Photograph escrita por Millis


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olláá!! bom, demorou mas chegou! queria agradecer a AnaSouza por comentar a fic e a Leitora98 por favoritar, também quero agradecer a todos que leram e estão acompanhando a história, muito obriga mesmo, um beijo ser-humaninhos e boa leitura.



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Annabeth************
—Você vai querer que eu te busque hoje, querida?
Meu pai perguntou enquanto eu abria a porta do carro, um Jaguar 1978 impecável.
—Não será necessário, pai. Eu vou sair com alguns amigos hoje, depois da aula, e vou para casa de metrô.
eu disse simplesmente.
—Tem certeza disso, filha? Eu posso te buscar depois, em algum restaurante, se você quiser.
—Não precisa não, pai. De verdade mesmo, eu gosto de andar de metrô, tá?— Eu disse já saindo do carro.
—Tudo bem, então boa aula, querida—ele disse posicionando as mãos no volante com um aceno de cabeça.
—Obrigada.
Murmurei enquanto via o veículo desaparecer na multidão de carros
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Eu estava sentada em uma das mesas da sala ouvindo a explicação do professor Dionísio e fazendo anotações em meu caderninho quando meu celular vibrou no meu casaco, levei a mão até o bolso e tirei o aparelho de lá de dentro tomando muito cuidado para que ninguém visse. Desbloqueei a tela e me deparei com uma mensagem de minha melhor amiga, Thalia.
                         Você vai almoçar com a

                 gente hoje no Brooklyn,

                 Annie? Porque, se for,
                         leva dinheiro, tá?
Visualizei a mensagem e guardei o celular, afinal, não poderia responder mesmo.
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Estava guardando meu caderninho de anotações em minha bolsa quando me lembrei de um pequeno detalhe: eu não sabia onde iríamos almoçar.Tirei meu celular de dentro do bolso do sobretudo e escrevi uma mensagem para Thalia.
                         Tha, onde vamos hoje?
                         esqueci de te pedir o
                         endereço do café.
                         ps: é a Annie
Não se passaram dez segundos que eu enviara a mensagem e senti o celular vibrando, peguei-o, desbloqueei a tela e, como de esperado, a mensagem era de Thalia.
                        Vamos comer no The river

                café, nesse endereço aqui:
                       1 water st, Brooklyn NY,
                       11201. Me espera do

               lado de fora, tá?
                       Chegarei lá as 13:30.
Chequei o endereço na internet e vi que se tratava de um restaurante debaixo da ponte do Brooklyn, com uma vista maravilhosa para o rio East.
                        Okay, já estou saindo!;)
Assim que terminei de enviar a mensagem a Thalia, tratei de enfiar o celular no bolso e me dirigi a porta da saída.

Peguei um metrô para a estação City Hall, o mesmo não estava muito cheio, devia ter umas o que? 15 pessoas? Acho que não passava muito disso. O som soou dos auto-falantes do veículo avisando que tinhamos chegado a estação, levantei do meu banco e desci do metrô as pressas. A estação City Hall era basicamente um túnel, revestido com tijolos laranjas que ficavam a mostra e alguns suportes de madeira aqui e ali, o que dava um ar rústico ao lugar, de um lado dos túneis lia-se em um letreiro grande, City Hall.
Eu estava checando o horário que meu metrô chegaria quando algo me chamou atenção: ali mesmo, na estação de metrô City Hall, havia uma bancada com vários quadros, não pude vê-los direito, estava muito longe. Andei em direção a bancada e analisei os quadros, nunca havia visto algo tão lindo; o quadro em si, era de madeira pura, alguns lisos, outros com as bordas moldadas e, por fim, alguns tinham joias incrustradas em suas faces. E as fotos? Simplesmente perfeitas! Algumas retratavam pessoas, outras, animais, paisagens, monumentos, entre várias outras coisas.Meus olhos pararam em um quadro em específico, suas bordas eram de madeira, sólida, sem nenhum detalhe, nele estava retratado um cervo e uma criança, o garoto devia ter um cinco anos de idade, estava ajoelhado na neve e todo coberto pela mesma , ele sorria, apoiando as pequenas mãos no pescoço do cervo, que, por sua vez, encostava a cabeça sobre o ombro do garoto, como se estivesse recebendo um cafuné. O quadro era preto e branco e, atrás da imagem, via-se a única coisa que possuía cor, uma cerejeira, aquele quadro era perfeito, era simplesmente a coisa mais linda que eu havia visto naquele dia.
—Pode pegá-lo!
Por pouco não saltei de susto, imediatamente olhei na direção da voz e encontrei um par de olhos verde-esmeralda, parado ali, na minha frente, havia um rapaz.
—ahn?—eu murmurei.
—O quadro. Pode pegá-lo, se quiser.
Ele era alto, deveria ter mais de 1,80, aparentava ter entre 23 e 27 anos, tinha cabelos negros incrivelmente bagunçados, a pele era pálida e os olhos...parece que o quadro já não era a coisa mais linda que eu vira naquele dia.Ele vestia uma camisa social cinza, com um suéter preto logo depois e uma jaqueta jeans por cima, calças jeans pretas e tênis casuais também pretos, era robusto:podia ver seus braços fortes através de suas roupas, nem muito forte, mas também estava longe de ser fraco.Havia uma câmera envolta de seu pescoço,ele era realmente bonito, chegava a ser atraente.
—ahn...Tem de algo de errado?—voltei a realidade e percebi que ele parecia fazer uma análise de si mesmo.
—ahn...oi?...ah, não! Desculpe eu estava distraída, o que você disse?—eu dei um meio sorriso.Que vergonha!
—Você estava olhando o quadro e eu pensei que talvez não quisesse ficar com ele.
Ele pegou o painel e estendeu na minha direção, hesitei, eu não era lá a pessoa mais cuidadosa do mundo e o quadro era tão delicado, mas por outro lado, seria uma tremenda falta de educação de minha parte, o rapaz me olhava confuso, acabei por pegar o quadro tomando cuidado como se estivesse segurando um recém-nascido.
—Quanto custa?—perguntei passando os dedos pela face da fotografia.
Ele soltou um riso fraco.
—Nada, é um presente.
Por um momento achei que ele estava brincando com a minha cara, olhei para ele e vi que ele tinha um meio sorriso no rosto, aqueles olhos confirmaram que ele não estava mentindo.
—Como?—perguntei para ter certeza do que ouvira.
—Nós não cobramos por esses quadros, eles são um presente, você pode pegar o que quiser, com uma condição.
Tava bom demais para ser verdade.
—Que condição?
—Eu gostaria de tirar uma foto sua.
Eu estava preparada pra qualquer coisa, mas ainda assim me surpreendi.
—Uma foto? Ahn...mas, por que?
—É que, bom...você é bonita—Ele riu de si mesmo—Você é muito, muito linda!
Ele tinha um sorriso tímido no rosto, o que só contribui para que meu rosto fervesse ainda mais.
—ahn...Obrigada! Você também é muito atraente.
Droga Annabeth, você tinha mesmo que falar isso? Eu me repreendi mentalmente.
O sorriso dele aumentou e aquilo me fez querer sorrir também, mas minha vergonha falou mais alto, me limitei a dar um meio sorriso.
—Então, você aceita tirar a foto?
—ahh, claro! Mas, que tipo de fo...
—Sorria!!
eu só pode ouvir o "clic clic" da câmera.
—Hey!!—Eu protestei, contendo um sorriso.
Ele olhava a foto e aos poucos um sorriso se formava nos seus lábios, sua face era iluminada.
—Ficou perfeita!—Disse por fim.
—Posso ver?
—Claro! A foto é sua então não seria justo se eu não deixasse você ver.
—Concordo!
Ele contornou a bancada e parou na minha frente, tirou a câmera do pescoço e estendeu-a para que eu pudesse ver a imagem.Na foto eu parecia distraída, estava de lado olhando algo, contendo um sorriso. Tinha que admitir, tinha ficado linda!
—Depois de algumas edições, dará um belo quadro!—O rapaz disse
—Quadro? Você vai colocar isso num quadro?
Apontei para a imagem na câmera.
—Mas é claro! E se você reclamar eu ainda penduro no meu quarto.
Ele tinha um ar brincalhão, não consegui me conter, tive que rir e ele me acompanhou.
—Percy, pode ir almoçar, eu cuido de tudo aqui.
Uma cabeleira ruiva invadiu meu campo de visão, a garota tinha olhos verdes, não verdes como os dele, os olhos dela pareciam uma imensa floresta selvagem, ela estava usando calças jeans floral até a panturrilha, sapatilhas pretas e uma blusa fina de manga longa amarela, toda cheia de tinta e brincos de argola nas orelhas.
—aah, oi Rachel! Já vou subir, só vou terminar de atender essa cliente.
Ele apontou para mim
—Nossa!—A garota ruiva exclamou.
—Mas que belezura, hein!
Ela comentou olhando diretamente para mim.
—Rachel!— O rapaz parecia repreende-la —Pare de paquerar a moça!
—Okay, mas ainda assim, ela é muito bonita.
—Vai pintar os seus quadros, vai.
Ele disse
—Vou mesmo, seu chato.
A garota, Rachel, mostrou-lhe a língua e saiu na mesma rapidez que chegou.
—Desculpe por isso,— Ele começou —Rachel é bissexual.
—Não, tudo bem!
Eu sorri
—Então, você vai ficar com esse quadro mesmo?
—Ahh, sim!
Ele contornou a bancada de novo e pegou uma sacola, colocou o quadro delicadamente na mesma e me entregou.
—Aqui esta!
—Obrigado.—Eu peguei a sacola.
—Bom...—comecei—Eu acho que eu vou indo.
Comecei a me virar e senti uma mão segurando meu pulso, virei a cabeça na direção do rapaz.
—ahnn...Você poderia me dizer seu nome?—Ele perguntou timidamente.
—Meu nome?—Eu segurei um sorriso—Claro! É Annabeth. Annabeth Chase.
eu estendi minha mão para cumprimentá-lo.
—Perseu Jackson.Percy.
Ele pegou minha mão, mas ao envés de aperta-la ele a levou até os lábios e depositou o mais delicado dos beijos na mesma.
—É um prazer conhece-la.
Senti minhas bochechas esquentarem, dei um sorriso amarelo.
—ahh, olha. Minha carona chegou!
Apontei para um metrô que acabara de estacionar.
—Bom, —Eu disse—Então eu já vou indo.
—ahh, claro.
Ele pareceu quase decepcionado.
—Para todos os casos, foi realmente encantador conhece-la, Sta.Chase.
—Igualmente, Percy.
E com isso, eu andei na direção do metrô, arrisquei a dar uma olhada para trás, ele me olhava, e acenou com a cabeça de leve, dando um sorriso.
Entrei no metrô com a cabeça em um par de olhos verdes.
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Cheguei no restaurante e já eram 13:45, olhei para dentro do local e vi uma Thalia mais que furiosa caminhando em minha direção, ela parou na minha frente e me olhou com os olhos tremeluzindo de raiva.
—Está ATRASADA!
Ela praticamente gritou.
—Calma, foram só quinze minutos, eu vou te explicar tudo.
—Ah vai? Pois bem, pode começar.
Ela batia o pé furiosamente, Thalia era minha melhor amiga desde que me entendo por gente, seus olhos azuis faiscantes botavam medo em qualquer um, sua pele pálida possuía sardas espalhadas pelo nariz e bochechas, o cabelo repicado preto caía sobre seus ombros, ela vestia uma calça jeans preta floral de cintura alta, cropped cinza de manga longa e botas de cano curto estilo coturno com salto baixo.
—Eu meio que me distrai com um presente.
—Presente? Quem, como e onde?
—Credo Thalia, que drama!
—Fala logo, Annabeth!
—Tá bom.
Eu contei a ela a historia, desde o momento em que eu havia chegado a estação até o aceno de cabeça que Percy me deu quando eu sai.
—Ele era bonito?
Thalia perguntou e meu queixo caiu, não podia acreditar que de tudo o que ela ouviu ela só pegou a parte do rapaz.
—É serio isso? Você quer saber se ele era bonito? Mas e o quadro?
—Fala serio, loirinha. Vai me dizer que você não gostou dele?
—Não, claro que não.
Senti meu rosto enrubecer.
—Atá, mas é claro.
Ela respondeu, sarcástica. Revirei os olhos e passei por ela indo em direção a mesa onde se encontravam meus amigos.
—Annie!
Luke me cumprimentou com um abraço apertado, Clarisse, que estava de mãos dadas com Chris, seu namorado, andou até mim arrastando-o  consigo.
—Annabeth, está atrasada sabia?
Clarisse era 8 centímetros mais baixa que eu, media 1,60 mas tinha um olhar firme naqueles olhos castanhos avermelhados, ela era o tipo de garota com a qual eu não gostaria de arranjar confusão, ela vestia uma calça jeans larga e uma blusa de trico de manga longa creme, por fim, calçava tênis casuais azuis.Os cabelos estavam presos por uma bandana vermelha, deixando algumas mechas caindo sobre seus ombros.
Puxei-a para um abraço, ela retribui e senti meus ossos sendo quase-esmagados, Chris me abraçou antes de envolver Clarisse com seus braços robustos, vi que as bochechas dela assumiram um tom avermelhado e ele riu da mesma, que lhe devolveu com uma cotovelada de leve.
Travis e Connor tentaram, em vão, me dar um susto.
—Nossa! Que susto meninos!
Eu fingi estar surpresa, eles bateram as mãos no alto enquanto gritavam "yeah" e me envolveram em um abraço, por fim, Grover, meu melhor amigo, me abraçou pelas costas e fez cosquinhas na minha barriga, quase chorei de tanto rir, e o dia se seguiu como sempre: Connor e Travis fazendo piadinhas sem graça, grover comendo coisas estranhas (como o guardanapo do seu lanche), Thalia e Luke discutindo sobre as melhores bandas de rock, Clarisse e Chris conversando animadamente e todos rindo como verdadeiros malucos.


Já eram mais de 8:00h da noite quando cheguei em casa, abri a porta com cuidado para não fazer barulho, subi as escadas na ponta dos pés na tentativa fracassada de não chamar atenção, assim que pisei o ultimo degrau ouvi um murmurio vindo da sala, virei-me para trás e vi minha madrasta parada na escada, ela sorria de orelha a orelha.
Ufff, que alívio!
—Chegou tarde, mocinha.
Kate Chase era minha madrasta e, apesar de termos tido alguns desentendimentos na minha pré-adolescência, eu a amo, ela é muito bonita, tem 39 anos e cabelos negros até a cintura, é asiática, dona de belos olhos castanhos pequenos e uma pele brilhante, é baixinha, 1,60 de altura no máximo, apesar de que eu também não sou lá tão alta, mas, de 1,60 para 1,68 é muita coisa. Kate tem um espírito jovem que eu adoro e uma bela voz também, ela é jornalista e foi assim que ela e meu pai se conheceram, e cozinha muito bem, aprendi tudo o que sei sobre culinária com ela, porque, se dependesse de minha mãe, eu iria sobreviver de miojos e fast food pelo resto da vida.
—Desculpa— falei descendo as escadas—Depois do restaurante Thalia queria ver um filme e então nós fomos pegar um cineminha e eu acabei perdendo a noção do horário.
—Tudo bem—Ela riu—Só avise da próxima vez, okay? Ficamos preocupados. Agora, vem jantar que a comida vai esfriar, eu fiz lasanha.
—Muito obrigada, Karen, mas estou sem fome, vou tomar um banho e dormir, afinal, vou trabalhar amanhã.
Ela fez uma carinha magoada mas sorriu logo em seguida e me deu um beijo na testa
—Boa noite então!
dito isto ela se apressou e sumiu na cozinha, subi as escadas que davam para meu quarto e vi que Bobby e Mathew jogavam video-game na "salinha do brinquedo", entrei no banheiro, tomei um banho demorado e em seguida coloquei meu pijama, passei um hidratante nas pernas e nos braços e cheirei o pote que estava pela metade. Como cheiro de erva-doce com framboesa podia ser tão bom?
Deitei na cama e repassei o dia na minha cabeça, meu pensamento vagou pelo rapaz que conheci na estação de metrô e eu adormeci com um par de olhos verde-esmeralda na cabeça.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Bom, eu sei que tá fraquinho mas era necessário o capítulo gente, muito obrigada por terem lido até aqui e eu gostaria de avisar que a partir do próximo capítulo é eu que vou narrar, ou seja a Annie não vai mais narrar, okay? muito obrigada e um beijo.



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