Ponto de Virada escrita por Cami


Capítulo 5
Capítulo 5




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—Annabeth! O que ele está fazendo na sua cama?? - minha mãe tinha um ótimo jeito de me acordar. Quase tive um infarto, acho que Luke também. Ele me olhava com os olhos arregalados, como se tivéssemos sido pegos fazendo algo errado, o que não tinha sido o caso. 

—Calma mãe, vou te explicar tudo – eu disse, e ela não queria escutar nada. Só berrar comigo mesmo. Mas quando consegui dizer tudo, a fera se acalmou e até olhou de forma agradecida a Luke. Ele estava encolhido na cama, como se minha mãe pudesse explodir sua cabeça, só com o poder do pensamento.  

Depois de alguns minutos de lucidez ela fechou a cara novamente e me olhou de forma ameaçadora: 

—Se eu achar ele de novo na sua cama, você está fudida comigo! - e saiu do quarto. Ela tinha que dar uma de durona as vezes. Mesmo que adorasse Luke. 

—Foi melhor do que eu achava – falei e sentei ao seu lado. Ele me olhou concordando, ainda com um pouco de medo. Sorri e ele pareceu relaxar.  

—E agora? - ele perguntou, eu sabia exatamente sobre o que ele queria saber.  

—Não sei – respondi, mas queria saber o que aquilo podia dar – quer ir no parque? Podemos tomar um sorvete. 

Seu sorriso aumentou e ele assentiu.  

Trocamos de roupa, dei um beijo na mamãe e avisei que iria sair. Ela concordou, mas olhou desconfiada para nós, prometendo com os olhos que iriamos conversar sobre isso depois.  

Enquanto andávamos pela rua, ele segurou minha mão, e eu não afastei. Era estranho, conhecia ele desde os sete anos, por muito tempo éramos como irmãos, quando isso mudou? Não fazia ideia, mas eu podia arriscar, não é? É como o ditado, quem não arrisca não petisca. Mas e o Percy? Só de pensar nele, sentia uma animação, como se borboletas voassem no meu estômago (sim, bem brega mesmo). Enquanto isso, lá estava eu de mãos dadas com Luke, e me sentindo bem. Como se aquilo fosse certo.  

Chegamos ao parque e logo avistamos aquela pequena lojinha, quase invisível, mas adorável. Parecia um chalé escondido entre as árvores. Tinha todos os sabores que você pudesse imaginar. Era um lugar perfeito para um encontro, com flores em volta e de frente para o lago. 

Cada um pegou uma casquinha de dois sabores e sentamos embaixo de uma árvore.  

—O que nós somos, Annie? - Luke perguntou de repente. 

—O que você quer dizer? - eu sabia, mas queria ganhar tempo, para não falar nenhuma bobagem.  

—Ficantes, amigos... coloridos? - ele perguntou com um sorrisinho que quase me fez dar um tapa nele.  

—Acho que devíamos descobrir juntos – eu disse, e ele deve ter pensado que foi uma deixa para se aproximar. Colocou o braço sobre meus ombros e me puxou para perto. E então nos beijamos, sem nenhuma pressa e com gosto de sorvete.  

—É uma boa ideia, temos tempo – ele disse e eu concordei. Não queria nos comprometer e depois eu acabar encanada com o Percy. A última coisa que eu queria era magoar Luke. Estava feliz por ele não forçar nada – Mas tenho que te avisar, você vai estar caidinha por mim em uma semana. 

Como ele era convencido!  

—Cala a boca, Castellan – respondi rindo e empurrando de leve seu ombro.   

Ele fingiu estar super ofendido, o que só me fez rir mais.  

O resto da tarde foi tão bom quanto o começo, e odiei ver o Sol se por naquele maldito horizonte.  

Luke me levou para casa, conversamos e andamos abraçados como um verdadeiro casal. Era  estranho, mas estava gostando. Era bem melhor que ficar me lamentando no quarto. E na verdade, ele tem se mostrado muito mais do que eu achei que seria, e do que sentia. Paramos na frente da minha porta e ficamos nos olhando por alguns instantes, antes de puxá-lo contra meu rosto e dar um beijo de despedida. Ele correspondeu bem, e não queria mais me soltar.  

—Tenho que dar uma estudada para a prova segunda, você também deveria – eu disse e ele me olhou com tédio.  

—Estraga prazer. Te vejo segunda, então - me deu um último selinho e foi embora.  

Entrei em casa rindo feito boba. A luz acendeu e eu quase morri do coração, de susto.  

—Sabe a quanto tempo estou te esperando? Não tem telefone, não? - falou Thalia, minha mãe estava do lado, rindo da situação, ou seria da minha cara mesmo? - além disso, tive que descobrir pela sua mãe que você foi em um encontro com o Luke?! 

—Desculpa! Eu ia te ligar quando chegasse em casa. Eu nem vi que você me ligou tanto – olhei o celular e vi 17 ligações perdidas – Caramba! Quem morreu?  

—O relacionamento da Rachel e do Percy! - ela disse tão ansiosa que nem reagi.  

—Como assim? Eles estavam juntos na festa ontem.  

—Depois que você saiu, eles tiveram a maior DR do ano na frente de todo mundo. Ele inclusive confessou que te beijou e ela deu o maior tapa na cara dele. Ficou até a marca dos dedos dela. 

Agora que fudeu de vez. O que eu iria fazer? Passamos o resto da noite conversando. Contei-lhe tudo o que aconteceu na festa, em casa e no parque. E como eu, ela não sabia o que dizer para me ajudar. Resumindo: que os deuses me ajudem segunda. 

A noite, quando Thalia já tinha ido embora, fiquei refletindo sobre o dia. O quanto Luke me fazia bem, e como tinha sido bom, tranquilo sem tremendas conturbações. Do outro lado estavam aqueles olhos cor do mar, que me faziam perder o chão, e meu mundo girar. Todos aqueles sentimentos me invadiram em tão pouco tempo. Nem conseguia lembrar como era antes de tudo isso.  

Quando a segunda chegou, eu entrei com o cu na mão pelos portões da escola. O primeiro a me achar foi Luke. Ele me deu um beijo na bochecha e segurou minha mão. Sentamos na mesa, com o resto do pessoal e logo Percy chegou. Sentou na cadeira de frente para mim, e logo senti o climão se instalar na mesa. Ele me encarava, enquanto Luke mutilava ele com os olhos e eu tentava amenizar tudo conversando com a Thalia, que tentava não gargalhar da situação. O resto do povo, estava só observando sem entender.  

Depois de uns vinte minutos o sinal da aula tocou. Luke me deu um beijo na bochecha, na verdade no canto da boca, e eu gelei um pouco.  

—Te vejo mais tarde – ele disse, dando uma piscadela.  

Sorri e caminhei em direção a minha sala, sem poder olhar para aqueles olhos verdes, não tínhamos trocado meia palavra. Mas ele me seguiu.  

 


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo.



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