A Garota de Vestido Azul escrita por Karina A de Souza


Capítulo 5
A Cinderela da Caixa Azul


Notas iniciais do capítulo

Acredito que esse capítulo seja meio maluco... Mas tudo bem :3
Achei que não ia conseguir postar hoje, porém, aqui estou eu... Ainda largada no fundo do poço, após assistir o episódio de Natal de Doctor Who.
#AdeusCapaldão
#OláJodie
"Cinderela nunca pediu um Príncipe. Ela queria um vestido lindo e uma noitada".



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—Então essa Rose é o Lobo Mau?-Jo perguntou, sentada na cozinha da TARDIS com Jack. Estavam pousados em Londres.

—Não. Quer dizer... É complicado. Lobo Mau era uma entidade. E se foi, para sempre. Assim como a Rose, perdida onde o Doutor não pode encontrá-la.

—Mas por que Rose, quer dizer, por que Lobo Mau deixaria aquele recado? Sequer faz sentido. O que é “Estrela Azul”? Não pode ser uma estrela de verdade.

—Eu não faço ideia. E acredito que o Doutor também não sabe. Por enquanto. Aposto o que quiser que a mente de Senhor do Tempo dele está trabalhando a todo vapor para descobrir a resposta.

***

—Por que a TARDIS balança tanto?-Jo reclamou, esfregando o braço que machucou na queda.

—Na verdade ela não devia fazer isso. -O Doutor disse. -Eu te avisei pra se segurar bem.

—Onde estamos?-Jack perguntou.

—França.

—Passado ou futuro?

—Passado.

—Ei, ouçam isso!-Jo gritou, da porta. -Um baile!-Acenou com um papel. -Um homem acabou de entregar. -Limpou a garganta. –“O Príncipe de nosso honrado reino procurará esta noite, no baile real, uma esposa digna. Todas as moças solteiras estão convidadas”.

—Estamos indo!-Jack avisou. -Uma noite de diversão não matará ninguém, mas nunca dá pra ter certeza quando se anda com o Doutor.

—Nós realmente vamos? Não tenho roupa pra isso.

—Tem um guarda-roupa incrível na TARDIS. -Segurou a mão da garota, puxando-a. -Vamos lá, eu arrumo você...

—O que? Doutor...

—Boa sorte. -O Senhor do Tempo desejou, colocando as mãos nos bolsos.

Quando ficou sozinho, tentou entender o recado deixado por Lobo Mau naquele muro na Londres de 3034. O que era Estrela Azul? E por que estava em perigo? Como ele podia salvá-la se nem sabia quem era ela? Havia a chance de não ter cruzado o caminho da tal Estrela ainda. Talvez no futuro ele entendesse a mensagem. E então poderia salvar a Estrela Azul.

—Prepare os corações, Doutor. -Jack brincou, surgindo pronto para o baile. -Querida?

Joanne se aproximou, hesitante. Estava com um vestido azul claro, o cabelo solto em baixo e preso em cima. Ergueu a bainha do vestido e sorriu.

—Como foi que conseguiu sapatinhos de cristal?-Perguntou para o Doutor.

—Se eu contar, você não vai acreditar em mim.

—Agora vá se arrumar. -Jack mandou. -Enquanto isso eu ensino Jo a dançar. Acredita que ela não sabe?-Puxou Joanne para perto.

—Jack, estou de olho em você. -O capitão sorriu.

—Se não estivesse, eu ficaria chateado.

***

Os três pararam juntos na escadaria, de braços dados, admirando o baile. A decoração fazia tudo parecer um daqueles contos de fadas.

—Isso é real?-Joanne sussurrou.

—Parece real pra mim. -O Doutor disse. -Pronta?-Ela olhou pra ele e sorriu.

—Pronta.

Desceram as escadas. Imediatamente, diversos pares de olhos se voltaram para o trio. Joanne sentiu seu rosto esquentar. Ela sempre foi uma garota comum, nunca tinha sido o centro das atenções antes.

—Não se empolguem. -Jack brincou. -Estão todos olhando pra mim.

—Quanta humildade. -O Doutor retrucou.

Um rapaz se começou a se aproximar. Havia uma coroa na cabeça dele, e o porte real era o denunciava.

—Príncipe Philip. -Se apresentou. O trio fez uma rápida reverência. -Se importa em me acompanhar numa dança?

—Eu, não. -Jack respondeu, estendendo a mão. O príncipe pareceu um pouco surpreso, mas acabou aceitando e se afastou com o capitão.

—O que foi isso?-Jo perguntou, confusa.

—O bom e velho Jack jogando seu charme em qualquer criatura viva. -O Doutor esclareceu. -Vá se acostumando.

—Mas eles podem fazer isso? Sempre achei que quanto mais antiga a época, mas preconceituosas as pessoas.

—Você vai descobrir que alguns franceses são bem liberais.

—Liberais quanto?

—Com licença. -Uma voz disse, ao lado de Joanne. A garota se virou, pega de surpresa. Um homem de cabelos escuros estava sorrindo pra ela. -Eu posso convidá-la para uma dança?

—Hum... Eu... -Olhou por cima do ombro, o Doutor tinha a deixado sozinha. -É claro. -O acompanhou até o centro do salão, então começaram a dançar.

—Nunca vi a senhorita antes. Visitando o reino?

—Sim. Vim de muito longe, com meus amigos.

—Parece mesmo alguém que veio de longe, senhorita.

—E isso é ruim?

—De maneira alguma. Isso a torna muito mais interessante. -Joanne riu.

—Muito mais? Hum... Obrigada.

Jo tinha que admitir, estar num baile daqueles era divertido. Mas na maior parte do tempo não entendia seu par com suas frases rebuscadas que surgiam de repente. E os modos eram tão diferentes! O Doutor podia ensinar algumas coisinhas antes de enfiá-la numa época tão antiga e diferente.

Ela não viu Jack de novo. Ele e o príncipe haviam desaparecido misteriosamente. Já o Doutor estava por perto, sempre seguido por algumas francesas atrevidas. Achou isso engraçado. O Senhor do Tempo podia ser de muito longe, mas era muito bonito. Certamente não conseguia passar despercebido o tempo todo.

—A senhorita e seus companheiros vão ficar muito tempo em nosso reino?-Seu par perguntou.

—Não tenho certeza. Estamos sempre indo de um lugar para o outro. Difícil explicar.

—Entendo. Se ficarem, se importaria de... Não sei... Talvez eu poderia mostrar o reino. É claro, se os seus companheiros permitirem.

—Seria muito... Bom. Eu adoraria.

De repente, o relógio começou a badalar. Meia noite. Mas não só isso. Alguns guardas estavam gritando com alguém e então Jack surgiu do nada, correndo com apenas... Aquilo era uma cortina? Era sim! Havia uma cortina em volta da cintura dele e apenas isso.

O Doutor apareceu atrás de Joanne, agarrou a mão dela, puxando-a para a escadaria. Era uma fuga.

—Senhorita, espere!-O homem começou a segui-los. -Senhorita, eu não sei seu nome!

—É Cinderela!-Jack gritou, se juntando a Jo e ao Doutor enquanto desciam as escadas.

Um dos sapatos da garota caiu, ficando para trás. Ela tentou parar para pegá-lo, mas o Doutor não a soltou.

Ainda estavam sendo seguidos. Podiam ouvir os guardas gritando coisas e ordenando que parassem. Eles não pararam.

Quando chegaram até a TARDIS, Joanne se virou e, por apenas uns dois segundos, pode ver seu par, atrás dos soldados, segurando seu sapatinho de cristal abandonado.

Então a TARDIS se foi.

***

—Por que estávamos fugindo?-Jo perguntou. -Eu estava me divertindo tanto...

—Acho que nosso passageiro seminu pode explicar. -O Doutor disse, cruzando os braços.

—A culpa não foi minha. -Jack defendeu. -O rei apenas não gostou de me encontrar atrás da cortina com o filho dele e mandou cortarem minha cabeça. É melhor ir me trocar, antes que a dama de azul se sinta obrigada a me agarrar.

—Isso não vai acontecer. -Jo avisou, enquanto ele ria e sumia pelo corredor. -É uma pena... Estava tão divertido... E eu nem sei o nome do meu par.

—Aquele é Gaspar. -O Doutor disse. -O primeiro a escrever uma versão da Cinderela, que foi perdida com o tempo. Acho que tenho uma cópia em algum lugar... -Correu para a biblioteca e voltou com o livro em mãos. -A versão é bem diferente das atuais. Cinderela é uma garota de cabelos negros, e desaparece numa caixa azul misteriosa, deixando um sapatinho de cristal para trás.

—Espera... Então... -Pegou o livro. -Eu sou a Cinderela?-O Doutor assentiu. -Ah meu Deus, eu sou a Cinderela!

A capa do livro era linda: azul e dourada, cheia de detalhes. A TARDIS estava estampada no meio, e uma garota de azul estava de costas, entrando nela.

—A população não gostou muito dessa ideia, disse que não fazia sentido, então a versão se perdeu no meio das outras.

—Eu posso pegar emprestado?-Jo perguntou. -Preciso ler isso.

—É claro. -Sorriu.

—Obrigada. -Olhou mais uma vez para a capa e colocou o livro no console ao seu lado. Tirou o sapatinho de cristal restante. -O que acontece com o outro par?

—Eu não sei. Talvez Gaspar tenha tentado encontrar a dona... Ou talvez tenha apenas guardado como recordação.

—Ele foi muito gentil. -Colocou o sapato ao lado do livro. -Não dancei com você essa noite. -Estendeu a mão. O Doutor riu e pressionou um botão, fazendo música começar a tocar.

—Me concede a honra dessa dança, senhorita do vestido azul?-Jo sorriu.

—Com toda certeza.


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Notas finais do capítulo

É claro que o Jack tinha que aprontar alguma coisa, não é? Melhor pessoa ♥
Bem, no próximo capítulo, algumas pessoas vão acabar beeeem encrencadas (Spoooooilers).
Vocês já viram o especial? Fiquei que nem louca procurando na internet e acabei achando. #NãoEstouBem
Morrendo de ansiedade pra ver a Doutora em ação. Até fiz um conto de natal (já postado) com uma participação dela e dos outros quatro Doutores (da New Who).
É isso. O que acharam?
Bjs. ♥



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