Luzes de Natal escrita por Chloe Less


Capítulo 2
Capítulo Bônus - Um Natal Iluminado


Notas iniciais do capítulo

Heeey! Primeiramente eu gostaria de agradecer cada comentário nessa one shot (que acho que virou uma duo). Quando postei não imaginei essa reação e que vocês gostariam tanto dela quanto eu.
Segundo: Desculpa a demora para postar esse bônus kkkk fim de ano é uma loucura e ainda fui viajar. Ai ficou difícil escrever.
Bem, espero que gostem desse bônus. Beijinhos



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A grande mansão estava completamente decorada. Eu e Edward passamos uma semana arrumando tempo em nossas agendas apertadas para montar toda a decoração da mansão.

Queríamos fazer isso por nós mesmos, sem contratar ninguém, do mesmo jeito que havíamos feito no ano anterior. Mesmo que fosse cansativo. No fim, todo o trabalho foi proveitoso. Nós nos divertimos e a mansão estava realmente encantadora.

Luzes de LED decoravam tanto dentro, quanto fora de casa. No lado de fora, as luzes formavam desenhos, como as renas que acompanhavam o grande boneco do papai Noel.

Colocamos guirlandas em cada uma das portas e viscos espalhados pela casa. Na grande sala de estar, um pinheiro decorado era ostentado. Digno de uma Kardashian.

Depois de um Natal sem comemorar e um comemorando de última hora apenas com Edward, eu havia decidido retomar a tradição de meus pais. Todos os funcionários da Swan Style e suas famílias estavam convidados para passar o Natal comigo, Edward e sua família.

É, eu havia comprado passagens para os pais de Edward virem passar as festas com a gente.

Havia conhecido eles em junho, Edward havia ido em fevereiro primeiro, aproveitado um desfile em Seattle.

Quando junho chegou e Edward me levou para conhecer seus pais, me senti instantaneamente nervosa. Apesar de conversar com eles por telefone quase sempre, por estar sempre ao lado de Edward, e de sentir um carinho instantâneo por Carlisle, Esme e as gêmeas, senti medo. E se eles me conhecessem pessoalmente e me odiassem?

O medo desapareceu no instante em que Esme me recebeu com seu abraço quente, agradecendo por cuidar de seu filho tão bem e dizendo que eu era ainda mais bonita pessoalmente. As histórias sobre sogras ruins não se aplicavam à minha doce sogra.

Carlisle também me conquistou logo de cara, com toda sua sabedoria e gosto por artes. E as gêmeas, com seus jeitos animados e personalidades falantes, me conquistaram facilmente.

Então era bom tê-los por aqui no natal. Eu não estaria sozinha afinal.

Eu havia ido busca-los no aeroporto dois dias antes, Edward estava participando de um último desfile, com a coleção de festas de fim de ano da marca.

Quando nos conhecemos, ele não sabia o que queria fazer da vida, mas parecia ter se encontrado no mundo da moda, assim como eu. Ele se divertia desfilando e posando para ensaios fotográficos, não apenas para a Swan Style, mas para outras marcas também. Aquele rostinho lindo estava ganhando fama.

Além disso, ele estava aprendendo a esboçar alguns looks. Me deixando completamente animada.

Lembro de quando ele recebeu o primeiro cachê como modelo, sua animação era contagiante. Ele mandou algum dinheiro para os pais e me levou para jantar alguns dias depois, me pedindo em namoro naquela noite. Poderia ser engraçado ele me pedir em namoro, já que morávamos juntos desde o primeiro dia. Mas aquilo que tínhamos era especial, era único e aquele pedido de namoro tornou tudo ainda melhor.

Nas primeiras semanas, quando o glamour do Natal foi embora e eu começava a introduzir Edward no mundo da moda, o medo de ele estar comigo apenas por gratidão me atingiu. Afinal, eu o havia resgatado da rua, dado abrigo e um emprego. Ele poderia estar comigo apenas pelo reconhecimento de que eu o havia ajudado.

Mas quando ele pegou seu primeiro salário e me comprou um anel, todos os meus medos foram embora. Edward realmente gostava de mim, como eu gostava dele.

— Bom dia, babe. – falei acariciando seus cabelos, quando percebi que seu sono estava leve.

Ele piscou por alguns segundos, observando o lugar onde estava, meu antigo quarto na mansão, vindo aos poucos para a realidade.

— Bom dia, bae. – me respondeu com os olhos sonolentos, se aproximando até me dar um selinho de bom dia. – A nossa agenda está cheia hoje?

— Com certeza. A cozinha nos espera. – falei com animação na voz. – Vamos levantar, seus pais já devem estar na cozinha.

Edward pediu mais cinco minutos e eu fui para o banheiro, a fim de dar um jeito no meu cabelo e vestir uma roupa decente para descer até a cozinha.

A mansão realmente havia se tornado uma escola de artes, mas eu havia mantido alguns quartos e a cozinha do jeito que eram, o espaço era grande o suficiente para isso. Então eu e Edward decidimos dormir aqui na mansão na véspera de Natal, junto com seus pais, para poupar tempo.

No andar de baixo, Esme, Carlisle e as gêmeas realmente estavam na cozinha. Esme no fogão fazendo panquecas, Carlisle e as gêmeas sentados na ilha.

— Bom dia. – desejei sorrindo.

— Bom dia. – responderam em uníssono. – Estou cozinhando, espero que não ligue de eu mexer em suas panelas. – completou Esme.

— É claro que não ligo, pode se sentir em casa. Precisa de alguma ajuda? – ofereci.

— Toda ajuda é bem-vinda. – agradeceu.

— Ei, você recusou minha ajuda quando ofereci. – disse Amber.

— Mas é claro, você consegue estragar até uma caneca de leite. – respondeu Esme revirando os olhos e largando a panela no fogo, andando até a garota. – Mas eu te amo mesmo assim. – disse beijando sua testa.

Amor de mãe. Eu sentia falta daquilo, sentia falta com o fundo de minha alma. Olhar para todo o carinho e cuidado de Esme e Carlisle com os filhos fazia com que eu me sentisse ainda mais sentimental em relação aos meus pais. Mas não doía mais.

Eu sentia a falta constante de meus pais. Queria poder procura-los quando eu me sentia sozinha, quando estava com problemas ou quando precisava tomar decisões. Queria procura-los apenas para tê-los por perto. Mas eu entendia que nunca os teria de volta, pelo menos não nesse plano. Então eu apenas me deixava pensar nos bons momentos que passamos juntos e me agarrava a cada memória que tinha deles, como o cheiro de café forte que Charlie tinha pela manhã e do perfume doce que Renée usava.

Não deixaria eles morrerem em minha memória, contaria sobre eles para meus próprios filhos, quando eu os tivesse e antes disso, compartilhava minhas lembranças com Edward e qualquer outra pessoa próxima o suficiente.

Esme voltou para a frente do fogão e eu a ajudei, preparando uma calda rápida de chocolate, para acompanhar as panquecas. Ela me tratava com carinho e amor, como se eu também fizesse parte de sua família desde sempre e eu a amava por isso.

Edward desceu as escadas ainda de pijama e eu ri, pensando em como ele poderia ser preguiçoso em seus dias de folga. Ele deu bom dia para seus pais, bagunçou o cabelo de suas irmãs e me deu um novo beijo de bom dia, dessa vez mais quente.

Nós nos sentamos juntos, ao redor da ilha e tomamos o café da manhã tranquilamente, conversando amenidades.

— Bella, o que devemos vestir para o jantar de hoje a noite? – perguntou Amber.

— É Bella, eu tenho um vestido lindo. Mas não trouxe nenhuma sandália que combine com ele. – disse Gianna com um pequeno biquinho se formando em seu rosto.

— Ah, não precisa se preocupar com roupa. Meus pais sempre vestiam as roupas mais confortáveis possíveis. – falei dando de ombros. – Mamãe se recusava a colocar um salto no natal e papai vestia jeans.

— Nada de vestido? – perguntou Gianna parecendo decepcionada.

— Se você se sentir confortável com ele. – dei de ombros. – Você pode vestir o que quiser.

— O que você vai vestir? – perguntou Amber.

— Um suéter cinza com uma rena na frente. – respondi corando pensando no suéter e no suéter parecido que eu havia comprado para o Edward.

— Nós temos o mesmo corpo. Você pode me emprestar um? – perguntou Gianna com um sorriso leve.

— Gi, não seja atrevida. – repreendeu Esme.

— Não tem problema. – disse rindo e dando de ombros. – Tenho uma coleção de suéteres, posso te emprestar um também, Amber.

— Eu vou adorar. – disse com um sorriso largo.

Prometi então que emprestaria suéteres para as gêmeas e para Esme, Carlisle corou quando contou que havia trazido um na mala, mostrando que adorava clichês de natal como eu.

Após o café fomos juntos para uma sala com uma TV grande e arrastamos nossos colchões, preparados com pipoca para passar o dia assistindo filmes de natal, já que Alice, Jasper, Rosalie e Emmett viriam mais cedo para ajudar com a comida, então não nos preocuparíamos com isso tão cedo.

Grinch era o favorito de Esme, então o assistimos primeiro, seguido de Menores Desacompanhados, que era o meu favorito. Eu amava aquele clima de jovens bagunçando o aeroporto e secretamente desejava fazer algo parecido algum dia, eu era uma adulta com alma de criança com certeza.

Edward ao meu lado, ri com leveza assistindo o filme. Sua mão segurava firme a minha e em alguns momentos seu polegar fazia círculos em minha mão. Naquele horário no natal anterior, estávamos os dois sentados em um banco no Central Park, não havia neve, mas o frio era congelante. Eu estava feliz de tê-lo ao meu lado por mais um ano, dessa vez aquecido e alimentado.

Edward e eu havíamos feito algumas doações generosas para instituições de caridade que cuidavam de moradores de rua. Principalmente na época do Natal. Conhecer Edward havia aberto meus olhos, a vontade de ajudar outras pessoas havia se multiplicado em meu coração e ele me acompanhava com isso.

Depois de assistir O Expresso Polar, subimos os colchões e fomos nos trocar, sabendo que os convidados que ajudariam na cozinha chegariam às 18 horas.

Eu e Edward tomamos um banho juntos, mais demorado do que deveríamos, mas aproveitando para curtir o outro. Era Natal afinal, eu podia tirar um tempo para observar a barriga antes apenas seca, agora bem definida, de meu namorado gostoso e modelo. A academia estava fazendo bem para ele, conseguia perceber em seu corpo, especialmente em seu abdômen e em sua bunda firme.

Vesti uma camisa branca, colocando o suéter cinza por cima, de modo que a gola ficava de fora. Calça jeans justa, brincos pequenos e um Oxford confortável terminavam de compor meu look. Optei por um brilho labial e rímel, querendo descansar da maquiagem elaborada que eu usava todos os dias.

Edward usava um suéter igual ao meu, uma calça preta e um par de all star. Ele usava meu perfume favorito, forte e amadeirado. O cabelo constantemente bagunçado, hoje estava quase alinhado. Ele ficava tão sexy com aquela cara de garotinho da mamãe.

— Você está linda. – disse beijando-me delicadamente antes de descermos.

— Você também, babe. – respondi entrelaçando nossas mãos.

Quando descemos as escadas, pude escutar as vozes de Alice e Rose misturadas com as vozes de Amber e Gianna. Esme observava as quatro conversando com um sorriso no rosto.

— Cheguei, podemos começar? – perguntei com um sorriso largo.

— Vou chamar os rapazes. – disse Alice me dando um beijo no rosto, indo atrás de Jasper, Emmett e Carlisle.

Alice e eu havíamos crescido juntas, como irmãs, já que nós duas éramos filhas únicas. Foi natural quando nós duas escolhemos seguir carreira na área da moda. Rosalie havia se juntado a nossa amizade na faculdade, ela fazia engenharia mecânica quando se voluntariou para um desfile do nosso curso. Nós nos tornamos um trio instantaneamente, meus pais se encantaram por Rose e em poucos meses ela largou a faculdade e estava desfilando para a Swan Style.

Emmett também era modelo, era um dos modelos mais bem pagos atualmente. Apenas Jasper não estava nesse meio, sendo o dono de um pequeno, mas muito bem avaliado, restaurante.

Me sentia mal por perceber que havia negligenciado a companhia deles por um tempo, eles também eram minha família afinal. Se importaram comigo mesmo quando eu sentia dor demais e apenas tentava afasta-los. Era bom passar esse natal com eles.

A cozinha estava cheia, já que até Amber e Gianna que não cozinhavam também estavam lá. O clima quente e cheio de conversas era tão aconchegante que ninguém se incomodava com a cozinha cheia, então todos ajudavam um pouco na cozinha, com Esme e Jasper nos liderando.

Com as sobremesas na geladeira e as aves no forno, as pessoas começaram a chegar. A minha antiga babá foi a primeira a chegar, com o marido e um garotinho que aparentava ter uns cinco anos de idade.

Depois dos primeiros convidados, os outros começaram a chegar quase juntos. A ex cozinheira de meus pais, que agora trabalhava com Jasper, Joenne. Jacob, o responsável pela segurança da Swan Style, e sua esposa Leah. Alguns estilistas solteiros, algumas costureiras, alguns diretores de departamentos e Phil Dwyer com sua esposa e filha. A noite seria movimentada.

Nós, os Cullens, eu e meus amigos, servimos petiscos para os convidados e taças de vinho, tomando cuidado para as crianças, incluindo Amber e Gianna, não beberem nada alcoólico. As conversas paralelas estavam tranquilas, até entre aqueles que se atreviam a falar de política.

Eu e Alice nos concentrávamos nas crianças, deitando no chão e rolando com Anny, filha de Phil e Elizabeth, e Lola, filha de Garrett e Kate. As pequenas garotas eram elétricas, mas tão doces que eu e Alice não conseguíamos nos afastar.

Na hora do jantar, dispensamos a grande sala de jantar e todos comemos na sala de TV, alguns sentados no sofá, outros em cadeiras ou no chão.

— Bem, antes de comer, se você não se importarem, eu gostaria de falar algumas palavras. – falei chamando a atenção de todos, que ficaram em silêncio. – Bem, vou levar isso como uma permissão para falar. – disse dando de ombros e fazendo com que todos rissem. – Como todos sabem, faz quase três anos que perdi meus pais. Nos primeiros dias doía tanto que eu achei que não fosse aguentar viver sem eles, afinal eles eram meu porto seguro.

Eu respirei fundo tentando controlar minha respiração. Precisava fazer isso.

— Mas não só isso, eles eram meus exemplos. Todos aqui que tiveram o privilégio de conhecer meus pais, sim, eu sou bem orgulhosa dos pais que eu tenho. – falei tentando fazer piada e não chorar. – Bem, todos que conheceram Charlie e Renée sabem o quão maravilhosos eles eram. Charlie era firme e decidido, mas um ótimo contador de piadas. Renée era luz e alegria, tão cheia de vida – eu não aguentei naquele ponto, agradeci por não ter exagerado na maquiagem e limpei as lágrimas que escaparam de meus olhos. – Eles nunca sentiriam orgulho da pessoa triste que eu havia me tornado. Então eu tomei forças e peguei as rédeas da minha vida novamente. Eu conseguia voltar para a Swan Style e trabalhar, aos poucos voltei a sair também. Mas comemorar o Natal era demais para mim.

Todos estavam concentrados, eu podia ver Elizabeth, que era a melhor amiga de mamãe, limpando os olhos com um lencinho.

— Até que no ano passado Edward apareceu em minha vida -  eu sorri em sua direção. Ele tinha um sorriso orgulhoso no rosto. - Ele iluminou minha vida como Luzes de Natal e me fez perceber que eu sentia falta da tradição de meus pais. Então é por isso que estamos aqui. Porque eu quero comemorar o Natal, quero que a memória de meus pais esteja viva junto com suas tradições. Quero ter cada um de vocês por perto e quero compartilhar os momentos bons. Então peço que façamos um brinde natalino. À magia do Natal, aos amigos e familiares, a aqueles que amamos, vivos ou mortos. – falei estendendo minha taça de vinho, sendo acompanhada por todos. – Obrigada por virem.

Nós jantamos ainda em um clima ameno, a falta de uma grande mesa tornava tudo ainda mais informal e facilitava as conversas. Eu gostava daquilo.

— Lindo discurso, seus pais ficariam orgulhosos de você. – disse Phil ao meu lado, segurando o prato com uma mão e afagando meu braço com a outra.

— Acha mesmo? – perguntei.

— Com certeza. Cresceu tanto nesses últimos anos, mas não deixou de ser a menina amorosa que eles criaram. Estou certo que eles estariam orgulhosos de você. – sorriu para mim.

— Obrigada. – sussurrei com os olhos marejados. Eu não conseguia lutar contra, eu era uma garotinha chorona afinal de contas.

A noite se estendeu depois da meia noite, até aqueles que tinham crianças continuaram após a noite virar. Todos estavam se divertindo demais para quererem ir embora rapidamente.

Quando todos finalmente foram embora, Alice, Rose, Jazz e Emm decidiram ficar na mansão, querendo ajudar com a bagunça do dia seguinte.

Puxei Edward para debaixo de um visco, beijando-o apaixonadamente, aproveitando que não havia ninguém por perto para fazer piada sobre nosso momento.

— Está feliz? – perguntei.

— Mais do que imaginei ser possível. – disse se abaixando e colando sua testa na minha. – Nunca imaginei a volta que minha vida poderia dar depois de ser expulso do meu antigo apartamento. Mas eu me sinto realmente feliz de estar aqui, sabendo o que fazer, ao lado da minha família, com bons amigos e ao lado da mulher que eu amo. Você diz que eu trouxe luz para a sua vida, mas foi você que iluminou a minha.

— Eu também amo você. – disse o beijando. Meu coração acelerado pela pequena declaração.

Eu podia aceitar isso. Havia sido rápido, mas era calmo e firme. Seguro.  Éramos a luz da vida um do outro, mais brilhantes do que luzes de natal.


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Notas finais do capítulo

Hey! E ai, o que acharam? Vou adorar saber.
Vejo vocês em breve! Beijinhos