Um namorado para o meu pai escrita por Dama Magno


Capítulo 5
Capítulo 5: Um Novak sempre paga suas dívidas... ou quase isso


Notas iniciais do capítulo

Bom, gente, esse aqui é o 5º capítulo e isso significa que já estamos na metade da história, então vamos curtindo enquanto há tempo aushaushahsuash

Eu espero que gostem e muito obrigada pelo cometários ♥



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Apesar de se sentir na obrigação de ajudar o pai a encontrar um namorado, Claire não fazia disso sua prioridade, afinal ela tinha a própria vida para administrar e sua professora de química não parecia estar afim de ajudá-la a passar de ano, o que apenas dificultava sua vida. Logo, a história com Dean ficou em standby por algumas semanas, tempo suficiente para estudar para as provas finais, que estavam logo ali na esquina, e se concentrar em Alex - era com muito orgulho que Claire ostentava um bonito anel de prata, igual ao da namorada, e com imensa alegria que dizia que suas sogras, Jody e Donna, a amavam. No entanto, estava na hora de voltar a ativa, as férias de verão chegariam em breve e necessitava do espaço que um namorado criaria entre ela e seu pai.

 

Por isso, pensando exclusivamente no bem de Castiel, ela se dirigiu até a uma das salas do segundo andar da escola e bateu na porta, que já estava aberta. De dentro, Sam tirou os olhos de uma pilha de papéis e a encarou, dando permissão para que entrasse com apenas um movimento de cabeça. Claire sorriu para o professor e arrastou uma das carteiras até estar colada à mesa do homem.

 

— Eu acredito que não esteja aqui porque precisa de crédito extra. — Sam falou de forma sagaz, provavelmente já tendo alguma ideia do assunto que ela abordaria.

 

— Pra minha sorte, sua matéria é uma das que menos me preocupa — brincou, Samuel riu de volta e se ajeitou na cadeira, cruzando os braços sobre a mesa em um típico sinal de “vá direto ao ponto” que acabou sendo criado entre suas conversas. — Bom, eu tenho uma pergunta para você, Sammy.

 

— Diga — incentivou ignorando o apelido.

 

— Qual a probabilidade do seu irmão estar interessado em um belo e raro espécime: paes solterum? — Sam riu novamente.

 

— Bom, visto que meu irmão trabalha com carros, eu acredito que bem poucas. — Ele provocou fazendo a garota revirar os olhos.

 

— Vamos, Samuel, isso é sério! Ele e meu pai formariam o casal perfeito — falou eufórica. — E nem adianta dizer que seu irmão não gosta de homens, que eu sei que é mentira! — ameaçou apontando um dedo para o rosto do professor.

 

— Eu não sei como você sabe disso, mas não é da sua conta. — Abaixou o dedo da garota e então acrescentou: — Apesar de não ser mentira.

 

— Eu sabia, ele realmente estava flertando com meu pai! — comemorou imaginando o momento em que poderia esfregar isso na cara de seu progenitor.

 

— Mas…

 

— Sem “mas”! — A garota protestou já contorcendo a face em uma expressão chorosa.

 

— Eu não acredito que eles dariam certo — completou recebendo um grunhido como resposta.

 

— Por quê? Acha que meu pai não é o suficiente pro seu irmão? — indagou ofendida, as sobrancelhas franzidas de forma que beirava uma tentativa de ameaça.

 

— Não, seu pai seria perfeito pra ele — respondeu rindo e completou: —, se Dean estivesse a procura de um relacionamento sério.

 

— Bom, não é como se eu, digo, meu pai estivesse procurando alguém pra casar — disse. — Mas pensa assim, se eles ficassem juntos eu poderia te chamar de Tio Sam — brincou, o Winchester gargalhou.

 

—  Você realmente acreditou que funcionaria?

 

— Não custava tentar. — Deu de ombros. — Mas é sério, eu tenho certeza que eles são perfeitos um para o outro — reafirmou enquanto colocava a mochila sobre o ombro e se levantava, ela sabia quando uma batalha estava perdida.

 

— Pensei que eu era perfeito para ele. — O moreno brincou, Claire parou próxima a porta e piscou para ele.

 

— Perdeu a oportunidade, Winchester — respondeu e então saiu.

 

Sam não a ajudaria e isso não era nenhuma novidade, infelizmente. Contudo, mesmo com as palavras desanimadoras do professor, ela não desistiria tão cedo, afinal querer estar ou não em um relacionamento era uma questão de ponto de vista e sempre há a possibilidade disso mudar, não é mesmo?

 

***

 

Claire dificilmente criava dívidas, não porque sabia administrar bem sua mesada, mas justamente por ser a pior pessoa para lidar com isso. A jovem Novak não tinha dívidas, pois as esquecia e provavelmente a pessoa a qual devia, também; logo, se ela não lembrava, não existia. Contudo, saber que havia uma conta a ser quitada com Dean era o melhor - e único - pretexto que ela possuía para aparecer na casa do homem sem parecer uma louca.

 

Se bem que apertar a campainha freneticamente não era um sinal de sanidade, mas isso ela poderia ignorar no momento.

 

Quando a porta foi aberta e a figura morena de olhos azuis de uma mulher, que ela nunca tinha visto na vida, apareceu, um sentimento de traição se apoderou do corpo da garota - ela também ignorava que Dean e seu pai não estavam juntos, caso não tenha ficado claro. A mulher sem nome chamou o Winchester e voltou para dentro da casa, sumindo no final de um corredor no mesmo instante em que o loiro apareceu.

 

— Claire, aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou arrumando a barra da camisa cinza, dando a entender que a vestiu no caminho até a porta. — Quebrou o carro de novo?

 

— Não, eu só vim quitar minha dívida — respondeu estendendo o dinheiro, Dean olhou para o pequeno bolo de notas e o afastou com uma das mãos.

 

— Gaste com outra coisa. — Sorriu. — Quer tomar alguma coisa? — indagou dando as costas para a garota, que o seguiu fechando a porta.

 

O caminho até a cozinha foi curto, mas Claire pode observar algumas coisas. Primeiro: a casa era bem limpa e organizada, o que ia contra a imagem que ela tinha de homens que moravam sozinhos; segundo: o cheiro de whisky estava presente, porém não era nada muito forte e que indicasse algum problema extremo de alcoolismo, o cheiro mais nítido era o de perfume masculino. Terceiro: era uma casa térrea menor do que imaginava, porém parecia ser aconchegante. E quarto: o que aquela mulher estranhava ainda estava fazendo ali?!

 

— Você tem certeza que não vai pegar o dinheiro, quero dizer, isso não é nenhuma tentativa de me mandar para um reformatório, não é? — perguntou ignorando a figura feminina que estava sentada na mesa pequena e redonda que ficava próxima a porta dos fundos. Dean riu enquanto abria a geladeira, virou-se para ela com uma garrafa de cerveja na mão e na outra, uma de água.

 

— Não tenho nenhum plano para te mandar para longe, palavra de escoteiro. — Ele respondeu entregando a garrafa para ela, que ergueu uma das sobrancelhas e riu.

 

— Você foi escoteiro? — Dean deu um gole em sua bebida e riu de volta.

 

— Não.

 

A mulher, que até então havia permanecido em silêncio, se levantou e foi em direção a Dean, o beijando calorosamente nos lábios e se despedindo com um “foi ótimo, querido, nos vemos depois” que deixou Claire com vontade de vomitar por todo o cômodo. Tendo a decência de ficar constrangido, o Winchester a acompanhou até a porta, deixando a adolescente sozinha por alguns instantes. Aproveitando a deixa, bisbilhotou a cozinha pequena e confirmou o terrível hábito alimentar do homem; por sorte, quando ele e seu pai começassem a namorar a alimentação dele melhoraria muito, o que o faria viver por tantos anos, que os filhos dela conheceriam o “vovô Dean”.

 

Talvez seja necessário esclarecer que Claire se considerava uma pessoa realista, que aceitava o ritmo natural das coisas e não era nenhum pouco idealista e ansiosa.

 

— Sinto por ter presenciado essa cena. — A voz de Dean a tirou de seus devaneios, que incluía a casa de seus avós em Illinois (a única coisa boa que possuíam, além dos filhos) e o casal Novak-Winchester paparicando as crianças  Novak-Jones.

 

— Tá tudo certo, longe de mim atrapalhar um casal apaixonado em sua demonstração de amor — falou em um tom sério. Isso, senhoras e senhores, era o que seu pai chamava de plantar verde para colher maduro.

 

— Não somos um casal. — Ele respondeu prontamente, beirando ao desespero na opinião dela. Um pequeno sorriso brotou no canto de seus lábios, a forçando dar um gole da garrafa em suas mãos.

 

— Ah, verdade, Sammy me contou que você não está “a procura de algo sério” — comentou como quem não queria nada, as sobrancelhas douradas do homem se juntaram em um carranca que poderia amedrontar qualquer pessoa.

 

— Você e meu irmão conversaram sobre a minha vida pessoal?

 

— Ah, Dean, eu e seu irmão conversamos sobre muitas coisas — respondeu, sentou-se à mesa e Dean fez o mesmo, ficando de frente para ela.

 

— Eu agradeceria em não ser tópico dessas conversas. — Ele exigiu, os dedos fechados firmemente contra o vidro escuro da garrafa de cerveja que molhava a madeira da mesa.

 

— Tudo bem — concordou e em seguida, em um tom falsamente sussurrado, emendou: — Mas é uma pena que não queria.

 

— Como é que é?

 

— É realmente uma pena que não queria estar em um relacionamento sério — declarou varrendo para longe qualquer expressão da face do loiro, que se manteve em silêncio por longos segundos.

 

— Eu fico lisonjeado, mas você é muito nova para mim. — Dean falou por fim, ao se recuperar. Claire franziu as sobrancelhas, confusa com a declaração, e logo sua face se aconteceu em nojo quando processou a informação.

 

— Eca, não! — exclamou profundamente horrorizada. — Eu não tenho nenhum interesse romântico em você, credo! Você é velho, tem idade para ser meu pai! Na verdade, você tem a idade do meu pai!

 

— Desnecessária a parte do velho — reclamou ofendido. — E se você não está apaixonada por mim, então qual o motivo desse teatrinho todo?

 

— Mais uma vez: nojo — começou.

 

— Rude!

 

— E não tem teatrinho nenhum — concluiu ignorando o comentário, Dean riu com escárnio.

 

— Me poupe, seus olhos entregam suas intenções. — Claire o encarou e logo os dois estavam em uma pequena luta de olhares, Dean deu um último gole em sua bebida e bateu a garrafa na mesa, a fazendo piscar.

 

— Droga! — praguejou verdadeiramente irritada com a derrota. — Okay, eu tenho interesse em você.

 

— Mas você—

 

— Só que não pra mim — disse o interrompendo, uma sobrancelha dourada se ergueu questionadora e com um suspiro ela continuou: — É pro meu pai.

 

Claire estava com uma sorte relativa naquele dia, pois se Dean já não tivesse terminado sua bebida ele com certeza teria morrido engasgado após sua fala, pois o susto foi tão grande que os olhos verdes se abriram de maneira que, para ela, não era algo muito comum ou natural. Mas ele ainda tinha chances de morrer sufocado no próprio riso, com a crise que o acometeu em uma fração de segundos.

 

E as pessoas ainda tinham a audácia de chamar os adolescentes de dramáticos e exagerados.

 

— Okay, garota, você quase me pegou. — Ele falou se recuperando das gargalhadas. — Espero que seu canal no YouTube seja muito famoso um dia, com essas pegadinhas — desejou com um sorriso que dizia totalmente o contrário. — Agora saía da minha casa.

 

— Eu não tenho canal nenhum e isso não é nenhuma pegadinha! — Se explicou enquanto era puxada pelo braço e levada para fora da cozinha. — Qual é, Dean, eu vi o jeito que você olha pro meu pai! — Ele rodou os olhos e com a mão livre abriu a porta. — Ele flertou de volta! — berrou a frase que era sua última esperança de não ser expulsa.

 

—... Flertou? — Dean perguntou com interesse mal contido.

 

— Vamos parar com o teatrinho — brincou provocativa, mas repensou sua atitude com o olhar que dizia que ainda poderia ser jogada para fora da casa. — Eu conheço muito bem o meu pai e posso dizer com cem porcento de certeza que ele flertou. — Um sorriso convencido brotou nos lábios do homem, a fazendo revirar os olhos.

 

— Bem, mas isso não faz diferença. — Ele falou logo em seguida, contrariando tudo o que havia deixado transparecer.

 

— Como não?! — questionou indignada.

 

— Pois é como o Sammy disse: eu não estou interessado em algo sério.

 

— Então apenas transem casualmente! — falou desesperada, arrependendo-se logo em seguida ao imaginar a cena.

 

— Seu pai é o tipo de homem feito para o casamento, Claire. — Dean suspirou pesadamente ao final da sentença.

 

— Eu conheço histórias que dizem que não é bem assim — comentou, mas foi ignorada.

 

— Você é uma ótima menina e tenho certeza que uma hora vai encontrar a pessoa perfeita para seu pai, mas essa pessoa não sou eu. — Claire grunhiu para a voz condescendente e para a mão que pousou em seu ombro.

 

— Você vai simplesmente deixar ele ir sem lutar?! — questionou enraivecida enquanto era novamente guiada até a saída, dessa vez de forma mais pacífica.

 

— Continue tentando, não desista dos seus sonhos.

 

— Qual é, Dean!

 

— Tchau, foi ótimo te ver novamente! — E dizendo isso ele a empurrou para fora da casa, fechando a porta antes que ela pudesse fazer qualquer coisa novamente.

 

Adultos são tão complicados!


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?? Pensaram que seria easy peasy, meus amores? Não sob o meu comando usaushausuaushaushausuahsuahs São 10 capítulos, eu tenho que dar uma complicada

Deixem comentários, amor e bolacinhas uahsuahsuahsuahsuahushaush

Beijas!!



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