Sophia escrita por znestria


Capítulo 25
A Proposta dos Gêmeos




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Viktor não participou, no final, dos próximos treinos, mas assistiu a alguns e chegou até a discutir táticas com Rogério, que aceitou todas as dicas de muito bom grado. Sophia e Viktor também passearam de vassoura pelos terrenos da escola novamente, e, para sua surpresa, Sophia começou a melhorar. Viktor era perfeitamente paciente e com certeza sabia exatamente do que estava falando, e o fato de não haver outros colegas de classe a assistindo deixava a garota mais confortável.

“Focê ecstá muito mais à vontade”, comentou Viktor, ao final de uma tarde de domingo. 

“Você é de fato um ótimo professor”, ela respondeu. “E ter aprendido Aresto Momentum desde o meu primeiro ano também ajuda os meus nervos.” 

Ele riu. "Sabia que esse feitiço foi inventado por causa do quadrribol?” 

“É sério?” Sophia levantou as sobrancelhas. “Bom, não devia me surpreender, é o mínimo que os bruxos poderiam fazer após inventarem um esporte potencialmente letal.” 

“Non, na verrdade foi inventado porrque os jogadores tinham prreguiça de ir atrás da goles quando ela caía.” 

“Hã, ok. Afinal, quem se importa com vidas humanas quando se tem uma goles para ir atrás?” Sophia franziu a testa, fazendo uma careta. “Mas espera - o Feitiço Convocatório ainda não tinha sido inventado? Seria mais fácil, não?” 

Viktor deu os ombros. “Agorra focê ecstá perrguntando demais.” 

Continuaram combinando passeios de vassoura em momentos em que os campos ficavam vazios, para terem mais privacidade, então, quando a próxima visita a Hogsmeade chegou, naturalmente decidiram aproveitar a tranquilidade dos terrenos. Os amigos até protestaram um pouco, mas no final acabaram aceitando. Foi só numa tarde em que saía da aula de Herbologia, acompanhada dos gêmeos Weasley, que Sophia mudou de ideia.

“Vocês estão loucos!” ela exclamava.

“Estamos mesmo?” disse Jorge, levantando uma sobrancelha.

“Sim!” ela repetiu. “Edimburgo é a centenas de quilômetros de distância! Nós acabamos de aprender a aparatar, e o máximo que já viajamos foram uns dez metros!” 

“Fale por si mesma”, respondeu Fred simplesmente.

Sophia parou. “O que isso quer dizer?” 

“Bom, eu imaginaria que você tivesse deduzido que levam mais que os poucos minutos entre as letras “H” e “K” para ir à Dedosdemel, comprar alguns doces e voltar ao campo afastado do teste de Aparatação.” 

O queixo de Sophia caiu lentamente enquanto ela processava a fala do amigo. “Espera… Vocês… Bem debaixo do nariz de Enoch? Logo antes do teste de Aparatação?” 

Os sorrisos não apologéticos nos rostos dos gêmeos confirmavam sua suspeita. 

Sophia continuava incrédula. “Mas… No dia do teste…” Engoliu em seco e retomou a compostura. “Ok, isso não muda nada. Edimburgo ainda é muito mais longe que isso. É muito perigoso.” 

“Vai ter que haver uma primeira vez”, disse Jorge.

Pararam em frente à escadaria que dava à Torre da Corvinal. 

“Converse com Sean e os outros”, piscou Fred antes de seguir na outra direção, deixando Sophia sozinha. A garota ainda estava processando a proposta enquanto subia as escadas até a Torre da Corvinal. Ao adentrar a Sala Comunal, encontrou os amigos em um canto, conversando animadamente em um dos sofás. 

“Então, eu estava conversando com Fred e Jorge”, começou Sophia, sentando-se ao lado deles, “e eles estavam me contando dos planos deles deste sábado.” 

Georgie semicerrou os olhos. “O que eles vão aprontar dessa vez?” 

“Bom”, Sophia clareou a garganta. “Querem ir a Edimburgo.” 

Nenhum dos amigos entendeu de primeira. Os três continuaram encarando Sophia, com cara de confusos, até que o rosto de Sean se iluminou.

“NÃO!” ele gritou, um largo sorriso se abrindo. 

“Sim.” 

“O que é?” perguntou Georgie ao namorado, exasperada.

Rogério logo entendeu. “Ah, não!” 

“Podem fazer o favor de me explicar?” dizia Georgie, enquanto os dois meninos começavam a rir energicamente.

Sophia suspirou. “Querem aparatar até lá.” 

Os olhos de Georgie se arregalaram e a garota soltou um arquejo fraco. “Mas… Eles não podem, podem?” 

“É claro que podem!” interveio Sean. “Ambos são maiores de idade e têm licença oficial do Ministério para aparatar!” 

“Mas Edimburgo é tão longe!” 

“Não é tão longe assim”, replicou Rogério, assumindo uma expressão pensativa. “Dá umas seis horas de vassoura, pelo que meus pais me contaram.” 

“E, Georgie, a distância não é um problema muito grande. Para aparatar, o importante é que você tenha foco. Precisa se concentrar bastante no lugar aonde quer ir. Não faz muita diferença se o destino é perto ou longe - o que facilita é a familiaridade que você tem com o lugar. Se você for mais experiente, não precisa nem conhecer seu destino, pode só ter visto uma foto do local ou até mesmo só saber seu nome.” 

“E você acha que nós conseguiríamos?” perguntou Sophia. “Seja realista, Sean. Você sabe que nós não somos todos tão bons assim.” 

“Eu nem passei”, resmungou Georgie baixinho.

O garoto franziu a testa, pensativo. “Acho que sim. Poderíamos fazer aparatação acompanhada - eu, Fred e Jorge, que temos mais facilidade, guiaríamos vocês. Imagino que Viktor também tenha experiência o suficiente para fazer aparatação acompanhada.” 

Sophia abriu a boca para responder, mas não conseguiu pensar em nada a contestar. A verdade é que adoraria fazer uma viagem a Edimburgo, fazia muito tempo que não ia para lá - e muito menos adulta e acompanhada de amigos -, mas ainda tinha um pé atrás por medo. Ela tinha passado no teste de Aparatação apenas por um triz, e uma viagem de algumas centenas de quilômetros era algo que ela não gostaria de tentar tão cedo. 

“Vamos pensar, ok?” disse finalmente. Olhou para Georgie e viu que a amiga também parecia estar com o cérebro a mil, provavelmente também dividida. 

“Só queria lembrar que isso seria também contra as regras da escola”, apontou Rogério. “Não podemos sair de Hogsmeade durante os passeios.” 

“Cara”, grunhiu Sean, “de que lado você está?” 

Georgie, porém, simplesmente balançou a cabeça e disse: “Não é o que me preocupa.” 

Os três se entreolharam, espantados, e deram os ombros.

Durante o resto do dia, Sophia não conseguiu tirar da cabeça os pensamentos da possível viagem. Os amigos debateram durante todo o jantar, ainda sem conseguirem chegar a um consenso. Quando terminou de comer, Sophia procurou Viktor em seguida, afinal, ele era um participante em potencial.

“Eu fou”, ele disse simplesmente.

Sophia foi pega de surpresa. “Vai?” 

“Sim”, ele confirmou. “É uma viagem pem curta. Acho que será divertido visitar uma cidade trrouxa.” 

“Ah”, Sophia fez, com a voz fraca. “Ok.” Ainda estava completamente perplexa pela convicção imediata de Viktor e pela naturalidade com a qual ele estava tratando o assunto. “Você acha que consegue me ajudar a aparatar?” 

Ele assentiu com firmeza. 

Sophia deu um sorriso nervoso. “Certo. Acho que vamos a Edimburgo, então.” 

Uma vez que Sophia havia aceitado, os amigos não demoraram a convencer Georgie. A amiga encontrou conforto especialmente na tranquilidade de Viktor, e até pediu a Sophia que ele a acompanhasse também (o que fez Sean protestar levemente). 

Quando sábado finalmente chegou, a energia dos quatro não poderia estar mais animada. Passaram a noite anterior inteira planejando o passeio: listaram os lugares que gostariam de visitar, estocaram lanches para o dia e as meninas separaram dinheiro trouxa (e o cartão de crédito de Sophia, que falou rapidamente com os pais pelo espelho de dois sentidos). Acordaram cedo e saíram para Hogsmeade assim que Filch liberou a saída da escola, este olhando para o grupo com uma expressão muito desconfiada - o que, honestamente, era sua cara de sempre. Encontraram Viktor no meio do caminho até a vila e os gêmeos e Lino perto do Três Vassouras, onde tinham combinado. 

Afastaram-se da rua principal e adentraram um beco vazio.

“Certo, vamos revisar o plano”, começou Jorge, dando a impressão de que estavam em uma missão secreta. “Nós aparatamos em grupos até o Castelo de Edimburgo.” Ele passou de mão em mão uma foto do castelo que Sophia pegara do livro de Viktor. “Se não nos esbarrarmos por lá, nos encontraremos às 10 horas em frente à capela. Isso dá tempo o suficiente para explorarmos o castelo também.” 

Todos assentiram.

“Ok, agora cada um com seu par.” 

Exatamente metade dos presentes era mais confiante em suas habilidades de aparatar. Fred e Jorge, que haviam passado no exame com distinção, foram, respectivamente, com Lino e Rogério. Georgie foi com Sean, e Sophia, é claro, com Viktor. Os dois nem precisaram se agrupar, pois já estavam de mãos dadas. 

“Prontos?” disse Jorge. Ele deu uma risada. “É isso aí. 3… 2… 1… Agora!” 

Sophia girou e tudo escureceu. 


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