Sweet Love - Uma Experiência Doce Amor escrita por Projeto Alex


Capítulo 7
O Mistério da Escola [parte 2]


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 4 parte 2



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—FORAM VOCÊS TAMBÉM QUE PICHARAM A ESCADARIA, TAMBÉM, NÃO FOI? POIS FICARÃO APÓS A AULA PARA LIMPAR TUDO ISSO! E SEM DISCUSSÃO! —A diretora continuava a gritar, vermelha que nem um pimentão.

Eu não pude dizer nada... Nem Li, inclusive, que se mantinha com a cabeça baixa, de medo. Ficamos só escutando até a diretora sair putíssima dali. Melhor assim...
Pronto, aqui estou eu, punida com a obrigação de limpar a escadaria...

—Eu não acredito! A diretora me puniu também, mas eu não fiz nada! Você deu sorte... Não demore de aparecer após o final da aula, ok? E já vou te avisando: não sou eu quem vai limpar! —A asiática pronunciou, toda descabelada.

Eu achei melhor ficar calada mas... Aquilo era tão.... —Pfh... KASPOKASPOKASPOKAPOSKASOPKASOKHAHH!

—V-você está louca? —A garota de longos cabelos negros não conseguia entender o motivo do meu escândalo cômico.

—HAHAHAH... HAH... —Eu consegui conter as gargalhadas segurando minha barriga firmemente. —Desculpe Li... Não sei o que deu em mim... Mas foi tudo tão engraçado!

Fui contar ao meu ruivo gato o fracasso do plano.

—Oi, já sabe da ultima? Minha pequena vingança se voltou contra mim.

O garoto estava comendo um hambúrguer e parou de mastigar por um instante. —Como assim?

—AI QUE RAIVA, ELA SÓ ME VIU NO ÚLTIMO SEGUNDO! —Bradei, cerrando meus punhos!

—Mas você fez isso no meio da tarde?! —Ele nem estava acreditando na minha audácia, ou seria asneira? —Você é muito idiota!

—Pois é... —Dei um sorriso sofrido. —Agora já foi, eu fui punida e tenho que limpar a pichação. Bye! —Me retirei, correndo.

—Ok, está bem... —Ele esfregou o canto do olho, ainda não acreditando no que aconteceu. —Garotinha boboca!

Na porta do ginásio estava a Iris. Com um gesto leve ela me chamou.

—Eu soube que você foi punida. Eu sinto muito por você!

—Ha há! —Não pude evitar de rir. —Não tem nada não! Afinal, eu mereci no fim das contas.

—Você precisa de ajuda? —A ruiva indagou, desejando mesmo fazer algo por mim.

—Não, tudo bem! Você acabaria tendo de ficar depois da aula também, não seria nada justo com você, mas obrigada mesmo assim.

Assim, andamos juntas até os corredores dentro da Sweet Amoris.

—Mina!... —Lá estava o representante, me esperando mais uma vez na porta do grêmio. —A diretora acabou de me falar que você foi punida porque estava pichando um armário com a Li!

—Verdade! —Eu me escorei na parede, um pouco tímida. —Eu fui surpreendida pela Li, que acabou metida nisso também e fomos sendo punidas todas as duas.

—Tisc, tisc! —Nathaniel espremeu os olhos dourados. —Eu te avisei que era uma má ideia fazer isso.

—Foi tentador... Eu só não tive sorte. —Me espreguicei na parece como um felino se coçando.

Nath pareceu um pouco perdido nos pensamentos mas logo de recompôs. —Enfim, não é grande coisa, mas qual foi sua punição?

—Bem, eu tenho que limpar a pichação na escadaria depois da aula. Mas não que eu seja uma leiga, mas como eu faço isso? Não sei onde encontrar o material de limpeza da escola.

—Ah, já vi tudo. Eu vou te arranjar um balde com sabão e uma esponja. Eu vou deixar aqui mesmo, na sala dos representantes, para que você possa recuperá-los quando quiser, certo? Você só tem que verificar de vez em quando.

—Ok, Nathaniel, obrigada! —Sorri para o loiro e dei o fora dali.

Na Sala A, Ambre e suas lacaias se conversavam entre sí até eu entrar.

A bruxa começou a me rondar: —Ha, ha! Quer dizer que você tentou me fazer um truque sujo e foi pega no flagra? A Li me contou tudo!

—Pois é... —Pelo visto tem que ser dissimulada versus dissimulada. —A coitada da sua amiguinha acabou sendo punida também, né? Hehehe —Não segurei a risada.

—Sim, mas ela só vai ficar ao seu lado para ver se você faz as tarefas como a diretora pediu. —A loira falou com uma cara de “mamãe, caguei”.

—Certo, certo... —Saí da sala calmamente, afinal, não valia a pena discutir com essa garota.

Eu teria de arrancar alguns neurônios meus para podermos nos igualar em inteligência.

Então, fui bater na porta da sala dos representantes pra verificar se o Nath tinha arrumado o material que eu precisava.

—Eu não encontrei nada aqui, não estão prontos? —Eu percorri o ambiente com os olhos mas não havia nada que eu pudesse usar na limpeza.

Ele pôs a mão sobre mim e afagou minha cabeça. —Ainda não, mas você vai ver, com o material que eu te separei, você não deve demorar muito tempo para deixar tudo limpo. —Então foi lá dentro e trouxe uma esponja abrasiva e um balde contendo uma mistura com cheiro forte dentro.

—Ok. Obrigada Nathaniel.

—Não tem de quê, Mina. Trabalhe duro, ok?

...

Eu já tinha o necessário para remover a pichação e já estava quase no fim da aula. Agora era preciso esperar a Li para limpar tudo. Os alunos começavam a passar por mim, todos indo pra casa. Mas nada da Li aparecer...

—Eu vou para casa. Vejo você amanhã.

—Até amanhã, Iris! —Respondi.

O Castiel pegou seus pertences no armário antes de sair também. —Êi! Esfregue bem e não saia muito tarde, senão você corre o risco de ficar presa aqui durante a noite.

—Vá logo embora antes que eu esfregue você! —Rí.

Nathaniel também estava se retirando: —Mina, boa sorte! Eu espero que você não vá para casa tarde demais.

—Obrigada, representante.

Então eu ouvi risos

—Ai, Ambre, ela não...

Mas ela só me deu um sorriso irônico antes de sair... Seguida de perto por Charlotte... E eu ainda não conseguia ver a Li...

Ela vai me fazer esperar muito tempo?! Com certeza ela já foi embora, discretamente...

—Êi, mas o que você está fazendo? Eu estou te esperando na escadaria desde cedo. Você pensou em ir embora, talvez. —Me virei admirada. A garota estava mesmo na escola!

—Não, eu estava te esperando aqui! —Repliquei, me sentindo mal por ter pensado mal dela, pelo menos dessa vez.

—Bom, você tem o necessário para limpar tudo? —Ela questionou, conferindo o conteúdo do balde. —Siga-me, vamos voltar para a escadaria, é no final do corredor.

Acompanhei a asiática até a segunda parte do corredor e para além dele. A verdade é que eu não havia conferido essa parte do colégio ainda. Passamos pela porta dupla pintada cuidadosamente de azul, do mesmo tom dos armários e chegamos as escadarias.

—Não conte comigo para limpar, ok? Eu vou deixar você fazer tudo...

—Já entendi... —Era justo. Apesar da pichação da escadaria não ter sido obra minha, a Li estava metida nisso por conta da minha vingança mal executada.

Eu limpei a escadaria o mais rápido que pude. Ficou tudo como novo!

Então virei para o lado e a Li tinha desaparecido. Entendi que era melhor procurá-la, indo em direção ao corredor 2.

Levou um bocado de tempo para limpar a pichação de coelho na escadaria e a de caveira na outra porta dupla. Inclusive, todo mundo já tinha se mandado e estava escuro. Todas as luzes haviam sido apagadas e a escola toda estava um breu só! Eu tinha que achar aquela garota rapidinho e voltar para casa.

Voltei a escadaria a fim de checar se ela estava lá.

—Mas o que você está fazendo? Eu saio 5 minutos e você desaparece! —Ela quase me deu um susto!

Eu disse quase...

—O que? Mas você poderia ter, pelo menos ficado perto de mim enquanto eu limpava! —Resmunguei, sem saber ao certo se estava de frente com ela.

—E aí, você terminou? Podemos FINALMENTE ir para casa? —Li estava bem apressada. Será que o escuro a assusta?

—Talvez tudo seria mais rápido se você tivesse ajudado, né? Eu digo isso porq...

Nesse instante, nós ouvimos um ruído estranho, uma espécie de risada com eco...

MWWWWAAAAAHHHHH!

—Que barulho é esse? —Me virei instintivamente na direção das escadas.

Li se tremeu inteira nas bases: —Eu-eu não sei o que é... É assustador!

—U-um pouco, é verdade, mas deve haver uma explicação... —Procurei ser a adulta da dupla.

N-nem faz m-medo!

—Você ta brincando, é isso? Você acha realmente que...

—E-eu não estou dizendo nada! —Tentei nos acalmar.

De súbito, aparece uma silhueta escura e imensa!

Hã?! O que é isso? Parece uma sombra...

—AAAHH!!!!!!!!!!!! —O berro da Li fez correr pelo meu dorso, um arrepio maluco.

—AI CARAMBAAAAAA!!! —Gritei, me entregando ao espanto.

Li e eu saímos de lá na velocidade da luz! E a li choramingando aos pulos falando que era um monstro.

...

Um novo dia começou... Da pior forma possível.

A bandida loira me abordou no corredor logo cedo. —Quer dizer que você tem medo de monstros? Ah, ah, ah! Li nos contou que você ouviu um barulho e correu como uma garotinha! Que vergonha!

Poxa! Não podia esperar até eu tomar um ar?

—Please vadia. —Eu não estava com paciência para os insultos diários da Ambre. —Ela se assustou tanto quanto eu, eu acho que até mais!

—Convença outra, medrosa! Como se a escola pudesse ser mal-assombrada, faça-me o favor... —Ela revirou os olhos duma forma que me deu vontade de arrancá-los.

—... —Não adiantava responder.

Li estava exagerando, obvio! Ela bem que poderia ficar calada ao invés de dizer besteira!! Claro, é verdade que foi um pouco assustador... Mas monstros não existem... Certo...?

—Vou dar uma volta por lá para ver se eu encontro algo. —Resolvi.

Cheguei a escadaria e encontrei... pedaços de plástico aos pés da porta dupla e pontas de cigarro em um dos degraus

—Estranho! Parece que o “monstro” não gosta desse tipo de música, e pelo visto, ele fuma o cigarro mais vagabundo do mercado.

—O Castiel entende de música, quem sabe ele não pode me ajudar a esclarecer esse mistério? —Corri até o pátio.

—Você não vai acreditar o que aconteceu comigo! —Parei assim que encontrei o ruivo.

—O que foi? Você finalmente encontrou Totó? —Ele disse rispidamente, como de costume.

—Engraçadinho... Você está atrasado em 1 episódio. —Dei um soquinho no braço dele.

—Vai, fala logo garota! Você vai me dizer qual é a sua grande novidade ou não?

—Ok. —Tomei coragem, respirei fundo e soltei: —Eu estava na escadaria com a Li e ela acha que viu um monstro!

—Ah, ah! Você tem outras como essa? —Ele zombou de mim!

Não sei porque me surpreendo... U,U

—Eu Juro! Eu e Li tínhamos acabado de limpar a pichação e algo apareceu! Nós saímos correndo! —Eu abanei as mãos nervosamente. —Não estou dizendo que era um monstro de verdade, mas tinha algo lá!

—Ah... é verdade que você estava na escadaria após as aulas, eu tinha esquecido... —O garoto se fingiu de desentendido.

—Já aconteceu com você? Você já viu coisas estranhas deste tipo por lá? —Eu dei uma de detetive.

—É verdade... —Castiel deu um passo para cima de mim. —Agora você me fez lembrar de uma coisa...

—Sim? —Eu falei, envolvida pelo ar de mistério que exalava dele.

—Eu me lembro de um boato que dizia que há algumas décadas, essa escola era um locar secreto para experiências. Um dos cientistas caiu num tonel de lixo tóxico e sofreu modificações todo o corpo...

—V-você está falando sério? —Eu estava boquiaberta com essa história!

—Mas tem horas que você é muito ingênua, viu? —Ele começou a rir de mim de novo, se divertindo com o que havia provocado em mim. —Claro que não! Monstros não existem, garotinha.

Ah bandido!

—Eu sei, mas tinha algo na escadaria! —Insisti.

—Você viu coisas, só isso. Deixe pra lá essa história. —Ele ficou nervoso do nada!

Que se exploda! —Eu vou descobrir! Se não foi um monstro, pelo menos tinha alguém por lá. Pode ter certeza! —Me contaminei com o nervosismo dele.

—Pfh! —Falando sério agora, não dê tanta importância a isso... Ninguém ta ligando, ok?

—Captei a mensagem. Mas eu volto pra te ver mesmo assim... Quando puder me dizer alguma coisa.

—Como você é teimosa... —O ruivo só faltou soltar os cachorros em mim.

Estou decidida! Vou descobrir o que está acontecendo nessa escola!

Espero que o Nathaniel possa me dar alguma explicação sobre minha investigação.

—Nathaniel! Aconteceu algo muito estranho na noite passada! —Invadi a sala dos representantes. Faço isso tantas vezes que o loiro nem se incomoda mais.

—Ontem á noite? —Me apresentou sua famosa Poker Face.

—Pois é, eu estava limpando a pichação depois da aula, lembra? —É claro que ele lembra!

Seu rosto avermelhou-se um pouco. —Ah, é verdade que você ficou aqui após a aula... E o que foi que você viu? —O garoto se fez de desentendido também.

Que marmota é essa que está acontecendo com os rapazes dessa escola?

—Adivinha! —Esperei que ele falasse por mim para que não soasse tão ridículo.

—É... Sinceramente eu não sei, eu não gosto de adivinhas, me diga, por favor.

—Um invasor! —Acho que soa melhor do que monstro...

—Cof cof! —Nath tossiu. —Um... um... invasor?

—Sim! Como um grito... e uma sombra grande apareceu! —Eu me senti tão confusa ao falar essas coisas pro representante! —A li acha que é um monstro, mas o mais provável é que tenha alguém vagando pelo colégio a noite.

O Representante deu um leve pigarreio e disse: —Vocês devem ter imaginado coisas, na minha opinião.

—A gente não podia ter imaginado a mesma coisa, ao mesmo tempo! Vou investigar isso direitinho... —Fiz bico.

—É inútil isso certo? Mesmo que eu acredite em você, não acontece nada de grave assim aqui. —Ele tentou fazer da minha idéia algo absurdo. —Não entendo porque você quer investigar isso. Você realmente acredita em monstros?

—Você sabe que eu não estou dizendo isso! De qualquer maneira, havia alguém ou alguma coisa, com certeza.—Fiquei zangada. —Eu quero entender tudo isso agora. De qualquer forma, te manterei informado.

—Como queira... —Ele ficou daquele jeito de novo como quando está nervoso.

Fui pra fora espairecer! Não consigo acreditar! Toda vez que preciso de ajuda, a galera tenta me fazer de idiota!

—Então Scooby-Doo, você finalmente encontrou o monstro? —Pronto, lá vem o outro!

—Não, mas olha só o que eu encontrei! —Mostrei os meus achados para o Castiel pra ver se dessa vez ele iria acreditar em mim.

Apesar de ele tentar demonstrar indiferença, notei uma delicada veia pulsando na testa dele. —Uau! Plásticos e bitucas de cigarro! Você ta certa, tudo ficou claro agora...

—É sim senhor! Isto não estava lá ontem. —Contei, séria.

—E daí? Que eu saiba, monstros não fumam e comem plástico. —O Castiel continuava a desfazer de mim.

—Alguém deve ter fumado lá! —Falei o que estava evidente.

—Ok, alguém fumou, e daí? A não ser contar isto para o nosso prezado representante de turma, o que você pode fazer? Isto não prova nada... —Ele desviou o olhar.

Mais uma vez o ruivo estava me tirando de tempo, mas depois que eu ponho algo na cabeça... —Eu vou ver hoje á noite se algo acontece novamente!

—Deixe isso pra lá... Ou não venha depois reclamar de ter sido atacada por alguém. —Ele bradou, irritadiço.

Não entendo o motivo de tanta raiva. Tudo o que eu digo e faço o afeta profundamente! Isso me chateia!

Deixei o idiota lá sozinho e corri para a Sala A pegar minhas coisas.

—Sua “investigação” deu algum resultado? —Nath veio até mim.

—Sim... —Eu mostrei para ele as mesmas peças que eu tinha mostrado ao Castiel. —Eu ia te mostrar naquela hora, mas... olha! Eu encontrei isso!

—Pedaços de plástico e pontas de cigarro? Isto não prova nada.

Você também?!

—Você não percebe? —Franzi o cenho. —Poxa Nathaniel, você não é fã de romances policiais?

—Eu não sei do que você está falando. De qualquer maneira, eu me dou conta que um aluno teve a liberdade de fumar no prédio, mesmo se todos sabem que é estritamente proibido fazer isso.

Como você pode ser tão cego?

—Você quer investigar comigo para saber quem fumou, enquanto eu procuro o mostro? —Não custava nada apelar para o censo investigativo do representante.

—Você não quer deixar para lá? Você está vendo que não vai achar nada. —Nathaniel desviou o olhar também, igualzinho o Ruivo!

—Não, eu vou esperar hoje á noite e ver o que vai dar. —Dei as costas para ele. Pelo visto, estou sozinha resolvendo minhas coisas de novo!

...

Eu decidi me esconder em algum lugar e esperar todos saírem para que eu possa continuar minha investigação.

Todo mundo tinha ido embora, quer dizer, não tinha muita certeza... então fui checar se realmente não tem mais ninguém por lá. Dei uma espiada na sala do grêmio, mas quando eu me virei...

—Nathaniel! Mas o que você ainda está fazendo aqui? Você me assustou! —Puz a mão na boca tentando conter meu coração que estava quase saindo por ela.

—Eu, eu... eu tinha uma papelada para fazer ainda... E você? O que está fazendo por aqui? —Ele continuava agindo estranho.

—Você sabe muito bem! Eu quero ver se o que aconteceu no outro dia se repete. —Respondi rispidamente.

—Ok, bom... Eu já vou então. Até amanhã...

—Ok, até amanhã. —Fiquei observando ele se distanciar e sair da escola.

...
Pé ante pé, movi-me até a escadaria.

—Aqui estou eu de novo... —Disse baixinho segurando o peito por cima da camiseta.

Pensando bem... Tanto o Nathaniel quanto o Castiel estavam bem estranhos quando eu falei sobre isso com eles...

MWWWWAAAAAHHHHH!

—Este barulho novamente! —Minha pressão foi bater no teto e voltou.

Ai, ai, ai, eu estava com medo e para completar, sozinha! Não consegui ficar ali, fui embora correndo.

...

No outro dia caminhei pelo corredor, com uma expressão abatida.

Eu acabei amarelando de novo ontem... Estou até com vergonha de contar pra alguém. Eu vou ver se eu encontro algo por lá de novo...

Chegando lá, encontrei bem no pezinho da escada uma palheta e bloco de notas.

—Bem, com certeza parece o tipo de coisa que é da especialidade do Castiel, espero que desta vez ele queira conversar.

Fui até o pátio.

Ví o garoto sentado no banco e chegando por detrás dele toquei-o na nuca, numa parte que estava descoberta pelo cabelo comprido. —Ele apareceu novamente!

Ele arrepiou-se todo e se virou com uma cara esquisita. Até pensei que ele fosse me bater, mas apenas ralhou: —Não acredito, você entrou na escola após a aula de novo?

—Foi! E eu o vi novamente! —Segurei o encosto do banco.

Ele fez um gesto de negação com o rosto. —Hum... Duvido que você tenha visto algo realmente.

—Para falar a verdade, eu saí correndo antes de ver algo, mas eu ouvi!

—Você não viu nada, você se assustou sozinha, só isso. —Ele me deu as costas.

—Te juro que não! —Nem liguei mais. —Eu só queria te informar.

Como era importante falar das minhas novas pistas para o representante, me movi até o grêmio.

—Eu vi de novo!

—Você viu de novo o que? —Nath fazia de conta que examinava umas folhas soltas.

Sério? Essa é a sua pergunta, loirinho?

—Na verdade, eu ouvi o mesmo som, mas eu não vi nada...

O rapaz deu um sorriso de satisfação que me deixou confusa. —Então você não viu nada?

—Foi o que eu disse.

—Eu estou com a impressão que quanto mais você procura respostas, menos você tem provas, não?

—E eu tenho a impressão que você não me ajuda muito! —Devolvi na lata.

...

Na sala de aula Ambre não parava de fazer chacota comigo. —MUAHHH! Cuidado com o monstro! Ah, ah...

— Ai ai... —Não sei até onde pode ir a imbecilidade dessa garota.

—Você acha que tem um monstro na escola? —A gatinha da Iris vei pra perto de mim.

—Não é um monstro... mas eu vi algo estranho. —Esclareci.

—Eu não acredito nessas coisas. Talvez tenha sido alguém, um vigia noturno, por exemplo...

O que ela disse pareceu iluminar minha mente.

—Tem um vigia noturno na escola? —Ativei meu Modo investigadora mais uma vez.

—Não tenho a mínima idéia, mas isso parece ser mais realista. —Ela piscou pra mim.

Concordo totalmente com você, sua linda.

Andei de novo até a escadaria e espreitei, pra saber notícias do meu monstro, mas acabei encontrando algo bem diferente.

—Não sei se existem monstros, mas se houver um por aqui, vou morrer de medo. —Uma voz feminina entrou diretamente pelos meus tímpanos.

Tremi

Era a Rosalya! Essa garota é absurdamente linda, mas ela me dá muito medo. Sempre aparecendo e desaparecendo do nada...

Determinei de voltar até onde o Nath estava. Eu não tinha renunciado totalmente a ideia de pedir os conselhos dele visto que ele ainda estava mais por dentro dos assuntos da Sweet Amoris do que eu.

O rapaz estava ocupado com seus afazeres, como sempre, mas não era a primeira vez que eu o atrapalhava.

—Representante... Eu queria te mostrar as outras coisas que eu encontrei.

Espero que ele não esteja com raiva da minha má-criação de agora a pouco.

—O que é?

—Isso estava lá embaixo da escadaria, é um bloco de notas. Tenho certeza que alguém perdeu por lá.

—?... —Ele deu uma travada rápida, quase deu pra ouvir o som do Windows XP reiniciando. —...M-mas alguém deve ter perdido hoje pela manhã, antes da aula. Eu vou guardar, se você quiser, no caso de alguém vir procurar.

—RÃRRÃRRÃ! Nada disso, eu vou achar por mim mesma o proprietário! Caso eu não achar, eu te dou.

—Tem certeza? Bom, como queira.

Estou quase começando a achar que o Nath não quer que eu descubra a coisa toda... Acho que é hora de importunar o Ruivinho pra saber a origem daquela palheta.

...

—EI CASTIEL! —Acenei para o menino. —OLHA O QUE EU ENCONTREI! —Gritei, chacoalhando o objeto no ar.

—Ei! É a minha palheta! —Ele se esticou para tomar o objeto de mim, mas eu o encolhi sob meus dedos.

Admirei-me. —Sua?

—Que foi? Você não sabe o que é? —O garoto me fitou.

—Poxa, claro que é pra se tocar guitarra! —Que pergunta idiota!

—É, vai! Me devolve. —Ele pediu, sorrindo amigavelmente.

Minha mente deu um estalo! —Espera aí. Ele estava na escadaria. E com um bloco de notas também. É você que fica lá durante a noite?

—Claro que não, eu não sei do que você está falando. Eu devo ter perdido hoje pela manhã. —Ele ficou furioso de novo.

—Ah, é? Pois eu vou guardá-lo só para garantir minha investigação. —Dei língua pra ele e saí correndo.

...

No corredor, principiei a folhear o bloco de notas.

Bem, isto é um caderno com várias anotações... Agora eu tenho certeza absoluta de que não é um monstro coisa nenhuma. Mas a grande questão é: quem é o intruso da escola?... Tem algo de muito estranho nessa história!

Nessa hora, enxerguei o Nathaniel e o Castiel conversando lá no final do corredor 2. Curiosa, fui devagarzinho com cuidado para que eles não me pegassem bisbilhotando. Eles estavam muito longe, e eu não consegui ouvir direito, mas eles nem estavam brigando! Com certeza eles estavam me escondendo algo.

Logo em seguida eles foram embora, cada um por um caminho diferente. Já sabia como vou fazer para atrair este “intruso” para uma armadilha! Eu ia comprar uma câmera fotográfica, e assim eu vou poder tirar uma foto desta pessoa como prova! De hoje não passaria!

Comprei o item por 57 Pila e me instalei no corredor esperando o momento certo.

Pronto, aqui estou eu com minha câmera fotográfica e todo mundo já foi embora. Vou na escadaria e estou proibida de sair correndo desta vez!

Rapidamente, a escuridão se instalou na escola, bem como uma calmaria assustadora.

Que silêncio! Agora que eu tenho um aparelho para pegar o invasor em flagrante, não se passa nada?! Estou ouvindo algo! Não saia correndo, não saia correndo, tenha um pouco mais de coragem...

A sombra tenebrosa saltou sobre mim!

Aqui está ele! Rápido uma foto!

Saquei o objeto e um flash se propagou pelo ambiente.

—ÊI, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? —Uma voz conhecida preencheu meus ouvidos.

—Hã? —Pisquei várias vezes. E aproveitei para fazer uma compra via Sedex duma camiseta de 19 gold.

—Você quer me deixar cego ou o que? —O ruivo esfregava freneticamente os olhos.

Notei também que logo atrás dele estava o Nathaniel.

Pera! Como assim? O Nathaniel e o Castiel aqui juntos? O.O

—Castiel?! O que você está fazendo aqui? É você o intruso? E o Representante? O que ele faz aqui?!

—Eu não sou um intruso! —O ruivo colocou as mãos na cintura:  —...Como a gente sabe que você é uma teimosinha...

Foi nessa hora que o loiro o cortou, completando o raciocínio:—Eu desconfiei que você não iria desistir e que voltaria aqui esta noite, por isto decidi vir também e te contar tudo, Mina. —O rapaz riu, bem relaxado.

—Verdade?! —Pronunciei ansiosa.

—Mas depois eu vou ter que eliminar você, sabia? —Castiel tentou me botar medo.

—Desde que vocês me contem... :D

O ruivo não resistiu e sorriu também. —Na verdade eu venho sempre aqui com um colega nosso para ensaiar nossas músicas. Tem uma sala embaixo da escadaria, tipo um porão e o som é super bom. Foi esse som que você ouviu.

—Ah, entendi... Mas não tem um clube de música na escola? —Repliquei.

—Claro, mas a gente não pode fazer o que quiser realmente.

—Entendi! E você, Nathaniel, também ensaia com eles? Porque você estava estranho também... —Observei.

—Não, mas acabei me envolvendo nesta história quando o Castiel... —Ele mirou o outro com um certo olhar de julgamento.

Castiel continuou a explicação: —O Nathaniel soube de tudo quando se deu conta de que eu tinha... "pego" as chaves... Ele fica calado e guarda o segredo também, pois se alguém fica sabendo, vamos ter sérios problemas.

—É mesmo! Por isto, preferimos guardar segredo total. Se alguém descobre, estamos em apuros... —O representante cobriu a testa com a ponta dos dedos. —Como você não parava de bisbilhotar, a gente se perguntou se não deveria simplesmente te contar tudo. Foi isto que a gente estava conversando no corredor... —Ele me olhou com certa preocupação.

—"Não largava do nosso pé" é a expressão mais apropriada! —O ruivo deu um peteleco na minha cabeça. —De qualquer maneira, você não vai contar nada, hein?

—Não, claro que não! —Fiz um sinal de zíper com a boca, algo que deixou o Castiel e o Nath perturbados por dois segundos.

—Legal, venha comigo então, eu vou te apresentar Lysandre.

—Ok! —Eu estava bem animada. Mas notei que o representante estava indo embora. —Você não vem, Nathaniel?

—Eu tenho umas coisas pra resolver. —E antes de sair, lançou um olhar assassino para o Castiel, arrematando: —Se precisar de ajuda Mina, grite, que eu venho correndo.

—Representante idiota! —O ruivo gruniu. —Ande logo garotinha, antes que eu me arrependa do convite!

Assim, segui o Castiel.

Atrás da parte baixa da escadaria tem uma porta e quando abrimos vi uma outra escada que leva para o piso inferior. Esta sala está vazia. Ele me apresentou a este famoso Lysandre.

—Olá, prazer em conhecer. —Um rapaz de incríveis olhos heterocromáticos mirou no fundo dos meus, me hipnotizando. Âmbar e verde, respectivamente.

—Oi, é... o prazer é todo meu, eu sou Mina... —Eu não conseguia olhar para outra coisa. Eu nunca tinha visto uma pessoa como aquela. Os cabelos prateados e a forma única de se vestir... Ele nem parecia desta época!

—Eu gostaria de pedir perdão por aquela noite, eu acabei assustando você e a Li.

—Ha ha. Tem nada não! —Abanei minhas mãos enquanto ria nervosa. —E para ser sincera, quem se assustou mais foi ela... Ha, ha, ha!

Ele tem um look tão original...! A gente continuou a conversar um pouco e foi assim que fiquei sabendo que os pedaços de plásticos eram os restos de uma embalagem de cd e a palheta era do Castiel. Já o bloco de notas é do Lysandre, ele gosta de anotar suas inspirações musicais. Eu entreguei para ele, juntamente com a palheta. Estou feliz de ter finalmente esclarecido este enigma, mesmo se acabei gastando dinheiro com uma câmera fotográfica que nem me foi útil... Além disso, não posso falar nada nem para Íris ou Ambre e suas coleguinhas...

—Ah, não! Está começando a ficar tarde, tenho que ir para casa, senão minha mãe vai me matar!—Eu me levantei, preocupada de fato com o horário.

O Castiel levantou também: —Espere, eu vou com você. Está tarde e como eu te conheço bem, sei que é capaz de se perder.

—O-ok, obrigada.

Isso me surpreendeu de verdade. O Castiel se oferecendo pra me levar até em casa? Será que vai nevar?

Saímos da escola, ele me pegou na minha mão de forma brusca e não disse uma só palavra durante todo o trajeto. Eu não sei bem, mas talvez ele não estivesse com vontade de me levar para casa...

 

 

Fim do episódio.


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