A Nova Cinderela escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 6
Festa de aniversário




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P.O.V. Dorinda.

As minhas lindas filhas estão se divertindo muito no seu baile de aniversário.

—Charlotte! Charlotte!

Eu não a encontrei em lugar algum. Ela simplesmente não estava em lugar nenhum. 

Quando a encontrei, ela vinha descendo as escadas com um vestido de festa.

—Quanta ousadia da sua parte sua...

Ela nem se dignou a me olhar. E o meu filho, estendeu a mão para pegar a mão dela.

—Derek! O que está fazendo?

—Escoltando a minha acompanhante até a pista de dança.

Eu peguei no braço daquela imunda e disse:

—Volte para a cozinha que é o seu lugar.

—Volte pra esquina que é o seu lugar.

Perdi as minhas estribeiras. Eu voei encima daquela desclassificada.

—Sua vadiazinha! Acha que vai me desrespeitar? Que vai ser alguma coisa na vida?

Ela apanhou e apanhou muito. Eu rasguei o vestido dela.

—Mãe para! Chega mãe!

Derek me empurrou para longe.

—Charlotte? Charlotte? Meu Deus! Ela tá inconsciente!

Alguém chamou a ambulância e a polícia. Graças á um vídeo que alguém postou na internet posso ser processada. 

Se Charlotte decidir me denunciar, estou perdida.

Quando ela finalmente acordou decidi tentar uma abordagem diferente.

—Olá Charlotte. Eu lhe trouxe bolo, bolo de morango. Aquele que você tanto adora.

—Obrigado.

Ela comeu o bolo. Até o fim. E então, disse:

—Não se preocupe Dorinda. Eu ainda vou te denunciar.

—Sua...

—O que sobrou da sua carreira vai pro inferno.

Tive que me controlar para não avançar encima dela.

—Os médicos já fizeram exame de corpo de delito e eu tenho o vídeo á meu favor.

—Sua cobra.

—Estamos falando de mim ou de você? Agora estou confusa.

—Senhorita Blanche?

—Sou eu.

—Detetive Decker.

—Oi.

—A senhorita quer prestar queixa?

—Quero. Eu estava no baile, como convidada do filho dela, Derek. Era sua acompanhante.

—Continue.

—Quando Dorinda Johnson me viu, ela agarrou meu braço e falou para eu voltar para a cozinha que era o meu lugar. Desde que o meu pai morreu, eu tenho sido refém na minha própria casa, um brinquedinho para Dorinda torturar ou para as filhas dela atormentarem. Elas me bateram, elas me humilharam, elas me fizeram ser criada! Escrava. Eu fazia tudo naquela casa, ainda faço. Eu limpo, eu lavo, eu passo, eu cozinho, planejo as festas e eu não recebo nada além de insultos por isso. Eu não tenho nenhum amigo lá naquela casa. Exceto um. Derek Johnson. Ele me salvou, duas vezes. Me trouxe ao hospital, duas vezes. Ele sempre foi gentil comigo.

—Porque Dorinda te bateria?

—Ela me inveja. Ela me odeia. Me fez trabalhar até a exaustão. Eu sempre venho para esse hospital, imagino que os laudos e registros das minhas internações estejam aqui em algum lugar.

—Dan, vai pedir para os médicos os laudos das internações da Charlotte.

—Meu nome é Charlotte Marie Panova Blanche.

—Ok.

Os policiais tentaram recolher os registros das internações de Charlotte, mas eu não sou burra. Toda vez que ela vinha ao hospital, eu a internava com um nome diferente.

Eu teria escapado, se não fosse aquela enfermeira.

—Senhorita Blake. 

—Blake? Meu nome é Charlotte Blanche, não Blake.

—Eu não achei nada.

—Tente Charlotte Blake. 

Então, os registros começaram a aparecer.

—Falsidade ideológica.

—Você sabia que está registrada aqui como Charlotte Blake?

—Não. Geralmente, eu vinha para o hospital já inconsciente e quando eu acordava estava em casa. No meu quarto no porão.

—No porão?!

—É. Não achou que ela me deixaria dormir no meu quarto não é? Ela me enxotou do meu quarto no momento em que o meu pai morreu, quando eu tinha seis anos.

—Vamos apresentar as provas para o conselho tutelar, mas isso vai ser apenas uma mera formalidade.

—Por favor... eu só... queria o que era melhor para ela.

—Dorinda Johnson, você está presa por abuso e maus tratos á menor Charlotte Blanche.

Eu sai do hospital algemada.

—Detetive?

—O que?

—Vão me expulsar da minha casa? Eu vou... ter que... sair?

—Você vai ser mandada para um lar temporário.

—Então...vou ter que deixar essas vadias ficarem com a minha casa? A casa do meu pai?

P.O.V. Chloe.

Eu nem posso imaginar o que essa menina passou. Eu sei como é perder o pai, mas ser forçada a trabalhar em regime de escravidão?

—Porque não denunciou antes Charlotte?

—Porque ela me ameaçava? E mesmo quando eu fiquei ciente dos meus direitos, sabia que isso aconteceria. Sabia... que me mandariam embora. Que eu seria chutada da minha casa, aquela casa que tem todas as memórias dos meus pais. E que Dorinda Johnson e suas filhas ficariam com tudo o que deveria ser meu. E eu não to falando de dinheiro!

—Eu sinto muito.

P.O.V. Charlotte.

Eu voltei pra casa e fui arrumar as minhas coisas. E enquanto catava tudo deixei o livro de contos de fadas que o meu pai lia pra mim.

Eu catei o livro e vi que tinha caído alguma coisa de lá de dentro.

—O que é isso?

Eu abri o envelope e havia uma carta do meu pai.

Querida Charlie, escrevo essa carta e deixo-lhe o meu testamento para o caso de algum dia eu faltar. Família é a maior das riquezas, mas eu jamais me opus aos outros tipos. Se algum dia eu partir, tudo o que possuo é seu.

Eu te amo minha filha. Com amor,

Papai.

Lá estava o testamento e lá dizia que se o meu pai morresse tudo o que era dele, tudo o que ele tinha e tudo o que construiu seriam meus.

—Obrigado.

Ouvi passos na escada e escondi o testamento dentro do livro e enfiei o livro dentro da bolsa.

—Você pode ter mandado a nossa mãe pra cadeia, mas... o dinheiro e a mansão são nossos. Sua pé rapada.

—Tem razão. 

Eu sai e fui direto falar com o advogado da minha família.

Infelizmente, Dorinda conseguiu sair na condicional, mas acho que isso vai ser uma coisa boa.

Eu pude esfregar na cara dela e das filhas dela que a Mansão, os carros e tudo o que foi comprado com o dinheiro do meu pai... era meu.

—Vocês tem vinte e quatro horas para tirar as suas coisas dos quartos e se verem fora das minhas vistas. Os carros de vocês, meus carros eu vou vender. E vou comprar novos.

—Vê? Vê meu filho, ela é uma cobra!

—E por vocês eu quis dizer, você Dona Dondoca e as gêmeas Dafne e Danielle.

—O que?! Os nossos carros...

—Meus carros! Meus! Pelo o que vejo, são vocês que moram na minha casa de favor.

—E onde vamos ficar? Como vamos viver?

—Vamos fazer um acordo. Faço isso pelo Derek. Vocês podem morar aqui, entretanto, terão que ajudar nas tarefas domésticas. Não se preocupem, eu vou pagar um salário mínimo. Vocês terão folgas e tudo de acordo com a lei. Os dias de moleza acabaram.


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