Correndo Perigo escrita por Arthemis0


Capítulo 22
Borboletas Livres




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No grande salão de entrada, completamente aos pedaços, Nino respirava ofegante, enquanto se apoiava em um dos destroços, ele sentou cansado, em um dos pedaços de tijolos. No meio do salão um homem moreno com roupas de estampa animal estava caído. Nenhum dos dois estava com ferimentos muitos graves, mas estavam exaustos pela luta.

— Ah! – Nino soltou um suspiro alto, uma mistura de dor e alívio.

Olhou para as escadas, que por um milagre estavam inteiras, e ficou pensando quanto tempo demoraria para recuperar um pouco de energia e ir ajudar os companheiros, foi quando se lembrou que quem estava pior, precisava de um repouso e de comida era seu pequeno kwami.

Wayzz estava dormindo tranquilamente na barriga de Turtle, estava escolhido e dormia por exaustão.

— Você foi bem hoje. – Disse baixinho para o kwami. – Precisa de um repouso.

Nino levantou do monte dos tijolos, pesadamente, iria sair dali primeiro porque queria reencontrar os amigos, e segundo para despistar Animan, aproveitando que esse estava apagado no chão. Não iria lutar, nem conseguiria fazer isso. O campeão da madeira andava divagar até a escada, subiu e olhou para trás por um instante, sem motivo, só olhou, e voltou a caminhar. 

 

 

Alya respirou fundo e tocou outra nota em sua flauta, acertando e tirando outro pedaço da armadura de Lâmina Negra, fazendo-o desequilibrar, a raposa correu até ele e deu um chute em sua cabeça, ele caiu, porém se levantou o mais rápido que pode.

— Que teimoso. – Alya reclamou.

Os dois estavam cansados, mas somente Lâmina Negra estava machucado, entre hematomas e cortes, o inimigo não iria aguentar muito, Alya decidiu acabar logo com isso, a armadura dele já estava chamuscada e quase se partindo.

Com uma pequena bola de explosão, direcionada ao corpo do adversário, Lâmina Negra caiu.

— Ahhh! – Suspirou aliviada.

A campeã do Fogo decidiu que iria esperar pelos outros ali, pegou as roupas que o braço de Hawk Moth usava para amarra-lo.

— Melhor prevenir. – Pensou auto.

Alya sentou no chão, apoiando as costas na parede, Trixx desfez a transformação.

— Pode descansar agora. – A campeã falou.

— Não precisa falar duas vezes. – A kwami pousou no ombro da companheira de não pensou duas vezes antes de pegar no sono.

 

 

Adrien pulava de um lado para o outro como um gato habilidoso, ele e duas, das três, borboletas travavam uma luta silenciosa, o som era das lâminas que tentavam atingi-lo. Os reflexos de gato ajudavam o campeão a escapar ileso, até agora.

Foi rápido quando a primeira borboleta caiu, com ela Chat descobriu que esses espiões de Hawk Moth não são muito resistentes, usam da velocidade para atacar. Então se ele conseguisse atacar no momento certo e com a força suficiente, conseguiria derruba-los.

Se acalme, tente prever os movimentos deles…. Ah! Seria mais fácil se fosse o Nino, pensou Adrien, assim ele tentou se concentrar em seus sentidos felinos, percebendo cada movimento que as borboletas faziam. Notou que as borboletas se locomoviam ao redor da sala em sentidos contrários, se cruzando nas laterais esquerda e direita da sala de reuniões.

Chat se posicionou no meio da sala e fez seu bastão crescer o suficiente, e o girou com toda força que tinha, aquelas borboletas foram atingidas na barriga e no peito pela arma de Chat, sendo arremessadas para longe, uma delas desmaiou. Realmente não são nada resistentes, Adrien sorriu, agora só restava uma borboleta.

— Esses dois inúteis. – Reclamou a borboleta restante.

— Melhor não reclamar muito. – Falou Chat em deboche. – Você pode se juntar a eles.

A borboleta restante arremessou conjuntos de shuriken, desaparecendo em seguida, algumas não chegaram nem perto de atingi-lo, já outras rasgaram a sua pele. Adrien olhou para os lados, nem sinal do espião, mesmo com a visão noturna aguçada, só pode ver o brilho da pequena lâmina atravessando a mão esquerda do felino.

— Maldito. – Esbravejou.

— Será que o gato pode desviar de agulhas? – Cantou a borboleta.

Chatnoir só conseguiu olhar a nuvem de agulhar brilhando e indo na direção dele, seu instinto foi pular, o que o ajudou a salvar só metade de seu corpo de ser atingido, suas pernas e pés estavam fincadas dezenas de agulhas.

— Acho que não é desse jeito que se fantasia de porco espinho. – Riu da própria situação.

Agora Adrien não conseguiria mais se mover, não conseguiria ficar de pé por muito tempo, então teve uma ideia, sabia que ficaria tudo bem com ele, mas não tinha tanta certeza quanto as borboletas.

— CATACLYSM! – Gritou o gato colocando a mão no chão.

A sala ficou mais negra que já estava, era como se o próprio Mal estivesse presente ali, Adrien não queria olhar o que iria acontecer, mas foi tudo muito rápido, quando acabou, abriu os olhos e observou o redor, o papel de parede parecia queimado, as luminárias derretidas e tudo que tinha contato com o chão tinha desaparecido, inclusive as borboletas.

Chat caiu no chão, estava cansado e com dor, olhou para as pernas porco-espinho e para a sala destruída pelo seu poder, estava chocado, pensava o quanto era um gato azarado pelo seu passado, mas também era sortudo pelo seu presente. Olhou para a porta que Ladybug tinha entrado.

— My Lady....Boa sorte. – Disse eu um tom meio irônico e esperançoso.

 

 

Marinette estava com seu ioiô girando, andava de um lado para o outro esperando o inimigo atacar, Hawk Moth estava parado, apoiado em sua bengala.

— Você matou meus pais.

— Eles estavam no meu caminho para o poder.

— Eram seus amigos.

— Eram, não me entendiam, nem minha esposa entendia.

— Sua ganancia passou dos limites.

— Minha ganancia nunca teve limites.

Houve um momento de silencio, Marinette já estava com bastante raiva, mas tinha que se acalmar e pensar em um jeito de derrotar Gabriel, precisava de um plano

— E seu filho?

— Moleque inútil, não sabia fazer nada direito, foi bom quando ele foi embora, assim não precisava mais manter as aparências.

Ladybug abandonou a conversa e partiu para atacar, jogou seu ioiô tentando atingi-lo, mas Hawk Moth desviou facilmente, ela dava socos, chutes, pulava e tentava, de alguma forma, derruba-lo, mas o inimigo mal se mexia.

Já tinha se passado algum tempo, Marinette já tinha usado todas as formas que conhecia para derrubar alguém, e nada acontecia. Ela novamente correu até Hawk Moth, e dessa vez ele agiu e atingiu a barriga da campeã com a bengala, e esse simples gesto fez ela voar até a entrada daquele quarto.

— Como você disse querida, os campeões sempre vencem, acho que esqueceu que sou um campeão também, e um bem mais experiente que você e seus amigos.

Ladybug levantou, depois de ser arremessada, cuspiu um pouco de sangue, se só com um sutil movimento fez isso o que ele faria se realmente lutasse, ela tinha que ganhar dele de outra forma, e deu uma última olhada para Hawk Moth e depois para o seu ioiô.

— LUCKY CHARM! – Gritou.

Uma luz se formou em cima da cabeça de Marinette, mas ao invés de cair algo em suas mãos a luz ficou ali brilhando fortemente e ela se tornava maior conforme descia lentamente, quando quase encostou no chão tinha tomado a forma de uma mulher de cabelos loiros olhos verdes que usava um vestido branco, essa mulher emitia uma luz branca forte.

— Mãe do Adrien? – Perguntou.

A mulher se virou para a campeã e afirmou com a cabeça.

— Gabriel? Esse é você? É realmente você? – a mulher perguntava. – Amor o que aconteceu? Porque está assim?

Hawk Moth estava calado, chocado, a sua esposa, já morta, estava ali conversando com ele.

— E Adrien, nosso pequeno gatinho, você prometeu que iria cuidar dele. – Ela falava e se aproximava. – Ele está bem? - Quando percebeu que Gabriel não iria responde-la resolveu falar tudo que queria. – Sabe eu estava com saudades de vocês dois. Lembra de quando éramos mais jovens e você queria de todas as formas possíveis saber de tudo, e quando você viu aquele curso de mundo antigo queria e entrar nele.... E eu fui junto para ficar mais tempo com você. Mas ai, - A voz dela começou a ficar triste. – você conheceu o que são os Miraculous, conheceu o poder, e ainda soube que era um campeão, seu olhar mudou, tinha momentos que eu ficava com medo. Mas mesmo assim eu te amava.... Na verdade, eu devo ser louca, pois ainda te amo.

Agora a mulher já estava perto o bastante de Gabriel, ela tentou acariciar o rosto chocado dele.

— Não é real. – Ele se afastou rápido da mão dela, e soava frio. – Não, você não é real, eu me libertei de você, não pode estar aqui.

— Gabriel...

Marinette se lembrou que o tio falou, a esposa dele era como uma âncora para ele, a simples presença dela o fazia voltar ao normal.

— NÃO, NÃO, NÃO, NÃO É REAL, NÃO É REAL. – Hawk Moth gritou colocando as mãos na cabeça. – NÃO PODE SER REAL.

O campeão do metal caiu no chão, ele murmurava “Não” enquanto se encolhia.

— Gabriel... – A esposa falou simplesmente e tocou as costas dele.

Uma fumaça negra saiu de dentro do corpo dele, que tomou a forma de um rosto de sorriso diabólico, era o Mal, Marinette rapidamente tomou a postura de campeã, e com o ioiô brilhando correu até Hawk Moth caído e colocou, o ioiô, em seu corpo.

— Já chega, já causou sofrimentos o suficiente, Mal.

Do corpo de Hawk Moth saíram várias borboletas brancas que voaram ao redor da fumaça negra, o sorriso do Mal rapidamente desapareceu e ele foi se tornando cada vez menor até desaparecer também. A bengala de Hawk Moth brilhou, se tornou um pequeno kwami lilás que tinha asas de borboleta.

— Obrigada, campeã de Yin, o Mal foi embora, e vai demorar para ele voltar.

Marinette confirmou com a cabeça, Gabriel estava desmaiado no colo de sua esposa.

— Seus pais disseram que estão orgulhosos de você, Marinette. – Disse a mulher

— Obrigada. – Respondeu.

— Eu sabia que quando morresse Gabriel iria se tornar assim, ele nunca soube controlar essa sede. Eu temia por todos, principalmente por Adrien.... Aquele menino, herdou a minha característica de achar que tudo é culpa dele.

— Adrien também herdou você em ser gentil.... – A mulher riu.

— Sim

— Ele está na sala aqui do lado, talvez você queira....

— Eu queria muito, mas acho que talvez Adrien esteja com mais vontade de ver que você está bem. – A mulher piscou para Marinette, e ela ficou vermelha.

— E ele? – Olhou para Gabriel.

— Não sei se depois de abrigar o Mal em sou corpo ele vá sobreviver. – Disse o kwami borboleta. – Por favor me leve para o guardião, campeã de Yin.

Marinette concordou, pegou aquele broche, que tinha uma vez se encantado e amaldiçoado.

— Marinette, você pode dizer para o Adrien...

E a campeã saiu do quarto, se deparou com uma sala escura.

— Adrien!? – Chamou.

— Marinette. – Ele respondeu.

— Onde você está? – Ela andou com as mãos na frente, tentando tatear algo.

— Não adianta, essa sala não tem mais móveis. Siga minha voz.

E os dois se encontraram.

— Está tudo bem? O que aconteceu?

— Bem... eu me fantasiei de porco espinho e depois redecorei o quarto. E você?

— Te digo quando saímos daqui. Consegue se levantar?

— Não, terá que me ajudar.

Ladybug fez Adrien se apoiar nela e, com ele guiando, os dois saíram da sala e viram Nino e Alya sentados, apoiados na parede, conversando

— Vocês estão péssimos. – Disse Adrien.

— Já se olhou no espelho? Suas pernas estão puro sangue. – Disse Nino.

— Está bem, já chega vocês dois, estamos todos péssimos. – Falou Alya.

— Vamos sair daqui. – Marinette seguiu em frente.

Todos já estavam fora da casa. Ladybug decidiu conversar um todos, e explicar o que tinha acontecido

— Eu não conseguia derrubar Hawk Moth de jeito nenhum, quando usei o Lucky Charm, sua mãe apareceu Adrien, e ela era a única que conseguia controlar a sanidade de Gabriel.... – Ela mostrou o broche. – Nooroo disse que por abrigar o Mal por muito tempo não se sabia se ele iria sobreviver, então me pediu para entregar isso para o guardião.

Os quatro olharam para baixo, estavam tristes, Adrien pegou o broche de borboleta, uma parte sua queria destruí-lo, a outra dizia que era uma lembrança do pai dele...

— Estará em boas mãos e no futuro, alguém o usará com responsabilidade. – Nino disse, pegando o broche da mão de Adrien. – Não se preocupe.

— Conto com você, amigo. – Respondeu Adrien um leve sorriso.

Alya e Nino andaram na frente e deixaram Marinette e Adrien para trás.

— Mais uma coisa. – Ela o encarou. – Sua mãe, ela não pode vir até você, mas disse que te ama, mais que possa imaginar, disse que estava orgulhosa do gatinho dela e disse que você se tornou um homem digno.... E que... – Marinette ficou vermelha. – Encontrou uma mulher forte e gentil.

— Sim. – Adrien concordou com felicidade e abraçou Marinette. – E que eu amo demais.

A beijou docemente, abraçando a sua cintura, enquanto ela abraçou o seu pescoço. Ficaram assim por um tempo, até a falta de ar.

— Vamos para casa, viver o futuro? O nosso futuro? – Perguntou Adrien.

— Com certeza! – Disse feliz.

E os dois caminharam para a casa/base, naquele momento não eram campeões, não eram Ladybug e Chatnoir, eram Marinette e Adrien, duas pessoas que se amavam e que iriam caminhar juntas dali em diante.

FIM


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