High School - Love Now escrita por Gabriel Min


Capítulo 2
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/749096/chapter/2

DIAS DE UM ESTUDANTE:

Traços de uma Personalidade

 

 

Esta história é banhada em clichês. E talvez não seja tão diferente assim de outras histórias de colegiais, mas quem não gosta de clichês? Aliás, muitas boas histórias têm pelo menos um clichê, por menor que seja. Um grande amor à primeira vista, um amor unilateral, dramas adolescentes a serem enfrentados, é uma boa história. Com meu ponto de vista, não uma, mas várias histórias serão contadas. Como a da jovem Olive Blackburn, que estava ansiosa para seu primeiro dia de aula, mas não pode ir devido a complicações de saúde, ou então, como preferir chamar, resfriado.

Eommoni*... Estamos saindo para a escola.

Moravam quatro pessoas naquela casa. Olive, Jeongwoo, Jaemin e Jenna. Talvez você não entenda de início, mas não é tão complicado quando parece. A casa daquela família era bem perto de DongSi, nada melhor do que os três irem andando juntos. Jaemin tinha seus cabelos vermelhos. Não como se fossem ruivos, mas um vermelho como um batom puro mate. Branco como um sorvete de creme e pálido como nuvens. E fofo como um Ursinho Carinhoso, de acordo com Olive. Ele se considerava O mediando. Estava caminhando entre duas brilhantes pessoas, duas pessoas que haviam gabaritado a prova da escola onde ele fora selecionado para a turma F. Apesar de Jaemin pregar que inteligência não é nada, ficava triste por ter conseguido uma nota baixa. Caminhado ao seu lado esquerdo, havia Jeongwoo. Cabelos curtos que não chegavam nem a metade de sua testa. Em sua expressão era possível perceber o quão bobo ele era. Fácil ler qualquer uma de suas expressões e desvendar qualquer uma de suas emoções. Basta olhar em seus olhos por três segundos. Era tão fácil quando tirar um doce de uma criancinha. Andava de um modo desleixado e despreocupado, como se nada da vida de ninguém fosse ruim.

Do lado direito de Jaemin, estava Olive. Diferente dos rapazes ao seu lado, a garota era a única que tinha a pele bronzeada e também era a que parecia mais sensata. Parecia a única que parava para pensar em todas a coisas que fazia, tendo em mente as possíveis consequências das suas escolhas. Mas era apenas a primeira impressão. Agia como uma criança de oito anos, apesar de ter quinze. E com certeza, era a mais sem noção do três.

— Eu não quero entrar lá — a garota soltou de repente. Era de se esperar que tivesse com medo. Sabe aquela sensação quando você pisa em um lugar completamente estranho, cheio de gente estranha, mas você se sente mais estranha do que qualquer coisa?

— Você só precisa caminhar. Todos nós estaremos na mesma sala. Todos nós menos o Jaemin ­― sorriu o maior, ao contrário de Jaemin, que o encarou sério. ― Você não estava ansiosa por causa disso? Vamos todos entrar sem medo, você vai gostar desse lugar.

Olive sempre foi corajosa, agia sem pensar em nada. Nem mesmo no que faria a seguir. Isso seria coragem ou burrice? Jeong-woo a envolvia com o braço e a fazia andar mais rápido. Enquanto andavam, era possível ver o número de alunos uniformizados aumentando. Olive olhava com medo do seu futuro e ao seu lado, Jaemin preocupava-se com o seu almoço.

Quando adentraram os portões da escola, Jeongwoo teve que dar um até logo, pois já estava atrasado, apesar do primeiro sinal ainda não ter tocado. Mas Olive e seus dois amigos não são o ponto central desta história. Ao longe, três garotas observavam a novata, visto que ela entrou abraçada com o cara de quem uma delas gostava desde seus treze anos.

— Vocês viram o Thony? — a loirinha com mexas no cabelo indagou.

Suzanne Block revirou os olhos enquanto voltava sua atenção para suas grandes unhas. Suzanne estava atrasada um ano, mas já estava em seu último. Era uma garota inteligente, mas odiava estudar e sequer tinha paciência para ler as questões da prova. Havia se dedicado para entrar naquela escola, mas seu desempenho caiu tanto que, quando chegou no primeiro ano, já estava na última turma. Era a última no ranking em Dong-si.

A segunda jovem, conhecida como Nanna Ólafursdottir, de cabelos claríssimos, tão próximos do branco, olhava com um misto de ciúmes e curiosidade. Vira aquele por quem era apaixonada há três anos abraçado com uma garota que ela nunca havia visto antes. Queria muito saber quem era ela. E o que ela poderia ser para Jeongwoo.

— Ela é irmã dele — Hillary respondeu a sua pergunta, mesmo que ela não a tenha feito. — Ele ainda tá solteiro, então relaxa.

Hillary era a queen bee. Que tipo de escola não teria uma abelha rainha? E essa era Hillary McDonald. Ou simplesmente Hill. De franja e mechas coloridas, seus lábios traziam inveja a várias garotas e atraía inúmeros olhares de vários garotos. Mas isso não importava. Seus olhos e coração pertenciam justamente a pessoa que queria distância dela.

Anthony Kim. Descendente de coreanos, nerd, gamer ou qualquer um desses termo associados a pessoas que passam parte do tempo vendo animes, ou jogando em seus vídeos games ou lendo mangás e histórias em quadrinho. Acontece que ninguém sabe exatamente o motivo dela ter simplesmente se interessado por ele. Talvez seja o simples fato dele não gostar dela. Hill adora desafios e isso não é segredo. Talvez, em alguma parte de sua missão em fazê-lo se interessar por ela, ela acabou realmente gostado dele.

— Como sabe que é irmã dele? Eu nunca a vi por aqui.

— Ela não morava aqui. Se mudou há dois meses pro duplex em frente a nossa casa. Ele se mudou há quatro dias pra lá.

— E quem é o outro? — Suzanne entrou na conversa, mexendo em seus cabelos ruivos enquanto a dupla passava na frente deles.

— É irmão deles também — Hillary respondeu, convicta de sua resposta.

— Tem certeza disso?

Suzanne e Nanna raramente concordavam com as coisas. Eram muito diferentes entre si, com opiniões muito distintas, mas naquele momento, duvidavam da amiga. Achavam que ela estava focada demais naquela paixão, às vezes esquecendo dela mesma. Hill não era tão inteligente, mas se esforçou como ninguém para estar na turma A. Na sexta série, estava na turma F.

Foi quando o viu pela primeira vez. A grande verdade era que ela havia se interessado por ele logo de cara. Mas ele não deu a mínima. Na época em questão, ela não era a Hillary de quinze anos. Ainda era pequena, dando os primeiros passos para a temida puberdade. Quando ele a rejeitou, tudo o que passou na sua cabeça fora que ele não havia a achado bonita. Então ela logo percebeu que poderia se arrumar mais, foi quando conheceu famosas marcas e maquiagem. E mesmo querendo precocemente se tornar adulta, percebeu que nada dos seus truques fazia Anthony Kim notá-la. Percebeu que precisava incansavelmente da aprovação dele. E quando ela se deu conta de que talvez precisasse estar ainda mais perto, dedicou-se verdadeiramente aos estudos. Aos poucos, foi subindo de ranking. Na oitava série, estava na turma C.

Estudou mais ainda. E quando entrou naquele dia, foi direto na lista. Estava na turma A.

— Do mesmo jeito que tem certeza de que todo seu esforço para estar na turma A realmente tenha valido a pena?

— Vai valer, vocês vão ver.

Anthony não era um garoto popular. Gostava de passar seu intervalo tomando café com os professores. Mas agora eles eram todos novos, já que o Departamento de Ensino Médio tinha outros professores. Mas vários rostos conhecidos estavam em sua sala naquele ano.

E não era que o jovem Thony não ia com a cara deles. Mas estar na mesma sala que Cameron Jones não era exatamente uma coisa boa, até porque, de acordo com sua humilde opinião, Cameron era um projeto de arrasador de corações, mesmo sem nunca ter beijado uma única boca. Mas Cameron nunca havia dito que havia beijado, então ele não pode ser acusado de nada. Tudo o que Cameron fazia era tentar conquistar garotas com seu jeito galanteador. Usava um perfume maravilhoso, com um único e impecável penteado, banhado em laquê, um meio sorriso que realmente conquistava e uma inteligência invejável. Ele poderia ser o cretino que fosse, mas quando se sentava para estudar, as meninas ficavam ainda mais apaixonadas.

Mas, em minha humilde opinião, o jovem Thony não gostava de Cameron pelo simples fato de que sua amiga, Nishimura Kairi, era uma das adoradoras dele. Porém, é preciso dizer que Anthony Kim não gostava de Nishimura de outro jeito senão o da pura amizade. Mas talvez porque ele achava que Nishimura era gay. Ela andava e se vestia como um garoto.

Nishimura não era gay, é preciso dizer. Apenas não se sentia confortável no corpo que vivia, agindo com um garoto. Tinha planos de fazer a cirurgia de mudança de sexo. Depois disso, ela poderia dizer que era gay, afinal, para ela, só queria ser tratada como garoto após a cirurgia. Menino ou menina, ela ainda tinha seu coração derretido pelo bonitão Cameron James.

E enquanto Nishimura babava mais uma vez por Cameron, ele andava sem olhar completamente para frente, esbarrando na jovem Shin Hayoung. Ela havia acabado de comprar seu café.

Shin Hayoung retirou os fones de ouvido e encarou Cameron Jones, que sentiu um calafrio com seu olhar penetrante e misterioso. Acontece, meu caro leitor, que o café entornou.

— Você pode, por favor, olhar para frente enquanto anda?

Ye*, sunbaenim* — Cameron se curvou, em um pedido de desculpas. — Por favor, me deixe pagar um novo café para você.

Aniyo*, tá tudo bem — o jovem galanteador, que já andava em direção ao refeitório, deu meia volta e se curvou novamente, repetindo sua primeira frase. — É melhor você ir.

Shin Hayoung estava em seu segundo ano. Costumava ser uma aluna exemplar, mas devido a problemas familiares, sua média despencou. Misteriosa, assim como seu olhar, a garota tinha seus motivos para ser do jeito que era. E esse seu jeito havia a tornado alguém solitária e cansada. Sempre sozinha, ela fazia parte dos poucos alunos que não faziam parte de qualquer clube. Ela também já havia escutado rumores por toda a escola sobre sua vida. Lembra-se de escutar uma garota da sua turma dizendo que ela poderia ser uma mafiosa. Ela costumava sorrir sozinha quando pensava nesse boato específico.

Para não dizer que sua lista de contatos era nula, havia um jovem, que era tão misterioso como ela. Era uma completa cópia dela, apenas pelo fato de que eram de sexos opostos.

Yoon Dojae.

Eles não eram exatamente amigos. Apenas duas pessoas que não mantém contato os outros alunos. Ambos tidos como estranhos e mafiosos. Existia uma leve diferença entre eles. Enquanto Hayoung era tida como uma rebelde, Dojae era tido como convencido. As histórias eram diversas. Ele era rico, realmente rico. Bem, caro leitor, algumas pessoas acham que dinheiro bastava para que uma pessoa fosse considerada convencida. Mas o que dizer quando aquele ambiente era envolto de pessoas na mesma situação financeira que ele?

Ele rebatia qualquer tipo de amizade que tentavam, não gostava de conversar. Escutar sua voz era um feito magnífico e ele rejeitava toda e qualquer declaração. Mas seu professor conversava com ele com uma facilidade incrível, assim como Hayoung. Até mesmo o convenceu de que entrar em um clube faria bem para seu convívio com os demais alunos.

— Eu não quero.

Seu professor, Jared Maincroft, precisou passar metade do antigo ano letivo tentando convencer o garoto. Um dia, ele resolveu se juntar ao conselho estudantil. Se tornou um monitor. A faixa em vermelho e amarelo com letras bordadas em dourado diziam bem o que ele fazia.

Ali estava o verdadeiro motivo dos boatos. Como um monitor e conhecedor de cada regra descrita no manual “Direitos e Deveres de um Aluno em Dong-si: Conselhos para uma Vida Escolar Agradável”, ele tinha o poder de deixar alunos em detenção. E era conhecido por deixar um grande número de alunos detidos. Diziam que ele abusava do poder, mas ele estava apenas fazendo seu trabalho, assim com seu professor havia pedido.

— Conseguiu aquele emprego?

— Não. Quando cheguei, haviam acabado de contratar alguém.

— E o da lojinha perto da cafeteria?

— Vai coincidir com o da cafeteria. E a cafeteria paga seis won a mais por hora. 

Alguns estudantes conseguiam empregos de meio período para conseguirem seu próprio dinheiro, afim de gastar em coisas para si mesma. Hayoung necessitava de dinheiro para continuar estudando. E para sustentar a casa. E um emprego de meio período não sustentava ambos. Seu cansaço, por vezes, parecia em vão. Afinal, ela não tinha como lidar com todas as despesas sozinhas.

Cortando a conversa daquela estranha dupla de amigos, o sinal ecoava pela escola, era apenas o primeiro. Em dez minutos, o segundo sinal ecoaria e a aula começaria.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

[Eommoni] Do coreano, mãe.

[Ye] Do coreano, sim; sim senhor; sim senhora; entendido.

[Sunbaenim] Pessoa mais experiente em determinando assunto, ramo, atividade.

[Aniyo] Do coreano, não.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "High School - Love Now" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.