High School - Love Now escrita por Gabriel Min


Capítulo 3
Capítulo 2




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DEVERES DE UM ALUNO:

Sinais do primeiro amor

 

Nanna Ólafursdottir estava apaixonada há três anos. O que ela via nele, ninguém sabia. Ele não era muito bonito, era agitado, paquerador e não gostava de ficar preso – mas no fundo, quem gosta de ficar preso?

Independente dos inúmeros defeitos de Jeongwoo, ele era gentil, carinhoso, atencioso. Fazia o que estava ao seu alcance para ajudar todos que precisassem de ajuda, esse era quem ele era. Nanna sempre se perdia quando olhava para ele, como naquele instante em que ele entrava na escola acompanhado de uma garota. Durante uma semana, ele chegou acompanhado apenas de um cara de cabelos vermelhos, mas lá estava ela, abraçada ao seu amor. Nanna sentiu um enorme ciúme misturado com uma inveja dolorosa, era impossível seu rosto pálido não ficar vermelho como um pimentão.
Mas ela tinha muito azar: naquele dia, ela não poderia falar com ele corretamente. Passou o resto dos minutos restantes antes do sinal bater pensando no que falar para ele quando o visse novamente.

Quando o primeiro sinal soou pelos corredores, Nanna e Suzanne Block seguiram para o andar do terceiro ano enquanto Hill seguia para o primeiro andar. A loirinha não perdia tempo quando se tratava de estudar: aprendera com o tempo que estudar não era um bicho de sete cabeças, desenvolvera ela própria uma metodologia de estudos para que os assuntos ficassem em sua mente sem que escapassem com o tempo. Todos os assuntos abordados na semana que se passou continuavam frescos em sua mente, assim como as atividades que estavam em dia. Ela adentrou a sala e se posicionou em seu local de costume. A penúltima cadeira e a mesa próximos a janela que dava para o corredor pertenciam a ela.

Hillary não tinha amigos dentro daquela sala, visto que a maioria a via apenas como um rosto bonito, mesmo ela sendo uma das melhores alunas da turma. Um dos únicos que ainda chegava para conversar com ela era Cameron Jones. O garoto dono do topete mais famoso da cidade gostava de encher o saco da loirinha. Houve uma época em que eles tentaram namorar, mas em nada eles combinavam. O namoro durou um total de 64 dias.

Mesmo com o fim do estranho relacionamento, ambos continuaram uma estranha amizade, que Hillary nem mesmo considerava. Mas ele era realmente divertido. Era o único que realmente fazia a garota sorrir de verdade.

― Me empresta sua atividade de matemática. Daqui a pouco ele entra aí e me esgana.

― Aniyo ― respondeu convicta, justamente quando o segundo sinal bateu.

O professor entrou em classe, acompanhado de uma aluna. Os murmúrios começaram no mesmo instante, pois os alunos sabiam da existência de uma aluna que havia gabaritado o exame de admissão, mas nenhum dos novos alunos que haviam aparecido na primeira semana era esse aluno.

― Bom dia, eu vejo que vocês já estão curiosos ― Baek Jeongwoo, o professor de matemática e professor responsável pela turma A do primeiro ano odiava usar o uniforme destinado aos professores, portanto, por baixo do jaleco, usava uma camisa com desenhos de pizza, que chamava atenção onde quer que ele passasse.

― Ela é a pessoa quem gabaritou o exame de admissão e nem mesmo fez o segundo exame?

― Do que você está falando? ― A garota logo começou a falar. ― Eu fiz o segundo exame. E gabaritei ele também.

Sim, Olive adorava se vangloriar sobre seus feitos, ainda mais quando ninguém ao seu redor poderia ter feito. Dentro da escola, apenas três estudantes foram capazes de gabaritar o exame de admissão. Olive Blackburn, Jared Maincroft, o professor de Literatura e Baek Jeongwoo, o professor de matemática e irmão mais velho de Olive.

― Certo, certo. Vamos continuar. Esta é Olive Blackburn. Quer falar alguma coisa? ¬― Jeongwoo se dirigiu a menor, que de inicio não havia entendido. Ela não gostava de se apresentar em frente a classe, achava completamente desnecessário e isso era visível por causa da feição formada em seu rosto.

― Ah... Annyeonghaseyo . ― A garota curvou-se diante da turma. ― Meu nome é Olive Blackburn e eu não pude vir durante a primeira semana de aula devido a um resfriado. Eu me mudei há pouco tempo.

― Por que você mudou para cá? ― Um aluno aleatório curioso perguntou no fundo da classe.

¬― Minha mãe decidiu que seria melhor todos nós mudarmos para cá, para que eu pudesse estudar aqui ― respondeu ela, convincente. ― É isso. Eu espero que todos possamos ser bons amigos. Por favor, tomem conta de mim.

Após curvar-se novamente, o professor a indicou o seu lugar. Olive se dirigiu até a primeira cadeira ao da janela que dava vista para o lado de fora do prédio. A primeira aula ainda do dia estava prestes a começar.

As aulas da manhã se arrastaram por mais quatro horas, entre breves intervalos e mudanças de professores. Shin Hayoung, na turma F do primeiro ano colocava dentro da própria cabeça que precisava se manter concentrada, pois ela necessitava fazer todo o dinheiro gasto naquela escola valer a pena. Não havia registros de alunos bolsistas em DongSi, portanto Hayoung não poderia bobear de forma alguma.

O professor a sua frente era Jared Maincroft, professor que ela mantinha um certo respeito até a semana passada, onde havia presenciado uma cena nada comum aos seus olhos: um beijo entre uma aluna e seu professor.

Jared tinha 24 anos de vida, três anos de professor e três anos de amor platônico por Nakamura Lilly. E exatamente uma semana desde que havia a beijado.

Hayoung estava trocando de roupa quando escutou uma voz masculina no vestuário feminino. Aquilo era contra as regras, quem poderia estar ali?

Quão magnifico poderia ser o ensino médio? Os alunos conversando alegremente, a maioria preocupada com seu status social, uma parte com as notas, outra parte com os problemas que possam enfrentar no dia a dia, e alguns tentando evitar problemas futuros. Problemas que podem afetar status sociais, notas, criar problemas familiares e várias outras consequências inimagináveis. Shin Hayoung não poderia sequer imaginar aquela situação. Sentimentos confusos. Sentimentos que não deveriam nascer dentro do ambiente em questão. Mas quem somos nós para dizer quando ele deve vir?

Usamos a mera desculpa de ‘não existe idade nem tempo certo para isso’. Pode ocorrer a qualquer momento. Além disso, seria uma ótima história para contar para os herdeiros. Esse problema que não deveria acontecer, esse sentimento que não deveria existir estava agora atormentando os pensamentos de Jared Maincroft. Os sentimentos estavam finalmente deixando o inabalável Jared Maincroft num beco sem saída. Ele logo teria que consertar isso. Havia dois caminhos. Sabia qual escolher, apenas não desejava isso. Queria ir contra.

Lilly encontrava-se no vestiário feminino, logo após as aulas de história geral, ela praticaria atletismo com os outros alunos, incluindo Hayoung. Lilly sempre esperava as outras garotas saírem para poder fazer as coisas sem o sentimento de que estão falando pelas suas costas. Isso era bom por um lado. Ela só não esperava que Jared adentrasse o vestuário quando naquele momento.

― Jared...?

Ele não disse nada. Estava sem os óculos e olhava firmemente para o chão. As mãos estavam no bolso. Por um momento, parecia que não sabia o motivo de ter aparecido na frente dela. Até que tirou uma das mãos do bolso, e nela havia um pequeno papel. Ele esticou os braços na direção da jovem.

― O que é isso?

Ela hesitou ao colocar as mãos no papel. Jared hesitou em soltá-lo. Por um instante, seus dedos se tocaram. O homem finalmente havia soltado e colocado a mão no bolso novamente. Novamente em silencio e sem nenhuma reação aparente, ficou parado. Até, de repente, se aproximar e encostar seus lábios nos dela.

Ali estava Lilly, pega de surpresa pelo professor mais imprevisível do mundo.

Na escola.

Mas tudo havia começado durante os dias finais das férias. Eram apenas sete e meia da noite, de uma sexta feira. Faltavam nove dias para o início das aulas e a brisa fria rodava a cidade, tirando as pessoas das ruas e as trancando dentro de casa. Apenas os corajosos e os amantes do frio caminhavam pelo parque naquela época do ano. Jared, não apenas devido a sua profissão, sempre amou tanto ler. Os livros, o cheiro, a história, os amantes, a violência, o sexo, a vida que não é nossa. Tudo em pedaços de papeis juntos entre duas capas grossas, onde grandes letras prateadas davam nome aquela falsa realidade. Tudo tão diferente do real. Tudo tão parecido com sua vida.

Ele simplesmente amava andar pelo parque a noite, naquela época do ano. Dia três de setembro se aproximava, um novo ano letivo. Novos alunos, novos desafios, novas histórias, mas um antigo amor. Um amor inalcançável. Todos os dias e todas as noites se perguntava.

Depois de tanto tempo sem nenhuma resposta ao seu apelo desesperado por um amor simples, por que responder com um amor impossível como nos livros?
Era uma droga. Sim, era. Era algo que Jared Maincroft já não sabia mais como controlar. Ele não era mais um adolescente, não tinha mais 15 anos de idade, já não tinha mais direito de sonhar com um primeiro amor como os livros que tanto lia. Então por que ele, logo ele estaria passando por isso, assim tão tarde? Se ele tivesse que sonhar com um primeiro amor, que fosse mais suave. Mas por que tinha que ser por ela? Por que tinha que ser alguém que está tão perto, mas que mesmo ele esticasse seus braços, não poderia alcançá-la?

Oito horas da noite.

Jared ainda não havia levantado do banco que havia sentado meia hora atrás. O parque continuava frio e vazio.

― Professor Jared?

Por que tinha que ser Lilly? Por que ela tinha que ser tão linda? Porque o coração de Jared Maincroft estava tão acelerado naquele momento. Porque ele estava começando a desejá-la em meus braços. Desejava protege-la e tirá-la daquele frio, porque ele queria que Lilly parasse de tremer tanto assim. Por que estava com um casaco tão fino? O que estava pensando ao sair de casa assim? E se pegasse um resfriado?

― O que faz aqui, Lilly?

― Eu marquei de encontrar meu melhor amigo, mas acabei levando um bolo ― ela sorria, meio decepcionada por ter sido abandonada. ― Por que está... Olha, tudo bem se eu te chamar de Jared fora da escola? Eu me sinto estranha... É estranho, mas se você não quiser eu posso...

Jared¬ não conseguiu segurar uma longa e alta risada. Por um momento, Lilly olhou seu professor como se ele estivesse louco, como se ele não fosse o Jared sério que era seu professor de Literatura. Mas logo ela se juntou a ele e sua risada aqueceu o coração daquele homem mais velho. De repente, ficara mais quente. Era aceitável o fato de ela ter estranhado aquela risada tão alta e liberta: ele não era assim: Jared é alguém muito fechado a amizade. Ele é do tipo de pessoa que não consegue se abrir facilmente e é extremamente focado no trabalho, mesmo assim, era considerado imprevisível. Ele deveria acreditar nisso? Talvez, ou ele não teria se apaixonado pela sua aluna.

― Claro que pode. Você pode.

Nishimura sentou-se ao lado do professor e ambos engajaram em uma conversa descontraída. O homem então percebeu que ela continuava tremendo. Como nos livros que ele devorava nas noites em que ficava sozinho no apartamento, tirou o casaco grosso que vestia e a cobriu com ele.

― Não precisa fazer isso, eu já estava indo pra casa...

― Então deixa eu te ac... – Gaguejou. – Deixa que eu te acompanhe até em casa.

Lilly apenas acenou com a cabeça com um magnifico sorriso envergonhado. Ela era linda. Ela era graciosa, tão tímida, mas tão forte e intimidante quando queria. As outras garotas não a viam como ela deveria ser vista, não a aceitavam do jeito que ela era e isso sempre o machucava por dentro. Sempre o feria de um jeito inimaginável. Mas ela sempre dava um jeito dessa ferida sumir quando sorria. Um sorriso que não havia igual.

― Lilly, você... Este é seu último ano no Ensino Médio, pretende cursar o nosso departamento universitário?

― Definitivamente. Não tem melhor lugar, além disso... ― Ela respirou fundo antes de continuar. ― Não tem outro lugar onde eu queira ir.

― Isso é bom, por que... Por que...

― Por quê? ― Por que assim ele vou poder continuar a ter vê-la, mas é lógico que ele não poderia dizer isso a sua aluna. Sua aluna.

― Lilly, onde você mora?

― Naquele apartamento logo ali ― ela não pareceu se importar com a maneira súbita de Jared ter trocado de assunto tão rápido. Era melhor assim.

Em minutos chegariam perto do lugar onde ela morava com a família. Aquela noite havia se tornado tão aconchegante. Jared queria poder segurar na mão de Lilly e pedir que não a soltasse.

― Bem, é aqui.

Ela se virou para Jared e sorriu.

Não faça isso, Lilly.

― Obrigada por ter me acompanhado, Jared.

Não faça isso, ele pensava, não diga meu nome com esse sorriso.

― Até amanhã.

Não me faça cometer loucuras, Lilly.

― Volte para casa com segurança, okay? ― Ela tirou o casaco e o colocou nos ombros do seu professor.

Não faça eu me apaixonar por você desse jeito.

― Boa noite, Jared.

Não vai ter volta.

― Boa noite, Lilly.

Ela virou e Jared a segurou pelo braço, segurando seu rosto e encostando seus lábios. Foi simples. Apenas um beijo que não poderia ser descrito nos livros. Nem os sentimentos. Esse tipo de coisa é bem diferente na vida real. Não existe aqueles choques que tanto são descritos. O mundo ao nosso redor não para. O relógio não para. Não existiu, durante aquele beijo, apenas aqueles dois. Porém, foi algo que os livros não podem descrever, livro nenhum pode dizer com precisão o que acontece nesse exato momento. A única coisa que Jared poderia pensar era que eu estava completamente apaixonado pela sua aluna.

― Lily, quem é seu namorado?

Ele afastou seus lábios, mas não soltou seu rosto. A voz feminina vinha de cima.

― É a minha madrasta – Lilly sussurrou.

― Me desculpe. De verdade.

Jared afastou-se da menor sem ao menos olhar para cima, era perigoso, para ambos. Tudo o que fizera foi pedir desculpas novamente através de seu olhar e seguiu seu caminho, sem ao menos olhar para trás.

Era uma droga.


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