Prólogo - Hawaii 5-0 escrita por AnndyChiaradia


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Voltei. Não imagino quantos estão lendo, se estão gostando, mas não sou uma autora comum, o comentário fica a critério de vocês, não gosto de ficar insistindo que comentem. Não acho legal que façam isso nas histórias que leio, então não faço nas minhas, a menos que eu veja que vocês gostam de comentar, então eu incentivo, mas nessa aqui eu decidi que seria diferente, é uma fanfic muito especial para mim. Aproveitem o capítulo.

Boa Leitura!



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“Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela.” – Paulo Coelho.

 

Cerca de duas horas depois que eu acordei da sedação, Dr. Rick me liberou para ir embora. Eu pedi desculpas pelo caos que causei, mas em momento algum me arrependi, afinal apenas agi por instinto de proteção. Qualquer um teria feito o mesmo se tivesse passado pelo que passei.

— Ainda estou impressionado com o que você fez... – Danny era engraçado e sério ao mesmo tempo, ele conseguiu ir quebrando aos poucos o gelo que eu tentava dar nele.

— Eu sei que você ainda não confia completamente em nós, mas é horrível não ter um nome pelo qual te chamar... – Kono estava sentada nos pés da cama, me olhava suplicante por uma resposta concreta. Eu tentei não ceder a sua persuasão, eu tinha medo, mas eles foram tão gentis e me ajudaram tanto que não pude mais me manter fechada.

— Serena. Era assim que aquele homem e todos me chamavam.

— Espera, já vi esse nome em algum lugar... – a jovem pensou um pouco até uma luz aparecer em seus olhos.

Ela foi até a sacola de roupas que havia trazido e que estava na cadeira ao meu lado. De dentro ela retirou um saquinho que continha um colar de prata junto de um pêndulo cor de rosa, ela o estendeu para mim.

— Olhe o pingente.

Peguei o colar do saquinho e analisei o pêndulo, meu nome estava gravado em uma das faces dele. Olhei espantada para ela.

— Onde isso estava?

— Dentro de um dos bolsos do Lamartine. – todos olharam para ela que ficou um pouco sem graça. – Bom, eu tinha que levar para o laboratório para encontrar a dona e devolvê-lo, mas você me poupou muito tempo, obrigada. – ela sorriu para mim de forma meiga. - Já passamos tempo demais conversando, vou levar Serena para se trocar para que possamos ir embora.

Ela ajudou-me a levantar da cama para irmos ao banheiro.

— Eu trouxe algumas roupas minhas, espero que elas caibam em você. – Ela tirou uma blusa rosa bebê da sacola, uma calça jeans e um tênis branco.

Eu retirei aquele roupão de hospital e quando ouvi um suspiro atrás de mim, amaldiçoei-me por ter feito. Kono olhava-me espantada e seus olhos arregalados, minhas costas eram cobertas por cicatrizes, umas antigas, outras mais recentes, iguais minhas coxas e braços.

— O que acontecia com você naquele lugar Serena? – parecia que ela estava sendo quebrada por dentro. Sua voz era quase um sussurro como se quisesse que ninguém soubesse do que falávamos.  

Uma vontade muito forte de chorar me abraçou e eu abracei-a de volta, lágrimas quentes rolavam por minhas bochechas sem dó.

— Não chore, por favor, entendo se não quiser falar disso... – Kono parecia em conflito consigo mesma, conseguia ver a dor em seus olhos enquanto sua curiosidade estava aguçada.

— Aquelas outras meninas, todas passaram pelo mesmo, algumas de forma mais violenta que outras, mas todas conhecem essa dor. – eu a olhava, mas não a via. Olhava para o passado, tendo flashes de tudo o que passei. - Eu nunca tive alguém que se preocupava comigo, exceto Lucy, mas ela foi tirada da minha vida rápido demais, entende? Eu não sei o que ser feliz, conheço apenas a dor Kono, essas cicatrizes que estão na minha pele, não são nada comparadas as que tenho na minha alma.

A morena na minha frente enxugou seu rosto que também estava molhado de lágrimas e me abraçou. O silencio era o suficiente naquele momento, eu me sentia acolhida e em casa, não sei se isso é errado ou não.

— Vamos vista-se, antes que pegue um resfriado, sua imunidade está fraca e não pode ficar exposta dessa forma. – a kono durona tinha voltado, ela sorriu para mim de forma terna e eu me senti protegida. Vesti a roupa que ela trouxe para mim, ficou ótima, apenas um pouco larga, pelo fato de eu estar mais magra que meu peso normal.

— Serena eu notei uma marca diferente das outras nas suas costas. O que é? – a policial arrumava meu cabelo em um coque meio preso. E eu sabia exatamente do que ela falava.

— É uma meia Lua, a tenho desde sempre, ela cresceu comigo, literalmente. Acho que é a coisa mais bonita que tenho em meu corpo.

— Não seja boba garota, você é linda, precisa apenas engordar um pouquinho... – ela demonstrou o pouquinho com os dedos, polegar e indicador, pouca coisa separados. Eu sorri para ela enquanto saiamos do banheiro.

— Desculpem a demora rapazes, estávamos resolvendo uma coisa.

Eles pararam de conversar para nos olhar. Fiquei um pouco desconcertada pela forma como Steve me analisava, meu coração acelerou mais do que devia, mas preferi ignorar essa sensação.

— Bom, então acho que já podemos ir embora. – Danny se levantou da cadeira assim como o moreno e nós saímos do quarto.

— Uma pergunta Serena...

— Pois não? – olhei para o comandante.

— Quantos anos você têm?

— Eu parei de contar a muito tempo, mas acho que é entre 23 e 24...

— Sério? – vi os olhos de Danny brilharem. – Então eu ganhei Steve...

— Peraí, apostaram para saber qual a idade dela, vocês são tão crianças... – Kono revirou os olhos, eu não tinha entendido muito bem, apenas ri.

— Em quanto você tinha apostado comandante? – perguntei curiosa ao homem alto ao meu lado.

— Entre 18 e 19...

— Uau, pareço tão nova assim?

— Bom, você é pequena, me parece frágil e indefesa, não consegui te imaginar mais velha... – ele deu de ombros, encerrando o assunto.

Senti-me incomodada com essa aparência que ele descreveu, posso ser ingênua perante o mundo, mas não sou frágil, muito menos indefesa.

— Para onde vão me levar? – eu estava ansiosa para sair daqui e com medo do que iria acontecer depois.

— Vamos para a Sede da 5-0. Precisamos decidir onde você vai ficar... – eu olhei para o moreno de olhos claros, aquilo não me parecia bom, se nem eles sabiam o que fazer comigo, como eu vou saber...

Quando saímos do hospital e eu olhei para a rua, a sensação de liberdade que eu senti foi, simplesmente, a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo. Eu nem havia percebido que tinha parado no meio da calçada, até que vi os três olharem-me confusos.

— Serena você vai comigo. – Kono abriu a porta do carro para mim, os meninos entraram no carro ao lado.

A nossa viagem até a Sede não demorou como eu imaginei, deve ter sido por conta de que eu nem reparei no caminho, só tinha olhos para as ruas de Honolulu. Eram lindas, eu parecia uma criança que acabara de começar a conhecer o mundo, sinceramente, era exatamente assim que eu me sentia.

Não havia muitos carros estacionados em volta de uma construção grande, parecia um castelo. A morena logo estacionou seu sedan vermelho e Steve parou com seu ao nosso lado e todos nós saímos dos carros. Eu não tinha ideia do meu nervosismo, até que meu coração começou a palpitar em meu peito, quase chegava a doer.

— Bem-vinda ao Palácio Iolani Serena, a sede da força-tarefa 5-0. – Steve me apresentou o lugar.

Assim que a porta abriu para um “novo mundo” eu fiquei impressionada, o lugar era em iluminado, varias pessoas andando de um lado para o outro, eles me conduziram até a entrada de uma sala com portas de vidro, pude sentir meus olhos brilharem ao ver aquele monitor gigantesco preso na parede, era o Mapa Mundi, só que nada convencional, cada continente tinha sua cor especifica, varias luzinhas que piscavam o compunham. Vi mais dois homens na sala, um era alto e negro, forte e careca com ar de experiência e ranzinza, falava ao telefone e parecia bastante irritado. O outro parecia asiático com suas pálpebras puxadas e cabelo preto. Sua expressão era suave, mas seus olhos diziam que ele já viu muita coisa nessa vida.

— Finalmente chegaram. – o homem asiático veio até nós.

— Aloha, eu sou Chin Ho Kelly. – ele sorriu para mim, era tão sincero e puro seu sorriso que eu não consegui não retribuir. Apertei sua mão levemente que estava estendida para mim.

— Prazer. – limitei-me em dizer.

— E aquele lá trás, é o Capitão Grover. – Chin Ho apontou para o outro.

— Eu me chamo Serena.

Capitão Grover veio até nós após desligar seu telefone. Sua expressão fechada me assustou um pouco.

— Lou, essa é Serena, uma das garotas que nós resgatamos.

— Aloha. – ele disse apenas.

— Algum problema capitão? – Steve, que estava posicionado mais frente o questionou.

— Minha filha, problemas na escola, está mais rebelde que o costume. – ele suspirou cansado. – Preciso ir para casa...

— Tudo bem, tranqüilo, nos vemos amanhã.

O homem apenas confirmou com a cabeça, pegou seu casaco em uma cadeira que estava ao lado de frente para uma mesa.

— Foi prazer Serena. Aloha pessoal. – e foi embora.

— Ele me da medo. – acabei pensando alto demais.

— É, ele da em todo mundo. – Danny comentou e todos riram.

— Ok pessoal, temos assuntos para tratar. – meu coração voltou a acelerar quando Steve disse essa frase.

— Antes de qualquer coisa, devo dizer que não quero atrapalhar ninguém. Não se preocupem tanto comi...

— Olha, pode parar Serena. Não está em discussão te deixar sozinha em um país onde você não conhece nada nem ninguém... – olhei para o moreno de olhos claros.

— Exatamente, seria maldade fazer isso, e nós combatemos a maldade, não o contrário. – eu estava aprendendo a gostar das pessoas novamente, claro que sem exageros.

— Eu até poderia oferecer meu quarto de hóspedes, mas Jerry o está alugando. – Chin se desculpou.

 - Quem é Jerry? – eu indaguei.

— É um consultor da equipe... Meio louco, mas legal. – será que o detetive Willians é sempre assim, sínico?

— Eu infelizmente moro em uma kitnet, mal cabe a mim e a Grace quando passamos o fim de semana juntos. – Danny também se desculpou.

Foi à vez de Kono se pronunciar.

— Eu estou hospedada no hotel Kahala, até a reforma da minha casa ficar pronta. – ela suspirou.

— Tudo bem gente, não tem problema. Eu dou um jeito, já fizeram muito em me tirar daquele inferno...

— Ei, você pode ficar em casa, tem espaço e não me incomodará em nada. – todos nós olhamos para o comandante. Ele era o ultimo que eu imaginava que me daria abrigo. Ele passa a impressão que adora estar sozinho...

— Steve, tudo bem, não precisa se sentir obrigado a fazer isso, eu...

— Não será incomodo nenhum, já disse, e está decidido.

Eu apenas consegui sorrir, não seria por muito tempo mesmo. Só até eu me adaptar ao lugar, arranjar um emprego e uma casa. Só espero que esse processo de adaptação e recuperação não demore muito.

— Boa sorte Serena, não é nada fácil morar com esse cara.

— Perai, Danny, não é fácil morar comigo?

— Vão começar de novo... – olhei para Chin que revirava os olhos, não entendi muito bem o que significava.

— Claro Steve, você é todo cheio de regras, se não for do seu jeito não funciona. Devia procurar um terapeuta, quem sabe essa sua vontade de estar sempre no controle não seja uma doença...

— A casa é minha, tem regras, todas tem. Você é que não as seguia, e eu tinha certeza que era apenas para me irritar, porque você, detetive Willians, é muito bom nisso.

Acabei não conseguindo segurar o riso e gargalhei alto demais. Esses dois são muitos divertidos, tudo isso é novo pra mim, mas não deixa de ser engraçado. Os quatros presentes me olharam confusos e sorrindo também.

— Durante toda minha vida, eu nunca tive oportunidade de ver um casal de velinhos brigando... – eles continuaram me olhando enquanto eu respirava fundo após minha crise de riso. – Mas eu tem certeza que eles seriam iguais a vocês dois...

— Você tem toda a razão Serena. – Kono me abraçou pelos ombros rindo, acompanhada dos demais.


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Notas finais do capítulo

É isso. E desculpem o desabafo lá em cima.
Até mais.



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