MUTANTES & PODEROSOS I - O Segredo dos Poderosos escrita por André Drago B


Capítulo 4
Capítulo 3 - Fuga!


Notas iniciais do capítulo

Voltando a Taya, Luke e Isaac...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/748507/chapter/4

                                                          CAPÍTULO 3

                                                            FUGA!

 

O quê?! – indagou Taya. – Fugir?! Fugir de quê?

—Eles estão vindo! Arrumem as suas coisas e vamos fugir. Temos que chamar Luke e sua família também! – ele se desesperou novamente.

—Isaac! Fugir de quê? – indagou o pai de Taya.

  O rapaz desviou o seu olhar assustado para eles, e sem tirar essa expressão, acrescentou outra ao seu rosto: ele ficou sério!

—Eu estava voltando para casa. O cavalo corria rapidamente. Eu já havia passado por vários campos, usados por pastores que levavam os seus animais para pastarem, mas não havia ninguém nos campos. Foi quando, ao longe, consegui ver uma vila mutante. O cavalo trotou até ela, mas havia uma coisa errada...! – ele respirou fundo – todos estavam presos em carroças feitas com grades de ferro. Eram várias carroças e todas lotadas com mutantes. Mas havia mais três vazias! Haviam também guardas da capital, e pelo que entendi, estão prendendo todos os mutantes das vilas. Voltei o mais rápido. Vamos! Se preparem e vamos fugir.

—O quê? Por que eles estariam prendendo mutantes? – indagou Taya.

—Eu não sei, mas tenho certeza que essa vila será a próxima. Eu vi eles até matarem alguns mutantes que não queriam entrar dentro das carroças.

    Taya imediatamente correu para o quarto dos pais e chamou a sua mãe, que estava acordada e escondida debaixo dos cobertores, com medo do barulho que vinha da porta.

—È o Isaac, mãe! Temos que fugir! Levante-se!

—Issac? Fugir?! – indagou. Taya lhe explicou rapidamente o que Isaac contara. Sua mãe ficou com um rosto assustado e pensativo até que ela pulou da cama.

—Taya, vá arrumar uma bolsa para você! Coloque nela o que achar mais útil, mas vá! – ordenou a mãe dela, que foi obedecida.

  A mãe de Taya foi até a sala, onde encontrou Isaac, suado com respiração ofegante. Seu cansaço era visível.

—Isaac!

—A senhora tem que arrumar as suas coisa. Rápido! – disse ele, desesperado.

—Vá logo, Merelyna. – disse o pai de Taya.

—Mas, nós não podemos ir!

—Por quê? – indagou ele.

—Eles vão entrar na casa!

—E temos que ser presos por causa da casa?

 Isaac se intrometeu na conversa do casal.

—Senhora, é melhor irmos agora e nos afastarmos o máximo que pudermos daqui. Vocês serão presos por não querer que entrem na casa de vocês ou fugirão e salvarão as suas vidas?

—Não é isso eu estou falando! – disse ela com ignorância.  – Eles...eles entrarão na casa e verão que não há ninguém.

—Ah! È verdade! – exclamou o pai de Taya, com um tom preocupado, colocando a mão na testa. – Eu não parei para analisar isso!

—E daí? – perguntou Isaac, que não havia entendido nada ainda.

—Eles entenderão que alguém descobriu a vinda deles e que fugiram. – respondeu Bernard, o pai de Taya.

—Mas ai, já teremos fugido! – exclamou Isaac.

—E então eles irão forçar aos outros mutantes a falarem quem morava aqui. Eles irão contar e nos descrever, e então começaremos a ser perseguidos e procurados por todo o reino de Hangária Mindória. Até fugirmos do reino, já teremos sido pegos! – completou ele, fazendo assim com que Isaac compreendesse o problema.

  Eles meditaram por alguns segundos, enquanto o silêncio era o que predominava no ar. O coração deles batia mais forte. Suas respirações começaram a ficar mais ofegantes á medida que eles procuravam por uma resposta e não à encontravam.

  Depois de alguns segundos de silêncio, eles ouviram Taya, que vinha preparada para a fuga. Usava calças coladas as pernas. Uma roupa preta de manga comprida para o frio. As suas mãos estavam tapadas por luvas, e nos seus pés, usava botas. Ela carregava nas costas uma mochila marrom. Suas roupas eram escuras, para poderem se camuflar na escuridão da noite.

—Eu estou pronta. – disse. – Por que vocês ainda não se arrumaram?

  Os três se entreolharam.

—Minha filha, há um problema! – disse Merelyna.

—Qual problema? – indagou.

—Os guardas verão a casa vazia e compreenderão que os seus moradores fugiram. Irão buscar informações até descobrirem que nós morávamos aqui e seremos caçados por todo o reino.

 Ela olhou para o chão e começou a se desesperar.

—Mas...mas...nós não podemos ficar. Nós não sabemos o que está acontecendo com os mutantes presos. Eles podem estar sendo mortos! – ela se desesperou e ameaçou chorar.

—O que vamos fazer? – indagou Isaac.

  Bernard pensou mais um pouco.

—Mas, eles só perceberão que havia pessoas da casa se TODOS forem. Eu e Merelyna podemos ficar aqui, enquanto você, Taya e Luke fogem.

—O quê?! Não, eu não vou deixá-los aqui! Nunca! – disse Taya, indignada.

—Mas Taya, é preciso. Se for para alguém ser levado preso e morrer, que seja eu e sua mãe!

—Mas...

—Está decidido! – falou Bernard.

  A jovem começou a chorar. Ela tapou a boca com a mão esquerda e se entregou as lágrimas, enquanto ela pensava no que poderia acontecer com os seus pais, e com eles, os três jovens. Bernard e Merelyna a abraçaram. O calor aconchegante e familiar á acalmou um pouco, mas não a fez parar de chorar.

—O que quer que tenha acontecido, não foi bom. Os mutantes podem estar sendo mortos. Não sabemos o que está acontecendo. Não posso deixá-los aqui! – disse Taya, preocupada.

—Mas é necessário, filha. – falou sua mãe, tentando acalmá-la.

—E para onde nós vamos? – perguntou a Taya, com voz chorosa.

 Os pais dela se entreolharam, e a mãe dela mexeu a cabeça positivamente.

—Taya e Isaac, vocês devem ir para o norte, em direção ao reino de Tarínter. Vocês devem ir para o Morte Alta, ou mais conhecido como Pico Talyn. Devem subir até o pico da montanha. Lá encontrarão auxilio. – os dois assentiram, mesmo sem entender quem iria morar no pico de um monte apelidado de Morte Alta, onde todos que subiam, desapareciam.

   Taya não aguentou e sendo curiosa, indagou:

—Mas quem iria morar no...

—Não nos pergunte mais nada. – interrompeu Merelyna - Andem! Rápido!

   Ela entrou dentro da cozinha, enquanto os dois jovens saiam  da casa. A noite estava muito fria. Ao longe, podia-se escutar o uivo de lobos, convidando a sua alcateia para caçar algum animal e encher o estômago. A plantação de trigo dançou quando um vento frio passou por ele.

  Na frente da casa, o cavalo de Isaac permanecia parado, esperando pelo seu dono.

—Não se esqueçam: o Pico Talyn! – disse Bernard. Ele olhou para Isaac. – Leve a minha filha em segurança para o Pico Talyn e...

—Senhor, eu não sei onde se encontra o norte, onde fica o Pico Talyn! – revelou. Seu pai nunca investiu o aprendizado do seu filho em geografia. As pessoas ricas da capital se preocupavam em ensinar outras coisas para os seus filhos, achando geografia uma matéria desnecessária.

  Bernard se assustou.

— O quê? Taya também não! Como você chega até aqui, então?

— O caminho da capital do reino até aqui é reto, sem dificuldade de se perder. – respondeu Isaac

    Bernard fechou os olhos e respirou fundo. Era mais um problema em que pensar. – Olha, quando você chegar até a casa de Luke, peça que a mãe dele lhe aponte a direção onde se encontra a casa da irmã dela. Siga na direção que lhe for apontada até chegar a uma humilde vila. Lá procure uma mutante chamada Steffany e peça que lhes ajude, indo junto com vocês para o Pico Talyn. Ela possui o mapa.

    Ele assentiu. De dentro da casa, saiu Merelyna com uma outra mochila que aparentava estar pesada.

—Aqui está alguns alimentos para vocês. Comam pouco para que possam ter alimento suficiente até chegar ao Pico Talyn. Também há água aqui dentro. Racionem tanto a água como os alimentos. E lembrem: sigam para o Pico Talyn e lá vocês encontrarão ajuda. Digam que Taya é filha de Merelyna. – eles assentiram. – Agora, subam neste cavalo e vão!

  Isaac foi até cavalo dele e desamarrou a corda que estava o prendendo á estaca de madeira, fincada no chão. Puxou até perto de Taya e seus pais. A jovem estava se despedindo pela última vez de seus pais. Ele preparou o cavalo. Como havia apenas uma sela, puxou um pano preto que usava debaixo da sela para não machucar o animal e o colocou atrás da sela, onde montaria Taya. Subiu no cavalo e se assentou.

—Adeus senhor Bernard e senhora Merelyna! – disse Isaac, já achando que seria a última vez que os veria.

  Os dois acenaram para Isaac, enquanto Taya foi até o cavalo com lágrimas nos olhos. Isaac segurou a mão dela e a ajudou a se sentar no pano preto. Com esforço, ela conseguiu se sentar sobre o local. Envolveu a cintura de Isaac com os seus braços, onde apertou com força para não cair.

—Adeus mãe e pai! – disse ela, enquanto lágrimas escorriam pelo sue rosto. Tentava criar esperança de que voltaria a vê-los.

  Então, andando até o cavalo, o pai de Taya, ainda com expressão triste no rosto, bateu na garupa do animal, enquanto Isaac segurava as rédeas que eles usariam para guiar o bicho.

  O cavalo começou a galopar pela caminho de pedras que saia da casa de Taya e ia até a estrada de terra onde se passava mutantes fazendeiros constantemente. Taya olhou para trás e viu o rosto de seus pais pela última vez, provavelmente. Pode contemplar os campo de trigos que dançavam quando uma brisa fria passava. O luar os banhava. Tudo estava sendo gravado na memória de Taya que acreditava, infelizmente, que aquela seria a última vez que ela veria a sua casa.

 Quando chegaram à estrada principal, viraram para a direita, em direção á casa de Luke, que não ficava muito longe. Taya viu que seus pais já tinham voltado para dentro da casa, e então virou para frente. Seu rosto foi inundado por mais uma fila de lágrimas que o molharam. Encostou a sua testa nas costas de Isaac enquanto pensava nos momentos que passou com os seus pais.

  Mais uma vez, uma brisa fria e suave fez as árvores e plantações balançarem. Mais uivos de lobos e cigarras cantando. Uma coruja piou. O céu estrelado e limpo de nuvens se encerrava no horizonte, onde muitas plantações compunham a paisagem.

  O cavalo galopou por mais alguns minutos até chegaram á uma casa de madeira, seguindo pela trilha de pedra que levava da estrada até a porta dessa casa, como havia na casa de Taya. Chegando até essa casa, a mutante desceu do cavalo e foi até a porta. Bateu rapidamente, mas como ninguém atendeu, voltou a bater novamente.

  O episódio se repetiu. Luke perguntou quem estava batendo na porta da casa, e logo que os dois se identificaram, ele abriu a porta. Contaram para ele o que estava acontecendo e ele imediatamente acordou os seus pais, que decidiram, assim como Bernard e Merelyna, permanecerem na casa. Luke se arrumou e logo que estava arrumado se despediu dos seus pais.

  Taya se lembrou do que seu pai mandou fazer e o obedeceu.

—Senhora Luna, meu pai lhe pediu que mostrasse a direção que se encontra a casa da sua irmã para que possamos seguir até ela e leva-la conosco para chegarmos até o Pico Talyn.

—É claro, querida. – ela apontou em direção ao sudeste. – Sigam por aquela trilha e não parem até chegar a uma pequena vila. – eles assentiram. – Aqui está um lampião. Quando a chama se apagar, acenda-o novamente com dois pedaços de madeira. Agora, vão o mais rápido que vocês puderem e tenham cuidado.

  Isaac montou no cavalo e ajudou Taya a se sentar atrás. Luke foi andando ao lado deles, já que este não possuía um animal tão caro.

 Eles foram até a estrada principal, de onde seguiram pela trilha do outro lado da estrada, onde, segundo a mãe de Luke, se encontraria a vila de Steffany, a tia do jovem mutante. A trilha estava rodeada de bosques e florestas.

   E então, os três jovens mergulharam na noite, em trilhas em meio a florestas e bosques. E não parariam a sua viagem até chegar ao Pico Talyn.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!