Um namorado para o meu pai escrita por Dama Magno


Capítulo 2
Capítulo 2: Tinder para maiores...


Notas iniciais do capítulo

É isso ai meu povo, aqui está mais um capítulo! Agradeço aos comentários de todo mundo ♥ ♥

Gente, tirando esse capítulo e o próximo, por conta das festas, todos serão postados aos domingos. Eu vou responder aos comentários sempre no dia de atualização, okay?

Espero que gostem!!



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— Eu não tenho certeza se quero fazer isso. — Claire o olhou por cima do ombro e fez cara feia, dizendo com os olhos que ela não estava dando muitas opções a ele. Apesar de ser mentira.

 

— Vamos fazer um teste, se você sair com pelo menos um cara desse site e não gostar, então podemos apagar seu perfil — propôs e voltou a olhar para a tela do notebook do homem.

 

— Eu sou maior de idade, você não pode me obrigar a fazer nada que eu não queira. — Castiel se curvou sobre o ombro da filha. — Eu nunca li 50 Tons de Cinza.

 

— Isso é apenas para criar uma brecha, alguém vai te perguntar o que acho, mas eles não têm real interesse em saber se você leu os livros, apenas se você curte algo nessa vibe — respondeu engasgando na última palavra, pois não estava interessada em saber qual era a vibe do próprio pai, menos ainda se ele tinha uma.

 

— Bom, eu nunca li, então não sei qual é a vibe. É algo que eu gostaria? — Claire gemeu, imagens invadiram sua mente de forma brutal.

 

— Ok, eu vou apagar isso. — E antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, a garota apagou a informação. — Certo, agora vamos escolher uma foto.

 

Abriu a pasta de imagens do pai, que estava conectada diretamente com o celular dele. Levaram algum tempo para escolher as três melhores e discutiram por cinco minutos se ele deveria ou não colocar uma em que Claire estivesse junto; Castiel acabou ganhando nas argumentações e uma foto deles, com ele sorrindo e ela rodando os olhos, foi parar no site. Com o trabalho feito, a loira sorriu para a página e depois para o pai, deu dois tapinhas em seu ombro e disse:

 

— Parabéns, Sr. Novak, você está de volta ao mercado do namoro.

 

— Ainda tenho minhas dúvidas. — Suspirou.

 

***

 

Claire não gostava das aulas de Educação Física, menos ainda quando o treinador resolvia dar algumas bolas para um bando de adolescentes tentarem acertar uns aos outros - era quase como dar armas a terroristas ou o poder de controlar um país inteiro a um velho louco. Por isso, sempre que podia, usava a carta do “problemas femininos” para ser dispensada da aula; algumas vezes era até mesmo mandada para a enfermaria, o que a permitia tirar um bom cochilo depois do intervalo.

Naquela quarta, no entanto, o treinador havia faltado e colocaram a professora de física para substituí-lo, o que não seria um problema se na semana passada ela não tivesse, de fato, sido dispensada da aula dela por conta das cólicas infernais que sentia. Logo, lá estava ela de cabelo amarrado e jurando estrangular o primeiro idiota que a acertasse, já havia desviado de muitas bolas e começava a sentir o rosto esquentando, deveria estar avermelhada e suando. Claire odiava suar.

 

— Novak! Saía da quadra, seu pai quer falar com você! — A voz da professora soou alto e a loira se virou para olhá-la próxima a porta, de onde saía a figura sorridente de seu pai, acenando para ela.

 

Nas quartas, Castiel apenas tinha duas aulas pela manhã e geralmente ia para a casa depois delas, resolvia todas as pendências que exigiam que ele estivesse presente fisicamente ou então, na maioria das vezes, passa o dia fazendo comidas deliciosas para Claire se fartar quando chegasse da escola (e que duravam até a noite do dia seguinte). Então foi uma surpresa vê-lo ali, ainda mais a tirando de uma aula sem a existência de alguma emergência.

 

— Você está feliz demais para ter havido algum acidente — falou assim que saíram do ginásio, ela pegou a barra da camiseta e a passou no rosto.

 

— Não houve acidente algum, estou aqui porque preciso da sua ajuda. — Ele respondeu, olhou em volta conferindo se estavam sozinhos e então a puxou pelo braço até estarem mais afastados da quadra. Tirou o celular do bolso da calça jeans que usava e o ofereceu a garota, que o pegou com uma das sobrancelhas erguidas.

 

— Parabéns, Sr. Novak, quatro dias depois e já tem um belo espécime interessado em seus dotes culinários — elogiou enquanto sorria para as fotos do homem em questão, entregou o celular de volta para o pai. — E você precisa desesperadamente da minha ajuda com o que, exatamente? Imagino que já tenha tido encontros antes. — Apesar de não querer imaginar isso, obrigada, concluiu mentalmente.

 

— Eu preciso que me ajude com uma simples questão. — Claire franziu o cenho, não muito confiante se queria saber a resposta. — Qual a possibilidade de haver algo no meu armário que seja propício para essa situação? — Ela riu.

 

— Use essa calça e aquela camisa que você usou no aniversário do tio Gabe, ano passado. — Castiel agradeceu a filha com um abraço. — Ok, ok, eu sou uma ótima filha.

 

— Ah, outra coisa. — Ele disse ao se afastar. — Ele trabalha como barman em uma boate, então só tem tempo para sair hoje e eu pensei que seria interessante ter um encontro em casa — começou a explicar, fazendo uma cara que Claire sabia que indicava constrangimento pela frente.

 

— Ai, deus...

 

— … então, se você puder chegar depois das nove ou dormir na casa de uma amiga, eu ficaria muito agradecido — continuou como se não o tivessem interrompido. Claire abaixou a cabeça e coçou a testa.

 

— Ok, vou ver o que posso fazer — respondeu e mais uma vez foi agradecida com um abraço apertado.

 

Castiel não se demorou mais na escola, deixando Claire ainda sem saber o que pensar sobre seu pai tendo um encontro na casa deles. Pelo menos eu não vou pegar ninguém de surpresa, pensou, pois ao menos ele havia contado sobre seus planos, mas logo ela balançou a cabeça sem querer imaginar o que poderia acontecer para que ele dissesse que ela poderia dormir na casa de uma amiga. Bom, a ideia havia sido dela, no final das contas ela tinha que lidar com as consequências e se isso fosse trazer paz, ótimo.

 

— Ok, eu juro que se me acertarem faço da vida de vocês um inferno até a graduação! — gritou ao abrir a porta do ginásio, voltando para a aula.

 

***

 

Alex tinha um quarto bonito, uma cama gostosa e tudo tinha o cheiro maravilhoso dela, mas o melhor de tudo era que Alex tinha mães adotivas ocupadas que não estavam em casa e só chegariam bem tarde. Dizer que a tarde de Claire foi perfeita seria dizer pouco, começaram fazendo lição de casa e quando foram ver, já estavam deitadas e abraçadas na cama, cobertas apenas por um lençol azul marinho. Tudo estava indo muito bem, ela passava a mão por um dos braços da morena, a trazendo para perto de si enquanto a cabeça de Alex encostava em seu queixo, permitindo que ela sentisse a essência da garota.

 

Até que seu celular tocou.

 

— Quem é? — Alex perguntou com a voz baixa, se aninhando no peito de Claire que havia se virado para pegar o aparelho sobre o criado mudo.

 

— Mensagem do meu pai, parece que o encontro acabou mais cedo que o esperado — explicou. — Acho que está na minha hora. — Suspirou.

 

— Por quê? Ele não disse que você poderia dormir fora?

 

— Sim, mas tenho certeza que se eu não for agora, ele vai ficar mandando mensagem a noite toda querendo fofocar — brincou fazendo a garota rir, levantou-se e recolheu as roupas jogadas pelo quarto.

 

— Você vai se arrepender por me deixar sozinha aqui, Novak. — A morena ameaçou com um sorriso no rosto e não tirando os olhos da outra que acabava de arrumar a jaqueta verde sobre o corpo.

 

— Já estou me arrependendo — falou, então se aproximou e depositou um beijo casto nos lábios da garota, se despedindo. — Nos vemos amanhã?

 

— Temos três períodos juntas, tenho certeza que nos vemos amanhã. — Riu.

 

***

 

Claire chegou em casa pouco tempo depois, dividida entre a curiosidade e a frustração, só ela sabia há quanto tempo esperava pela oportunidade de ficar com Alex e agora suas próprias ideias podavam suas oportunidades. Suspirando parou na entrada para procurar sua chave dentro da mochila, porém a porta logo foi escancarada e ela teve o corpo puxado para dentro por um Castiel esbaforido.

 

— Ok, você pode me dizer o que aconteceu nesses últimos dezessete anos em que eu estava ocupado demais sendo marido e pai? — perguntou indignado e sem dar tempo sequer de Claire entender o que estava acontecendo.

 

— O quê? — Olhou para o homem, confusa. Castiel balançou a cabeça e foi para sala, sendo seguido por ela. Ele se sentou no sofá enquanto a garota continuou de pé.

 

— Quando que o cortejo foi eliminado do mundo dos encontros e o sexo casual com alguém que você mal conhece virou o carro chefe? — Tornou a questionar, dessa vez arrancando risos da garota. Não era todo dia que você tinha um homem de quase quarenta anos perguntando a uma adolescente sobre sexo e essas coisas.

 

— Você é o historiador aqui, deveria saber disso melhor que eu — respondeu ainda rindo da cara do pai.— Então quer dizer que não deu muito certo? — Sentou-se ao lado do homem e passou o braço sobre os ombros largos dele.

 

— Não, deu muito certo, só que eu investi muito tempo em uma comida que nem foi apreciada. — Claire riu de novo. — Está com fome? — Ela concordou com a cabeça e ele foi até a cozinha, onde provavelmente os pratos estavam esperando para serem esquentados.

 

— Então vocês vão sair de novo? — perguntou aos gritos, a esperança fluindo por seu corpo enquanto o som do microondas dizia que a comida já estava pronta.

 

— De jeito nenhum. — O homem respondeu ao retornar para a sala com dois pratos em mãos, os colocou sobre a mesa de centro e voltou a se sentar ao lado da filha.

 

— Mas eu pensei que…

 

— Gosto da rotina da conquista, Claire, mas não tenho nada contra sexo casual. — Ela gemeu. — O problema é que ele não é muito bom para isso.

 

— Ok, vou comer no meu quarto. — E com o prato quente em mãos, ela correu para as escadas.

 

***

 

— Eu não sei mais o que fazer! — Claire exclamou após a sala de aula ficar vazia, sobrando apenas ela e seu professor de Literatura.

 

— Sobre o que? — O homem perguntou achando graça da cara desolada da adolescente, que puxou uma carteira para mais perto, se jogando nela em seguida.

 

— Meu pai, Samuel! Meu pai! — Bateu a testa na certeira, arrancando risos do mais velho.

 

Samuel Winchester se juntou ao corpo docente da escola havia um pouco mais de um ano, era um professor jovem e descolado o que permitia que tivesse uma relação mais próxima dos alunos, muitas vezes sendo procurado para dar conselhos e ouvir problemas. Ele não reclamava, na verdade era uma das coisas que amava em sua profissão: ser um modelo e inspirar confiança nos jovens que sofriam tanto com a falta dela.

 

— Você tem certeza que não pode sair com ele, Sam? — Ela perguntou após um longo suspiro, apoiando o rosto em uma das mãos e olhando para o professor como se ele fosse sua última esperança. Ele riu alto, jogando a cabeça para trás, fazendo o cabelo comprido balançar.

 

— Sim, eu tenho certeza — respondeu. — Seu pai é meu colega, além do mais eu tenho uma namorada, Srta. Novak. — Ela fez careta, Sam não sabia se pela recusa ou por tê-la chamado pelo sobrenome.

 

— Você é bonito, inteligente e seria ótimo te ter como padrasto, você me faria um grande favor se saísse com ele, por favor? — implorou, juntando as mãos na frente do rosto.

 

— Eu tenho uma namorada, Claire. — Tornou a dizer, enfático. Ela bufou. — Mas acho que posso te ajudar com seu “problema”. Conheço alguém que talvez tenha interesse em sair com seu pai.

 

Os olhos azuis da garota brilharam, a esperança não havia morrido!

 

***

 

A esperança estava morta, enterrada e em estado de decomposição.

 

Claire Novak estava indignada, frustrada e a um passo de voltar a infância, onde ela se jogava no chão e começava a gritar por seus pais não darem a ela o que queria. Sim, ela se encontrava nesse nível de desespero enquanto seus olhos não saiam do homem à sua frente, sentado tranquilamente enquanto corrigia os testes dos alunos do terceiro ano.

 

— Eu já disse que não tenho interesse, Claire, por favor. — Ele disse sem olhá-la.

 

— Mas por quê?! — Sua voz saiu alta e esganiçada, com certeza os alunos que passavam pelo corredor a teriam ouvido. Castiel suspirou e finalmente se dignou a olhar para a garota.

 

— Eu já fiz o que você queria, já tive um encontro e não gostei. — Claire o encarou cética. — Muito — emendou.

 

— Ok, mas esse cara não é daquele site e Sam disse que você poderia gostar dele, você sabe que Samuel nunca meteria ninguém em roubadas. — Castiel ergueu uma das sobrancelhas, a garota continuou a olhá-lo com firmeza, determinada a não receber um não.

 

— Claire, o que deu em você? — O homem questionou, puxando a garota para seu colo, para que pudessem conversar como pai e filha.

 

— Mamãe partiu tem sete anos, sete anos! — falou após um pequeno momento em silêncio, a cabeça baixa fazendo os fios loiros cobrirem seu rosto. — Você não sai com ninguém desde que ela morreu.

 

— Claire, eu…

 

— Eu sei que você diz que nunca mais vai se apaixonar por outra mulher, mas o mundo também tá cheio de homens que podem te fazer feliz — continuou o interrompendo. Castiel a abraçou e encostou a cabeça no ombro dela.

 

— Eu já tenho tudo o que preciso para ser feliz, você é minha alegria, Claire. — Ele a apertou mais entre seus braços quando a ouviu fungar. — Como é mesmo que ele se chama? — perguntou com um suspiro, Claire saltou de seu colo.

 

— Ah, você vai adorar isso! — comemorou abertamente, deixando o homem com a sensação de que havia sido ludibriado.

 

Quem disse que os mortos não ressuscitam?


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Notas finais do capítulo

É isso ai, meu povo!!! Quem será que o Sam indicou, hein??? HEIN???
( ͡° ͜ʖ ͡°)

Comentários, amor e pensamentos positivos são sempre bem-vindos!!! ♥

FELIZ NATAAAL



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