Correndo Perigo escrita por Arthemis0


Capítulo 16
Lembranças Adormecidas




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Os campeões voltaram para casa, cansados, não tinha sido uma batalha tão intensa, mas sim, desesperadora, foi a primeira vez que houveram reféns. Decidiram que, o melhor a fazer agora era descansar, afinal já estava de noite, podia-se imaginar que Alya e Nino queiram ficar juntos, e Adrien também queira isso.

— Princesa, sabe, acho que, Nino e Alya vão querer dormir juntos hoje.

— Também acho. - Marinette já sabia o que Adrien queria, ficou vermelha.

— V-vo-você a-ach-acha que po-pos-posso d-do-dor-dormir. – Nem Adrien sabia porque estava gaguejando, nervosismo? Poderia ser.

— *Risos* Ok, pode dormir comigo hoje. – Porque não?

Todos seguiram para seus quartos depois de comer e tomar um bom banho quente, se acomodaram, e os kwamis, como podia-se esperar, foram os primeiros a pegar no sono. Enquanto Alya e Nino disseram um boa noite apaixonado e dormiram rápido, abraçados, Marinette e Adrien estavam calados encarando o teto.

— Está ficando cada vez mais arriscado lutar contra Hawk Moth e o Mal.- Adrien rompeu o silêncio. - Pelo menos, eles têm cada vez menos controle das pessoas.

— Sim. - O gato olhou para ela, esperando algo mais, mas não só isso foi dito.

— Eu tenho guardado isso para mim e Plagg sabe, é claro, porém acho que posso falar isso com você.- Deu uma pausa.- Quando fomos para a reunião com Hawk Moth, eu tive uma sensação familiar, não só porque estávamos na minha antiga casa, como também, o jeito que Hawk Moth falava, calmo, educadamente, lembrou meu pai. Você disse que seus pais foram mortos quando você tinha dez anos? – Marinette confirmou com a cabeça, e nesse momento olhava séria para Adrien. – Fui embora de casa quando tinha dez anos, e um tempo depois começaram a surgir esses boatos do tal Hawk Moth.

— Está sugerindo que Hawk Moth é seu pai?

Marinette sabia que Adrien atribuiria a culpa a ele, seu pai foi seduzido pelo Mal porque Adrien o deixou, a morte daquele não passava da “possessão” do Mal.

— Adrien, isso não é sua culpa, você sempre o ajudou, não tinha como ser um filho melhor, se Gabriel não te valorizou, é porque ele não queira ver o filho maravilhoso que tinha. As pessoas só se deixam ser possuídas pelo Mal porque elas não fazem nada para mudar o que estão vivendo. Como posso explicar.... É estranho, mas quando estou purificando alguém, e o ioiô toca na pessoa posso sentir os sentimentos naquele exato momento, e de todos, até agora, eram sentimentos ruins, ódio, raiva, inveja, avareza, sentimentos que ficaram tão fortes que os braços não conseguiram controlar.

— Está dizendo que o Mal se alimenta desses sentimentos ruins e quanto mais a pessoa se entrega a eles mais o Mal toma conta e, por fim, tornam-se seus “zumbis”?

— Sim! É como se estivessem em torno de uma bola que ofusca a alma que se consome desses sentimentos, e enquanto isso, o Mal toma conta do corpo. O que estou tentado dizer é, que se seu pai foi consumido pelo Mal é porque ele não pode controlar o seu sentimento, o que fez tudo isso acontecer.

Um momento de silêncio prevaleceu no quarto.

— Acho melhor dormirmos, não sabemos o que acontecerá amanhã.

Agora Adrien só queria descansar e parar um pouco de pensar nisso tudo, ele fechou os olhos e tratou de dormir, mas Marinette não, aquela conversa a fez pensar nos pais, naquela cena sanguenta vista na sala, dos corpos de seus pais totalmente perfurados por tiros. Por sorte, ela segurou o choro e dormiu.

Para a infelicidade da joaninha as lembranças não pararam por ia, seu sonho também fez se transportar para aquele dia em que roubou o broche de borboleta. Estava naquela construção abandonada, de novo, mas dessa vez não como criança, mas como moça e estava entre seus pais e Hawk Moth, sem máscara, com a mesma expressão fria que sempre teve.

— Gabriel, por favor, abra os olhos, a Mal está te consumindo. Pense em seu filho, Adrien ainda precisa de você. - Tom, pai de Marinette implorava.

— Sua esposa, minha amiga, não ia querer isso. - A mãe de Marinette tentava convence-lo.

— Ela morreu Sabine, Adrien pensa que está desaparecida, mas ela morreu. E agora, sem ela, finalmente vou poder me libertar dessa obrigação de combater o Mal. Finalmente vou poder utilizar meu poder para satisfazer minhas vontades. - Um sorriso perverso se formava

Os pais de Marinette pareciam chocados.

— Gabriel, você, como o mais velho dos campeões, ficou responsável de treinar e aconselhar os que ainda não tem idade para portar os Miraculous, como Marinette, como Adrien, por favor volte, não se entregue desse jeito.

— Desse jeito como Tom? Vocês, todos vocês, sempre sentiam ciúmes de mim, porque eu fui o escolhido, eu sou um campeão e não vocês, devem estar muito satisfeitos agora que sua querida filha será a campeã de Yin, e que poderá destruir o Mal mais uma vez. Mas por quanto tempo? O quanto essa falsa paz vai durar? Devíamos para de lutar e nos unir a aquilo que irá nos deixar mais fortes. - Gabriel gargalhava e apontava, como se algo insano tivesse vindo à tona.

Tom e Sabine só balançavam a cabeça não acreditando no que estavam ouvindo. Eles tentavam, de toda a forma fazer Gabriel voltar para o lado certo. Então Hawk Moth se virou procurando algo que não estava lá, o que resultou em um grito de raiva.

— Onde está? – Ele tateava o local. - Onde está? Onde está? – Se virou com os olhos em fúria. - Foram vocês! – Andou rápido até os pais de Marinette. – Quer dizer que o ciúmes de vocês chegou ao ponto de roubar meu Miraculous? Andem devolvam antes que algo ruim aconteça. - O casal se entreolhou com dúvida, só devolveram um olhar assustado para Gabriel. – Andem devolvam meu Miraculous. – Dessa vez ele recuou e esticou a mão com a palma para cima. – Andem!

Quanto mais Gabriel se irritava mais insano parecia seu olhar, em um estalar de dedos dois capangas gigantes apareceram com armas para ataca-los, por sorte, algum milagre, conseguiram correr dali, com os gritos de Hawk Moth.

— Todos iram ver, todos iram pagar, serei o mais temido, o mais poderoso de todos. Estejam avisados, vou encontrá-los, vou mata-los. Digam adeus a sua esperança de destruir o Mal, digam adeus aos campões de Yin e Yang, a todos os outros campeões e a todos que ousam duvidar de mim.

Um clarão interrompe tudo e Marinette se transporta novamente para a noite que foi passar na casa de Alya, dessa vez estava em sua casa, com seu pai e sua mãe inquietos.

— Vai ficar tudo bem Sabine, Marinette está na casa dos Cesaire.

— Eu sei Tom, estou muito preocupada com Marinette sim, mas também estou preocupada com todos, um homem que diz que vai destruir o próprio filho não deve ficar impune, não deve estar solto.

— Sim, mas nós não temos poder para isso, precisamos esperar as crianças crescerem e....

São interrompidos pela porta, que abriu violentamente.

— Eu disse que iria encontra-los. – Hawk Moth entra, sorrindo, com os seus dois capangas. – Me devolvam logo meu Miraculous.

— Gabriel não pegamos o....

— Eu sei que pegaram. – Disse irritado. – Quer saber, não vou perder mais meu tempo com vocês. Matem.

Ordenou, balas de metralhadora choveram em Sabine e Tom, causando a sala de sangue e os corpos.

Em desespero Marinette gritou.

— M’LADY! – Adrien disse preocupado balançando o corpo de Mari. – Acorde, está tudo bem! Eu estou aqui.

Ela abriu os olhos, viu a expressão de preocupação de Adrien, se deu conta que estava acontecendo, os dois ainda estavam na cama, Tikki e Plagg observavam atentos e igualmente preocupados. Lembranças do sonho voltaram em turbilhão, fazendo-a ter dor de cabeça.

— Adrien! – O abraçou forte, pondo-se a chorar. – Foi horrível. – Disse entre soluços.

Rapidamente a porta se abriu deixando passar Nino e Alya.

— O que aconteceu? – Alya se aproximou.

— Acho que Ladybug teve um pesadelo. – Explicou Adrien afagando a cabeça dela.

— Um pesadelo não, uma lembrança. – Marinette disse, ainda se acalmando apoiada no peito de seu gato.

Porém não houve tempo para explicações, os alarmes começaram a soar, eram os sensores de Nino, algo estava vindo.


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