15 anos atrás


Adrien estava apreensivo. Não queria fazer aquilo de jeito nenhum, mas se via obrigado se queria protegê-la.

Estava controlando-se para não chorar, ficar sem o amor da sua vida era menos pior do que vê-la morta.

Esperava pacientemente pela azulada atravessar a porta do apartamento (O qual dividiam há três meses). Não queria que ela chegasse agora, não queria vê-la sofrer mais do que ele próprio sofria.

Passou uma hora, tempo em que o Agreste pensava um jeito de falar sem mágoa-la. Quando ela atravessou a porta extremamente sorridente.

— Adrien, que bom que já chegou. Tenho uma coisa para te contar - A Dupain-Cheng falou assim que avistou o loiro sentado no sofá. Ela trazia consigo um papel. Estava tão feliz que por um momento, o rapaz pensou em desistir do que iria dizer, porém não poderia arriscar.

— Marinette, tenho uma coisa para te falar, é urgente. - Levantou-se e pôs as mãos nos ombros da garota. - Eu quero terminar com você.

— O que? Fala sério, Adrien - Marinette riu mas parou quando viu a feição sériada pessoa a sua frente. - É sério? Mas porque Adrien? Você tem que dá uma satisfação para mim. - Ela tirou as mãos de Adrien e o empurrou - Qual é a sua desculpa para me dispensar assim - Passou as mãos no rosto - Você não pode fazer isso, não afora que eu descobri que - Ela deixou a frase no ar.

— Descobriu o que? - Adrien perguntou curioso.

— Não tente mudar de assunto.

— Eu estou com a consciência pesada. - Baixou a cabeça, lembrando as construções que seu pai lhe passou. Olhou de canto para a azulada que tinha uma expressão de confusão. Desviou o olhar novamente - Eu te traí. Com a Rossi.

— O QUE? - Marinette gritou para todos ouviram - COMO ASSIM VOCÊ ME TRAIU COM A LILA, ADRIEN?

Essa reação surpreendeu o loiro. Ele não esperava essa reação. Esperava que ela ficasse triste e chorasse, mas o seu olhar era de puro ódio.

~*~ Adrien ~*~

— Há quanto tempo? - Perguntou rangendo os dentes e apertando os punhos.

— Dois meses. - respondi. O que era uma mentira, claro. Eu amava Marinette, e nunca a traíra.

— Ótimo. - Ela fechou os olhos tentando se acalmar. Ela apontou para a porta. - Saía, agora e volte mais tarde.

— O que?

— Eu vou arrumar as minhas coisas, e durante esse tempo não quero olhar para a sua cara. - Suspirou - E como você deu a maior parte do dinheiro para comprar esse apartamento, eu saio.

— Pode ficar. - Eu olhei para baixo segurando as lágrimas. O que ela falou partiu o meu coração - Eu vou me mudar para o Rio de Janeiro - suspirei - com a Lila.

— Bom pra você. - Ela estendeu a mão. A princípio eu não entendi. - Me dê o seu Miraculous. Se não vai estar em Paris, não precisa dele.

Arregalei os olhos. Não pensava que teria que fazer isso. Eu iria me afastar de Plagg. Já não bastava me afastar dela. Eu ia perder tudo no mesmo dia.

— Por que? Eu posso -

— Rio de Janeiro fica no Brasil. Pelo meus cálculos, é bem longe daqui, óbvio. Não tem como você vir para cá, toda vez que tiver um Akumatizado. - Respondeu fria. Nunca a tinha visto assim. Não a minha Marinette. - Agora me entregue o Miraculous, deixe Plagg comigo e saia daqui antes que eu esfregue a tua cara no asfalto.

Mesmo a contragosto eu entreguei o anel e sai. Quando eu entrei no elevador foi o suficiente para as minhas lágrimas, antes presas, caírem descontroladamente.

Adeus, Bugnette

Teria uma conversa com meu pai depois.

~*~ Marinette ~*~


Meu dia tinha começado tão bem, ainda mais com a notícia que recebi, a qual Adrien com certeza ia ficar feliz tb.

Mas como nem tudo são flores, ele me veio com essa de traição. Eu simplesmente não aguentei e expulsei-o.

Agora eu estava às lágrimas jogando as minhas roupas e tudo o que fosse meu dentro da mala. Eu estava com o anel dele. De longe Tikki e Plagg observam-me preocupados.

— Marinette, não fica assim. Vai fazer mal para o -

— Tikki, liga pra Alya - Interropi-a jogando o meu celular em sua direcção.

— Eu não acredito que Adrien realmente fez isso. - Falou Plagg para si mesmo. - Marinette não acredita na palavra dele. Ele está sendo ameaçado.

— Plagg, eu sei que você só quer defender o Adrien, mas você tem que ver que ele te abandonou. - Eu disse para Plagg que só assentiu.

"O que foi , Marinette" - Tikki botou o celular ao lado de meu ouvido. - "por que você tá chorando?"

— Alya, posso dormir aí na sua casa?

"Pode, mas o que aconteceu?"

— Depois eu te explico. Chego em meia hora. - Botei a mochilas em minha costa e peguei a mala. - Vamos, Galera - os Kwamis entraram dentro da bolsinha rosa que eu sempre carregou.

Suspirei, e deixei o apartamento.

~*~

— Juro que Mato aquele desgraçado - Alya gritou de raiva pra todo mundo ouvir, logo após que terminei a minha narração. Ela olhou pra mim. - Ah, menina. Olha pra você. Você não vai ficar melhor se comer sozinha um pote de sorvete inteiro. - Apontei para o chão, mostrando os outros potes vazios - ou cinco potes de sorvete. - corrigiu-se me abraçando - Não fica assim, Mari. Ele não te merecia.

E ela ficou me controlando por horas e eu
choramingar por horas. Até a campainha tocar.

— Deixa que eu atendo. - Alya se levantou e me deixou sozinha com meus sorvetes - EI, MARINETTE É PRA VOCÊ. - Levantei reclamando e arrastei os pés até a porta.

Não esperava por uma visita agora. Ainda mais por essa visita.

— Clhoé.

— Marinette. Eu soube o que aconteceu, não me pergunte como. Eu te procurei em todos os lugares e então pensei que você poderia está aqui. - Ela falou rapidamente. O que era anormal de seu comportamento, mas seu olhos tinham compaixão. Decidi confiar em suas palavras, afinal uma vez já lhe emprestei um miraculous.

Então a minha ação seguinte surpreendeu não do a Alya, Clhoé, e provavelmente os Kwamis, mas também surpreendeu a mim. Eu lhe abracei e desabei.

— Clhoé, por que ele fez isso comigo? Eu merecia isso? Eu sempre fui fiel com ele e ele me disse que me traiu com a Lila. - Ela passou a mão no meu cabelo. Parecia nem se importar em eu está molhando o seu casaco.

— Ele é um babaca. - Foi só o que ela falou.

— Não é melhor entrar? - Alya perguntou nos puxando para o sofá. - Querem alguma coisa? - Senti Clhoé balançar a cabeça em negação.

— Eu quero meu sorvete! - respondi ainda em seus braços.

— Quantos potes você já comeu? - Clhoé perguntou e Alya respondeu "dez" o que era mentira, eu só comi 9. Nem sei de onde surgiu tanto sorvete. - MARINETTE, EU SEI QUE UM FIM DE RELACIONAMENTO É RUIM, MAS VOCÊ NÃO PODE FICAR GORDA. - Ela gritou

— Eu vou ficar gorda de qualquer jeito. - Dei de ombros.

— E por que essa certeza toda? - As duas perguntaram juntas.

—Por que eu estou grávida.

~*~ Adrien ~*~

Eu estava com tanta raiva, que ela poderia tomar forma de uma pessoa e falar pra eu ficar calmo. Mas não tem como eu ficar calmo.

Empurrei bruscamente a porta do escritório do meu pai. Ele e Lila esperavam pacientemente

— Já fiz tudo o que você queria. Agora pode tirar os seus vigias de cima dela. Deixe-a em paz. - joguei tudo para fora de uma vez. Lila se levantou e veio até mim com intenção de abraçar-me.

— Adrienzinho, vamos para o Brasil viver a nossa vida bem longe daquela vadia. - Disse me abraçando. Eu sai de seus braços com a cara fechada.

— Eu não vou com você, Lila. - Suspirei. E meu pai até então calado, gritou:

— Então prefere ver aquelazinha morta do que se casar com a que eu escolhi para você?

— Em primeiro lugar, Marinette não é "aquelazinha", muito menos "vadia" - falei me referindo à fala da Rossi ao meu lado - em segundo lugar, você falou que se eu não terminasse com a Marinette e não falasse que eu estou com a Lila e não me mudasse para o Brasil , iria machucá-la. Pois então terminei com ela, menti, e vou me mudar, mas em nenhuma parte do acordo você falou que eu realmente teria que ficar com ela - Apontei para a garota - O que me diz?

Gabriel levantou uma sobrancelha e me encarou com um sorriso cínico.

— Pois bem, Adrien. Realmente eu não falei isso. Faça o que quiser no Brasil. Já mandei retirar os vigias da Cheng

— GABRIEL! E a minha parte no acordo?

— Está cumprido. A Srta. Cheng já acha que você está com o Adrien. Não era isso que você queria?

— Mas é claro que não!

Saí antes de ouvir mais alguma coisa. Iria para casa e arrumar as minhas malas para ir ao Brasil.

Claro que eu não ia para o Rio de Janeiro Lila podia me procurar lá. Sempre tive vontade se conhecer Belém. Era pra lá que eu ia.

~*~ Alya ~*~

— Como assim você está grávida? - Indaguei.

— Alya, você sabe como foi. Quando um homem e uma - Clhoé começou explicando. Eu a interropi antes de saber mais detalhes

— Clhoé, isso foi uma pergunta retórica - a olhei, e ela fez uma cara de entendimento.

Olhei para minha amiga a minha frente, que ainda estava abraçada com a loira.

— Mari. Não se preocupa com a criança. A madrinha aqui vai ajudar você. - Falei, já me candidatando à madrinha.

— Como você sabia que ia ser madrinha? - Marinette deu uma risadinha pela primeira vez depois do que aconteceu.


— Quem mais seria? Eu sou sua melhor amiga - Respondi com uma cara cínica.

Claro que demoraria para ela se acostumar com o ocorrido, mas ela não ficaria assim para sempre.