Luisa Parkinson: A Companheira Fantástica escrita por Gizelle PG


Capítulo 144
EXTRA - Minisódio: Dia da Noiva


Notas iniciais do capítulo

AAAAH
OI
KKK
Caramba caramba caramba! Nós chegamos no Minisódioo! AAAAh Nem acredito!! kkk

(o meu surto meu Deus do céu kkk alguém me abana aqui, porfa )

Esse é um Episódio Extra, que eu cataloguei como "minisode", pq certamente imaginei isso como um autêntico minisode de DW -a doida fazendo planos além da conta kkk Como se já não bastasse os custos que a BBC ia ter com o Gran Finale das batalhas Espacial e Bruxa! kkk Mas bem, eu sou a Roteirista /Produtora aqui, e digo que VAI TER SIM MINISÓDIO!

Enfim, kkk
Esse é oficialmente o antepenúltimo capítulo da história da Lulu.
É contagem regressiva agora.

Bom, vou terminar meu discurso eufórico aqui, desejando um bom capítulo pra vocês!

Boa leitura e boa diversão!



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O Sol estava maravilhoso. Tudo ao redor parecia mais bonito, mais leve... A música *Get Lucky –Daft Punk tocava nos fones de ouvidos dela, e a garota dançava pelas ruas. Deslizando por corrimões de escadarias, fazendo passinhos de discoteca em frente a vitrines de lojas, pulando amarelinha por entre as riscas nas calçadas...

O dia seguinte tinha tudo para ser inesquecível... Ela estava completamente tomada de boas vibrações, e precisava arrumar alguma forma de dispersar um pouco aquela energia.

Chamava atenção por todos os lugares por onde passava, e essa era realmente a intenção! Ela estava feliz, e queria que o mundo inteiro fizesse parte daquela vibe.

Na verdade, todos que a viam passar animada daquele jeito, sentiam-se imediatamente contagiados por ela. Quase como se a garota tivesse alguma espécie de poder capaz de contagiar todo mundo que pusesse os olhos nela. Mas óbvio que isso era besteira... Ninguém era capaz de fazer uma coisa dessas!

Luisa Parkinson balançava os ombros, dançando no compasso da música. Ela usava um vestido curto, bem verão, na cor rosa. Nos pés, tinha uma rasteirinha bem vaporosa. O rabo de cavalo chacoalhava agitado às suas costas. O rosto continuava meigo, porém, num tom um pouco mais maduro agora. Graças à influencia do som que a envolvia, os marcantes olhos castanhos permaneciam grande parte do tempo fechados, de modo que ela guiava-se pelos sentidos e movia-se conforme achava ser adequado... Bem, a não ser na hora de atravessar a rua. Não arriscaria ser atropelada logo um dia antes de seu casamento.

Sim. Isso mesmo. Ela ia se casar. Mas calmá-la! Ela não era nenhum tipo de “apressadinha” de plantão. Não... Luisa era ajuizada. Ela havia namorado bastante com Ned antes de decidirem se casar. A propósito... Já fazia mais de três anos desde o combate contra Darth Vader e Lord Voldemort.

Sinceramente, no passado a garota nunca gostou muito de pensar em como seria sua despedida das viagens na TARDIS, com o amigo Doutor e Melissa ao seu lado durante todo o tempo. Mas, curiosamente, as coisas meio que foram se resolvendo sozinhas, e quando ela deu por si, já estava de volta a vida normal... Porém, com um enorme diferencial: por ser quem era, e contar com os dons e o ponto de vista que tinha, a vida jamais seria normal para ela, e isso era realmente FANTÁSTICO! 

Andou mais alguns passos e parou, sorrindo. Lá estava, sentada em um banco na frente de uma loja de vestidos, uma garota nada convencional, com alguns furos a mais nas orelhas, olhos que com certeza estavam bem pintados atrás dos óculos de sol, bochechas bem rosadas, lábios bem formatados com um batom vermelho fenomenal que meu Deus do céu, cabelo loiro compridão, preso num coque frouxo, e vestido verde folha, rendado no colo. Ah, e sim: ela estava descalça.

—E aí, gatona da saga mais famosa dos cinemas? –brincou uma Luisa fazendo pose de “maneira”, se segurando muito para não rir. –Gostei dos sapatos. São muito divosos...

Olha só quem o vento nos trouxe... –Melissa se pôs em pé, baixando os óculos, toda imponente, e mostrando os pés descalços. –Valeu. É a última moda que as celebridades estão usando. Eu comprei numa loja de trajes invisíveis.

—Fenomenal. –Luisa disse, alterando a postura, “contracenando” com ela.

—Na verdade se chamava “NudeChic” –interpôs, abrindo uma bolsa pequena que carregava a tiracolo, tirando um pirulito e colocando-o na boca, pra fazer tipo. -A propósito... Gostei da nova bolsa mágica.

—Na verdade ainda é a mesma. Eu aprendi um feitiço novo pra mudar o visual. Agora ela é laranja e roxa. –disse, sustentando um tom de caras e bocas, típico do teatro.

—Muito conveniente. –Melissa segurou o pirulito em formato de coração entre os dedos. -Sobretudo pro Halloween. Já dá até pra acompanhar uma fantasia de abóbora da Cinderela. –brincou Melissa. Então as duas se encararam e começaram a rir. Correram uma ao encontro da outra, para um abraço apertado. Depois dispararam, falando ao mesmo tempo e dando gritinhos histéricos. Elas não se viam pessoalmente há bastante tempo, mas mantinham contato semanal por mídias sociais e o bom e velho telefone. Pois é: Melissa agora era uma mulher casada e famosa. Mas não só por ser a esposa da One Direction –esse foi apenas o começo... Aparecer na mídia junto dos meninos ajudou a lançá-la como atriz, e assim ela se fez, chegando hoje a ser um rosto super conhecido e admirado, no Brasil e internacionalmente.

Contudo, Melissa continuava sendo Melissa em qualquer lugar... Ninguém podia dominá-la, ou impedi-la de ver sua melhor amiga, quando lhe desse na telha. Ela era, assim como todas as revistas sempre se referiam a sua pessoa: “A Doida de Plantão”, querida por multidões, mas com o pavio mais curto dos cinemas de toda a nova geração de atores jovens. Ai de quem tentasse tirá-la de seu trailer fora de horário... Melissa era sempre focada em seu trabalho e incrivelmente pontual, mas não admitia que a fizessem de palhaça, ou que diminuíssem sua hora de descanso. Como ela mesma sempre dizia em várias entrevistas: “Se me ver deitada numa cama, nem se atreva a me tirar de lá. Dormir é vida, meu povo!”.

—Awn Méli... E você veio de tão longe só pro meu casamento... Que FOFA! –Luisa disse, agarrada com a amiga. Não importava o quão longe estivesse ou de como a chamassem... A garota sempre seria “Méli” para ela.

—Que nada... Eu estava esperando por esse convite há tempos, se quer saber! É simplesmente o evento mais importante do ano pra mim. Barcelona que ESPERE! –retorquiu, cheia de fibra, fazendo a outra rir.

—Você é impossível –gargalhou Luisa. –Não mudou nadinha desde a última vez...

—Ah, eu mudei de langerie, mas não é uma coisa que eu possa te mostrar aqui na rua—sorriu torto, travessa. –Bom... Tem presentes pra você e pro seu consorte lá no carro, mas só vale espiar amanhã! Contudo, se está interessada em Spoilers: posso dizer que comprei meia França pra vocês.—Luisa acabou rindo pelo nariz. –Bem, na verdade eu comprei meia França e mais umas outras porcentagens de outros países em que estive, mas isso são detalhes. -então Méli pegou no braço da amiga. –E aí? Como vai o emprego na loja?

—Eu me demiti.

—É O QUE?

—Eu sai fora. Aquele emprego não tinha nada a ver comigo... Você sabe disso.

—É, mas... Como está agora? O casamento deve ter saído caro...

—Não se preocupe, será uma cerimônia simples. Além do mais, o Ned está trabalhando com o pai dele na delegacia e eu arrumei um outro emprego nesse meio tempo...

—Deixa eu adivinhar... Você está trabalhando numa SORVETERIA! –gritou espontânea.

—Errou! –Luisa riu. –Mas passou perto... Numa Biblioteca.

—NOSSA. Isso é tão a sua cara –Melissa esfregou o rosto maquiado. –Eu sabia que cedo ou tarde você ia acabar trabalhando num local silencioso e cheio de livros... É tipo MUITO você. Sério.

—Eu sei. –Luisa sorriu, dando aquela olhadinha básica para baixo, espantando a timidez. –Sabe como é... O salário não é tão bom quanto o anterior, mas...

—Você está feliz lá. –Melissa completou, sem dificuldade. A amiga voltou a olhar pra ela, dessa vez desprovida de pudor. –Bom, você sabe o que eu penso sobre isso... Estar feliz é o que conta acima de tudo. Eu não seria feliz como atriz, sem os meninos ao meu lado. Meio que uma coisa impulsiona a outra... E no final, nós duas sempre soubemos que você queria se tornar escritora. Veja por esse lado: está mais um passo de conseguir alcançar seu objetivo. –lhe lançou uma cotoveladinha descontraída. –E falando em objetivo... Pronta para escolher o vestido mais lindão de todos?

Luisa respirou fundo.

—Espero que sim.

—Está nervosa?

—Um pouco. Mas vou ficar bem.

—As meninas já estão a caminho... Eu recebi mensagens –Melissa balançou o celular. –Assim que elas estiverem aqui pra nos ajudar, você irá se sentir melhor. Aqui, pronto... Pra você –e entregou para ela um picolé embalado.

—Onde você arranjou?

—Cortesia dos meus parceiros ali, do outro lado da rua. Eu disse pra eles que meu sonho antes de me tornar atriz, era trabalhar numa barraquinha de sorvete, e ganhei dois de graça. –deu de ombros, desembrulhando o seu. –Sei lá... Acho que quiseram me agradar porque fui gentil e nada louca.

—Ou então porque é uma atriz mundialmente famosa. –interveio Luisa. Melissa a encarou.

—Eu estava tentando não enxergar as coisas por esse lado... Meu plano acabou de ir por água abaixo –comunicou.

—Desculpe. –Luisa segurou o riso.

—Está tudo bem –a amiga deu de ombros. –Bem, enquanto a gente espera o resto das meninas e chupa sorvete... Quer conversar sobre alguma coisa pra passar o tempo e mudar a cabeça? Você parece bem ansiosa...

—Ai Méli, eu adoraria. –admitiu.

—Tá bem... Me conta: O Ned é bom de cama?—disse na lata, chupando seu sorvete.

—O QUE? –Luisa quase engastou. –MELISSA RIVERA!

—O que é? Eu tava tentando te fazer relaxar, ora bolas –segurou o riso.

—Estava tentando é me matar do coração!

—Ah, NEM VEM! Vai dizer que você ainda não fez o teste drive? –e espichou o pescoço na direção dela. Luisa enrubesceu. –AAAAAH EU SABIA!!!

—QUER FALAR BAIXO!? –gritou Luisa, não sabendo onde enfiar a cara. Melissa gargalhou bem alto, escandalosa como sempre, então passou o braço ao redor do pescoço da amiga.

—Desculpa. Desculpa tá? Eu não faço mais... Prometo.

—Tá bem. Agora que você já sabe sobre mim, conte sobre você e os meninos.

Melissa ergueu uma sobrancelha para ela.

Ai safada! Tá querendo os detalhes?

—MAIS NEM PENSAR! –Luisa gritou de imediato, antes que a amiga pudesse soltar alguma informação. Os anos passavam e Melissa continuava atentada, sempre uma figura;—Eita... Você tá com aquela cara de quem não vai sossegar enquanto não falar... –Melissa assentiu, sorrindo, marota. -Tá bem... Okay, né? Acho que não tenho escolha, senão te ouvir. –acabou cedendo. Melissa abriu um sorrisão.

—Então... –começou ela, empolgada. –A nossa primeira noite todos juntos foi... Acho que a melhor forma de descrever isso seria “voraz”. –explicou. –Foi incrível! Eles têm um fogo que MEU DEUS DO CÉU!

Luisa ria da revirada de olhos da amiga.

—Mas tem que ser em horários diferentes não é? Ou vocês transam todos juntos ao mesmo tempo na cama?

Na cama?—Melissa riu debochada, como se fosse a piada do século. –Lá em casa, o rale-rola é em qualquer lugar, de acordo com a preferência...

—Preferência?

—É, por exemplo: O Harry é mais romântico; Ele curte fazer amor na cama. O Niall gosta do sofá. O Liam, do chuveiro. O Louis é o mais liberal, pra não dizer “selvagem”. Ele faz em qualquer lugar... seja no carro, na mesa ou no chão, em cima do carpete. Já o Zayn, ele gosta de me colocar contra a parede e prensar...

Hã-hã-hã. Acho que já ouvi o bastante.

—Eu ia dizer “uma almofada contra nós dois”, mas estou vendo que já cheguei no seu limite –concluiu, super de boas. Luisa sorriu, grata pela compreensão da amiga.

—Me lembre de NUNCA sentar no sofá de vocês. Nem ao menos encostar no batente da porta –brincou Luisa, fazendo uma careta.

—Pode deixar –riu Melissa.

—Como é que o Nik agüenta esse clima?

—O Nik tá caidinho por uma Dálmata chamada Vicky. Ele anda bastante ocupado...

—Todo mundo no “clima de romance” ultimamente.

—Pois é! Parece uma febre, mas é uma coisa boa.

—É sim! Pode crer! –afirmou Luisa. –O Casamento de vocês foi fenomenal lá em Londres...

—E o seu vai ser igualmente incrível, eu tenho certeza!

—Valeu –sorriram uma pra outra, chupando sorvete e observando os vestidos de gala na vitrine.

Não demorou muito, as outras garotas chegaram; O pequeno grupo feminino era composto por Raven, Claire, Moze, Julie e Maria Jackson. Todas correram e abraçaram Luisa e Melissa, fazendo muito estardalhaço...  Agora era oficial: o Dia da Noiva tinha finalmente começado.

Entraram e escolheram alguns modelos de vestido; Enquanto Luisa provava o primeiro, suas amigas estavam bem à vontade, aguardando o provador se abrir. Melissa escutava musica com fones de ouvido, Raven lixava as unhas, Claire examinava uns tecidos amontoados, Maria tomava um copo d’água, Moze checava o celular e Julie rabiscava uns acordes no verso do cartãozinho da loja. Estavam todas tão ocupadas, que nem notaram um sétimo integrante se sentar junto delas.

Luisa finalmente deu as caras, saindo do provador.

—Está bem, vamos lá... Que tal este?

As garotas largaram seus afazeres e examinaram com cuidado.

—Esquisito.

—Eu hein!

—Cafona.

—Muito simples.

—Esse não! Sua cintura não está bem demarcada! –destacou Claire. –E olha que de moda eu entendo. Coloca outro.

—Próximo! –gritou Melissa, quase ensurdecendo as amigas (o volume dos fones dela sobressaia e muito o volume das vozes das outras garotas).

No momento em que Luisa entrou de novo no provador, as demais voltaram às funções anteriores, para matar o tempo. O sétimo integrante cutucou o ombro de Raven.

—Então é isso o que fazemos? Ficamos aqui, sentados, dando palpites?

Com um bico, Raven parou de lixar as unhas e se voltou para o questionador.

—Olha... AH! –Ray gritou, chamando atenção das outras. –MAS O QUE É ISSO? Ele é HOMEM! Não devia estar aqui! Isso é um evento exclusivo para garotas!

Todas se levantaram e encararam o intruso com impaciência.

O 11º Doutor franziu a testa.

—Calma pessoal! Eu também fui convidado...

—Impossível!

—Ridículo!

—CAI FORA ENXERIDO! –Melissa ameaçou expulsá-lo, mas Luisa surgiu no último segundo, abortando a discussão.

—Não gente! Tudo bem... Eu convidei ele.

Todas as garotas sentaram, desconcertadas. Melissa soltou um palavrão. Atrás delas, o Doutor acenou para a amiga, alegremente. Luisa sorriu pra ele.

—Mas não está certo... –prosseguiu Claire.

—Gente, ele também é meu amigo. Qual o problema em pedir a opinião dele?

Todas o olharam torto.

Ele é homem!—argumentou Ray, como se aquilo fosse o bastante para expulsá-lo a tapas dali.

—É! E hoje é o dia das garotas fazerem compras juntas!

—MAIS DO QUE ISSO: É o SEU dia da noiva. As regras são muito claras e não incluem garotos.

—Não se preocupem comigo –o Doutor interveio. –Se preferirem assim, eu finjo que vocês também são homens. Na verdade, isso aliviaria bem o meu dia.

Algumas ficaram boquiabertas, outras estavam prontas para retrucar –Melissa estava no meio dessa parcela –mas Luisa novamente colocou panos quentes.

—Ótimo! Então ficamos assim. O Doutor fica. Perfeito! –sorriu ela, saltitante, sumindo por detrás do provador, antes que alguém pudesse protestar.

As garotas bufaram, entediadas, enquanto o Senhor do Tempo se instalava no sofá, ao lado delas, com um sorriso no rosto –tão cativante quanto o da própria noiva.

Momentos depois, ela voltou com a próxima peça no corpo.

—O que vocês acham desse? –era um vestidinho leve e delicado, com uma saia na altura dos joelhos, que a deixava bonita e jovial.

Todas apertaram as mãos contra o peito e foram se levantando, encantadas.

—Oh meu Deus!

—SIM!

—É esse!

—Perfeito!

—Lindo!

—Com certeza é esse! Arrasou amiga!

Tsc. –o Doutor fez uma careta. –Ele é... bonitinho.

Todas se evocaram contra ele, perplexas.

—BONITINHO? –Raven assimilou. –Como assim cara? Ela tá uma diva!

—Que tipo de elogio é “bonitinho”!? –exclamou Claire.

—“Bonitinho”, assim como em “dá pro gasto”. –o Doutor explicou, então ergueu-se e caminhou até Luisa, abrindo caminho entre as outras garotas. –Esse negócio não vai funcionar! Vê? O caimento está horrível na região do colo... Ele deixa você com ar estufado. E olha só esta saia! Isso é assim mesmo ou tá amassado?—indagou, balançando a cabeça. –Não, definitivamente. Se você se casar assim, vão pensar que você se atrasou e se vestiu correndo. Uma péssima impressão... Um começo bem ruim.

—ESTUFADO? –guinchou Julie, indignada.

—Se vocês pararem pra pensar, vão ver que eu tenho razão. –o Doutor cruzou os braços, dando um tempo para elas analisarem por si próprias.

Todas começaram a tentar ver o vestido por outro ângulo. Raven até chegou a inclinar a cabeça.

—Sabe que ele tem razão –anunciou, admirada. –O colo está mesmo muito largo e a saia, amassada.

—Legal, então vamos para o próximo –Melissa anunciou, olhando abismada para o Doutor.

—Está bem –Luisa voltou ao provador, e as garotas se sentaram ao redor do Doutor, intrigadas com o conhecimento dele sobre moda. Até mesmo Melissa ficou chocada.

Pouco tempo depois, Luisa retornou com um vestido justo e com a saia tão larga, longa e pesada que a fazia tropeçar.

—Este aqui nem precisa dizer né? –introduziu, sendo acudida pela prima, que lhe deu apoio e depois arrumou o véu em sua cabeça.

—Nossa senhora...

—Feio.

—Decote muito forçado.

—Caimento esquisito.

—Comprimento errado.

Essa saia parece uma lona de circo!—Melissa torceu o nariz. –E o que é esse broche? –era uma estrela de xerife.

—É parte do conjunto. Parece que ele pertenceu a uma Cowgirl. –esclareceu Luisa. –Aqui os vestidos também podem ser doados. Aparentemente, ela mandou fazer, depois se livrou do vestido logo depois da festa; A loja ofereceu um descontasso no aluguel desse...

—Posso imaginar porquê –Maria fez uma careta. –É horrível demais!

—E você, Doutor? O que acha?

Ele estava tão emocionado, que demorou uns segundos para se recompor e dizer:

É ESSE!—ergueu-se e apontou para a amiga, decidido. As meninas reviraram os olhos, e Luisa baixou os ombros, decepcionada, imaginando que devia ter dado mais ênfase em sua urgência em querer se livrar do modelo. Aquilo estava mais complicado do que ela pensou que seria...

 

   ***

Muito tempo depois, Luisa acabou decidindo-se e optou por um modelo delicado, de bom caimento no colo, alçinhas finas nos ombros e saia tamanho médio, com tule e estampas suaves, porém, cheias de brilho. Na real, parecia um sonho.

Foi difícil chegar a uma conclusão que agradasse a todos, mas felizmente, aquele modelo parecia fazer milagres.

Decidido o vestido principal, ainda faltava uma etapa: Noite de Núpcias.

—Por que ela demora tanto? –perguntou o Doutor, impaciente.

—Porque ela é Mulher. –respondeu Maria. –Garotas gostam de se arrumar.

—Ah, isso explica muita coisa.

—Está pronta! –gritou Claire, subitamente, vindo de trás da cortina do provador. –Eu já ajudei ela a escolher o modelo... Vocês vão amar! Vem Lu! O pessoal quer ver como ficou...

A garota saiu com uma camisola rosa bebê de seda, e por baixo, um sutiã e calcinha vermelhos, de renda. Quando ela mostrou o conjunto de baixo, as meninas aplaudiram e o Doutor quase teve um ataque cardíaco.

—LINDO! –disseram as seis em uníssono.

—EXTREMAMENTE OBCENO! –o Doutor protestou, correndo até a amiga e cobrindo seu corpo com a camisola.

—Doutor! –Luisa pareceu embaraçada. –O que está tentando fazer?

—Esconder seu umbigo e... –ele olhou de soslaio por trás da camisola. –Todo o RESTO.

—Doutor... -ela fitou-o com insistência. –Será que pode sair da frente e deixa a apresentação prosseguir?

—Não! Você está a um passo da... –e olhou por cima dos ombros, antes de sussurrar: -NUDEZ!

Luisa riu abertamente do comentário.

—Mas essa é a intenção. Por isso é que se chama “Noite de Núpcias”.

—Mas você não vai querer que o Ned te veja assim, como...

Como? —instigou ela.

—Uma stripper! Desculpe o linguajar... –o Doutor se empertigou. Luisa tornou a rir.

—Mas eu vou sim! –ela contestou. –Quero dizer, não especificamente “como uma stripper”, mas como uma mulher casada que está pronta para construir uma família com o marido. Entendeu?

O Doutor fazia as contas.

—Não! Ainda acho que você está mostrando muita pele...

—Isso é sacanagem! –gritou alguém. Os dois se voltaram para as amigas de Luisa. –Qual a vantagem de ter um homem no jure se ele só dá bola fora?

—É! Por que nós ainda ouvimos o que ele diz? Isso é ridículo!

As meninas começaram a se alvoroçar. Luisa trocou um olhar rápido com o amigo, então assobiou para chamar atenção das outras.

—Não, vocês não vão brigar por causa disso! –determinou. –A verdade é que eu convidei também o Doutor porque ele tem sempre boas idéias, além de um ponto de vista diversificado e também é um ótimo amigo, assim como vocês. –As garotas se entreolharam, céticas. Então Melissa tomou a frente, expondo seu ponto de vista. 

—É verdade. De certo modo—destacou, depois de até o Doutor fazer uma cara surpresa para ela, por causa de sua defesa um tanto inesperada. –O Doutor é um bom amigo. Ele pode ser meio esquisito e doido da cabeça, mas ele é sim uma boa pessoa. Ele jamais deixaria a Luisa sair vestindo algo que a comprometesse e desmoralizasse socialmente, por isso toda essa preocupação com a langerie. –explicou Melissa, dando uma força e acobertando-o. O rapaz sorriu para ela, ao que Méli lançou-lhe um sorriso tímido em retorno. Não era do feitio dela defender pessoas que não merecessem, por isso mesmo sua observação ganhou uma atenção a mais. As outras cinco garotas trocaram algumas palavras antes de darem um veredicto sobre suas próprias constatações. Então Ray se pronunciou em nome de todas:

—Sabe, vocês são as primeiras que eu vejo na vida, que preferem se aventurar em pedir auxílio à um homem, ao invés da própria mãe da noiva –disse Ray, então sorriu. –É. Até que isso é bem inovador. E interessante. –assentiu. –Bem legal.

—Sim!

—É bacana.

—Inusitado também!

—Mas com certeza, legal.

As garotas afirmaram, aceitando-o na turma.

O Doutor sorriu e tocou Melissa no ombro.

—Valeu por isso –sussurrou de canto de lábios.

—Ora, não tem de quê pouca telha—Melissa lançou um sorriso torto para as colegas. –Afinal, toda garota precisa de um AMIGO GAY, não é?

Todas elas riram, menos o Doutor, obvio.

—Amigo gay? –reclamou para Luisa, que por sinal também ria. –Eu não sou gay! De onde foi que ela tirou essa idéia?

Luisa deu de ombros, bem humorada.

—Bem, sua posição ao me acompanhar em uma tarefa tão feminina, acaba provocando certas suposições.

O Doutor ergueu a cabeça, com ar de pouco caso.

—Ótimo. Agora virei seu “amigo gay”.

Luisa riu, abraçando-o junto de Melissa.

—BEM VINDO AO DIA DA NOIVA!

 


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Notas finais do capítulo

kkkkkkkkkkkkk Vocês estão rindo aí do outro lado? Porque eu com certeza estou! kkkkkk

A música Get Lucky virou um hino pra mim depois dessa cena dançante na rua kkk

Pois é, o dia da noiva da Lulu ocorreu um dia antes do casamento, e não no dia em si, mas é pq o pessoal na minha fic não faz as coisas de um modo muito convencional... kkk (só falta agora contratar o Il Volo pra cantar no casamento, pra fechar com chaves de ouro! AAAAAH kkkk)

Bem, domingo sai o penúltimo capítulo. Fiquem ligadinhos! ;)





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