O par perfeito escrita por Cristabel Fraser


Capítulo 12
Blues na Noite


Notas iniciais do capítulo

Boa noite amores, sei que demorei, mas hoje é meu aniversário e vocês ganham um capítulo novo de OPP como presente. Perdoem meu desabafo da semana passada, acho que me apego tanto a escrita enquanto surgem problemas e mais problemas a minha volta que acabo querendo receber um incentivo a mais, e claro a escrita é minha válvula de escape e vocês aqui são uma pecinha rara que me ajuda muito através dos comentários. Vocês são importantes. Está bem perto do núcleo que criei minha One A MANHÃ SEGUINTE. Continuem aqui comigo e eu continuarei aqui com vocês. Obrigada pelo carinho de cada um, vamos a mais um capítulo. Espero que gostem.



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“Agora a chuva está caindo, ouça o trem chamando, "Whooee!" ...A brisa suave começará as árvores a chorar e a lua vai esconder sua luz quando você pegar o blues da noite...”

(Blues in the night — Louis Armstrong)

♪♫♪♫♪♫♪♫

 

O voo de Nova York até Viena durou em torno de oito horas e meia. Nossa sorte ao chegar, era de que Effie se comunicava sem problema algum. Nós três parecíamos zumbis. Mal tínhamos cochilado. Com toda certeza não obtínhamos desse luxo, afinal não sabíamos nenhuma informação sobre meu pai.

— Meninas, eles não querem me passar o quadro do Haymitch, porque não sou uma parente próxima. – Effie acaba de falar com a recepcionista do hospital em que ele está internado e pelo visto são cheios de regras.

— Preciso saber como Haymitch Abernathy Everdeen está, somos filhas dele. – Mostro meus documentos e passaporte. A mulher olha no monitor a sua frente e me responde:

— O Dr. Fischer, está cuidando dele. Peguem o elevador e subam até o oitavo andar, que já vou comunicar o doutor sobre vocês.

Entramos no elevador e logo nos encontramos com o tal doutor.

— Sou o Dr. Bernhard Fischer. O Sr. Everdeen levou um tiro no lado direito do pescoço e por pouco não atinge uma artéria. Neste momento ele repousa na UTI, o quadro é estável, o pior já passou – explica ele.

— Podemos vê-lo, doutor? – pergunto ainda sentindo aflição.

— Podem, mas peço que o deixem descansar.

Nós três entramos e o vejo tão inerte a tudo. Olhando para ele parece tão frágil.

— Oi, papai que susto o senhor nos deu... – murmura Prim, com a voz já embargada.

— Hay, você não pode fazer isso conosco. – Effie com a voz suave, acaricia sua mão.

Ele está ligado a um painel e muitos fios se encontram ligados nele. Passamos tempo suficiente para certificar sobre seu estado, pois logo uma enfermeira surge para medicá-lo e diz que precisamos sair. Voltamos a conversar com o médico que detalha mais sobre meu pai e diz que se ele reagir bem aos medicamentos, em poucos dias poderá ir pra casa.

Quando estamos saindo do hospital um rapaz me aborda.

— Agente Everdeen, sou Tresh Williams. Trabalho com seu pai. – Ele se identifica me mostrando seu distintivo. – Quero que saiba que, fui eu que liguei para sua irmã e prendemos o atirador. Ele será julgado pelo estado austríaco, e pelo fato de ter atirado em um agente, creio que será punido severamente.

— Como aconteceu?

— Estávamos trabalhando num caso, onde o um mercenário era contratado do vice-presidente da empresa a qual estava sob investigação. Após ser delatado por um funcionário que estava sobre nossa proteção, ele tentou mata-lo e seu pai interviu. Houve um combate e acabou levando o tiro. – Tresh termina sua explicação. – Eu reservei uma suíte confortável em um hotel bem próximo ao hospital. Vou acompanha-las até lá.

Por todo o cansaço que estamos sentindo, é um alívio podermos descansar.

Tresh se encarrega de tudo e quando o questiono mais sobre as investigações, ele é sucinto e diz que a CIA já está cuidando de tudo.

Passamos o restante da semana entre ir visitar nosso pai, que na metade do terceiro acordou, e também aproveitamos para darmos uma volta aos arredores do hotel.

— Nossa, quanto exagero da parte de vocês – reclama meu pai quando vê arranjos de flores e uma faixa escrita “melhoras” que Prim fez. – Estou morrendo de fome. Quero comer de verdade.

— Ainda não, Hay. – Effie ajeita o suporte para ajudar meu pai a se alimentar.

— Effie querida, estou movimentando bem minhas mãos.

— Eu sei, só quero te mimar um pouco, posso? – Ele revira os olhos, mas deixar que sua amada lhe dê comida.

— O senhor nos deu um grande susto.

— Não precisava largar seu emprego e vir até aqui. Sei que Mahershala é bem exigente.

— Pai, andei fazendo muitas horas extras, Boggs lhe mandou melhoras.

— Ah, que gentil. Quando poderei ir pra casa?

— Daqui a dois dias, depois que o Dr. Fischer fizer alguns exames. – Prim, ajeita sua vestimenta enquanto falava.

— Odeio hospitais. Odeio essas camisolas. Quero ir pra casa – protesta, quase tendo um ataque de fúria.

— Papai, se não ficar calmo, vou pedir que injetem calmante na sua veia e de brinde que fique aqui por mais alguns dias – ameaço, mas a verdade é que por dentro estou com vontade de rir.

— Certo, filhinha já parei.

Sinto meu celular vibrar no bolso da minha calça e saio do quarto para atendê-lo. Olho no visor e vejo que é o Peeta.

— Meu amor, quer me matar do coração? – Ele dramatiza assim que atendo.

— Como você é exagerado.

— Exagerado, eu? Você desligou na minha cara ontem e agora sou o exagerado?

— Sabe que ontem estava esperando para visitar meu pai.

— Está bem, te perdoo por essa. E como ele está?

— Bem-humorado.

— Que bom, meu amor. Contou a ele que estamos morando juntos?

— Claro que não, sabe como é tradicional. E outra, ele acordou ontem, não vou enche-lo de novidade das quais tenho em mente como reagiria.

— Então, quando ele quiser te visitar, vai fingir que ainda mora com a Madge?

— Digamos que sim.

— Que feio, você mentindo desse jeito.

— Vou contar na hora certa, prometo. Agora preciso desligar...

— Espere... – Ele me corta. – Estou com saudades, te amo.

— Também amo você e estou com saudades.

Desde o dia que cheguei, Peeta e eu nos falamos pelo menos duas vezes por dia. É bom escutar sua voz, sentir seu carinho e apoio. Na manhã em que Prim me ligou, fiquei tensa e senti meu corpo estremecer, mas Peeta me aconchegou em seus braços e disse que tudo iria ficar bem, porque meu pai era forte. Ter ele comigo naquele momento foi fundamental, pois me fortaleceu para hoje eu estar aqui e ver de perto que, apesar de tudo que meu pai passou, ele estava bem e forte.

— Volta logo, moça. A cama é grande demais pra mim – diz ele ao se despedir.

— Voltarei, prometo.

Nos dias que seguem, meu pai faz uma bateria de exames e logo recebe alta. Nós quatro retornamos pra Nova York. Já em Boston, Prim e eu saímos para fazermos compras enquanto Effie fica com meu pai. Compramos o necessário para abastecer o armário e a geladeira. Chegamos em casa e escutamos os resmungos do nosso patriarca.

— Esse remédio é horrível, Effie.

— Eu sei querido, mas tem que tomar para uma melhor cicatrização. Esse antibiótico ajudará para não inflamar.

— O senhor está pior que nós para tomar remédio. – Prim caçoa dele que em resposta devolve uma careta.

— Não preciso de toda essa atenção. Já me sinto melhor e vocês estão exagerando nos cuidados.

— Papai, deveria se sentir como um rei, quando terá outra oportunidade de ter todo esse mimo? – falo, pegando o controle remoto de sua mão e zapeio para um canal de documentários.

— Chama isso de mimo, pegando o controle da minha mão?

— Chega de assistir ao canal de notícia, o senhor precisa descansar e não se estressar.

— Vai voltar ainda hoje para casa da sua prima?

— Sim, amanhã tenho que trabalhar e com certeza terá vários casos para resolver.

Effie prepara um chá para tomarmos e fico um pouco mais com eles antes de ir embora.

 

✗✗✗

 

Assim que adentro o apartamento de Peeta, sou capturada por ele que, está de banho tomado e usa um avental.

— Como senti sua falta, meu Deus! – Seus lábios me beijam com urgência e saudade.

— Também senti a sua, loiro. – Correspondo aos seus beijos. - Que cheiro bom é esse? – pergunto aspirando o aroma gostoso.

— Estou terminando de preparar nosso jantar.

— Você?

— Sim, acha que só sei atirar e prender criminosos, moça? Minha mãe fez questão que eu aprendesse a cozinhar algumas coisinhas. Um dia ela me chamou até a cozinha e disse: “Filho antes de ir para a cidade grande, vai ter que aprender a cozinhar, não quero ver você comendo besteiras”. – Ele faz uma imitação com o semblante um tanto sério.

— Que homem mais prendado. – Coloco minhas coisas sobre o sofá da sala e vou até a cozinha para espiar as panelas. – Hummm... – Solto um gemido quando destampo uma panela e me deparo com um molho vermelho extremamente suculento. – Posso saber o que está preparando?

— Macarronada com almondegas ao molho – declara, com a colher na mão e logo mexe na panela que destampei.

— Que delícia e será que dá tempo de tomar um banho.

— Vai lá, enquanto isso vou pôr a mesa.

Faço isso e após o banho corro até a cozinha me deparando com a mesa posta. Um pequeno arranjo de flores está situada no centro e duas taças de vinho tinto.

— Você é muito chique, Mellark.

— Esqueceu de mencionar romântico— desdenha enquanto me serve.

— Peeta, além de romântico, você é tão modesto – ironizo.

— Eu sei que sim. Mas me diga como está seu pai?

— O humor dele continua intacto, mesmo que uma manada de elefantes o atropele.

— Preciso contar ao seu pai que estamos morando juntos, ou tenho a impressão de ser degolado a qualquer momento.

— Prometo que contaremos, mas vamos nos concentrar em nós dois.

Jantamos e nos colocamos a par sobre os acontecimentos dos últimos dias.

— Coin, quer que eu resolva um caso em Washington – ele conta.

— Ah, sério isso?

— Segundo ela, há um senador corrupto que não está fazendo vista grossa com certos traficantes de mulheres menores de idade.

— E não tem outro agente pra fazer isso?

— Ela diz que meu rosto é fácil de convencer alguém a delatar, vai entender, né?

— Essa mulher é uma sanguessuga, isso sim.

— Ela é uma GS15, muito respeitada, assim como Boggs e Paylor.

— Obrigada pelo jantar, estava maravilhoso. – Agradeço desviando dos assuntos anteriores.

— Você merece muito mais, amor. – Ele segura minha mão direita e a acaricia, logo se levanta me erguendo junto. – Agora vamos para a cama.

— Você é muito persuasor, Mellark – brinco, olhando fixamente para seus olhos azuis que, neste instante estão mais escuros.

— Eu sei que sou.

Matamos a saudade que sentíamos um do outro e no dia seguinte voltamos as nossas rotinas.

— FBI, parado! – grito para o homem que acabou de pular uma lata de lixo próximo a um beco.

— Mãos onde possamos vê-las. – Peeta exige, apontando sua arma e no mesmo instante o homem ergue as mãos colocando atrás de sua cabeça. – Gale, algeme esse desgraçado.

Gale anda até o suspeito que, num rompante, saca a arma e atira em direção ao moreno que desvia, mas o tiro pega em sua panturrilha da perna esquerda. Peeta acaba por desarma-lo e o golpeia. Uma viatura chega e leva o homem para o departamento.

— Gale, deixa eu ver sua perna. – Me aproximo dele e agacho levantando a barra de sua calça e noto que abriu um corte. – Acho que a bala não se alojou, mas acredito que precisará de sutura.

— Vou ficar bem, Catnip. Isso aqui foi só um arranhão.

Voltamos para o departamento. Peeta me colocou a par dos crimes que vinham acontecendo. Somente na semana que estive fora, seis agentes foram mortos. Um operário os encontrou num túnel abandonado. Finnick conseguiu interceptar uma ligação e encontramos um tal de Elton Blayne.

— Deixa eu interrogar o desgraçado, senhor.

— Melhor outro agente fazer isso, Mellark.

— Mas ele quase matou o Gale. Esse desgraçado tem que pagar! – Peeta estava alterado na antessala de interrogatório.

— Mellark, está dispensado por hoje. O agente Madison assumirá daqui em diante – ordena Boggs. Noto as veias do pescoço do meu namorado saltarem, mas em silêncio ele obedece e sai da sala bufando.

— Peeta, já pegamos o cara. Ele irá passar por um julgamento e provavelmente pode ter uma sentença de morte – comento o seguindo pelos corredores, ele anda a passos ligeiros e eu com meus saltos tento acompanha-lo desajeitadamente.

— Você viu o risinho sínico quando o algemei, Katniss? – O loiro está agitado, quase não o vejo assim e me assusto um pouco, pois geralmente ele tem uma aparência serena.

— Amor, fique calmo... – Nossos bips apitam e vemos uma solicitação do Finnick.

Caminhamos até a sala equipada onde ele trabalha. Ela tem monitores e aparatos tecnológicos por toda parte. Os agentes brincam com o Odair dizendo que aqui é o seu santuário particular.

— Queria falar conosco, Finn? – pergunta Peeta, assim que adentramos.

— Não vão gostar nada, nada do que acabei de descobrir. - Peeta e eu nos entreolhamos antes do nosso amigo prosseguir. – Descodifiquei um ID de celular e adivinhem, é daqui do departamento.

— Você acredita que um agente está por trás desses assassinatos? – questiono, tentando assimilar as informações.

— Hei, por que vocês não me esperam para começar a diversão? – Gale surge com uma sútil manqueira.

— Como você está? – pergunto me aproximando dele.

— Eu disse que era só um arranhão, Catnip. Eles limparam e levei quatro pontos, mas o curativo incomoda – ele explica.

— Finnick, voltando aqui para o caso, você acha que há um infiltrado entre nós? – Peeta retoma nossa linha de raciocínio.

— Não acredito que seja só um, mas pode ter mais... – Os três se encaram e Gale meneia a cabeça negativamente.

— Ohhh, você não está achando que pode ser os...

— Carreiristas.

 


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Notas finais do capítulo

Hummm o que acharam? Sei que alguns está com saudades de ver essa turminha inteira unida com uma certa mágica atrapalhada, e farei algo especial assim, aguardem. Quero agradecer a cada um que tem lido e comentado minha fic. Espero vê-los nos comentários. Tenham todos um ótimo FDS e até breve tributos.



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