o corpo de uma jovem saudável, um sorriso gentil, cabelos ruivos e olhos ônix.

—Toshiko! -Sua voz finalmente se manifestou. Toshiko abriu os braços em direção à prima, que prontamente correu e se deixou envolver pela lembrança de um abraço caloroso. Tinha, agora, quase a mesma altura da outra, mas isso mal importava. A tinha de volta - ou, ao menos, sua ilusão. -Sinto sua falta.

—Você cresceu. -Observou a outra, sem rodeios. A mais nova olhou-a profundamente, confirmando a informação com um aceno de cabeça.

—Já se passaram dois anos.

—Já? - A ruiva desfez com delicadeza o abraço, passando a segurar a menor pelos ombros. Seus olhos negros, herdados do pai, delinearam o rosto da adolescente à sua frente com calma, parando em cada detalhe, desde o queixo fino até os pequenos fios que caíam sobre a testa, escapando do apertado rabo-de-cavalo. Sorriu com nostalgia. -Está mais bonita que a tia Hinata. Mas anda ficando noites sem dormir, não é? -Questionou. Sua mão soltou-se do ombro da prima para pousar sobre o rosto dela, destacando as olheiras com o dedão.

—Não me dê broncas. E não diga como se fosse fácil. -Rebateu, lançando a Toshiko um olhar com raiva contida. Logo, porém, a expressão tornou-se um pouco triste. -Seu toque é frio.

Toshiko sorriu de canto. É claro que era.

—Eu estou morta. O que esperava?

—Que parasse de atormentar meus sonhos, talvez. -Desvencilhou-se do toque da mais velha, dando um passo para trás. Toshiko encarou-a de forma acusatória.

—Eu sou um sonho? -Era, de certa forma, mais retórica do que parecia. Mesmo assim, a resposta foi rapidamente dada:

—Pesadelo. É.

—É por isso que não dorme?

—Estou dormindo agora. -Alegou. -Não estou?

Mais alguns passos para trás foram dados. Passos esses que ecoavam no grande vazio que, de um jeito estranho, preenchia o local. Virou-se de costas para a outra menina.

—A culpa não foi sua.

Não adiantava.

—Não. -Concordou, embora seu interior gritasse "sim". -Foi dela.

Nunca adiantava.

—Sabe que é mentira.

—Não é. -Discordou a morena. Sua voz diminuira alguns tons desde a última alegação. -Se ela tivesse falado, se não fosse covarde, você talvez estivesse viva.

—"Talvez" não é uma certeza, prima.

—Eu não vou perdoar ela.

—Não há nada a ser perdoado. -Insistiu Toshiko, suspirando. -Pessoas erram.

—Erros não têm que tirar vidas.

—Mas tiram. -Retrucou. -Ela teve medo.

—E eu não? -Moveu-se novamente, apenas para encarar com dor os olhos escuros, tão parecidos com os dela própria.

—Eu também tive medo. Mesmo antes daquela noite. Não importa mais.

A Uchiha bufou. Aquele era seu sonho, e Toshiko aparecia apenas para fazê-la de boba?

—Então por que você não some? Por que não para de aparecer e vai de uma vez?

Toshiko suspirou. Era doloroso dizer aquilo.

—Porque você me quer aqui. Precisa que eu esteja.

—Se for pra me falar de passado e perdão, não.

—É exatamente por isso. -Resmungou a ruiva, seguido de algo que, aos ouvidos de Hitomi, pareceu inteligível.

—O que?

—Não é nada. -Ajeitou alguns fios de cabelo atrás da orelha esquerda, com uma expressão chateada, e então sentou-se no chão, de pernas cruzadas, apoiando o braço esquerdo em uma das coxas e encaixando sua cabeça sobre a mão. -Ficar em pé cansa.

—Mortos ficam cansados? -Questionou, de forma sarcástica. O olhar negro de Toshiko exibiu chateação.

—Nos seus sonhos, sim.

Com o comentário, a expressão da herdeira Uchiha tornou-se fechada. Caminhou lentamente até a prima, sentando-se em frente à ela, poucos sendo os centímetros que as separavam.

—Eu também cansei. -Confessou, finalmente. Toshiko processou a frase por alguns instantes.

—Devia voltar.

—Eu vou. Como sabe que estou longe?

—Eu só sei. -Alegou, veemente.

—Não quero vê-los…

—Porquê dói. -Completou. Hitomi evitou o olhar acusador da prima. -Sabe que seu ódio não me trará de volta, não sabe?

Ela não respondeu. Entretanto, quando voltou a encarar a garota, já não tinha mais o mesmo olhar. E, nos olhos angustiados e levemente perdidos, Toshiko deu-se conta da verdade.

Ah… você…

—Cale a boca. -Cortou-a, intransigível. Não sabia o que se passava na cabeça de Toshiko, mas não queria saber quaisquer que fossem as teorias da mais velha que faziam com que aquele breve olhar triunfante surgisse no negrume daqueles olhos.

—Hitomi…

—Não quero saber.

Um curto e tenso silêncio se estendeu.

—Eu preciso ir. -Hitomi assistiu à prima levantar-se calmamente.

—Já? -Indagou, exibindo uma fragilidade disfarçada em sua voz. A prima confirmou com um gesto de cabeça.

—E… Himi...

—-------------

—Hitomi? -A voz masculina repetia, chamando-a. -Senhorita Uchiha?

A menina abriu os olhos lentamente, sonolenta. Observou o parceiro que a chamava, seguramente afastado.

—Está amanhecendo. Temos que ir. -Informou Kohari. Hitomi concordou, gesticulando brevemente com as mãos, e ele se afastou, deixando-a novamente sozinha, encarando confusamente o chão coberto de grama muito verde.

Aqueles sonhos sempre se repetiram. Nem sempre eram iguais, apesar disso.

O que Toshiko havia querido dizer com aquelas palavras finais, afinal?

"É bom ver que está em casa."


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Notas finais do capítulo

E aí, seus lindos? O que acharam? Um capítulo inteiro pra matar a saudade da nossa Uchihazinha ❤️

Espero que tenham gostado!



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