Prefácio de Uma Vampira escrita por Gabriela Cavalcante


Capítulo 18
Ilha de Esme


Notas iniciais do capítulo

Hum, talvez você esteja se perguntando por que o nome do capítulo é Ilha de Esme, igualzinho ao capítulo da ilha de Esme em Amanhecer. Ou talvez não. O fato é que não havia nome melhor.

Na ilha de Esme acontecem coisas, caros leitores. Não, eu não estou insinuando nada.

Ah, e também eu não estava com uma criatividade muito boa.
Bom, leiam logo e boa leitura.



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Notas Iniciais do Emmett:

O que eu posso fazer agora?

 

Aquele é mesmo o pai da Rosalie. E se não for, é alguém muito parecido com ele. Quando a vida parece que vai te dar uma trégua, aí tudo piora.

Sempre dá para piorar.

Aprenda isso, principalmente quando você é um personagem de fanfic.

 

Rosalie

 

— Pai, o que está fazendo aqui?

— Eu que pergunto, Rose. O que você está fazendo aqui?

— Perguntei primeiro.

— Tudo bem. – Ele pareceu se convencer. – Estou aqui a trabalho. Sua mãe e sua irmã ficaram em Forks, mas virão me visitar nas festas de fim de ano. E você?

— Eu... – gaguejei. – Estou na minha lua-de-mel.

 

Meu pai ficou pálido.

 

— Como... O que... Como é que é? Rosalie Lillian Hale, você está brincando comigo, é isso? Quer ter respeito comigo, por favor? Eu sou seu pai!

— Pai, é verdade – eu disse. – Eu casei. Vim pra cá com o meu marido e com mais um casal. Estão ali – eu me virei e apontei. Não sabia se deveria mesmo contar, mas era o meu pai.

— Espere aí. – Ele ergueu a mão. – Aquele não é o nosso vizinho, seu amigo de infância? Eu sou padrinho dele. Emmett McCarty. O que ele faz aqui?

— Pai. – Eu respirei fundo antes de começar a explicar. – Emmett é meu marido.

 

Ele ficou pálido de novo.

 

— Por isso fugiu de casa? Para se casar escondida? Mas e aquele tal de James? Emmett nunca foi seu namorado.

— Eu saí de casa porque não queria trazer problemas. Eu ia fugir com James. Mas deu tudo errado e Emmett me ajudou. – Suspirei. – Eu não podia voltar para casa. Não depois de ter fugido. Emmett me acolheu. E eu acabei me apaixonando por ele. – Olhei para Emm, ao longe atrás de mim, e sorri. – Foi isso.

 

Olhei novamente para o meu pai. Agora ele parecia nervoso.

 

— Está falando sério, Rose?

— Mais do que em toda a minha vida – respondi. Chamei Emmett com o dedo. Ele veio. Devagar demais. Parecia estar com medo. Eu não sabia. Só queria que fosse um sonho ou uma pegadinha.

 

— Sr. Hale - Emmett disse.

— McCarty. Quer dizer que agora é da família?

— Bom... Acho que sim.

— Por que não me avisou que ia se casar, Rosalie?

— Desculpe, pai – pedi. – Mas eu não podia. É muito complicado, se você soubesse como é complicado... Eu não queria que chegasse a tanto. Mas eu não posso explicar, porque não depende de mim. Não é um segredo meu.

— Eu não entendo – ele disse.

— Não entendendo é melhor – Emm disse, colocando a mão em meu ombro. Meu pai lhe lançou um olhar fulminante e ele colocou as duas mãos para trás.

— Pai, Emmett tem razão. É melhor que só saiba o necessário. E, por enquanto, não é necessário que saiba de nada.

— Tem certeza? – Meu pai ergueu uma sobrancelha.

— Absoluta – respondi. - Pai, eu estava sentindo sua falta. – Eu não me aguentei, e passei os braços pelo seu pescoço, deixando as lágrimas da saudade despejar pelo meu rosto.

— Também senti sua falta, princesa.

— Pai! – Eu separei o abraço com um sorriso.

— O que foi?

— Agora sou uma mulher casada. – Passei o braço pelas costas de Emm. – Não sou mais uma menininha.

— Tem certeza? – Ergueu uma sobrancelha novamente. – Porque você sempre será minha princesinha, mesmo que seja uma velha anoréxica e gagá.

— Pai – meu sorriso se desfez -, nunca vou ser uma velha anoréxica e gagá.

— Tem certeza?

 

Não tinha certeza de nada, mas eu o abracei novamente. Era bom como estar em casa. Mais algumas lágrimas escorreram, mas desta vez eram de emoção. Eu não tinha me dado conta de quanto sentia falta da minha família, mas pareceu que um buraco dentro do meu peito foi fechado. Eu me senti mais feliz, por um instante esqueci-me de James. E quando me lembrei dele novamente, decidi que ele não importava mais e que a tentativa de me assustar só me deixara ainda mais feliz.

 

E a alegria de estar ali. A felicidade de me sentir completa outra vez.

E a sensação de que faltava alguma coisa.

Que faltava mesmo. E que eu não percebera.

 

Sara.

 

Só um nome me vinha à cabeça. Sara. A minha irmã. Agora com nove anos de idade. Já se esquecera de mim, provavelmente. Na melhor das hipóteses, pensava que eu estava morta e se lembrava de mim como um parente distante.

Não podia ser assim. Não tão rápido.

 

A alegria se fora.

 

— Sara – murmurei, ainda com a cabeça apoiada no ombro do meu pai.

— Ela está bem – ele disse. – Sente sua falta. Ela nos disse que você não tinha morrido, e estava certa. Tenho orgulho dela.

— Tenha orgulho dela. Não de mim. Eu não mereço.

— Filha. Você merece tudo de bom. Por mais que eu – ele olhou para Emm com um sorriso amarelo – odeie o fato de você ter se casado, Emmett é um bom rapaz. Você soube escolher.

— Espere aí! – Emm chamou, me fazendo soltar dos braços do meu pai e olhar para ele. – Isso foi um elogio?

 

Confuso.

Meu marido estava confuso. E (adivinhe!) eu também estava.

 

— Eu acho que sim – eu disse. – Na melhor das hipóteses.

 

[...]

 

Aquela ilha definitivamente era linda.

 

Imagine, só você e a sua mente, que está em uma ilha paradisíaca. Tudo é lindo. Há árvores, uma praia com águas cristalinas, areia macia e branca. Uma pequena casa.

Multiplique esta beleza por cem.

Ainda assim não estará aos pés da ilha de Esme.

 

Meu pai me prometera não falar nada sobre o nosso encontro com a mamãe ou com Sara, não importa o que acontecesse. Depois que nos despedimos, aquele buraco que eu não conhecia voltou, e a minha felicidade foi embora.

 

O vazio.

 

Aí Emmett me abraçou e disse que estava tudo bem. E eu sorri, sentindo a felicidade em mim novamente.

 

E assim se foi uma semana.

Sem James. Eu e Emmett. Felicidade. Uma ilha linda.

E um emo e uma anã de jardim que quica. Aliás, ela quica, parece um gnomo inofensivo, mas é letal. Ficou o tempo todo com Jasper, mas suas anteninhas ficaram de olho em mim e em Emmett.

É claro que não foi uma coisa muito boa. Mas eu pude aguentar.

 

O que eu não pude aguentar foi depois que saímos de lá. Eu estava nervosa demais um dia antes de sairmos e acabei comendo demais.

E eu passei mal, o que é pior que ter Alice Cullen em sua lua-de-mel.

Eu vomitei. Eu estava enjoada. E pensar que James poderia estar nos esperando no aeroporto piorava minha situação. Tudo parecia piorar a partir dali. Eu estava ansiosa, nervosa, tudo misturado dentro de mim. Todos os sentimentos, todos os medos. Ah, e todos os dramas.

 

Desculpe, estou sendo dramática de novo.

Mas é bem difícil não ser quando se tem um vampiro te perseguindo. E o pior: um vampiro do mal e que se chama James Newton. E quando se tem uma viagem de barco pela frente, daquelas que não tem absolutamente nada a fazer a não ser pensar. E pensar, nestas circunstâncias, estava fora dos meus planos.

 

O tempo passou.

Mais rápido do que eu pensei que passaria.

 

E nós já estávamos em outro avião. De novo. Eu ainda não estava bem. Ainda sentia tudo misturado, como uma angústia estranha. Não havia nada que eu pudesse fazer para esconder de Emmett o meu estado.

Eu simplesmente não estava bem. E ponto.

 

— Rosalie, você está bem?

Virei o rosto devagar.

— Eu acho que sim.

— Pois eu acho que não – disse ele. – Você não está bem. Está pálida.

 

E essa agora. Pálida.

 

— Estou bem – menti.

— Rosalie. – Ele me pegou pelos ombros, no meio do aeroporto, e me fez olhar para ele. – O que está sentindo? Não minta... Por favor.

Comecei a ver tudo girando. E girando.

 

— Emmett...

 

Girando... E o preto.

 

Desmaiada.

 

[...]

 

Quando acordei, não sabia onde estava. Mas eu supunha estar na enfermaria do aeroporto. E com certeza estava.

 

Abri os olhos devagar e fui enxergando aos poucos a luz e diferenciando os vultos. De um lado, Jasper abraçando Alice. Do outro lado, uma enfermeira toda de branco. Muito bonita, por sinal. O que me fez pensar em Emmett.

 

Emmett!?

 

Revirei os olhos, procurando meu marido. Só revirei os olhos porque não aguentei a dor de virar a cabeça. Acho que tinha ficado muito tempo na mesma posição. O enjoo passara e com ele se fora a dor de cabeça e o mal-estar.

 

Doce ilusão.

 

Segundos depois, tudo de novo. Emmett! Dor de cabeça. Dor profunda. Rose sendo dramática de novo. Cadê o Emmett?

 

Comecei a me agitar na suposta maca. Algo tocou meu ombro e a voz que eu tanto queria ouvir ressoou em meu ouvido.

 

— Calma, Rose. Está tudo bem.

 

Senti meus lábios se curvarem em um sorriso e olhei para o lado, mesmo com a dificuldade. Ele também sorria, e isso me fez sentir ainda melhor. Por um instante, eu me esqueci de tudo de ruim que sentia.

 

— Emm...

 

Mas foi só por um instante.

 

— Está se sentindo mal? – Seu sorriso sumiu.

— Sim. O que aconteceu?

— Estamos no hospital. Alice e Jasper estão ali. – Seus olhos se desviaram dos meus, provavelmente para olhar Alice e Jasper, e logo depois voltaram a mim. – Tem uma enfermeira para cuidar de você.

— Não preciso de enfermeira. Quero ir para casa.

 

Ele me ignorou.

 

— O que foi que aconteceu?

— Eu me senti tonta... E depois eu não vi mais nada. Não me lembro de mais nada.

— Entendo. O médico foi ali ver alguma coisa sobre exames e volta logo. Ele vai nos dizer o que você tem.

— Não estamos mais no aeroporto?

— Não – respondeu ele. – Estamos no hospital. Acho que já disse isso.

— Sim. Já disse. Mas é tão grave assim? Quero dizer... foi só um desmaio.

— Não sei, Rose. Pode não ter sido só um desmaio. Você tem passado mal de uns dias pra cá... Não sei o que pode ser.

— Está me assustando.

— Desculpe.

Olhei para baixo.

— Por que estamos no hospital? – perguntei.

— Porque eu fiquei preocupado demais.

— E... – Dei uma rápida olhada para Alice. – Por que ela está tão feliz?

— Na verdade, ela e Jasper estão felizes. Ele é obrigado a ficar feliz quando ela fica feliz.

— Então por que...

— Eu não sei. Ela não quis dizer. Mas tenho certeza de que ela já viu alguma coisa e não quer nos contar.

— O que ela podia ver de tão alegre logo agora?

— Não faço a mínima ideia.

 

E ficamos um pouco em silêncio.

 

Esperando.

 

Esperando.

 

Esperando.

 

Até que um homem de meia-idade, usando óculos e jaleco branco, entrou naquele quarto. Ele ajeitou o jaleco enquanto Emmett se levantava ansioso e Jasper puxava Alice pela mão para o lado de Emmett. A enfermeira tomou da mão do médico alguns papéis e colocou em cima de uma mesa que eu ainda não havia visto.

 

Ele se aproximou devagar e abriu um sorriso para mim. Eu me senti estranha por um médico estar sorrindo para uma paciente numa maca que estava morrendo de medo do que ele pudesse dizer.

 

Então ele puxou Emmett pelo ombro para o lado dele e deu tapinhas em suas costas. Vi que Emmett ficou confuso, e Alice apertou mais ainda a mão de Jasper, sorrindo feito o... (lendo no crachá) Dr. Moura.

 

Emmett olhou para mim.

 

Eu não sabia o que dizer. Olhei para os dois vampiros presentes e me perguntei como Jasper, sendo um recém-criado, estava aguentando estar num hospital. Esqueci-me disso quando ele me lançou um sorriso sincero, como se estivesse feliz por mim.

 

Feliz por quê?

 

Dr. Moura olhou para Emmett.

 

— Sua esposa? - o médico inclinou a cabeça na minha direção.

— Sim – ele respondeu.

— Então – disse o médico, olhando para mim com o mesmo sorriso – vocês estão de parabéns. Serão pais.

 

Emmett olhou para mim. Eu senti lágrimas nos olhos.

 

Olhei para baixo e acariciei a barriga, onde provavelmente nosso filho esperava pacientemente. E de repente o enjoo me pareceu uma coisa sem importância.

 

Um filho.

 

Olhei para Emmett. Ele ainda me encarava, como se não soubesse o que fazer. Estava tremendo, como no dia em que me pediu em casamento. Parecia estar sem palavras.

 

Olhou para o médico, que ainda estava sorrindo, e depois para Alice, que quicava e sorria ao lado de Jasper. Olhou para Jasper, que desenhou com os lábios a palavra “parabéns” e tornou a olhar para mim.

 

Desta vez eu fiz algo racional. Eu enxuguei uma lágrima que escorria pela bochecha e lhe dei um sorriso. Ele sorriu para mim.

Eu não sentia mais nada, a não ser felicidade. E força. E foi com essa força que eu me levantei e o abracei.

 

Notas Finais do Emmett:

Dr. Moura olhou para mim.

 

— Sua esposa? – o médico inclinou a cabeça na direção de Rose.

— Sim – respondi.

 

— Então – ele olhou para Rose com o mesmo sorriso – vocês estão de parabéns. Serão pais.

 

Olhei para Rose. Ela tinha lágrimas nos olhos.

 

Olhou para baixo e acariciou a barriga, onde provavelmente nosso filho esperava pacientemente.

 

Um filho.

 

Ela me olhou e eu estava tremendo, como no dia em que eu a pedi em casamento. Estava sem palavras.

 

Olhei para o médico, que ainda estava sorrindo, e para Alice que quicava, enquanto Jasper desenhava com os lábios a palavra “parabéns”. E tornei a olhar para ela.

 

Rose enxugou uma lágrima e me deu um sorriso. Eu também sorri para ela. Ela se levantou, ainda sorrindo, andou até mim e me abraçou.

 

E nem eu consigo explicar o que senti naquela hora.

 

 


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Notas finais do capítulo

EMMETT: *enxugando lágrimas* Gabi, este capítulo é emocionante.
AUTORA: Concordo, Emm. Só não chore muito, por favor. Não sei se no mundo das fanfics tem muitos lenços de papel para você enxugar suas lágrimas de emoção.
EMMETT: Não brinque comigo, Gabi. Eu estou feliz.
AUTORA: Eu sei. E é graças a mim.
EMMETT: Por que tudo aqui só depende de você?
AUTORA: Você ainda não leu lá em cima? "escrito por Gaby Kwk...". Ainda não leu?
EMMETT: Claro. Mas me deixe com a minha felicidade emotiva, por favor. Este é o primeiro capítulo que eu me lembro que não termina com um mistério que me faz roer unhas.
AUTORA: Tudo bem, Emmett. Só dê tchau aos leitores e peça para eles aquilo que combinamos.
EMMETT: Leitores, tchau para vocês. Não se esqueçam dos reviews, e quanto mais estreladinhos, melhor.
AUTORA: Tchau, povo. Até mais.



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