A Garota do Futuro escrita por JosiAne


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, então depois de longas semanas, meses para ser mais exata, voltei com um capítulo novo. Sinto muito por tanta demora, eu mudei de cidade por conta de um novo trabalho e durante todo esse tempo tive pouco acesso a internet, por consequência disso e do ajuste no trabalho eu acabei ficando sem escrever também o que me rendeu um bloqueio, mas enfim, retornei, pode ser que o próximo demore um pouco a sair, mas tentarei fazer o máximo esforço para que não seja por tanto tempo mais.

Boa leitura.



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Felicity acorda num sobressalto, a batida da porta assustando a vida fora dela. Cambaleante ela sai da cama e segue em direção ao barulho, e antes de possa levar a mão ao trinco da porta a mesma é aberta violentamente. Ela estanca com olhos arregalados quando Thea entra exaltada.

— Por que você não atende a porcaria do telefone? – Thea grita impacientemente.

— Quê? – Felicity sussurra atônita.

— Você quer me matar de susto? – a menina grita quase sem fôlego – Como se atreve a me deixar assim. Procuramos você por toda essa cidade e aqui está você... o que aconteceu para sair daquele jeito? – seu tom de voz diminui a quase um sussurro ao notar a forma desgrenhada de Felicity, seus olhos vermelhos e os círculos escuros ao redor destes dando à menina a noção de que sua amiga esteve chorando por muito tempo.

— Oh! – Felicity pisca finalmente acordando após o pequeno surto da menina. Ela fecha a porta e encosta-se a ela devolvendo o olhar cauteloso que Thea dá a ela – Eu... – morde os lábios, pensativa, respirando fundo ela decide por meias verdades – Eu fiquei desconfortável com toda aquela conversa, me senti sufocada sabendo que... – ela para ao perceber que falara mais do que devia.

— Que? – Thea insiste com curiosidade.

— É melhor não falar mais. – ela caminha até o sofá e se joga neste evitando contato visual com Thea.

— Maggie. – a menina senta-se ao seu lado – É o futuro? Você não pode falar mais porque envolve o futuro? O meu futuro? – Felicity permanece em silêncio ainda sem conseguir encarar Thea.

— Eu não sei nem mesmo se deveria dizer o que vou dizer agora, mas... – ela inspira e expira lentamente e olha para Thea – Sim, e eu não deveria mencionar isso, sinto que... Que qualquer coisa que eu diga levará a uma cadeia de eventos que possa mudar tudo. – ela levanta-se e anda de um lado para outro impaciente consigo mesma – Sinto que as coisas já mudaram, que minha apenas presença aqui já afetou o... Droga, não era para ser assim, Tommy e Laurel dev... – ela para colocando a mão na boca – Deus, controle-se Fel... Megan. – repreende-se sabendo o quanto acaba falando demais quando fica nervosa.

— Você disse Tommy e Laurel? Então você está assim por algo que os envolve e não eu. – Thea fala calmamente.

— Não, quer dizer sim, por favor, Thea. – ela volta a sentar ao lado da menina – Não me pergunte nada, eu sempre falo muito quando fico nervosa e neste momento estou muito nervosa.

— Mas por quê? Por que está tão nervosa assim, o que aconteceu para ficar assim? Nós não falamos nada demais, apenas sobre Tommy, seus sentimentos... Espera! – ela para pela primeira vez consciente da situação – É Tommy e Laurel, eles ficam juntos? – Felicity a encara sentindo-se estupida por ter aberto a boca – Então é isso. – Thea sussurra e desvia o olhar.

Os minutos passam em silencio desconfortável quando Felicity ouve um fungado quase inaudível.

— Thea? – indaga voltando-se para a garota – O que houve, por que está chorando?

— Não é nada. – a garota suspira limpando o rosto com a costa da mão direita.

— Como não é nada, ninguém chora por nada.

— Realmente Megan, apenas bobagem minha. – dispensa fingindo indiferença.

— Ó, vamos lá, fale comigo.

— Nã... É que... – Thea gagueja mordendo o lábio tentando impedir-se de chorar e não conseguindo.

Felicity imediatamente a toma em seus braços esfregando uma mão em suas costas carinhosamente como faria a uma criança pequena para acalma-la e conforta-la.

— Shii, tá tudo bem, eu tô aqui... Isso... Isso. – sussurra quando Thea gradualmente diminui o choro – Pode falar comigo.

— Eu sou tão estupida. – diz com amargura em sua voz.

— Ei, você não é nada disso. – Felicity admoesta gentilmente – É doce, é gentil, é linda e é a melhor amiga que eu poderia pedir. – Thea dá um sorriso fungando baixinho – Eu tô falando sério viu, nunca repita isso ou diga qualquer coisa que deprecie sua própria imagem.

— Obrigada – diz afastando-se do abraço – e me desculpe, mas eu me sinto tão tola. – arranha a almofada do sofá envergonhada – Eu levo na brincadeira e tento parecer confiante quando falo sobre o interesse de Tommy em Laurel e agora em você, mas saber que é real, que é ela que ele escolhe, machuca Megan.

— Oh Thea... – murmura consternada com a compreensão da magnitude dos sentimentos de Thea, ela nunca imaginou que fossem tão fortes... Reais!— Não, não... Não faça isso consigo mesma, não se machuque assim pensando dessa maneira, me escuta... – segura o rosto da garota entre as mãos – Você é jovem e tem grandes conquistas pela frente e vai encontrar alguém que irá apreciar e amar você como merece. – profere lembrando-se do doce Roy.

— Mas esse alguém não é o Tommy, não é? – inquire com tristeza.

— Não, não é o Tommy.

— Devo presumir que é melhor me contentar com sua amizade.

— Thomas Merlyn é sem dúvida o cara perfeito para você chamar de amigo, quem sabe de irmão. – diz tentando soar alegre, mas tudo o que obtém é uma nova onda de choro.

— Eu nã... Não sei... – funga – se... se quero pen... pensar nele como irmão. – para respirando fundo – Não depois das diversas imagens dele na minha cabeça.

— Oh! – exclama atordoada com a implicação das palavras de Thea. Palavras erradas Felicity.

A hora seguinte Felicity passou tentando fazer Thea animar-se contando pequenos momentos de sua vida que foram altamente constrangedores, mas que ela sabia que teriam efeito animador, ela percebeu que seus melhores momentos foram ao lado de Oliver e Thea o que há deixou um pouco nostálgica e com saudades de casa. Após a saída da menina ela se pegou pensando mais e mais em Oliver e seus amigos, quase três meses depois e ela ainda está nessa Starling City de uma década passada, ela não sabe nem se estão tentando encontra-la.

— Urgh Felicity, é claro que estão. – admoesta-se estapeando a si mesma – Como você ousa não confiar em seus próprios amigos? Em Oliver. – Mas tá demorando tanto. – diz num muxoxo sentindo o coração apertar com medo de nunca voltar pra casa, de ter que passar por todos esses anos novamente, mas de uma forma toda diferente, ela estaria na periferia da vida de Oliver, apenas como a amiga garçonete de sua irmã. – Deus! – exclama alarmada – E quando Felicity Smoak aparecer o que farei? Não, não, não... Isso nunca vai acontecer por que Oliver me encontrará e me levará de volta pra casa. – devaneia andando de um lado para o outro apenas parando quando ouve o celular tocar.

Olhando o visor ela franze o cenho ao reconhecer o número de Thea – Thea?

— Megan, me ajuda.— a menina pede assim que ela atende a ligação.

— Thea, o que está acontecendo? – ela fica em alerta assim que ouve o som murmurado e aflito da menina, ela pode ouvir o som de uma música indistinguível ao fundo.

E... Eu quero sair daqui Megan, por favor, me ajuda.— a angustia no pedido da menina faz Felicity respirar fundo para se acalmar.

— Tudo bem, me diga onde está. – pede calmamente, as muitas situações de risco que passara com Oliver e o time tendo efeito sob seu autocontrole.

No Triângulo, é... Ao lado da quadra esportiva.

— Estou indo prai. – desliga. Casaco em mãos ela se apressa a ir buscar a menina.

 

— Droga. – ela para na calçada e começa a andar em círculos – Se acalma Felicity, pense, pense como vai fazer. – O bairro é relativamente longe e tomado por facções – Respire fundo e pense. – inspira e expira, seu rosto se ilumina após alguns segundos – Tommy.

 

— Tem certeza que é este o lugar. – Tommy pergunta assim que estaciona em frente à casa de aparência velha e mal cuidada.

A frente da casa é suja e escura, bem como a rua em si, pela janela com cortinas fechadas eles podem ver sobras mexendo-se de um lado para o outro, as vozes altas sendo abafados pela música ainda mais alta.

— Absoluta – faz careta para o estilo de música que machucam seus ouvidos.

— Vamos lá. – Tommy fala, mas antes de sair pega uma arma no porta-luvas.

— Pra que isso? – ela pergunta confusa.

— Não achou que eu viria desprotegido, achou? – ela dá de ombros entendendo o raciocínio dele ao dar mais uma olhada a sua volta – Se tivermos sorte não precisarei usar.

Ela sai do carro pensando a mesma coisa e rezando para que ele saiba usar a arma.

Tommy bate a porta impaciente, Felicity atrás dele ficando cada vez mais nervosa com a situação. Ele bate novamente com mais força e mais tempo até que alguém abre a porta.

— Onde está Thea. – ele pergunta irritado ao rapaz magricela.

— Quem? – o garoto visivelmente chapado estreita os olhos parando seu olhar em Felicity.

— Thea Queen. Onde ela está? – Tommy pergunta novamente já adentrando a casa com imprudência e empurrando o garoto. Felicity não tem outra escolha a não ser segui-lo.

— Ei cara. – o garoto segue atrás deles xingando e amaldiçoado. Ela não consegue prestar muito atenção a ele, a casa é grade e tem bem mais pessoas do que ela imaginava.

Ela para logo atrás de Tommy quando ele para e olha freneticamente ao redor, ela olha para o lado e vê um grupo de sete pessoas os encarando e ela não pode deixar de pensar que se meteram em um grande problema quando os caras levantam quase derrubando as garotas que estavam em seus colos. Sua concentração no grupo é cortada quando ela ouve a voz grave.

— Ora, ora, o que temos aqui. – o homem de estatura mediana não mais alto que Tommy, mas de aparência bem mais forte se aproxima vindo de um cômodo dos fundos. Ele olha para Tommy e depois para ela e ela engole a seco com seu olhar malicioso.

— Merda! – sussurra baixinho.

— Um playboy e... – ele a olha de cima a baixo e lambe os lábios sugestivamente – Deliciosa. – ela rapidamente se aproxima mais de Tommy segurando o braço dele com as duas mãos, muitas vezes ela passou por maus momentos, mas ela sempre teve a certeza que Oliver iria aparece em algum momento, agora sua única proteção é Tommy.

O homem dá uma gargalha por um momento e ela sente Tommy contrair ligeiramente – Vamos gatinha, eu não mordo. – ele para de gargalhar de repente – Mas faço coisas mais prazerosas. – diz sobriamente e se aproxima dos dois. Rápido Tommy sem hesitar puxa a arma apontando para o homem.

— Não se aproxime, nós só viemos buscar nossa amiga. – ele é firme.

— Ele tem uma arma, que medo. – o homem zomba, olha rapidamente para os companheiros antes de aproximando-se ainda mais. Felicity faz o mesmo e percebe a presença de mais dois homens, ambos armados, assim como os que estão em grupo.

— Eu disse para não se aproximar. Onde está Thea?

— Ah a princesinha Queen. – Fala com desprezo e faz menção para que os outros abaixem as armas – Está lá em cima, segunda porta a direita. – afasta-se dando espaço para Tommy e Felicity passarem.

Sem hesitar Tommy se dirige a escada, Felicity ainda grudada nele o repreende pela imprudência, Tommy apenas grunhe irritado. Um dos homens faz menção de segui-los, mas o que ela assume ser o líder o para, seu olhar não deixando os dois.

 

Eles encontram Thea trancada no banheiro, que assim que abre a porta cambaleante se joga em cima de Tommy.

— Vocês estão aqui, vocês estão aqui... – ela repete chorando e tremendo e Felicity se pergunta se é de medo por toda a situação ou de alívio por estarem lá.

Tommy a embala em seu colo sussurrando palavras de conforto e Felicity tem a visão de um homem diferente, vê o irmão que Thea sempre poderia ter tido não fossem seus pais egoístas. Com Thea ainda no colo ele segue para fora do quarto e em silêncio se dirigem a saída, ainda com medo Felicity não olha para nenhum dos ocupantes da casa, eles finalmente estavam indo para casa e ela solta um suspiro de alívio quando entram no carro. Atrás com Thea é a vez dela de confortar a menina fazendo círculos suaves em suas costas até perceber que ela dormiu, sem notar o carro preto que os segue.


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Notas finais do capítulo

Sim Tommy foi muito imprudente e não arriscou apenas a vida dele, mas de Felicity e Thea também. No próximo capítulo essa imprudência será explicada.

Será explicado também o que levou Thea a tal lugar.

Enquanto isso me deixem saber o que acharam do capítulo.

Antecipadamente agradeço a quem ainda está comigo nessa estória.



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