Percy acordou com o barulho de seu despertador tocando, o rapaz de 23 anos levou as mãos até o mesmo e o desligou levantando da cama logo em seguida, foi ao banheiro e fez suas necessidades matinais, saiu do mesmo e caminhou até a lavanderia e pegou a camisa branca que já estava seca no varal, ao passar pela cozinha ele apanhou uma maçã da cumbuca cheia de frutas e foi para seu quarto, trocou suas roupas com tanta pressa que esqueceu de fechar o zíper de sua calça, se dirigiu ao quarto de sua companheira de apartamento Rachel e acordou a mesma com alguns berros e um pouco de cosquinha nos pés:
—Acorda sua preguiçosa, você tem que ir trabalhar!—Falou Percy.
—Vai se ferrar—Rebateu Rachel jogando uma almofada sobre o moreno, o mesmo a apanhou no ar.
—Falando sério agora, levanta daí e vai se arrumar que você realmente precisa ir pro trabalho, okay?
—Okay. E só pra constar, seu zíper tá aberto.
“droga” murmurou Percy fechando o zíper e saindo do quarto da ruiva, ele se dirigiu a sala e pegou sua pasta e sua mochila e saiu de seu apartamento deixando uma Rachel sonolenta lá dentro.
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Annabeth havia chegado ao trabalho as 1:37, estando 7 minutos atrasada por conta do trânsito de Nova York, a loira colocou seu uniforme e começou a fazer seus afazeres no magnolia .
Faltando apenas 15 minutos para seu turno acabar, Annabeth estava passando um pano úmido nas mesas para depois poder fechar o lugar, a loira estava vagando distraída em seus pensamentos quando o sininho da porta tocou anunciando que alguém havia entrado no local. Annabeth quase pulou de susto e logo se virou para atender o cliente que, para sua surpresa, era o rapaz que ela havia conhecido no dia anterior numa estação de metrô.
—Boa tarde! Posso ajuda-lo em alguma coisa?—A garota perguntou.
—Ei, você é a garota que eu conheci ontem no City Hall...Annabeth não é?
—Isso, não sabia que frequentava esses lugares.
—Tipo...Cafeterias?
A garota de olhos cinzas soltou um riso baixo.
—anhh...Sim?
—Mas me diga Annabeth, por que eu não frequentaria esses “tipos de lugares”
—Ahh...Sei lá, esquece. Posso ajuda-lo em alguma coisa?
—Bom...Acho que sim!—o moreno deu um sorriso ao dizer isso enquanto ela se dirigia ao balcão da cafeteria para atendê-lo.
—O que vai querer?
—me dá 20 unidades de cookies azuis e...
Antes que Percy pudesse concluir sua frase a garota o interrompeu.
—Cookies azuis? Por que não pede os normais?
—Normais? São ruins, cookies azuis não alimentam apenas minha fome, alimentam minha alegria.
Ele concluiu sua fala com um sorriso brincalhão nos lábios.
—Tá bom—A loira ergueu os braços em sinal de rendição—Vai querer mais alguma coisa?
—Sim, me dá dois frapuccinos de caramelo e um sanduiche fool’s gold.
—Sanduiche fool’s gold?—A loira questionou já preparando os frapuccinos—Você vai ter uma crise de diabetes na primeira mordida. São 8.000 calorias!
—Bom... não se você aceitar dividir metade comigo.
Annabeth o olhou torto e ele logo acrescentou.
—Você que vai fazer o sanduiche, então nada mais justo que nós dois morrermos de diabetes.
A frase arrancou um riso dela e o silêncio dominou nos minutos seguintes, não um silêncio constrangedor, mas um silêncio acolhedor, como se a falta de palavras já dissesse tudo.
Quando Annie terminou de colocar os pedidos do moreno numa sacola ela entregou a ele.
—Obrigada por comprar no magnolia, tenha um bom dia!—sorriu.
—Sério isso?—O sorriso dado pelo rapaz mostrava seus dentinhos perfeitos—Mas você tem que morrer de diabetes junto comigo—Ele apontou para a sacola.
—Desculpe, eu ainda tenho que fechar...
—Eu espero.
Nesse momento ouviu-se um trovão ecoar pelo céu e o barulho da chuva caindo sobre a cidade de Nova York começou a se espalhar pelo ambiente.
—Droga!—murmurou Annabeth.
—Que foi?
—É que...esquece, você não precisa ficar ouvindo minhas reclamações.
—Não, sério, eu quero ouvir.
Annabeth sorriu—Não precisa.
De repente o celular da garota tocou e ela o retirou do bolso de seu jeans e o levou até o rosto para atender a ligação. Percy fazia de tudo para não prestar atenção na conversa dela, mas parecia impossível. Depois que a mesma desligou o aparelho com um semblante desanimado, ao ver a expressão no rosto da garota ele tocou seu braço.
—Você esta bem?— O toque das mãos macias do rapaz em seu corpo fez Annabeth congelar por alguns segundos apreciando a boa sensação que aquilo lhe trazia, ao perceber que Percy a observava intensamente ela sentiu suas bochechas queimarem e desviou o olhar bruscamente—Estou sim—respondeu a garota de olhos cinzas
—Me desculpe mas...eu ouvi a sua conversa com seu pai, você não tem como ir para casa né?
—É...—ela finalmente se rendeu—É que eu esqueci minha carteira na faculdade e meu pai está no serviço e minha madrasta não sabe dirigir e não da pra voltar a pé com essa ch...
—Heeeyyy—Percy sorriu—calma, respira, não precisa disso tudo não, sabe por que?
Annie o olhou confusa.
—Por que?
—Porque eu vou te levar pra casa.
A tranquilidade do rapaz era tanta em dizer aquilo que a garota se assustou.
—Como assim?
—Assim ó: a gente entra no meu carro, eu digiro até a sua casa e te deixo lá. Muito simples né?
—Engraçadinho—Apesar de tentar se conter, Annabeth não pode deixar de sorrir.
—Estou falando sério.
—Não, tudo bem. Eu peço dinheiro emprestado pra Thalia e nós pegamos um
uber.
Thalia que estava ouvindo toda a conversa saiu de trás de uma porta já se metendo na discussão dos dois.
—Ahhh mas você vai sim! Eu nem tenho dinheiro.
—Thalia...—começou Annabeth com uma voz manhosa.
—Nem tenta Annie, o cara só quer te levar em casa ele não vai te levar pro meio do mato e te enterrar, para de ser tonta!
Disse Thalia já caminhando em direção a porta de saída do magnolia, mas antes que pudesse sair ela voltou e sussurrou no ouvido de Annabeth:
—Esse cara é um gato, se você não quiser eu quero.—E saiu sendo acompanhada pelos olhares dos dois.
Annabeth se sentiu muito desconfortável ao perceber que só havia os dois ali, a garota olhou para o rapaz e desviou, olhou e desviou mais 5 vezes antes dele encará-la de uma forma ainda mais constrangedora.
—Vamos?—ele disse.
—Sério mesmo? Você vai realmente me levar?
—Claro!—Ele caminhou até a porta de saída da cafeteria e antes de rodar a maçaneta ele a chamou—Você vem?
—Anhh...Sim. Só vou fechar a loja.

O moreno assentiu enquanto ela trancava o estabelecimento com as chaves e as entregava ao dono da cafeteira, quando terminou Annie foi até Percy, que ja estava do lado de fora a esperando enquanto segurava um guarda chuva em sua mão direita, o rapaz apontou para o outro lado da rua onde havia uma BMW preta.
—Aquele é o meu carro.
Os dois caminharam na direção do automóvel em total silêncio e ao chegarem perto do mesmo Percy abriu a porta do carro para Annabeth e convidou-a gentilmente para entrar, a mesma fez o que ele lhe pedia sem dizer uma palavra sequer, logo o moreno estava dentro de sua BMW já pisando no acelerador.
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—Então você trabalha em uma cafeteria?
Soltou o moreno para quebrar o silêncio constrangedor que dominava o local.
—Sim.
Respondeu a dona dos olhos cinzentos olhando para a chuva forte que caia do lado de fora através da janela.
—Bom...conte-me mais sobre sua vida, tudo o que sei sobre você até agora é que você trabalha em uma cafeteria e se chama Annabeth—O rapaz virou a cabeça em direção a ela ao dizer isso.
—Ahhh—ela virou a cabeça para encara-lo —Eu tenho 21 anos e estou fazendo o terceiro ano da faculdade de arquitetura...moro com meu pai ,minha madrasta e com meus dois meio-irmãos, vivo em Nova York e...É isso!
—Nossa! Terceiro ano já? Você é bem adiantada né?
—Não exatamente, é só um ano!— ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha—mas... E você? O que você faz?
—Eu? Bom... sou fotografo do jornal do New York times, moro em Nova York e divido um apartamento com minha amiga Rachel, eu amo musica e também gosto de bons filmes e livros, tenho um cachorro como melhor amigo e... Só.
—De que tipo de musica você gosta?
Nesse momento Percy virou o carro numa esquina e perguntou a Annabeth se ele estava fazendo o caminho certo, a mesma confirmou.
—Rock!—O rapaz de olhos verde-esmeralda respondeu a pergunta da garota sorrindo ao lembrar de suas musicas favoritas e a razão pela qual as amava—E o seu?
—Rock também!
—Sério?
—Sim, é o melhor gênero musical né?
—Com certeza, já ouviu “monster” do Skillet?
—Não—a loira respondeu—Mas vou ouvir assim que chegar em casa.
—Ou você pode ouvir agora!—Percy falou já ligando o rádio do seu automóvel e logo o som da musica preencheu o local. Annabeth queria muito prestar atenção na letra da musica mas a sua mente só conseguia se concentrar na maneira como o rapaz batia os pés e balançava a cabeça ao som da musica enquanto movia os lábios cantando silenciosamente.
Ela sorriu para aquela cena e continuou o observando até que a musica chegasse ao fim e ele ficasse imóvel novamente, percebendo que estava sendo encarado Percy ficou imediatamente envergonhado, mas quando Annabeth percebeu que o deixara desconfortável ela se desculpou:
—me desculpe, você fica adorável cantando!
Isso só deixou o rapaz mais corado, e a garota não conseguiu conter o riso diante de algo tão fofo, logo que ela começou a rir Percy já estava rindo também, e ali, no meio de toda aquela risada, Annabeth sentiu algo surgir em seu peito, um sentimento caloroso, bom, da qual ela nunca havia provado antes...