Um namorado para o meu pai escrita por Dama Magno


Capítulo 3
Capítulo 3: Lady Gaga? Não, Lei de Murphy


Notas iniciais do capítulo

Eai, gente!!! Aqui está mais um capítulo, todos fizeram suas apostas de quem é o date do Castiel e eu quero saber nos comentários quem acertou!!!

Espero que gostei do capítulo!!!



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Ela nunca foi do tipo religiosa, apesar de saber que seus pais vieram de famílias cristãs - fanáticos, pelo lado de seu pai - não foi criada para acreditar em algo específico, apenas na força mística que rodeava o universo. No entanto, isso não significava que ela não sabia de nada sobre nada e certamente ela sabia que somente um ser divino tinha a capacidade de dar vida a alguém que morreu. E, bem, ela não era nenhuma deusa e isso significava exatamente uma coisa:

 

A esperança não havia levantado do túmulo.

 

Ou talvez, Claire queria acreditar nessa possibilidade, ela só estivesse escondida, com medo do que a falta de interesse de seu pai em sair com outras pessoas pudesse fazer com ela. Isso, era isso. Pois Claire conseguia entendê-la, visto que ela mesma estava chocada com a incapacidade de Castiel Novak demonstrar interesse real em alguém.

 

Tudo bem, só haviam sido dois cara e, arg, apenas duas fodinhas sem compromisso, mas em nenhum dos casos ele chegou em casa com planos para um segundo encontro, nem mesmo para um “repeteco”. Sim, ele parecia contente em por sete anos de celibato em dia, no entanto, Claire queria que o pai tivesse algo mais substancial, algo mais profundo e que o mantivesse ocupado por, pelo menos, dois anos - tempo que ela teria para se formar e ir a faculdade, então não precisar mais se preocupar com os constrangimentos paternos… tanto.

 

Castiel havia saído com o tal cara que Sammy - ele odiava quando o chamavam assim, ela achava engraçado - indicou e o encontro se deu no sábado a noite, um dia normal para esse tipo de evento. Mais uma vez ela o ajudou com o que vestir, desejou boa sorte e ficou no pé da escada, próxima a porta de entrada, esperando que ele chegasse para dizer como foi e quando seria o próximo. A demora foi tanta, e ela entendeu isso como um bom sinal, que a garota acabou dormindo no sofá; contudo, ainda foi capaz de ouvi-lo chegar.

 

— Então, como foi? —  perguntou sonolenta, coçando os olhos enquanto se levantava para ver o homem ainda na porta de entrada, a trancando.

 

— Legal, foi como viver o colegial novamente — disse, então se aproximou e a cumprimentou com um beijo no topo da cabeça, sentando-se no braço do sofá. — Eu não imaginava que tanta coisa havia mudado na vida dos meu colegas de turma.

 

— Foram quase vinte anos, pai, é claro que as coisas mudaram — comentou em resposta. — Por que você não manteve contato com eles??

 

— Eu tentei, depois que eu e sua mãe nos casamos, encontramos com eles durante alguns meses, então ela engravidou e por ser de risco tínhamos muitos cuidados que lidar. — Ele suspirou. — Eventualmente fomos nos afastando de todo mundo, ainda encontro alguns deles de vez em quando, cumprimento, mas não é a mesma coisa.

 

— E o irmão do Sam? Ele mora por perto, não? — Claire viu o pai morder o lábio inferior e demorou um tempo para responder com um balançar de cabeça.

 

— Ele é mecânico e eu já esbarrei com ele umas três vezes desde que sua mãe morreu, mas… Nós nunca fomos muito próximos, ajudei ele em história no último ano, mas acredito que antes disso ele nem sabia quem eu era. — Riu, no entanto, ele não parecia achar isso engraçado. — Mas ele era o melhor amigo de Benny e, pelo que conversamos hoje, eles ainda são. — Sorriu.

 

— Oh, certo, Benny. — Agora foi a vez de Claire sorrir, mais animada e já sem sono. —  Me conta, vocês se divertiram bastante, né? — falou lançando um olhar de quem sabe das coisas.

 

— Sim, foi interessante vê-lo com novos olhos. Quando éramos adolescentes, eu o costumava chamar de babaca pelas costas. — Os dois riram, então Castiel continuou: — E, talvez você não queira saber, mas ele definitivamente foi melhor que o outro cara.

 

— Eca, não queria mesmo. —  Claire fez careta, porém o sorriso em seu rosto indicou que ela estava feliz por ele. — Mas, conta, dessa vez vai ter segundo encontro, certo?

 

— Errado — respondeu sem hesitar, rindo da cara perplexa da garota, cuja boca estava aberta. — Ele me contou que recebeu uma proposta de emprego em New York, mas que não tinha certeza se aceitava, mesmo descontente com o lugar em que trabalha agora.

 

— E você o convenceu a aceitar. — Não foi uma pergunta, Claire conhecia bem a filosofia de seu pai de agarrar qualquer oportunidade. Ele afirmou com a cabeça. — Você deixou o homem perfeito escapar entre seus dedos — acusou.

 

— Acredite, Claire, Benny não é o homem perfeito. — Riu, sempre achava graça da intensidade que era ser um adolescente, quase sempre sendo oito ou oitenta. — Ninguém é perfeito.

 

— Ele poderia ser, mas você perdeu a chance de saber.

 

— Boa noite, Claire. — Ele a beijou na cabeça novamente e foi em direção as escadas, subindo para seu quarto.

 

— Espero que não consiga dormir com essa dúvida! — desejou aos berros, conseguindo arrancar uma última gargalhada do homem.

 

Por deus, ele não facilitava!



***

 

Castiel Novak, assim como toda sua família, havia nascido em Illinois e cresceu entre as paredes da igreja que seu pai pastoreava. Recebeu uma criação cristã e extremamente rígida, apanhando com galhos finos quando os desobedecia ou por aparentemente nada, até que ele chegou na adolescência e descobriu que apanhava por não ter um comportamento “tipicamente masculino”. Na primeira oportunidade que teve se mudou com o irmão mais velho, Gabriel, para outro estado e talvez viesse daí sua filosofia de vida.

 

Ainda assim, apesar de tudo o que viveu, somando aí quando seus pais tiveram a confirmação de que ele não era totalmente afim de garotas, Castiel continuava visitá-los e se preocupava com eles. Toda semana ligava para Anna, querendo saber como estavam e durante as férias os dois viajavam até lá, pelo menos até Claire ter a primeira namorada. Ela quis esconder isso deles, fingir que gostava de garotos para não trazer mais problemas para seu pai, no entanto ele se recusou firmemente.

 

— Você é inteligente, forte, determinada, teimosa. Tem olhos azuis, cabelo loiro e pele clara. Seu sorriso é lindo e você é a coisa mais preciosa da minha vida, e vou defendê-la do que for preciso. — Ele disse. — Nem eu e nem sua mãe iríamos querer que você passasse pelas coisas que passei, mas isso não significa que você tem que esconder quem você é, pois assim como tudo isso que eu disse, Claire, ser lésbica é só mais uma característica sua e você nunca, nunca — frisou — deve sentir vergonha de quem é.

 

Aos quinze anos ela parou de visitar os avós, e seu pai nunca contou o que ele haviam dito sobre o assunto; na verdade ele nunca dizia o que eles falavam quando ele comentava algo sobre ela, no entanto isso não o impedia de ir para Illinois cuidar dos pais e contar o quanto ele tinha orgulho da filha. Ela ainda não entendia como ele conseguia fazer essas coisas, se fazia por amor ou por uma obrigação irreal de gratidão a quem o colocou no mundo; ela acreditava que o amor era conquistado, não algo imposto só porque compartilhavam o mesmo sangue, mas nunca o questionou sobre.

 

— Você sabe onde tem dinheiro. — A voz do pai a trouxe de volta para o planeta, ela o olhou e assentiu. — Ótimo, ligue se precisar de mim e tenha muito cuidado se for usar o carro — alertou pela décima vez.

 

— Não se preocupe, pai, eu dificilmente vou usar ele de qualquer forma — garantiu.

 

Castiel largou a mala e colocou o casaco sobre ela, aproximou-se da menina e a abraçou com força, como se temesse que ela sumisse quando a soltasse. Claire abraçou o pai de volta com a mesma intensidade, sentiu o homem beijar-lhe o topo da cabeça, como de costume, e só então se afastaram.

 

— Eu volto domingo a noite, não me espere acordada. — Um grito o alertou que era hora dele partir. — Faça sua lição de casa, Sra. Harrison me disse que você está desleixada esse semestre. —  Claire balançou a cabeça. — Não coma muita besteira, deixei o suficiente na geladeira. —  Outro balançar de cabeça. —  E pelo amor, Claire, se for dar uma festa coloque as coisas que quebram no meu quarto e tranque a porta.

 

— Vamos, irmão, assim você tira toda a diversão da garotada. — A voz de Gabriel soou atrás do homem. — Eai, baixinha —  cumprimentou, Claire o abraçou sorrindo.

 

— Tio Gabe, me ajuda, ele vai acabar colocando câmeras em casa —  brincou se agarrando ao tio, que riu.

 

— Não exagere, Claire.

 

— Certo, é muito papinho, mas o velho Sr. Novak não está ficando mais novo enquanto estamos aqui. — Gabe disse pegando a mala do irmão. — Se você vai me fazer passar por essas tortura, Cassie, ao menos vamos chegar cedo para podermos ir embora o quanto antes — pediu, despediu-se da sobrinha e então foi para o carro.

 

— Vocês vão acabar perdendo o voo. — Claire alertou.

 

— Certo, já estou indo. — Ele a abraçou de novo, a garota riu, pois todas as vezes eram assim. — Eu te amo, não se esqueça disso.

 

— Eu também te amo — respondeu. — Diga a tia Anna que eu mandei um “oi”.

 

— Direi. — Outro beijo na cabeça e então ele se afastou, indo até o carro preto de Gabriel, que havia começado a buzinar.

 

Quando o carro se afastou e Claire entrou em casa, sozinha, sorriu diante das possibilidades. Poderia fazer uma festa, chamar Alex, andar pelada ou ir para a casa de alguém e só voltar no domingo; eram tantas coisas! Mas apesar disso, ela sabia que no final das contas acabaria no quarto do pai, assistindo filme abraçada ao travesseiro dele até que ele estivesse de volta. Era sempre assim.

 

Ah, já estava com saudades.

 

***

 

Nem ela e nem o pai gostavam muito de usar o carro para sair, geralmente o utilizavam para fazer compras ou quando precisavam ir para lugares mais afastados. Além do óbvio desconforto causado pelo trauma da perda da mulher da vida deles, havia o fato de que moravam em um lugar próximo de várias coisas então preferiam economizar dinheiro e poupar o mundo de gases poluentes. Contudo, para coisas importantes, como sair com Alex, ela até conseguia abrir uma exceção.




Era uma noite de sábado, o melhor dia para se ter dezessete anos, e as duas estavam a caminho de uma lanchonete próxima ao centro, se encontrar com alguns amigos. Alex praticamente implorou para Claire deixá-la escolher a música e agora ela ouvia a morena cantar Taylor Swift como se sua vida dependesse disso, rindo das caras e bocas que fazia ao encenar a letra.

 

You belong with me! — Alex cantou a última parte, fazendo o próprio punho de microfone e apontando para a loira, que apenas balançou a cabeça e mandou um beijo.

 

Em pouco tempo já estavam junto aos colegas, brincando e conversando alto em uma das mesas no fundo da lanchonete, que estava cheia de adolescente em situações semelhantes. Ben comentava sobre algo que havia acontecido durante o treino de basquete, onde Aiden - o garoto mais filho da puta da escola - recebera um tapa na cara da garota que, até então, estava namorado.

 

— O que eu não pagaria para ver a cara desse babaca nessa hora! — Krissy comentou cheia de rancor, lembrar do ex trazia seu pior lado. — Eu disse pra Josephine que ele era um nojento — continuou, agora com a boca cheia de hambúrguer.

 

— Espero que ele aprenda, depois dessa. — Alex falou, se aconchegando em Claire que a rodeava com um dos braços. Os outro três riram.

 

— Você é muito ingênua, Lexy. — Claire protestou ao levar um cutucão na costela após dizer isso.

 

— Não se ensina truque velho a cachorro novo — disse Ben, a loira engasgou com as batatas que havia acabado de levar a boca, enquanto Alex apenas gemeu e riu.

 

— É o contrário, gênio. — Krissy provocou. — Não se ensina truque novo a cachorro velho

 

— Tanto faz. — Ele deu de ombros e voltou a comer.

 

— Vou pegar mais guardanapo. — Claire disse ao notar que a mesa deles estava sem, levantou-se e antes de sair deu um beijo no rosto de Alex, fazendo os amigos vaiarem . — Invejosos. — Mostrou o dedo meio para eles, rindo, e então se afastou.

 

No balcão, Claire pediu para Donna, funcionária e uma das donas do estabelecimento (além de mãe da Alex), que lhe desse guardanapos para que pudesse repor o da sua mesa. Sorrindo para a garota, a mulher apenas pediu para que esperasse um pouco, pois ela tinha que pegá-los no estoque. Tamborilando os dedos sobre a madeira ao ritmo da música que tocava de fundo, ela observou o ambiente até seus olhos caírem sobre uma mesa mais próxima a porta, onde pode ver alguns colegas de escola. E Siobhan.




A garota morena a viu também, Claire soube disso pelo sorriso que ela deu quando os olhares se encontraram. Donna, por sorte, apareceu no mesmo instante para salvá-la, porém ainda estava alterada quando chegou na mesa em que estava com os amigos. Encheu o suporte de guardanapos e tentou fingir que estava tudo bem, mas aparentemente sua ansiedade era bem nítida, pois Krissy logo fez um comentário sobre.

 

— Jeez, Novak, fique calma, seu pai não vai saber que você passou do toque de recolher — brincou, mas Claire apenas a olhou com o cenho franzido.

 

— O que houve? — Alex perguntou, a loira mordeu a parte interna das bochechas antes de fazer um sinal com a cabeça em direção a porta.

 

O grupo então viu quem a havia deixado daquele jeito e todos soltaram exclamações baixas de entendimento, lembrando de como Siobhan havia apenas usado Claire para provocar ciúmes na ex-namorada e, ainda por cima, terminado com a garota de forma humilhante na frente de todos. Alex segurou suas mãos trêmulas e então a puxou delicadamente pelo queixo, beijando-a com suavidade sussurrando um “tá tudo bem” logo em seguida.

 

— Por que não vamos para a minha casa? To a fim de ver uma série. — Ben ofereceu, sua casa sendo a mais próxima dos quatro.

 

Todas aceitaram a oferta do rapaz e não demoraram em acertar a conta, cada um pagando o que havia comido. As mãos de Claire ainda tremiam quando saíram da lanchonete em direção ao carro, os quatro entraram no veículo em total silêncio que foi brutalmente quebrado pelo celular da Novak. Com o coração batendo acelerado e a respiração pesada, ela leu a mensagem recém recebida e jogou o aparelho no banco de trás, sendo pego por Ben e seus reflexo de jogador.

 

— Eu não acredito que essa… — Ela não conseguiu terminar a frase, incapaz de pensar em um xingamento bom o suficiente. Colocou a chave na ignição e deu partida, ouvindo o ronco do motor.

 

— Claire, acho melhor um de nós dirigir, você está muito nervosa. — Krissy aconselhou sobre o ombro da amiga.

 

— Eu to bem! — gritou engatando a ré e pisando no acelerador com raiva, esquecendo de olhar o que havia atrás.

 

Um balançar brusco e repentino fez os adolescentes gritarem dentro do carro. Krissy xingou Clair por ter batido a testa no banco do motorista, no entanto foi completamente ignorada, pois a loira saiu apressada para ver o que havia acontecido, sendo acompanhada pelos outros três.

 

— Mas que porra! — berrou furiosa ao ver a traseira o carro contorcida em volta do ferro que era usado para prender a corrente do pequeno estacionamento.

 

— Calma, Claire, não foi nada grave. — Ben tentou acalmá-la, porém recebeu um olhar mortal que o fez recuar dois passos.

 

— Meu pai vai morrer quando souber o que aconteceu, depois vai ressuscitar e me matar! — gemeu. — E ele volta amanhã!

 

— Ele não precisa saber. — Ben tornou a falar, agora recebendo a atenção sincera e esperançosa da amiga. — Eu conheço um cara que pode dar um jeito nisso, ele mora aqui perto..

 

— Já passou das onze, Breaden, não tem como ele querer ajudar.

 

— Ele é meu padrinho, Chambers, tenho certeza que consigo convencê-lo. — Sorriu presunçoso para a morena, que cruzou os braços e fez careta para ele.

 

— Certo, melhor irmos agora — disse Alex arrastando todo mundo de volta para o carro. — Mas eu vou dirigir — completou empurrando Claire para o banco do carona. — Me mostre o caminho, Ben. — Ele assentiu.

 

— Como é que ele se chama, esse tal padrinho? — Krissy perguntou, pouco tempo depois.

 

— Dean — respondeu. — Dean Winchester.


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Notas finais do capítulo

E sobre o povo nos comentário do capítulo passado, tenho uma palavra: EROOOOOOOUUUUUU!!! AUSHAUHSUAHSUAHSUASUASAUHS

Comentem ai o que acharam!

FELIZ ANO NOVO, GENTE!!



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