Sweet Love - Uma Experiência Doce Amor escrita por Projeto Alex


Capítulo 6
O Mistério da Escola [parte 1]


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 4 parte 1



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—Olá, tudo bom? —ChiNoMiko piscou para mim com seu brilhante olho verde. —Então, você está se divertindo? —Ela sorriu maliciosamente como se aquilo não passasse de uma pergunta retórica. Lógico que ela sabia que eu estava conseguindo mandar muito bem na adaptação.

—Estou, obrigada. —Respondi para a secretária da diretora, que era um mulherão super sexy e descolada.

Ela passou os dedos pelos fios curtos e negros ao me dar algumas dicas sobre um novo minigame desbloqueado que eu poderia jogar do meu portátil, (que eu não sei porque nunca sai de cima da minha cômoda, pois esse bicho é feito justamente pra andar com ele pra todo canto) e também algumas outras orientações sobre o fórum.

Simplesmente agradeci pelas dicas.

Assim que me despedi da morena, um homem alto, nos seus trinta anos, eu acho, aproximou-se de mim, parecendo um pouco perdido.

—Com licença... —Ele ajustou os óculos sobre o nariz côncavo e estreito. —Você é uma estudante dessa escola? —Ele me questionou.

—Sou sim, por quê? —Respondi-lhe mirando os olhos de tom rosado, curiosa por aquela pessoa que nunca vira antes.

—Eu sou o novo professor de história, Professor Faraize... —Ele se apresentou me estendendo a mão, num cumprimento bem formal. —Estou um pouco atrasado e não conheço muito bem a escola. Eu estou precisando que alguém me mostre...

Os olhinhos de cachorro pidão eram essencialmente iguais aos meus quando corria de um lado para o outro, desesperada por ajuda.

—Mas sabe, eu sou novata aqui... —Desviei meus orbes daquele cafona suéter azul que me queimava a retina.

Tá ruim pra você Faraize, tem horas que até eu me perco nesse lugar gigante!

—Por favor! —O cara apertou ainda mais os olhos miúdos, implorando sem cerimônia: —Eu não gostaria de passar Por alguém que está completamente perdido na escola...

—Bom, está bem. Eu vou lhe mostrar os lugares que conheço. —Acabei cedendo a pena. De certa forma, o professor me lembrava alguém... Perdido por aí, deixado num lugar desconhecido, tendo que descobrir as coisas na marra...

A sua sorte é que eu não resisto a donzelas em apuros...

—Muito obrigado, eu te sigo então! —Ele faltou apenas saltitar de animação com a minha resposta positiva.

Quem diria que um dia eu mostraria a escola para um professor...

O Professor Faraize começou a me seguir pela escola enquanto eu ia lhe mostrando os recintos que eu já conhecia.

—Esta é a das sala de aula A. É aqui que se passa a maioria dos meus cursos...

—Mostrei o ambiente. Não havia nada de especial: uma sala de aula como outra qualquer. —Logo ali é a sala dos representantes. Aliás, vamos lá dar um “Oi” para o Nathaniel! —Sem “Mas”, puxei o Faraize pelo pulso para agilizar o tour.

—Ei menina! O que você está fazendo? —Ele protestou um pouco intimidado com a minha pressa, eu acho...

Assim que entramos logo senti uma pressão estranha sobre mim.

Nathaniel me apresentou sorriso aparentemente amigável eu não saberia dizer se era verdadeiro ou não. —Mina, quem está com você? —Ele indagou-me, observando com atenção o braço do professor.

Larguei imediatamente o homem! —É o novo professor de história, eu estou mostrando um pouco a escola para ele. —Realmente, isso poderia ser mal interpretado!

—Ah, bom dia e bem-vindo, professor. —As feições do loiro pareciam mais amenas, ou pelo menos, sinceras.

—Então, professor, Esta é a sala dos representantes. Se precisar de ajuda na próxima vez, eu sugiro que peça ao Nathaniel, ele é muito gentil. —Enchi a bola do loiro, para que na próxima vez, o Faraize viesse direto pra cá.

Depois de uma curta conversa entre o professor e o Nathy, eles se despediram e nós fomos em direção ao pátio.

—Por aqui, professor. —Levei-o para fora, onde a luz do sol encheu nossos olhos de claridade. Tanto que eu nem percebi a pessoa escorada na ombreira da porta de entrada, perto de nós.

—Há, quem é esse aí? —Castiel perguntou-me, aparentemente desconfiado com a presença estranha deste desconhecido.

—Humm! —Expressei uma leve surpresa pelo questionamento inesperado. —Este é o senhor Faraize, o novo professor de história, eu estou mostrando a escola para ele.

Não que eu tenha que te prestar alguma satisfação, ruivo :)

Então, me voltando para o homem de cabelos negros, disse: —Então, aqui é o pátio. Eu aconselho não vir aqui para não ter maus encontros. —Mirei de canto para o Castiel, que ficou surpreendido com a minha declaração.

—Ah, ah, mas do que você está falando, hein? —O garoto tentou exprimir raiva, mas o que saiu foi um riso incontido.

O professor pareceu ainda mais perdido que antes. Pelo visto, interações sociais lhe pareciam um assunto bem alheio. Não posso culpá-lo. Eu também não sou especialista em me engajar em grupos sociais.

Continuamos o nosso passeio.

—Aqui é a parte do pátio dedicada ao clube de jardinagem.

...

—Aqui é o ginásio, onde fica o clube de basquete. Mas como o senhor não é professor de esporte, acho que este lugar não te interessa muito, não é mesmo?
...

Logo estávamos de volta aos corredores do colégio.

—Muito obrigado. Já me ajudou bastante. Eu vou visitar o resto mais tarde, sozinho. —O professor parecia mais contente agora.

—De nada. —Me ative a dizer. De qualquer forma, mesmo que fosse um incomodo, não era nada mal me sentir útil de vez em quando.

Ele esticou os lábios, num sorriso tímido e ajeitando novamente os óculos, deixou aparecer debaixo do olho esquerdo um sinalzinho de nascença sutil. —Se um dia a oportunidade aparecer, eu espero poder retribuir o favor. —Ele me falou antes de seguir seu rumo.

Mas nem bem o Faraize havia sumido da minha vista, um cardume de piranhas veio tentar arrancar pedaços de mim.

—Mas olha quem está aqui! Você apareceu em boa hora. A gente está indo almoçar fora, mas Charlotte se esqueceu de pegar o dinheiro. Você vai nos ajudar, né? —Ambre chacoalhou os cabelos, lançando em minha direção um cheiro forte de produtos capilares. Se eu não a desprezasse tanto, ficaria extasiada com o cheiro enjoativo de tão agradável.

—Ah sim! Mas é claro... que eu não vou te dar NADA! —Bufei com a audácia daquela perua oxigenada.

—Você acha que realmente a gente quer saber a sua opinião? —Ela olhou para as comparsas, que se jogaram sobre mim ao mesmo tempo.

GALINHAS MISERÁVEIS!

Depois que as três me colocaram no chão, pegaram meu dinheiro e foram embora como se nada tivesse acontecido! Assim, eu me ergui furimbunda, me agarrando aos armários de ferro. As pestinhas roubaram mesmo minha grana. Ainda bem que eu não ando com todo meu dinheiro, senão... Assoprei-me, tentando raciocinar. Noutros tempos eu teria cagado dentro da bolsa dela, mas eu realmente não queria chegar a tanto...

Eu estou de saco cheio. Desta vez eu não vou deixar as coisas assim não. Preciso achar uma maneira de me vingar. O problema é que eu não tenho nenhuma idéia... Mas uma coisa é certa: Desta vez o Representante não vai poder deixar isso passar em branco.

—Eu já havia te advertido sobre a sua irmã, representante! —Invadi o grêmio, debaixo olhar inquisidor do Nathaniel. —Desta vez Ambre pegou o meu dinheiro, depois de me agredir fisicamente! O que você pensa fazer? —Cruzei os braços.

O rapaz ficou pasmo, pude vê-lo mudar de cor para um tom avermelhado em segundos. —O que? Você está falando sério? —Ele questionou, mas algo me diz que ele não duvidava de fato do que eu acabava de contar.

Senti vontade de usar de sarcasmo, mas nem pra isso eu estava com paciência. —Claro que estou! Faça alguma coisa, por favor! —Pus as mão na cintura. —Isso já passou dos limites!

—Eu sinto muitíssimo, é verdade que ela está difícil também em casa nesses últimos tempos... Eu posso te reembolsar, se você quiser. —Nath estava muito envergonhado. Ele nem conseguia me olhar nos olhos.

—Não é pelo dinheiro... —Balançei minha cabeça negativamente. —Você poderia pedir que ela me deixe em paz, pelo menos? —Era apenas isso o que eu queria desde o começo.

Foi ela quem errou e eu não poderia fazê-lo pagar por tudo o que a irmã idiota dele faz! Eu só queria que ele agisse para dar um freio naquela maluca.

O rapaz tomou minha mão e depositou nela o dinheiro, fechando-a em seguida. —Eu insisto, tome aqui 15$. Eu vou tentar falar com ela também, mas não sei se vai me ouvir... —Mas ele ainda estava bem inseguro.

—Ok, obrigada, você é o irmão dela, sei que ela vai lhe ouvir... —Depositei nele a minha confiança.

Ótimo. Acho que nunca mais terei problemas com a doida da Ambre agora que o Nathaniel vai resolver as coisas.

Andei me sentindo mais leve, mas eu ainda estava com muita raiva daquela loira endiabrada.

—Você está com uma cara hoje... —A Iris, me observou através de seus lindos olhos azuis como se lesse na minha testa uma fanfic com letras em negrito.

—Acertou! —Não tinha como negar. —Aquela vaca da Ambre pegou meu dinheiro! —Suspirei aborrecida.

—O que? Nossa! Eu posso te ajudar de alguma maneira? —Ela segurou as minhas mãos, buscando demonstrar empatia. As dela eram pequenas e quentes, as minhas eram frias, por conta da pressão baixa.

—Não muito... A não ser que você tenha uma idéia de como eu me vingo dela... —Mesmo com o Nath do meu lado, eu estava resolvida a não deixar esse negócio barato.

—Vingança? Eu não sei... —Ela me soltou, um pouco apreensiva. —Você acha realmente que isto resolve o problema?

—É só uma coisinha boba, mas eficaz... —Dei um sorriso falso, para não assustar ainda mais a menina.

Mas por dentro eu estava em chamas.Nem me importa mais se vai resolver, eu só quero que ela pague um pouco pelo que me fez.

—Hum... Ok, eu vou ver se tenho alguma idéia. —Pela primeira vez, senti cumplicidade verdadeira naquela garota. Acho que ela pode me dar alguma boa idéia.

—Ok, obrigada, Iris. —Agradecí.

De qualquer forma, eu só queria espairecer, isto é, pensar em uma vingança tão bem bolada que faça aquela estúpida me esquecer pra sempre.

—Ai! Mas o que é isso? —Alguém esbarrou em mim quando cheguei no pátio, duma forma que eu quase caí de cara na escadaria.

—Menina, tome cuidado por onde anda!

“O que? Foi você que se bateu comigo!” foi o que eu quis dizer, mas me contive.

—Desculpe... eu não te vi... —Puxei o resto de educação que eu tinha.

—Não tem problema... —Ela parecia aérea, preocupada e meio transtornada. —Estou andando rápido para encontrar com meu namorado, acabei não te vendo.

Seu namorado te deixa assim? Minha filha tenho uma péssima notícia pra te dar...

—Seu namorado? É alguém daqui? —Eu e minha lendária curiosidade. Será que é o Nathaniel... ou o Castiel?

—Não, ele não é daqui desta escola, você não deve conhecê-lo. —Ela colocou uma madeixa prateada para traz da orelha, com muita graça. —Ah, eu me chamo Rosalya, desculpe novamente pela batida, até mais!

Nossa! Um pedido de desculpas!

—Até... mais... —Acenei, mas a garota já havia se posto a correr mais uma vez.

Espero que ela não acabe esbarrando em mais alguém! Mas quem será seu namorado? De qualquer maneira, ela é super bonita! E que cabelão lindo!

Ao me virar, notei que Castiel estava em seu local costumeiro, junto às árvores que adornavam o pátio. Me aproximei do banco onde ele havia sentado.

—Ufa, finalmente terminei de mostrar a escola para aquele professor. —Disse, alongando os braços.

—Por que você sempre faz esse tipo de coisa? —Ele me mirou de canto, buscando me analisar de um modo que não fosse nítido.

—Bem que eu queria saber... —Suspirei. —Sempre pedem para mim um serviço aqui e acolá.

—Há há. Você tem uma carinha muito gentil, é por isso. —Ele falou de uma forma que aparentava mais do que o sarcasmo costumeiro.

Isso me surpreendeu. Esse é realmente o Castiel? Será que ele sabe que algo assim poderia deixar alguém extremamente confuso? Qual... qual o significado disso?

Balancei a cabeça, tentando não ficar vermelha na frente do ruivo e saí pisando duro no chão. Melhor ir ver o representante pra ver se ele tem alguma boa notícia para me dar.

—Você conseguiu falar com a sua irmã? —Me acheguei de mansinho.

—Ainda não, eu não tive tempo. —O Nath estava ocupado arrumando uns documentos que a diretora havia mandado para ele.

—Ok, eu vejo isso outra hora. —Isto estava começando a me deixar impaciente.

—Claro, eu te mantenho informada, se realmente ela fez esse tipo de besteira, é grave. Eu preciso falar com ela rapidamente. —Ele pronunciou cada frase como se estivesse dizendo “confie e mim, por favor, Mina”. Mas estava óbvio que ele só queria ganhar tempo e não fazer absolutamente nada.

Voltei para o banco do lado de fora e enfiei a cabeça entre as mãos.

—Então garota, você tem um pouco de dinheiro para mim também? —Castiel sorriu ao imaginar que tipo de reação arrancaria de mim.

Levantei meu rosto apenas para encará-lo. —... —Não disse sequer uma palavra. Aquilo não era hora para piadas.

—Ah, vai, eu estava brincando. —Ele revirou os olhos, ainda se divertindo com a minha dor.

—Não vejo graça nenhuma... —Repliquei. Pelo visto toda a escola já estava sabendo da minha vergonha de ser alvo daquela bully estúpida sem poder fazer nada para me defender.

Ele estava lendo meus pensamentos?

—O que você vai fazer agora? —Ele ficou sério, como se estivesse de fto interessado no que eu faria para me livrar daquela situação.

—Eu vou achar um jeito de me vingar, pode ter certeza! —O encarei com fogo nos zóio.

—Nossa! Que medo! —Meu espírito parecia atiçá-lo, deixando-o com desejo de saber mais. —Ah, ah... Alguma idéia?

—Estou pensando... —Cocei a minha cabeça fervorosamente. Eu ainda não havia decidido o que fazer, mas tudo ia depender do rumo que as coisas seguissem com o representante. —Mas não se preocupe, você vai ser informado.

—Se você for se vingar de verdade me conte tudo. Sou do tipo curioso.

—Ok. Eu te procuro. —Pisquei antes seguir para dentro.

No corredor, me estiquei na porta do grêmio e dei uma espiada na janela de vidro: O nathaniel estava olhando a papelada dele e parecia contrariado. “Ótimo!”, eu pensei, era o momento se procurar a Iris e ver se ela tinha conseguido pensar em algo.

—Eu tenho uma idéia para te falar. —Ela me abordou assim que eu pus os pés na Sala A.

—Verdade? E qual é? —O assunto me interessou.

—Como eu sei que Ambre é super fã de moda, eu tenho certeza que ela ficaria bem zangada se você viesse para a escola com as mesmas roupas que ela. Você deveria tentar.

Nossa, a Iris é mesmo bem inocente. Bem fraquinha essa idéia...

—Está certo, eu vou tentar... Não tenho nada a perder. Valeu, Iris.

—De nada. —A garota ficou contente por eu dizer que iria seguir a dica dela.

Bom... Agora só falta fazer umas comprinhas... e gastar mais dinheiro do que eu gostaria.

Fui de teleporte até a loja de roupas. Um jovem incrivelmente bonito me atendeu. Ele me disse que eu podia ficar a vontade para ver e experimentar a roupa que eu quisesse. Logo encontrei algumas peças que eram exatamente iguais as que a Ambre usava: Um blusa bege de 25, um colar azul turqueza de 18 e uma bolsa branca de 35. Tudo muito caro, mas acabei comprando.

Levei tudo pra casa, me troquei rapidinho e voltei para a escola.

Nunca imaginei que se vingar fosse tão caro!

—O que é que você está fazendo aqui? Esqueceu de me dar alguns dólares, é isso? —Quase pulei pra trás ao ver a nojenta no corredor.

Putz, a Ambre! Não estou preparada mentalmente ainda, tenho que Fugir... Rápido!

—Mas espera aí! Que roupa é essa? —Ela arregalou os olhos pasma. Se eu fosse loira, nós estaríamos exatamente iguais!

—E-está vendo? —Tentei manter a compostura. —Investi o que restou do meu dinheiro com algumas roupas...

—Mas você está com a roupa idêntica á minha! —Ela ficava cada vez mais pistola.

—Pois é... —Balancei meus cabelos, imitando o jeito dela. —Essa roupa não é lá grande coisa, não é não?

—... —Ela ficou muda e zangada. Xeque!

Ah, ah... eu acho que atingi meu objetivo!

Quando eu achei que a loira fosse explodir, ela respirou fundo e levantou o queixo.

— Sinto muito em te dizer isto, mas esta roupa não fica legal em você como fica em mim. Ah, ah, ah, você está tão desesperada por ser tão fora de moda que se sente obrigada a copiar meu estilo e bom gosto?!

Grrrr...

Emudecí. Gastei tanto nessa vingança da Iris e no fim isso se voltou contra mim!

—E aí? Você não diz mais nada? —A Ambre se enaltecia ainda mais. —Ora, não se preocupe, se você me pagar bem eu posso até pensar na possibilidade de te dar algumas noções de moda? —E saiu, debochada como sempre.

Não, isto não vai ficar assim! Eu preciso achar outra coisa...

Fui ver o Nath. Talvez ele já estivesse desocupado.

—Você ainda não falou com ela não é isso? —Deixa só eu advinhar...

—É... na verdade não. Desculpe. —Ele esfregou a testa.

Ah meu amor, eu é que deveria estar chateada rasgando a mina testa num calçamento.

—Olha, não tem jeito... —Era melhor abrir o jogo. —Eu tenho que achar algo para pagar sua irmã na mesma moeda.

—Você quer vingança? —Os dedos ossudos cobriam a fronte, deixando apenas os orbes a mostra. —Não é um pouco bobo querer agir como ela?

—Vou fazer pior que ela! —Ameaçei, cansada de esperar.

—Pior que ela? Sinto muito, mas eu não posso aceitar isso. —Claro que não podia. Por mais desgraçada que fosse, Ambre ainda era a irmãzinha dele.

—Eu não gostaria de fazer algo que acabasse passando dos limites. —Coloquei meu rosto perto do dele. Tudo dependeria de como eu colocaria as coisas para ele. —Você pode sugerir algo um pouco mais gentil, então?

O loiro parecia ainda mais tenso, provavelmente porque havia percebido uma sutil mudança no meu tom.

—Hum... Nem sempre as coisas são tão evidentes. Primeiro eu vou falar com ela, certo? E eu prometo, se ela não der importância, eu te ajudo a armar um plano light.

—Ok, está certo! —Dei um tapinha no ombro dele como se eu estivesse acabado de educar um cachorrinho e deixei isto óbvio para ele.

Agora creio que tudo vai começar a andar :)

Bem, melhor contar pra Iris o resultado do planinho bobo dela.

—Então, você tentou? —Ela me perguntou, animada.

—Eu fiz, mas eu só fiz papel de boba, ela quase não deu bola. —Falei de uma forma que não a ofendesse.

Na verdade a idéia foi muito ruim, não deu em nada, a não ser me humilhar.

—Oh, desculpe... —A ruiva pegou a trança alaranjada e a acariciou, envergonhada. —Não é realmente minha especialidade fazer esse tipo de piada. Então, o que você vai fazer?

—Vou procurar outra idéia... —Dei de ombros.

—Eu acho que não faço parte do plano, então... —Ela sorriu murcho. —Não seja muito má com ela, viu?

Não ser muito má? E aquela idiota merece o quê? Uma cesta de frutas tropicais da Polonésia Alemã? Please!

Só sabia que precisava encontrar logo um plano porque essa fúria contida estava me consumindo. Só me restava ir até onde o Castiel estava e chorar minhas mágoas com ele.

—Então, se vingou da patricinha? —O ruivo ainda estava no mesmo lugar.

—Não, eu não tive nenhuma brilhante idéia... —Confessei.

—E no entanto, não é nada complicado... —Ele falou como se tudo fosse tão simples e eu a burra que não conseguia ver um palmo diante dos olhos.

—Se você tiver alguma idéia, eu aceito, hein? —Vamos ver se ele tem coragem de abrir logo o jogo.

—Sei lá, nem parei para pensar nisso... —O ruivo estava fazendo doce como sempre. Claro que ele tinha pensado e algo!

—Nem mesmo uma pequenina idéia? —Pronunciei baixinho entre os lábios.

Vamos o que você está esperando? Que eu implore?

—Por que você não picha o armário dela, coloca algo que ela odeia e pronto? —O garoto cerrou o punho. Embora fosse o mais óbvio para ele esse tipo de coisa, ele parecia ignorar que não era para mim.

—Ok, pichar o armário! E em relação ao lance que ela morre de medo? —Eu já estava anotando tudo na minha mão.

Ele abaixou o braço. —Ai, ai, eu não conheço a Ambre e nem me importo, se vire sozinha. —Conversar comigo pelo visto, era mesmo exaustivo.

—O-ok, obrigada. —Tudo bem, já estava de bom tamanho.

Infelizmente acabei encontrando o trio macabro na Sala A.

—E você, quem você pensa que é? Você foi se queixar com o meu irmão? —Ela questionou da forma mais arrogante possível.

—Ele finalmente falou com você, foi? —Cruzei os braços, mantendo a pose.

Que bom, estava quase achando que ele ia continuar me enrolando.

—Pois é, e ele até se atreveu a ficar do seu lado! —Ambre arqueou a sobrancelha.

—Finalmente! Depois de tudo o que você fez. —Tentei fazê-la se dar conta das ações dela.

—VOCÊ QUER SABER? EU NÃO ME IMPORTO! —A louca começou a gritar do nada. —Meu irmão é só um representante de turma. Eu te aconselho a não fazer isto de novo ou vai se arrepender muito... E de qualquer maneira, eu tenho a diretora na palma da minha mão, ah, ah, ah! —Ela foi embora, vitoriosa, sempre amparada pelas suas companheiras hienas.

Legal... cada vez melhor... mais uma ameaça.

Achei é melhor avisar ao Nathaniel, antes que ela acabe fazendo algo contra o próprio irmão.

—Eu finalmente falei com Ambre. —O rapaz disse, assim que me viu passar pela porta.

Tadinho, ele acho que tinha resolvido tudo?

—Pois é, acabei de descobrir... Eu não fiquei nem dois segundos ao lado dela e já fui agredida. Você acha que adiantou alguma coisa o que você disse para ela? —Fui direto ao ponto.

—Realmente? Sinto muito... —Ele não estava surpreso. —Eu disse que deixaria passar desta vez, mas que eu denunciaria á direção se ela fizesse novamente.

—Como foi a conversa de vocês? —Puxei uma cadeira e sentei de frete pra ele.

—Ah... Ela não gostou e me ameaçou. —Nahaniel apoiou os cotovelos na ponta dos joelhos, chateado. —Ela falou que se eu fizesse isso ela iria dizer aos nossos pais que eu pego sempre no pé dela na escola.

—E então, não tem como isso acontecer, certo? —Perguntei.

—Bem... —Ele abanou a cabeça. —Eu fui um pouco tirânico com ela quando éramos pequenos e a fama ficou... Meus pais acreditam nela sempre.

Ele estava tão vermelho... Acho que deve ser um assunto que é difícil para ele lidar também.

—Incrível! Ela consegue enganar todo mundo quando faz o drama dela... —Procurei ser solidária.

Eu posso te entender perfeitamente Nath. De certa forma, eu passo por uma situação bem parecida...

—Sim, aparentemente... Eu ainda estou surpreso com minha irmã, eu não pensei que ela fosse assim na escola também, eu deveria ter te escutado antes... Eu sinto muito! —O garoto começou a esfregar a testa de novo, mas eu segurei as mãos dele, fazendo-o parar imediatamente.

Pobre Nath!

—Para que eu te perdoe, você vai ter que me fazer um favor, sabia?

—Você está falando de sua vingança, é isso? —Ele levantou o rosto na minha direção. —O-o que você quer exatamente?

—Uma idéia, alguma coisa que ela não goste particularmente... —Segurei seus dedos, observando o quanto sua mão era maior que a minha.

—Ok, eu vou pensar em algo que sei que ela não vai gostar... Venha me ver mais tarde, ok? —Pronunciou um pouco ofegante.

Acenei afirmando com o queixo e o soltei. —Você sabe que eu venho! —Lhe dei meu melhor sorriso e o deixei para que ele pudesse de concentrar.

Vamos educar aquela garota problemática! o/

Bem, eu já tenho a idéia da pichação, mas para falar a verdade, eu nunca pichei na vida. Entendo um pouco de desenho e pintura, mas pichação... Melhor ir atrás do Castiel. Se eu não me engano, ele só pode estar em algum cantinho lá fora.

BIMBOM! Localizei-o entre o pátio e o ginásio.

—Só mais uma coisa, eu picho o armário dela com que?

—Com os dedos? —Respondeu de modo indiferente.

Olhei para o lado, escondendo um riso debochado. —Sabe... eu nunca fiz isso antes!

—Ah, ah, miss santinha... Com uma lata de spray, já ouviu falar? —O garoto zombou.

—Ok, ok, recebi a mensagem! —Abanei o ar.

De qualquer forma, estava na hora de vê o Nath. Quero que minha vingança seja perfeita!

—Mina, eu acho que eu tenho uma idéia para você. —O loiro me aguardava na porta da sala dos representantes. —Entre aqui.

—Diga! —Ordenei.

Ele levantou o dedo como se quisesse mostrar uma lâmpada acesa sobre sua cabeça. —Ela sempre teve medo de aranhas, você pode talvez fazer uma brincadeira...

—WOU! Pera aí! —Coloquei meus pulsos a frente do corpo. —Mas eu também tenho medo de aranhas!

Como qualquer pessoa sã desse planeta!

—Ah, ah, ah, mas aranha de mentira! Eu estava pensando nestas de plástico, que a meninada usa para fazer traquinagens, o que acha? —Ele esperou pela minha resposta.

—Ah... é mesmo... —Dei uma palmada na minha própria cabeça. —Por que não? Eu vou tentar fazer algo com essa idéia. Obrigada.

Comprei tanto o spray(14) como as aranhas de plástico(7) e comecei a pôs meu novo plano infalível em prática.

Mas sei lá, estou me sentindo o coiote tentando pegar o papaléguas...

Corredor! Ninguém por perto!

Fui até o armário da Ambre... Hora de executar meu plano, MUAHAHAHAH

—A ordem é: esconder as aranhas no armário e pichá-lo. Ok, vamos lá!

Eu escondi as aranhas no armário dela e agora estou pichando a portinha com a latinha...

—Ei! O que você está fazendo? —Fui surpreendida pela Li, com a mão na massa!

É, acabei sendo pega no flagra por uma das amigas da Ambre!

Li parou de passar o batom que estava com ela e o guardou em sua bolsa. —Você está pichando o armário da Ambre?! Quando eu contar isso, ela vai ficar louca!

Mas faltava tão pouco para que eu me vingasse afinal e aquela peste apareceu apenas para me atrapalhar! Assim, fuzilei a asiática com meus olhos por ela estar ente mim e meu objetivo desejado. Eu queria quebrá-la!

—Sai daqui garota. Isso não tem nada haver com você! —Tentei expulsá-la.

A garota engoliu seco com medo da minha cara, que ela nunca tinha visto daquele jeito.

Mesmo assim ela veio pra cima de mim, tentando tirar o spray das minhas mãos, sem pensar no que eu poderia fazer com ela, tão sozinha...

—O que está acontecendo aqui? —A diretora chegou na hora certa! ( ou seria errada?) —RÃÃÃNNNN! —A senhora pronunciou aspirando o ar, o qual parecia lhe faltar. —EU NÃO ACREDITO! DETERIORAÇÃO DOS BENS DA ESCOLA? VOCÊS DUAS SERÃO PUNIDAS! —A mulher segurou o coração quase caindo pra trás.

Droga... Eu realmente estou sem sorte...

Sorri, mordiscando a lateral da minha língua.

 

Continua...


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