MUTANTES & PODEROSOS I - O Segredo dos Poderosos escrita por André Drago B


Capítulo 3
Capítulo 2 - A Flecha que Explode


Notas iniciais do capítulo

AVISO: histórias paralelas são histórias que acontecem ao mesmo tempo que outras. A história de Taya, Luke e Isaac não acabou, mas a história a seguir acontece ao mesmo tempo que a deles. Aproveitem!



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                                                  CAPÍTULO 2

                                 A FLECHA QUE EXPLODE

 

    O sol raiou. O seu brilho invadiu o quarto de Kira que dormia. Quando a luz quente, que passava pela janela, tocou o seu rosto, ela abriu os olhos, mas lentamente. Mais um dia se iniciava. Ela ainda sentia sono, mas era como aqueles sonos em que nós sentimos quando acordamos e que logo passa. Ela, então, se levantou da cama.

  Andou até o banheiro. Se olhou no espelho e contemplou seu rosto de quem acabara de acordar. Seus cabelos castanhos estavam desarrumados e abaixo de seus olhos havia olheiras roxas. Ela se arrumou. Trocou de roupa e colocou uma calça que ela costumava usar em dias de treinamento. Quando estava pronta, saiu do quarto.

  Ao sair do quarto, passou pelo corredor que levava até a escada e desceu os degraus com calma. Ao chegar ao cômodo debaixo, logo encontrou o que sempre via todas as manhãs: a mesa do café da manhã vazia. O senhor que os treinava, a qual ela e seu irmão o chamava de Mestre(com “M” maiúsculo), tinha o costume de NÃO fazer o café para eles. Eles deveriam fazer seu próprio café, afinal, se fossem se aventurar a ir a algum lugar distantes sozinhos, teriam que se virar para ter as suas refeições. Era quase parte do treinamento. Ela foi até o armário de madeira, onde, pelo menos, ela achou alguns pães duros e um balde de madeira cheio de leite, tapado com um pano. Pegou o pão e o leite e começou a comer.

  Logo em seguida, a passos lentos, seu irmão mais novo chamado Jackie apareceu. Ainda demonstrava estar com sono.

—Bom dia! Aqui está o leite e o pão. – Disse Kira. Jackie pareceu nem ter escutado o que ela disse.

—Onde está o Mestre? – perguntou ele.

—Sei lá! Deve estar cuidando do jardim.

—Ou preparando um treinamento bem cansativo para nós! – os dois deram risadinhas.

  Jackie se aproximou da mesa e pegou o pão. Colocou o leite em um copo e começou a comer. Não demorou muito até que Mestre aparecesse.

—Bom dia! – disse ele. Ele era barbudo e já tinha seu cabelos brancos, mas parecia estar em boa forma física.  – Estava preparando o treinamento de vocês.

—Eu não disse!? - falou Jackie.

 Kira riu.

—O pai de vocês irá visita-los hoje. Acho que será à tarde. – afirmou Mestre

—Então não há a necessidade de treinamentos hoje! – exclamou alegre, Jackie.

—Como disse, ele virá à tarde. Temos a manhã ainda. – disse Mestre, enquanto Jackie gemeu de desânimo. – Terminem logo de comer. Hoje vocês irão treinar pontaria.

  Sei que você deve estar pensando...por quê eles moram com Mestre e não com o seu pai? Irei te explicar.

  O pai de Kira era um homem rico e muito importante para o reino de Hangária Mindória. Ele era governador de uma província e era muito amigo do rei Ricard, e o foi até a sua morte. Seu nome era Hope Haland, ou mais conhecido como Lorde Haland. Sua esposa, Helena, era muito importante para ele e lhe deu dois filhos: Kira e Jackie. Mas, uma vez, quando Kira tinha nove anos e Jackie, três, ela fez uma viagem para Tarínter. Era uma viagem que ela quis fazer, mas, sem ninguém entender o motivo, quis fazer sozinha. Ela nunca mais foi vista. Misteriosamente desapareceu e ninguém nem desconfiou o por quê. Treinar os filhos era responsabilidade das esposas dos lordes, mas com a ausência de Helena, Lorde Haland colocou os dois filhos para treinarem com Mestre. Morando longe da capital de Hangária Mindória, que era onde vivia Lorde Haland, eles tiveram que morar com Mestre, assim como muitos jovens vão morar nas universidades para poder estudar. Era comum receberem visitas do próprio pai de duas em duas semanas. Nem sempre ele conseguia ir visita-los nesse período de tempo, mas fazia esforço para ir se encontrar com os seus tão amados filhos.

  Quando terminaram de comer, foram para fora da casa. Do lado de fora, havia uma varanda que dava para frente de um bosque. Ao lado direito da casa havia um jardim que o Mestre constantemente cuidava. No centro do jardim havia uma pequena cabana, onde se encontrava varias armas, como arcos e flechas, espadas, tal como lanças e outros instrumentos. Havia também livros e pergaminhos, dentre outras fontes de conhecimentos.

  Ao lado esquerdo da casa do Mestre havia um enorme campo relvado. O limite deste campo gigante era o bosque, que se estendia da frente da casa até muitos metros, ou até quilômetros á frente.

  Mestre levou as crianças exatamente para o lado esquerdo da casa, onde encontraram vários alvos à distância.

—Aqui está o arco e a aljava, abastecida de flechas. Acho que não preciso dizer o que vocês devem fazer. Primeiro Kira e depois, Jackie. – os dois assentiram.

    Kira pegou a aljava e a pendurou nas costas, como alguém faz com uma mochila. Pegou o arco da mão de Mestre. Com sua mão direita, agarrou uma flecha da aljava. Preparou o arco. Correu até a direção do primeiro alvo. Se preparou e soltou a flecha. Ela deslizou pelo ar, acertando a quarta linha, das seis.

—Não foi mal, Kira. – elogiou Mestre.

—Obrigada.

  Mirou de novo em outro alvo, e acertou a terceira linha.

—Quase no centro!- disse ela, alegre pelo resultado.

—Quase, mas não foi! – disse Mestre, tirando o entusiasmo da jovem.

  Ela se preparou de novo, e mirou bem no centro. Era comum Mestre deixar eles tentarem três vezes e nada mais. Era a última. Precisava ter bons resultados. Ela já não queria bons resultados, mas resultados excelentes. Mirou e se preparou. Soltou a flecha, mas acertou na sexta linha.

—Passe o arco e a flecha para seu irmão, Kira! -  Ela obedeceu, decepcionada com o seu último resultado.

  Jackie se preparou e apontou logo para o centro do alvo. Estava pronto e soltou a flecha. Seu resultado foi melhor que o do primeiro de Kira. Logo acertou na terceira linha. Ele sorriu.

—Não se empolgue demais Jackie, ou poderá acabar errando na próxima tentativa. – advertiu Mestre.

—Me desculpe, Mestre! – disse ele, já preparando mais uma flecha. Preparou, mirou e soltou...e ACERTOU (a quarta linha, é claro!).

  Novamente, o garoto preparou o arco e mirou. Foi quando algo muito estranho aconteceu. Ele soltou a flecha, mas no meio do caminho, um tipo de explosão aconteceu. Na verdade, a flecha se rompeu em um brilho azul.

  Dentre todos os barulhos de animais correndo e se assustando, o mais escutado foram as exclamações assustadas dos três.

—O que foi isso?!


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