Prólogo - Hawaii 5-0 escrita por AnndyChiaradia


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Pois bem, aproveitem o capítulo.

Boa leitura!



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“Tudo é considerado impossível, até acontecer.” – Nelson Mandela.

 

Meu corpo todo doía, minha cabeça latejava. Eu podia ouvir sons ao longe, mas não conseguia identificá-los. Nenhum dos meus músculos obedeciam meu cérebro, era como se eu estivesse em um sonho muito profundo. Aos poucos imagens desfocadas iam aparecendo diante dos meus olhos cerrados, vi Lucy morrendo, Sra. Stretfull vindo ao meu encontro, Lamartine me batendo e pessoas estranhas invadindo o quarto. O pânico tomou conta de mim, não fazia ideia de onde eu estava, o que estavam fazendo com meu corpo e o por quê de eu não conseguir acordar.

Os sons do ambiente começaram a ficar mais altos, agora eu ouvia vozes, aparelhos, metais batendo em metais. Eu me desesperei mais, com toda a força que eu não tinha, consegui abrir meus olhos. Um clarão cegou-me por um tempo até meus olhos acostumarem, senti algo sendo colocado na minha boca que me ajudou a respirar. Havia diversas pessoas ao meu redor, elas estavam vestidas de branco e com mascaras. Eu queria perguntar onde eu estava e quem eram eles, mas minha voz não saia. Acabei caindo na escuridão novamente. Acordei outra vez, um certo tempo depois, tudo ao me redor parecia mais calmo assim como eu, que com certa dificuldade, inspirei e suspirei sozinha, minha garganta seca coçou. Tentei me mexer, mas alguém me impediu. Uma mulher de meia idade com expressão serena me olhava.

— Não faça nenhum movimento senhorita, você ficou muito tempo deitada, isso só vai machucar a si mesma. – ela sorriu, e eu confirmei com um aceno fraco. – Deve estar com sede, vou buscar algo para você só, por favor, não se mexa.

Ela saiu por uma porta ao lado da cama, como eu estava extremamente inquieta e incomodada, não obedeci a seu pedido e sentei-me. Uma terrível ideia, devo dizer, meu corpo parecia que havia sido moído.

— Você é bastante rebelde mocinha. – a enfermeira me assustou, porém não parecia brava. – Trouxe-lhe água, o doutor disse que é o máximo que pode tomar, já que está há bastante tempo sem se alimentar direito. – peguei o copo e aproveitei da água, contudo assim que ela tocou meu estomago, uma forte vertigem me acertou. Em pouco tempo, a água que eu havia bebido estava dentro de um balde, no qual a ágil enfermeira me deu. Era uma sensação péssima, a fraqueza tomou conta do meu corpo novamente. Ela me ajudou a deitar e arrumou as mantas em cima de mim. – Fique assim, vou chamar o médico para vir examiná-la. A propósito pode me chamar de Marie. – ela sorriu antes de sair pela mesma porta.

Então eu estava em um hospital, mas como eu havia chegado aqui e quanto tempo eu estava desacordada? Tentei lembrar-me de algo importante, mas minha cabeça apenas doía. Fechei meus olhos e supliquei as forças maiores que nada disso fosse um sonho e que eu realmente estivesse fora do alcance de Lamartine. Algumas lágrimas escaparam dos meus olhos, soluços roucos passavam pela minha garganta e uma esperança enorme se apoderou de mim.

— Espero que essas lágrimas sejam de alegria mocinha. – Marie havia voltado para o quarto, porém não estava sozinha. Dois homens a acompanhavam. Um vestia um jaleco branco e comprido, era careca e tinha um bigode avantajado, deduzi que fosse o doutor, o outro ,porém, era mais jovem, cabelos baixos, castanhos e desalinhados, olhos azuis esverdeados como o oceano. Eu senti certa segurança naqueles olhos, mas não dei muita importância, afinal eu não o conheço, não posso confiar nele.  

Marie ajudou-me a sentar novamente, perguntando a todo o momento se eu estava bem e confortável. Ela era muito amável e tinha um carinho de mãe comigo. Voltei meus olhos para os homens que nos observavam, um tremor passou pelo meu corpo e eu me encolhi, isso não passou despercebido pelo moreno, contudo ele não disse nada.

— Boa tarde senhorita, sou o Dr. Rick e estou acompanhando o seu caso desde que chegou aqui. – ele analisou uma prancheta em sua mão. – Não há nenhuma sequela cerebral, nos órgãos ou físicas. Acho que você só precisará ficar aqui por mais um dia para alguns exames finais e para acompanhamento, depois eu lhe darei alta. – aquelas palavras me pegaram de surpresa, eu não tinha para onde ir, não sabia nem onde eu estava.

— Acho que você tem varias perguntas que eu acredito que poderão ser respondidas pelo Sr. Mcgarrett aqui... – ele apontou para o homem ao seu lado. – Vou preparar o restante dos exames, enquanto isso vocês podem se conhecer e conversar um pouco.

Dr. Rick levou Marie com ele, alegando que ela o ajudaria na preparação dos exames, e assim ficamos apenas eu e o tal Mcgarrett no quarto. Senti-me incomodada pela forma como ele me olhava, o silêncio entre nós me deixava apreensiva. Encolhi minhas pernas e abracei os joelhos, ele sentou no pé cama um pouco longe de mim. Vi-o abrir a boca algumas vezes até suspirar como se estivesse pensando no que dizer.

— Eu sou o comandante Steve Mcgarrett... – ele esticou o braço para um aperto de mão, porém como eu não movi um músculo ele puxou-o de volta. – Por favor, não tenho a intenção de lhe machucar, não tenha medo. Antes de te explicar o que faz aqui, poderia me dizer seu nome?

Eu apenas virei o rosto, sei que posso estar parecendo infantil, mas depois de tudo o que passei não posso confiar em alguém que não conheço.

— Tudo bem senhorita, eu lhe entendo. – ele soltou um sorriso fraco e continuou. – Faz uma semana que veio para esse hospital e está desacordada desde que te tiramos daquela mansão. – nesse momento eu me assustei, então ele fazia parte daquele grupo que invadiu a mansão de Lamartine. – Eu sou agente e líder da 5-0, uma organização que opera no Havaí, local onde você está agora.  

— Então Jacques está preso? – uma alegria começou a crescer dentro de mim. Steve me olhou, sorriu e confirmou com a cabeça. Não pude conter minhas lagrimas, essa era a melhor noticia que eu poderia receber.

— Gostaria de me contar o que acontecia naquele lugar? – eu balancei a cabeça. Não gostaria de lembrar aquelas coisas tão cedo. – Ok. Hum... Devemos esperar os exames do Dr. Rick, e assim que ele te liberar, nós te levaremos para casa.

E agora? Será que eu devia contar a ele que não tenho ninguém, nem mesmo um sobrenome? Algo me dizia para confiar nele, mas eu não podia arriscar...

— Onde você morava antes de ir parar naquela mansão? Você se lembra? – antes de eu responder, uma moça morena e alta, muito bonita, entrou no quarto.

— Chefe! Achei que ninguém tinha vindo aqui hoje ver como ela estava, ouvi algumas enfermeiras falando que ela havia acordado, por que não nos avisou? – ela me olhou e sorriu.

— Não avisei porque faz pouco tempo que ela acordou. Estava falando com o Doutor antes de tomar qualquer decisão. E senhorita, essa é Kono Kalakaua, uma agente como eu. Ela cuida dos disfarces e do armamento e da parte tecnológica da força-tarefa.

— Kono... É um nome bonito. – eu sorri sem graça de ter pensado isso alto, pareço uma criança de três anos que está conhecendo o mundo agora. – Desculpe o comentário.

— Não tem problema, eu até fico feliz quando dizem isso... – ela sorriu de volta.

— Bom senhorita, você se lembra de onde morava antes de ir parar naquele lugar? – Mcgarrett repetiu a pergunta observando-me intensamente.

— Eu morei em um orfanato até meus oito anos, depois eu fui para a mansão... Ou seja, eu não tenho um lugar para morar. Mas eu dou um jeito, não quero ser um estorvo para ninguém... – aprecei-me em dizer, realmente não quero atrapalhar.

—x-

Antes de Steve ou Kono pensarem em qualquer coisa para responder a garota, Marie entrou com mais dois enfermeiros.

— Com licença, mas os senhores precisam sair, por favor... Precisamos arrumar a paciente para os exames. – Kono olhou para a garota e pode vê-la tremer levemente com a aproximação dos enfermeiros, ela estranhou, porém manteve-se quieta.

— Estaremos esperando na recepção senhorita. – Steve sorriu para Helena em uma tentativa de manter tanto ela quanto ele calmos, mas ele podia sentir que havia algo errado.

Eles saíram do quarto, um corredor longo e extremamente branco até uma porta de vidro se seguia na frente deles.

— Chefe o que faremos com ela, é ilógico nós deixarmos ela à deriva em uma cidade desconhecida... – a preocupação da jovem era visível tanto em seus olhos como em sua voz.

— Avise ao Danny, peça para que ele venha nos buscar e que a levaremos para o palácio e lá decidiremos o seu destino. – ele também estava preocupado, escorou na parede do corredor onde permitiu-se respirar profundamente. Desde que a viu nos braços daquele monstro, sentia algo diferente, mas ele não podia afirmar com certeza.

— Danny já está vindo. Ele disse que tem um apartamento perto da sede que está desocupado e que ela pode ficar lá, mas disse que a decisão cabe apenas a ela se quer ficar ou não. – Kono apareceu ao lado dele e também se apoiou de costas para a parede.

O moreno abriu a boca para responder, mas um barulho alto de algo caindo ao chão chamou-lhe a atenção. Mais barulhos foram ouvidos, então ele e moça correram até a porta do quarto da castanha com as armas já preparadas para qualquer eventualidade, chegaram junto do Dr. Rick e Marie. O quarto estava bagunçado como se tivesse ocorrido uma briga lá dentro, no canto perto da janela viram a garota recebendo uma injeção no braço e logo em seguida apagando nos braços de um dos enfermeiros. Steve ficou paralisado e Kono estava vermelha, não dava para saber se era de raiva ou susto.

— O que aconteceu aqui? – Dr. Rick não estava nada contente. Marie foi até Helena que havia sido colocada na cama.

— Nos desculpe senhor, mas ela entrou em pânico, eu e Jonh estávamos preparando os equipamentos, anotando a sequencia dos batimentos, quando ela nos atacou... A sedamos, mas só vai durar no máximo 15 minutos, foi uma dose minima. – o enfermeiro Parcker, como estava escrito no crachá, estava com uma corte na mão e Jonh com um na bochecha.

— Ela se defendeu? – Dr. Rick perguntou, olhou para a tela do equipamento quebrado no chão.

— Sim, ela pulou da cama, como se fosse fugir, mas acabou tendo uma tontura e se apoiou mal no equipamento, fazendo o monitor Multiparâmetros se despedaçar no chão, ela acabou pegando um caco de vidro e nos cortou.

— Tudo bem Parcker, podem ir cuidar dos ferimentos. – o doutor esperou até eles saírem para continuar. – Isso é estranho, ela não parece ter indicio de violência...

— Ela não teve uma vida fácil Dr. Rick, ela era abusada desde os 14 anos, é normal que ela tenha aversão a homens, principalmente sozinha em uma sala com dois... – Kono  estava com cara de poucos amigos, sentia seu coração pesar por saber o que ela havia passado. – Desculpe, mas foi negligência o que fizeram.

— Espera aí Kono, eles não tinham como saber o que havia acontecido, ela contou apenas pra gente. – Steve afagou o braço da jovem, porém ela se desfez do aperto e saiu do quarto com a cara fechada. No corredor, ela esbarrou com uma pessoa, mas nem se deu ao trabalho de olhar quem era ou pedir desculpas.

Mcgarrett não conseguia entender o porquê de toda aquela reação dela, Kono sempre soube controlar muito bem seus sentimentos e emoções.

Danny que acabara de chegar para buscá-los, achou estranho toda aquela movimentação, Kono havia esbarrado nele nem ao menos se desculpou, mas não a seguiu, sabia que ela prezava muito sua liberdade e privacidade, e que também era um pouco solitária. Ele entrou no quarto e viu Steve perto da cama da garota que salvaram, o chão cheio de vidro e um monitor quebrado.

— O que houve aqui?

— Danno! – o moreno andou até o amigo e arrastou-o para fora. – Você chegou rápido...

— Estava perto daqui quando Kono ligou.  Mas e ai, o que aconteceu naquele quarto?

— A garota... – Danny o olhou confuso e Steve suspirou cansado. – Ela atacou dois enfermeiros, quebrou o monitor e os cortou com um caco de vidro.

— O quê? Tudo isso sozinha? – o loiro dos olhos claros estava surpreso. O comandante apenas meneou a cabeça. – Uau, ela até parece com você quando está se sentindo ameaçado... Mas por que ela fez isso?

— Haha engraçadinho, não sei. Sabe-se lá o que ela passou na mansão, talvez se sentiu ameaçada e se defendeu. Kono provavelmente acha isso, depois que compartilhou essa hipótese saiu daqui parecendo muito irritada.

— Que estranho...

Steve bufou, ficaram ali por 15 minutos conversando sobre o que fazer com a jovem sedada, mas assim que o comandante teve a visão do corredor, viu a policial chegando com uma sacola.

— O que houve com você? Saiu de repente, me deixou preocupado... – Danny colocou a mão no peito e dramatizou sua fala. Estava tentando deixa o clima melhor.

— Você não se preocupa com ninguém além de você mesmo querido, então sem drama ook? Não caio na sua... – ela apertou a bochecha dele e sorriu. – Fui até meu apartamento pegar uma troca de roupas para a garota. Meninos, acho que eu devo levá-la até a Sede, evitar homens perto dela nesse momento é o melhor, o que me dizem?

— Claro... Não quero ser o próximo a ser atacado. – o loiro respondeu e Steve concordou. – Mcgarrett vai comigo, estaremos atrás de você.

— Ótimo.


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Notas finais do capítulo

É isso!

Até mais.



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