Um namorado para o meu pai escrita por Dama Magno


Capítulo 4
Capítulo 4: É torta que você quer, @?


Notas iniciais do capítulo

Pois é, meu povo, muita gente caiu no conto e foram ludibriados com o encontro, e eu confesso que ri muito com geral achando que seria o Dean ausuahsuahsuhasuha Mas hoje, como todos sabem, ele aparece sim ♥

E eu queria dedicar esse capítulo, com muito amor, à Maysd por conta da recomendação ♥ Obrigada, amoure ♥

Espero que gostem!!

ps.: fui editar as notas do capítulo que tava programado já, mas ai fodeu tudo pq não dá pra utilizar esse recurso pra algo que vai ser postado no mesmo dia, então fica ai uma att da madrugada :v



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Claire já havia ouvido falar de Dean Winchester, irmão mais velho do seu querido professor e ex-colega de escola de seu pai, no entanto nunca havia visto uma foto sequer dele. Por isso, toda a ideia que tinha de como ele era partia da sua imaginação, informações escassas e da própria aparência de Sam. Em sua mente, Dean era maior que o irmão, tinha uma postura de soldado, cabelo grande e era bem centrado, além de ter uma alimentação tão regrada quanto a Samuel.

 

Sim, na cabeça da menina, ele era exatamente igual a Sam, só que loiro. E é claro que ela não poderia estar mais errada.

 

Tudo bem, em sua defesa ele era um homem alto sim, só que se colocado ao lado de Sam ele pareceria um anão - mas na defesa dele, poucas pessoas não pareceriam, perto daquele titã. No entanto, em todo o resto ela estava completamente enganada. Dean tinha cabelo curto, vivia a base de cerveja e comida pronta - pelo que ela pode notar pelas embalagens próximas ao lixo - e, apesar da expressão séria que manteve enquanto falava com eles, tinha mais um ar de casanova visto o sorriso de conquistador barato que dedicou a mulher que saía de sua casa quando chegaram.

 

— Não foi um estrago tão feio. — Ele sentenciou, agachado e analisando o amassado com ajuda da lanterna do celular, pois a iluminação da rua não era muito boa. — Hoje eu não posso fazer nada pra ajudar…

 

— Não, por favor, meu pai chega em casa amanhã! — Claire o interrompeu, os olhos arregalados e a voz tremendo de desespero. Dean ergueu as sobrancelhas e cruzou os braços, os lábios juntos em uma linha reta.

 

— Vocês vieram aqui muito tarde, eu preciso dormir. — Tornou a falar, ainda com uma expressão de repreensão, Claire fechou a cara. — Mas… — A expressão da garota suavizou e ele descruzou os braços. — Se você voltar amanhã, bem cedo, eu prometo resolver isso rapidamente.

 

A menina ficou tão animada que gritou um agradecimento e o abraçou, sendo seguida pelos amigos que se contagiaram com ela. Dean apenas continuou parado, preso e levemente incomodado com aquela ação repentina dos adolescente; não demorou muito para dar um basta, os empurrando de leve para longe e repetindo que tinha que ir dormir, ameaçou Claire dizendo que ela não estivesse lá logo pelo primeiro horário não poderia fazer nada e então mandou as crianças irem para casa.

 

De lá o grupo foi para a casa de Ben, ficaram acordados até uma hora da manhã, quando Lisa saiu do quarto para mandá-los dormir; Claire programou o celular para despertar o mais cedo possível, antes de se ajeitar no sofá que cabia ela e Alex com certo conforto. No dia seguinte, saiu sozinha e com a cabeça latejando pela falta de boas horas de sono, porém aliviada que teria um problema a menos em sua vida para lidar, seu pai seria capaz de vender o carro apenas para deixá-la longe disso.

 

Chegando na casa de Dean, que Ben havia dito na noite anterior que era mecânico e funileiro, sendo dono de uma mecânica próxima a escola deles, ela o encontrou parado na frente da garagem. Os braços fortes cruzado e a expressão fechada, fazendo-a pensar que, de duas uma, ou ela estava chegando tarde ou ele estava com tanto sono quanto ela. Assim que a viu, Dean fez um gesto para que ela estacionasse na frente da garagem e assim que o fez, ele abriu o portão enquanto Claire saía do carro.

 

— Bom dia — cumprimentou, viu-o entrar e pegar as ferramentas que usaria.

 

— Bom dia. — Ele respondeu voltando para perto dela. — Isso não vai demorar muito, pode esperar aqui se quiser. — Ela concordou com a cabeça.

 

Claire ficou um tempo sentada enquanto esperava o trabalho terminar, alternando entre mexer no celular e olhar para o homem, que estava concentrado demais e parecia tê-la esquecido. Em certo momento a loira se levantou e entrou na garagem, olhando as ferramentas que haviam ali e imaginando para que elas serviam, sua curiosidade a fazendo perguntar a Dean de vez em quando; ela pegava uma, analisava e então perguntava. Até que os olhos claros finalmente notaram de verdade o carro preto que estava estacionado ali, não que ela não o tivesse visto, mas de longe ele não parecia tão interessante.

 

— Que carro é esse? — indagou agachada vendo seu reflexo na lataria, depois se ergueu e olhou para dentro do veículo através do vidro.

 

— Esse não é qualquer carro, garota, é um Impala 67 — respondeu cheio de orgulho, indo até ela com um belo sorriso no rosto. Apoiou a mão no carro e o olhou com amor transbordando pelos olhos verdes. — Pertenceu a meu pai.

 

— É muito bonito.

 

— Sim, ela é. — Claire riu e então Dean finalmente tirou os olhos do veículo, os levando até ela. — O carro já está pronto, eu iria polir a área pra ficar um acabamento melhor, mas seu pai não costuma fazer isso, não é mesmo? — Ela respondeu balançando a cabeça. — Ficaria estranho.

 

— Cara, você salvou minha vid... — Ela não terminou a frase, pois repentinamente o instrumental de Highway to Hell começou a tocar e ambos retiraram o celular do bolso.



Dean desligou a chamada que recebera sem ao menos atender, provavelmente não era nada importante ou alguém que queria evitar, Claire pensou. No entanto, ela achou curioso que eles tinham o mesmo toque para ligações, o que a fez sorrir e lembrar de uma vez em que Samuel havia comentado que ela lembrava muito seu irmão.

 

— Você é Claire Novak, não é mesmo? — Dean perguntou, parecendo que apenas agora havia parado para pensar no assunto. — Aluna do Sammy.

 

— Sim, e você estudou com meu pai. — Ele assentiu.

 

— Olhando agora, isso é meio óbvio — falou o homem, erguendo uma das sobrancelhas enquanto a olhava de cima a baixo. — Você se parece com sua mãe, menos os olhos, são azuis como os do Cas.

 

— Cas? — Riu, sendo acompanhada por Dean.

 

— Ele não gostava, comecei a chamá-lo assim depois que ele passou a ser meu tutor em história.

 

— Pensei que não eram amigos — comentou, começando a achar estranho a intimidade que o apelido trazia.

 

— Não éramos, eu acho. — Deu de ombros e voltou a olhar para o Impala. — Vou enviar a conta depois, pelo Ben — falou, desviando do assunto. Claire assentiu e agradeceu a ajuda.

 

Com o carro novinho em folha, Claire partiu para a casa do amigo, devendo sua vida a Dean Winchester e com uma pulga atrás da orelha que poderia muito bem acabar virando um circo.



***

 

O domingo foi embora com muita paz e tranquilidade, na opinião da jovem Novak - não que ela quisesse mais emoção do que o carro amaçado, mas vamos levar em conta o desejo insaciável que garota tinha por aventura.

 

Não há como negar, no entanto, que a chegada de seu pai a fez ter uma descarga de adrenalina bem significante e, venhamos e convenhamos, bem desnecessária. Castiel nunca que seria um monstro com ela por conta de um acidente (ou qualquer outra coisa), na verdade ele a trataria como uma taça de cristal por um mês ou dois, o que por si só já a incomodava visto que detestava ser tratada como frágil ou fraca; contudo, o que seria realmente um problema seria o olhar culpado do pai, que a olharia como se fosse culpa dele por não estar presente, e isso ela não poderia aceitar. Mas ele não desconfiou de absolutamente nada, o que a livrou de ter alguns cabelos brancos precocemente.

 

Quem não quis poupá-la disso, entretanto, foi o querido irmão de seu professor, salvador da pátria e definitivamente um dos caras mais gatos que já viu nessa vida: Dean Winchester.

 

O desconfiometro da adolescentes apitou a semana inteira, pois a conta que deveria ser entregue a ela através de Ben nunca chegou às suas mãos e se isso não significava problema, ela era uma donzela. E como Claire sabia que somente em uma vida passada isso poderia ser verdade, o problema bateu em sua porta na tarde do domingo seguinte, vestido com três camadas de roupa e uma calça jean que definitivamente não havia sido a primeira coisa que ele pegou no armário.

 

— O que faz aqui! — perguntou incrédula e com certo desespero, que a fez olhar sobre os ombros para ter certeza que Castiel não estava por perto.

 

— Pensei que seria mais seguro entregar a conta pessoalmente. — Ele respondeu erguendo a cabeça de forma nada discreta, o que a levou a fechar a porta atrás de si.

 

— Pois deveria ter continuado com o combinado e mandado através do seu afilhado — rebateu irritada, o tom sussurrado e alterado que saiu de sua boca fez o homem erguer uma das sobrancelhas.

 

— Seu pai não sabe que você amassou o carro.

 

— Parabéns, Sherlock, descobriu o mistério. — Dean franziu o cenho diante do deboche, Claire ignorou e estendeu a mão para o mais velho. — Agora me dê a conta e vamos fingir que nada aconteceu.

 

— Escuta, garota… — A porta de madeira se abriu e a voz de Castiel interrompeu o loiro.

 

— Claire, com quem… — A voz de seu pai também morreu no meio da sentença e um pequeno sorriso surgiu nos lábios cheios ao notar quem estava presente. — Dean Winchester.

 

— Castiel Novak. — Dean disse de volta, um sorriso parecido com o do seu pai se estendeu pela face sardenta, grande o suficiente para fazer pequenas e charmosas dobras aparecerem no canto dos olhos.

 

Um silêncio intenso dominou a varanda, fazendo Claire olhar de um para o outro várias vezes até a pulga que estava atrás de sua orelha começar a gritar. Disfarçou um sorriso faceiro mordendo o interior das bochechas, e pigarreou chamando a atenção para si novamente.

 

— Desculpa, Dean, mas o que faz aqui? — Castiel perguntou claramente sem jeito e, temendo que tivesse ofendido o antigo colega, emendou: — Digo, nós quase não nos vemos, nem sabia que conhecia meu endereço.

 

— Meu afilhado é amigo da Claire. — Dean respondeu, as mãos dentro da jaqueta de couro se movimentando de forma a deixar mais visível as outras camisas que usava, uma xadrez e outra preta.

 

— Ben? — O moreno olhou para a filha, que balançou a cabeça afirmando. — Ele está com algum problema?

 

— Ele bateu o carro da mãe esses dias e eu fiquei de passar a conta através da Claire. — Dean respondeu antes que a garota pudesse sequer pensar em uma mentira convincente. Os dois homens olharam para ela quando um riso fraco escapou de seus lábios. — Aqui está. — Ele estendeu um pequeno pedaço de papel para a adolescentes, os olhos verdes dizendo que ela deveria calar a boca para não colocá-los em uma situação complicada. — Diga que ele pode me pagar a qualquer momento.

 

— Okay. — Guardou o papel no bolso da calça e encarou o pai, que parecia intrigado porém não desconfiado. — Pai, e aquela torta que você estava fazendo? — perguntou inocentemente, desviando o assunto.

 

— Na verdade eu estava te procurando para comermos. — Castiel respondeu, os olhos claros saíram da filha e caíram sobre Dean. — Você gostaria de um pedaço? — Claire conhecia o pai que tinha extremamente bem, ao ponto de notar a veia que saltava sempre que ele estava tenso desaparecer quando o sorriso de Dean se estendeu.

 

Interessante.

 

— Você me conhece, eu nunca recuso um bom pedaço de torta. — O Winchester respondeu.

 

***

 

— Eu lembro muito bem do dia em que você finalmente peitou o Benny. — Dean comentou entre risos fazendo Castiel gargalhar com a lembrança.

 

Claire se mantinha em silêncio, apenas apreciando a interação. Os três estavam sentados nos bancos altos que ficavam em uma parte da ilha da cozinha, os homens um de frente para o outro enquanto ela se prontificou em ficar na ponta, para ter uma visão melhor.

 

— Ele me pegou em um mau dia, se não fosse pelos problemas em casa que eu estava passando com certeza eu teria aguentado calado as provocações dele durante todo o colegial. — Seu pai explicou, Dean balançou a cabeça como se compreendesse exatamente o que estava dizendo.

 

— É, isso soa como o Castiel que todos conhecemos e adoramos. — O moreno corou levemente com o elogio, porém disfarçou a vergonha com um agradecimento e outro pedaço de torta. Era o terceiro que seu pai colocava sobre o prato à frente do Winchester, se não o conhecesse bem acharia que ele estava tentando fazer com que o outro ficasse por mais tempo. Como ela o conhecia, afirmava com certeza absoluta que este era o objetivo.



— Benny não foi o cara com quem você saiu uns tempos atrás? — Claire perguntou curiosa, seu pai havia dito que o homem fora um babaca no colégio, mas não que haviam brigado. Castiel olhou para filha com um misto de repreensão e vergonha.

 

— Sim, foi com ele — respondeu, Dean soltou um som de boca fechada, chamando a atenção do Novak, e ao terminar de engolir o pedaço de torta, sorriu de lado se curvando sobre o tampo da ilha.

 

— Pois é, Benny me contou sobre a pequena aventura que tiveram. — A forma como a língua e os dentes passaram pelos lábios claros do loiro, fez com que inclusive ela se arrepiasse.

 

O moreno soltou um riso nasalado e imitou o movimento do outro, apoiando os braços na ilha e levando a cabeça mais para frente. Em um tom que em toda sua vida ela nunca ouviu, Castiel perguntou:

 

— E o que mais ele te contou?

 

— Coisas interessantes, muito interessantes. — Foi a resposta do Winchester, que pegou o último pedaço da fatia de torta em seu prato e o comeu vagarosamente.

 

Claire arregalou os olhos, presa em um redemoinho de sensações; constrangimento, ansiedade e incredulidade. Não era possível que estava presenciando tudo aqui, também não era possível que fosse tudo fruto da sua cabeça.

 

Eles realmente estavam….

 

***

 

— Flertando! — gritou com o ânimo de quem ganha ingressos para o show do cantor favorito.

 

— Pela última vez, nós não estávamos flertando, Claire. — Castiel suspirou, a água espirrando pela pia enquanto ele enxaguava a louça.

 

Dean fora embora havia pouco mais de vinte minutos e durante os cinco primeiros ela se manteve calada, até não se conter mais e bombardear o homem com perguntas e afirmações (acusações, pela visão do moreno).

 

— É claro que estavam! Aqueles olhares, sorrisinhos e o abraço que deram quando ele saiu! Se não havia tensão sexual naquilo, eu não sei mais o que poderia haver!

 

— Você nem conhece ele, eu nem o conheço mais. Ficamos anos sem nos falar direito, não tem como você afirmar que Dean estava flertando comigo. — Ele argumentou, Claire estendeu o pano de prato quando ele se virou para secar as mãos e aproveitou para olhá-lo com uma das sobrancelhas erguidas e sorriso faceiro.

 

— Mas eu conheço você — respondeu cheia de si, Castiel suspirou enquanto esfregava as mãos no pano.

 

— Quando a gente estudou junto eu posso ter tido… Uma paixão momentânea por ele — falou dando as costas para a filha, saindo da cozinha antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, porém foi seguido.

 

— Momentânea quanto?

 

—… Três anos. — Claire soltou um grito agudo, o sorriso se estendendo pela face pálida. — Mas então nos formamos e eu me apaixonei perdidamente por minha melhor amiga, com quem eu tive uma filha estonteantemente teimosa.

 

— Me elogiar não vai tornar o flerte menos concreto, Professor Novak — provocou. — E ninguém está falando da mamãe aqui, mas sim do seu crush de colégio que retornou da cinzas e finalmente pode se concretizar!

 

— Já se passaram vinte anos, Claire, eu não sinto mais isso por ele! — O homem teimou, a menina rodou os olhos descrente (e ele ainda tinha coragem de dizer que ela é quem era teimosa). — E caso encerrado, eu irei para o meu quarto corrigir as lições da sua turma — falou no mesmo instante em que Claire abriu a boca para protestar, tornou a dar as costas a ela, que dessa vez não o seguiu.

 

Se ele não queria admitir que ainda sentia algo por Dean, tudo bem, que morresse em negação. Contudo, ela era uma adolescente perita em leitura corporal e não teria seu dom questionado dessa forma, provaria para seu pai que o Winchester também sentia algo por ele e juntaria os dois ou ela não se chamava Claire Novak.


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Notas finais do capítulo

É isso ai, minha gente! Como foram nesse fim de ano? E mais importante, rs, o que acharam??? Comentem ai, vamo bater um papo, tomar um leite e comer bolacha ♥

Bejas, até!!



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