Sophia escrita por znestria


Capítulo 24
Um Passeio no Lago




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O trimestre de verão começou com uma calmaria unusual, tão estranha aos sextanistas que era até inquietante - Sophia sentia-se como se estivesse se esquecendo de alguma coisa, porque não parecia certo. Aproveitava, entretanto, o tempo livre para ler livros que deixara de lado por causa dos estudos e, é claro, passar tempo com Viktor. 

Os amigos, por sua vez, estavam cada vez mais envolvidos em quadribol. Desde o sucesso do jogo amistoso, o interesse pelo esporte acordara entre os alunos (ainda mais porque a terceira tarefa do Torneio ainda estava a dois meses de distância). Rogério continuava combinando treinos informais com o time da Corvinal e também fazia planos de realizar outro jogo amistoso. 

Em um dos sábados em que os amigos se encontravam no campo para um treino, Sophia acabou os acompanhando, pois não encontrara Viktor e já havia acabado o livro que estivera lendo (e não iria à biblioteca pegar outro pois Madame Pince geralmente não estava de bom humor aos sábados). Sentou-se na arquibancada com Sean. O amigo gritava, como sempre, dando sua opinião sobre cada pequeno detalhe, mas Sophia rapidamente se entediou - um treino não era de perto tão emocionante quanto um jogo. Rogério coordenava uma série de exercícios básicos: voo em formação, passe de goles, tiros livres; todos muito repetitivos. 

Quando Grant, que estava defendo os aros, levou uma goles na cara pela terceira vez, Sophia levantou-se. Era preferível encarar a severidade da bibliotecária a ficar mais um minuto assistindo ao treino; sua mente estivera divagando tanto que já até sabia qual livro pegar. Despediu-se de Sean, que mal deu-lhe atenção, e saiu. Ficou atenta durante o caminho para ver se encontrava Viktor, mas ele não estava a vista. Encontrou o livro rapidamente na biblioteca e estava a caminho da saída quando deu de cara com o garoto.

“Uou”, disse, recuperando o equilíbrio. “Déjà vu.”  

Viktor pegou seu livro, que caíra no chão. “Currandeirra do lar?” ele leu o título.

“Ah, bom, agora que eu posso legalmente praticar magia em qualquer lugar, achei que seria bom aprender feitiços do dia-a-dia”, explicou. “Meus pais estão adorando a ideia, ficaram muito felizes em saber que eu consigo limpar a casa toda em segundos.” 

Ele assentiu, devolvendo o livro. “Non imagino como os meus terriam sobrevivido sem magia.” 

“Pois é. Os trouxas são muitos imaginativos. Uma pena que a medicina ainda não consegue alcançar os mesmos resultados da magia”, lamentou Sophia, olhando para o livro em sua mão. “Espera”, levantou a cabeça subitamente. “Você acha que… a magia conseguiria curar o câncer? Com um Feitiço do Desaparecimento, por exemplo? Poderíamos só fazer desaparecer o tumor!” 

Viktor parecia muito confuso. “Tumor?” 

Sophia murchou. “Ah, esquece.” Fez uma nota mental para discutir o tópico com Georgie assim que pudesse e mudou de assunto. “Enfim, onde você esteve o dia inteiro? Não te achei em lugar algum.” 

“Ah, eu estive escrrevendo parra meus pais no nafio. Fazia tempo, enton acabei demorrando mais do que prretendia.” 

“Entendi. Ei, você quer dar uma volta?” 

Viktor concordou e então os dois saíram para os jardins. Andaram pelo terreno, inconscientemente em direção à cachoeira. Estavam passando pela cabana de Hagrid quando o professor saiu, carregando um grande saco em seus ombros. 

“Tarde!” ele cumprimentou o casal. 

“Alô, Hagrid! O que é isso?” perguntou Sophia, direcionando o olhar ao volume.

“São perus! Peguei na cozinha. Estou cuidando de uns explosivins, que trouxe para o quarto ano, mas ainda não consegui descobrir o que comem. Mas que estão crescendo, estão!” Ele disse, orgulhoso.

“Que… ótimo!” Sophia conseguiu abrir um sorriso amarelo. Ela e Viktor estavam quase se virando quando o professor a chamou.

“E… Sophia?” Ele clareou a garganta. “Obrigado pelos caldeirões de chocolate. Não tive a chance de agradecer antes.” 

Sophia piscou. “Não há de quê.” E então adicionou: “Você é um bom professor, Hagrid.” 

O homenzarrão sorriu e seu rosto ficou vermelho. Viktor e Sophia se afastaram enquanto ele continuava a carregar seu saco de perus para fora. 

“O que aconteceu?” perguntou Viktor, quando já estavam longe.

Sophia respirou fundo. “Ah, acabei não falando disso com você, mas… Não sei se você ficou sabendo, um tempo atrás foi publicado um artigo no Profeta Diário expondo Hagrid como meio-gigante.” 

Viktor assentiu. “Todo mundo ecstava discutindo isso. Por causa de Madame Maxime também.” 

“É. Bom, Hagrid, diferentemente do que o artigo dizia, sempre foi uma boa pessoa. Ele virou nosso professor só no quinto ano; antes disso ele era guarda-caças, e sempre foi muito simpático com os alunos. Uma vez tivemos que cumprir detenção com ele, e ele até nos ofereceu bolo - não era dos melhores, mas foi um bom gesto. Enfim, quando o artigo saiu, ele deve ter ficado muito abalado, porque não foi dar aula por algumas semanas. Georgie então teve a ideia de trazermos alguns doces em solidariedade, mas só deixamos na porta, porque ele não atendia.” 

Viktor demorou um pouco para responder, processando todas as informações. “Ele non é perrigoso nem nada?” 

“Não!” exclamou Sophia. “Mas não posso dizer o mesmo sobre as aulas dele. Esses explosivins, por exemplo, aparentemente são muito letais. Disseram que têm ferrões e uma armadura brilhante que deflete a maioria dos feitiços. E agora alcançaram dois metros de comprimento.” 

A expressão do garoto era de perturbação. “E os alunos eston cuidando deles? Non deverriam estar aprrendendo a enfrrentá-los?” 

Sophia franziu a testa. Era perceptível a diferença pedagógica entre Hogwarts e Durmstrang. “Talvez. Mas às vezes é melhor entender a criatura antes de tentar exterminá-la. Se bem que, nesse caso, seria muito melhor estudá-las à distância.” 

“Parrecem drragões pequenos.” 

Ela riu. “É. Eu diria que só falta soltarem fogo, mas honestamente não duvido, porque explosivins parecem muito com carangueijos-de-fogo…” 

Chegaram à cachoeira e sentaram-se. O dia estava muito bonito, sem nuvens no céu. Estava admirando a paisagem quando viu um pequeno vulto voar rapidamente por entre as árvores.

“O que foi isso?” perguntou Viktor.

Sophia fez um bico. “Deve ter sido alguém do time. Rogério e Georgie estão praticando no campo hoje.” 

Ele ajeitou a postura. “Eston jogando?” 

“É um treino. Rogério está vendo se conseguem combinar outro jogo, mas não temos certeza, alguns professores não ficaram tão felizes.” 

Viktor acenou, distraído. Sophia franziu a testa e então entendeu. “Ei”, disse, “você quer ir assistir?” 

Ele concordou e então os dois levantaram. “É melhor irmos logo”, Sophia checou o relógio. “Já devem estar acabando.” 

Chegaram ao campo não exatamente a tempo - a maior parte do time já havia descido do ar e estavam conversando no gramado. Aproximaram-se de Georgie, que estava com Sean, pois Rogério encontrava-se em uma discussão séria com Cho. 

“Ei, vocês perderam o treino!” disse Georgie. “Grant fez uma defesa espetacular, vocês não acreditariam! Deve ter sido acidental, mas foi irado: ele se segurou na vassoura com um braço e um pé e defendeu com o outro lado!” 

“Um pêndulo Estrrela-do-mar?” perguntou Viktor.  

Sophia assistiu, confusa, a Viktor e Georgie entrarem em uma conversa animada sobre a tal tática da estrela-do-mar. Sean aproximou-se a seu lado e disse, em um tom mais baixo:

“Parece que estamos perdendo os dois, hein?” 

Sophia ignorou a provocação. “Viktor queria ver o treino.” 

“Ele queria é jogar, isso sim”, retorquiu Sean, rindo. 

“Não acho que ele gostaria de jogar na frente de todo mundo.” 

“Ah, claro, porque ele nem participou na Copa Mundial de Futebol, literalmente para milhares de pessoas.”

Aa sobrancelhas de Sophia se juntaram. “Acho que ele não gosta tanto da fama. Ele não fala muito sobre ser um jogador profissional.” 

“Certo. Ele prefere ficar na dele, por isso se inscreveu para ser campeão do Torneio Tribruxo.” 

Sophia não respondeu. A fala de Sean realmente a fizera questionar seu julgamento. Novamente, ela percebeu que estivera desconsiderando Viktor, tentando fazer decisões por ele.

“Você acha que ele gostaria de jogar?” ela perguntou. 

“Teremos que ver para descobrir.” 

Antes que percebesse, Sean já havia se adiantado e interrompido a conversa entre Viktor e Georgie. “Ei, Viktor, Sophia aqui me disse que estava pensando em dar uma volta de vassoura por aí, você se importaria em acompanhá-la? Não acho que ela possa voar sem supervisão, mas eu não conseguiria ajudá-la, e Rogério e Georgie devem estar cansados com o treino.” 

Sean abriu um sorriso torto e deu um rápido mas significativo olhar para Georgie. A namorada rapidamente entendeu. “É, eu queria descansar um pouco. Mas posso emprestar minha vassoura, sem problemas, e Rogério a dele.” 

Viktor ainda tinha uma expressão um pouco atordoada. Virou-se para Sophia. “Focê quer foar?” 

Sophia engoliu em seco. Sua resposta seria não, preferiria fazer qualquer coisa a voar, mas percebeu que os olhos do garoto estavam mais brilhantes que o normal, então sorriu timidamente e respondeu que sim. 

Sean saiu em direção a Rogério e rapidamente voltou com sua vassoura. Os amigos despediram-se, deixando os dois, e levaram os demais remanescentes do time para fora. Sophia e Viktor ficaram sozinhos no campo. 

“Ok”, Sophia disse. “Você ficou com a vassoura de Rogério, não é? Acho que é a melhor. Ele a comprou verão passado; é uma Nimbus, se não me engano.”

“Sim”, concordou Viktor. “Uma Nimbus 2000.” 

Sophia arregalou os olhos. “Como você sabe?” 

“Está escrrito.” Ele apontou para o cabo da vassoura e, sem dúvida, em uma caligrafia dourada delicada, havia lá o nome do modelo.

“Certo.” 

“Mas eu já tive uma dessa, também.” 

“Qual você tem agora?” 

“Uma Firrebolt.” 

Sophia assentiu. “É claro. Hã, você quer ir primeiro?” 

“Ah, pode ir.” 

Ela grunhiu baixinho. Tinha esperanças de que Viktor subisse e se distraísse por tempo o suficiente para ela conseguir montar sem se desequilibrar, mas o garoto continuava impassível no chão. 

“Ah!” Exclamou, lembrando-se. “Quer ver um truque legal?” 

Ele concordou, então Sophia colocou a vassoura no chão e comandou: “Em pé!” A vassoura voou do chão até sua mão. Virou-se para Viktor, que parecia não estar entendendo, e riu. “Foi a primeira coisa que aprendi em minha primeira aula de voo. Completamente inútil, porque as vassouras aqui sempre ficam guardadas nos armários, mas na época eu achei o máximo.” 

Viktor riu. “Imprressionante.” 

“Obrigada. Agora, é sério, tenha em mente que a última vez que eu voei em uma vassoura foi dois anos atrás, na casa de Sean. E, antes disso, só nas aulas aqui em Hogwarts, no meu primeiro ano.” 

“Non se prreocupe.” 

Sophia subiu na vassoura e respirou fundo. Deu um impulso forte - forte demais. Subiu rápido, desequilibrando-se imediatamente, e escorregou para trás. Fez algum barulho não identificável de medo.

“Use o apoio dos pés!” Viktor gritou de algum lugar abaixo. Obedeceu e conseguiu recuperar o equilíbrio, embora ainda não estivesse controlando bem a vassoura. O garoto então apareceu repentinamente a seu lado, já montado na Nimbus de Rogério. “Focê está segurrando muito perrto. Coloque as mãos mais parra a extrremidade do cabo.” 

Ajustou seu aperto e, sem dúvida, conseguiu controlar melhor o movimento. “Obrigada”, disse, em uma voz aguda.

“Focê ecstá pem?” 

“Sim. Mas vamos bem devagar.” 

Sophia foi na frente, conduzindo os dois para fora do campo, enquanto Viktor a seguia, provavelmente a observando cautelosamente caso ela caísse - o que era muito provável. Foram em direção ao Lago, sobrevoando sua superfície límpida. Com o tempo, a estabilidade de Sophia foi melhorando, a ponto de Viktor confiar nela o suficiente para deixar sua retaguarda e ultrapassá-la, dando voltas pelo ar. 

Os amigos realmente não haviam exagerado quando descreveram a habilidade de Viktor. Ele voava sem nenhum esforço - não havia distinção entre o garoto e a vassoura, e sua trajetória era perfeitamente fluida. Era impressionante de assistir.

Pararam por fim em uma pequena ilha que havia no lago. Desceram de suas vassouras e sentaram na grama, de frente para o castelo.

Depois de recuperar o fôlego, Sophia perguntou: “Como foi?” 

Viktor abriu um largo sorriso. “Muito pom. Fazia tempo que não foava.” 

Sophia retribuiu o sorriso e aproximou-se para beijá-lo. “Você voa muito bem. É sério, nunca vi ninguém voar assim. Isso me deixa ainda mais arrependida de não ter ido à Copa.” 

Ele corou levemente e pegou sua mão. “Pode ir no próximo jogo.” 

“Ah, eu adoraria. Mas não posso falar nada para Sean, ele ficaria louco.” 

“Ele pode ir também.” 

Sophia olhou fundo nos olhos de Viktor. “Ah, você vai se arrepender de ter dito essas palavras.” 

Os dois riram e deitaram, observando as copas das árvores balançando suavemente com o vento e algumas corujas eventuais atravessando o céu. Ficaram assim por um tempo, sem conversar, só aproveitando o momento.

“Posso fazer uma pergunta?” disse Sophia, passados alguns minutos.

“Hum.” 

“Por que você se inscreveu no Torneio?” 

Ele demorou um pouco para responder. “Eu crresci ouvindo histórrias do Torrneio... Esse é o prrimeirro em séculos. É uma oporrtunidade única, ainda mais porrque estou no meu último ano. E é uma honrra poder parrticipar e reprresentar minha escola.” 

Sophia não disse nada por um tempo, então Viktor continuou: “Por quê? Focê terria se inscrrito?” 

Sophia concordou. “Sim.” 

Viktor girou o corpo, ficando de frente para ela. “Sérrio?” 

“É. Seria bom para me testar, ver o que conseguiria fazer.” 

“O que focê terria feito? Com o drragão, com o Lago?” 

Sophia pensou. “Não sei com certeza. Mas acho que algo parecido com Cedrico: distrairia o dragão com alguma outra criatura e tentaria passar despercebida para os ovos. Para falar a verdade, meu Feitiço da Desilusão não é tão ruim.” 

“Focê consegue desaparrecer totalmente?” 

“Não, não totalmente. Consigo mais me camuflar, como um camaleão, sabe? Mas acho que já ajudaria.” 

Ele assentiu. “E na prrova do Lago?” 

“Provavelmente o Feitiço da Cabeça de Bolha, também. A minha primeira opção seria na realidade o guelricho, que nem Potter, mas não sei onde encontraria. Não sei onde ele encontrou! Talvez Snape tenha, mas duvido que me daria, e muito menos para Potter... Enfim, você foi o único que pensou diferente. Mas, mesmo que eu tivesse sua ideia, provavelmente não iria conseguir. Transfiguração humana é muito difícil.”

“Pom, eu non pensei nesse feitiço ou no guelrricho, enton non tive escolha senão ficar prraticando muito a trransfiguração.” 

“Quanto tempo demorou para conseguir?” 

“Algumas semanas. E depois tive que me acostumar a ter uma cabeça de tubarrão.” 

Sophia riu. “E como é?” 

“Estrranho. Eu conseguia enxergar muito pem quase tudo à minha volta, mas tinha um ponto cego bem na frrente do narriz. E eu sentia o cheirro de tudo.” 

Sophia fez uma careta. “Não parece muito agradável.” 

“Non é. Os serreianos cheirram a alga podrre”, Viktor disse, fazendo os dois rirem.

“Que pena. Sabe, eu descobri sobre guelrichos porque perguntei a McGonagall em meu primeiro ano se tinha como me transformar em uma sereia. Eu era obcecada com sereias. Ela me disse que guelricho era o mais próximo que havia disso, embora estivesse livre a tentar transfigurar minhas pernas em uma cauda de peixe.” 

“Prrovavelmente non serria uma poa ideia.” 

“Provavelmente não. Mas, enfim, se eu soubesse que você iria se transfigurar em um tubarão, teria feito algum pequeno corte em mim, para você sentir o cheiro de sangue e me encontrar mais rapidamente.” 

Ele abriu um pequeno sorriso. “Non, focê non deverria se machucar por isso.” 

“Olha, a única outra coisa que os tubarões percebem à distância é urina, e acho que você iria gostar menos ainda.” 

Viktor torceu o nariz, rindo. “Obrrigado pela intenção, de qualquer jeito.” 

Os dois continuaram na pequena ilha até o entardecer. Puderam assistir ao pôr-do-sol, que foi deslumbrante, e então partiram de volta ao campo. Enquanto andavam para o castelo, Sophia comentou:

“Sabe, sempre que quiser dar uma volta de vassoura pode falar comigo; Rogério e Georgie ficam felizes em emprestar. Você também pode ir aos treinos se quiser… Acho que é mais divertido do que voar a 40km/h comigo.” 

“Focê non é tão ruim quanto acha. Se prraticasse mais, tenho cerrteza que conseguirria voar muito pem.” 

“Você está sendo otimista demais. Agora, pode deixar as vassouras comigo, eu subo elas sozinha. Vejo você na janta.” 

Viktor não protestou e deu-lhe um beijo de despedida. Sophia subiu rapidamente para a Torre da Corvinal, encontrando os amigos no caminho, que deram a volta e a acompanharam. 

“O que Krum achou?” perguntou Rogério, ansioso. “Ele reclamou da vassoura? Faz algumas semanas desde que poli da última vez, devia ter me lembrado…” 

“Ele achou ótimo, Rogério, pode ficar tranquilo. Inclusive disse que já teve uma Nimbus.” 

“Irado!” o amigo uivou.

“É, deve ter tido uns cinco anos atrás, quando era novidade”, riu Sean, mas Rogério o ignorou.

“Será que ele vai aos treinos com a gente?” perguntou Georgie.

Sophia mordeu o lábio. “Não sei. Eu deixei o convite em aberto, mas ele não disse nada.” 

“Treinar com Viktor Krum!” Rogério chiava, com Sean o acompanhando. 

Os quatro chegaram aos dormitórios, guardaram as vassouras e desceram novamente. Enquanto os meninos ainda discutiam sobre quadribol, Sophia puxou Georgie para poderem discutir sobre magia na medicina.

“É genial!” guinchava Georgie. “Evanesco, não é? Ah, minha tia está com pedra no rim, eu poderia simplesmente fazê-las desaparecerem! Iria economizar um monte da cirurgia.” 

“Mas o que você falaria pra ela?” 

“Ah, ela é meio religiosa, posso falar que foi um milagre ou algo assim.” 

Sophia riu. “Que irônico. Ela iria surtar se soubesse que foi bruxaria.” 

Continuaram a conversa durante toda a janta e depois quando voltaram à Sala Comunal. Eram infinitas as possibilidades de soluções para doenças trouxas incuráveis.

“Sabe”, começou Sophia, “isso está começando a me deixar na dúvida. Nunca considerei muito a opção de virar curandeira, porque sempre associei a acidentes mágicos bobos, mas agora… Parece interessante.” 

“Isso quer dizer que você não vai querer trabalhar comigo no Ministério?” Georgie fingiu desapontamento.

“Ah, estou falando sério! É tão difícil escolher.” 

A amiga a abraçou. “Não se preocupe, Soph, você vai achar a carreira certa para você. Não coloque tanta pressão em si mesma, ainda estamos no sexto ano! E, de qualquer jeito, você sempre pode trocar de emprego se não se identificar.” 

“É verdade. Mas seria tão mais fácil se eu já soubesse - ou melhor, já tivesse uma carreira, que nem Viktor!” 

“Viktor é um caso à parte. Mas, honestamente, acho que você devia investir um pouco mais nessa tal loja de logros com os Weasley. Os produtos que vocês estão fazendo são brilhantes e estão vendendo muito.” 

Georgie então se retirou para juntar-se ao namorado, que ainda (Sophia não entendia como) discutia entusiasticamente sobre quadribol com Rogério. Sophia continuou sentada, refletindo sobre o conselho que a amiga dera, até que começou a ficar um pouco ansiosa demais. Pegou o livro que emprestara da biblioteca e mergulhou em sua leitura durante o resto da noite. 


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