A Proposta escrita por Maria Ester


Capítulo 10
Capítulo 10




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Cecilia balançou a cabeça.

— Eu sempre soube que você nunca trairia, é muito honrado para isso. Mas... – acrescentou, antes que ele pudesse revidar – você passava muito temo em hotéis e cruzeiros cercado de mulheres lindas e sofisticadas que se atiravam em você. Eu não era idiota de achar que ninguém chamaria a sua atenção. Sabia que eu era descartável, assim como Nicole foi quando eu voltei.

Meu Deus, ela não podia estar falando sério.

— Como você pensa uma coisa dessas? – perguntou ele, e não esperou a resposta: – Eu nunca sequer olhei para outra no nosso tempo de casados.

A dúvida reverberou pelo corpo dela.

A falta de cabimento era hilária. Foi Cecília que desistiu. Ela o abandonou. Estava bem claro que os votos tinham muito mais valor para ele.

— Por que eu teria olhado para outra se tinha você? – disse ele, aproximando-se e apoiando a mão na parede, ao lado da cabeça dela.

— Você é linda e um mulherão.

Ela ficou tensa e engoliu em seco.

— Você acaba de confirmar tudo o que eu disse. Realmente acha que eu só sou boa em uma coisa.

— E nisso eu posso garantir que você é fantástica.

Ela o agarrou pelo pulso e tentou abaixar o braço de Gustavo, mas ele se desvencilhou e segurou o dela, imobilizando-a sem muito esforço, depois passou o braço pela sua cintura e puxou-a para junto dele.

Cecília afastou a cabeça, encarando-o com desejo e desdém naqueles olhos azuis.

— Quando foi que você ficou tão cruel?

— Quando eu percebi que a mulher que eu amava estava me fazendo de idiota. – E, com isso, levou a boca à dela, calando as vozes na cabeça dele doidas para discutir com esse julgamento.

Cecília tentou resistir, tentou ignorar seus sentidos, mas era como lutar contra a maré. O calor dele, o cheiro, a preencheu, penetrando nos poros e no sangue. Podia afastá-lo. Só um empurrão e estaria livre.

Gustavo podia ser muitas coisas, mas nunca usaria a força física para obrigá-la a fazer o que não queria. Mas tinham um acordo. Ela só estava ali pelo prazer dele.

E, para ser sincera consigo mesma, também estava lá por prazer, porque o marido a fizera se sentir viva de uma forma que nunca experimentaria se não tivessem se conhecido.

Tentando ser racional, ela pôs a mão no peito dele, sem saber se iria empurrar ou puxar. Quando se deu conta, estava agarrando a camisa dele.

Os lábios de Gustavo se suavizaram e ela mergulhou nele. O beijo era intenso, exigente, a língua dele dançava com a sua.

Ela soltou a camisa dele e envolveu-lhe o pescoço com os braços, apertando a nuca, apoiando-se enquanto ele a beijava com tanta intensidade que Cecília achava que ia cair. O tempo sumiu. O importante era o agora, aquele momento, e o calor que ardia dentro dela. Os beijos de Gustavo se intensificaram, então ele se afastou o suficiente para mordiscar o pescoço dela.

Depois, levantou-a e a pôs contra a parede. Com as pernas ao redor da cintura dele, Cecília beijou-lhe o rosto, provando-o, inalando-o, esfregando o nariz na pele macia das bochechas, que ia ficando mais áspera perto do queixo. Ele a segurou com força, como se ela não tivesse peso, e a levou até a escada.

Cecília não sabia como ele conseguiu subir dois lances com ela nos braços, talvez impulsionado pelo êxtase do momento.

Ele abriu a porta do quarto e colocou a mulher na cama.

Gustavo afastou-se e olhou para ela, tenso. O coração dela batia doído enquanto o encarava. Sem dizer uma palavra, com os olhos nos dela, Gustavo tirou o cinto e abaixou a calça. Metódico, desabotoou a camisa enquanto Cecília tirava a calça jeans e o jogava na pilha crescente de roupas ao pé de Gustavo. A camisa dele também foi para o monte, deixando-o só com uma cueca...

Ela se encheu de calor, uma sensação doce e torturante, e foi até os joelhos de Gustavo, absorvendo cada pedaço dele, enquanto tirava o sutiã. Então, por fim, Cecília abaixou a calcinha, e Gustavo observou cada movimento que ela fazia.

— Deite-se – instruiu ele, numa voz gutural.

Ela obedeceu e deitou-se para provocá-lo, com uma das mãos sobre a cabeça e a outra cobrindo um seio, segurando um mamilo duro. Ele soltou um gemido e desceu a cueca.

 Cecília ficou extasiada, o calor entre suas pernas agora era uma massa de sensações implorando pelo toque dele.

Um pensamento cauteloso conseguiu atravessar a névoa.

— Não estou mais tomando anticoncepcional – conseguiu gaguejar, sem se importar em expor sua abstinência desde que se separaram.

Os olhos dele arregalaram um pouco e ficaram focados nela, com um desejo claro. Afastando o olhar, ele foi até a cômoda e abriu a gaveta de cima atrás de um pacote de preservativos. Ela não pôde negar seu alívio ao ver a caixa ainda lacrada.

Todos os pensamentos desapareceram quando ele se virou para ela e contemplou seu corpo nu.

— Abra as pernas. Obedecendo, ela se expôs a ele, excitada com o olhar voraz de Gustavo, que depois subiu na cama, agarrou-lhe as mãos e prendeu-as ao lado da cabeça dela com os dedos entrelaçados. A boca dele mergulhou na dela e a penetrou, com uma investida profunda, adentrou preenchendo-a. Ela não conseguiu conter o grito de liberação.

Gustavo movimentou-se dentro dela, sem hesitação, sem carícias demoradas, só carne. Ela abriu as pernas ainda mais, empinada de forma a estarem unidos, absorvendo tudo o que ele dava e devolvendo em soluços de prazer.

A sensação crescia dentro dela, intensificada por cada golpe. A presença dele dentro dela, as investidas poderosas, o peitoral dele sobre os seios, tudo se uniu para formar uma bola que, com um movimento final, explodiu dentro dela.

 O gemido de Gustavo quase a levou à loucura. Ela pôs as mãos na cabeça dele enquanto encaixava o rosto no pescoço dele, soluçando na pele de Gustavo ao ser tomada de pulsações.

Por muito tempo, ficaram deitados juntos, ela com as pernas enroscadas nele, saboreando o clímax e do peso do corpo dele sobre o seu. Mas, muito cedo, ele saiu de cima dela e foi ao banheiro, deixando-a sozinha por tempo suficiente para o sentimento arrefecer.

Isto não significa nada. Ele odeia você. Acha você mercenária. Não queria nem ouvir sobre o casamento, só queria tirar sua roupa.

Ela afastou aqueles pensamentos, recusando-se a reconhecer o aperto que sentia.

Quieto, ele voltou, foi para debaixo das cobertas e a abraçou, aninhando-a em seu peito. Deu-lhe um beijo suave. O coração dela bateu forte enquanto ouvia a respiração pesada dele ao pegar no sono, ainda abraçado a ela. Pouco importava no que ele acreditara ou ouvira. Não estavam tentando dar uma segunda chance ao casamento.

Ela estava lá para o prazer dele, apenas. E isso significava que para o dela também.


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