Dinastia escrita por May Prince


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

GANHAMOS NOSSA PRIMEIRA RECOMENDAÇÃO E QUANDO EU VI QUASE GRITEI!! Sophie River, obrigada pelas palavras!! De coração! Fico muito feliz que a minha escrita e a minha história agrade você ♥
Te dedico esse capítulo!

Gente, eu estou com um sério problema, uma trava insuportável pra escrever. Aos poucos estou tentando consertar isso, mas a cabeça anda tão cheia que que eu desanimo muitas das vezes.
Problemas no meu relacionamento, problemas em casa, dificuldade de arrumar estágio... E por ai vai!

Mas eu nunca vou deixar vocês na mão, e nunca passou pela minha cabeça abandonar as fics.

Enfim...
Não vou me prolongar.
Boa leitura!



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POV Queen Felicity

Eu sabia que haviam pessoas a minha volta esperando que eu me pronunciasse diante aos meus visitantes, porém nenhuma palavra saia da minha boca.

Eu não conseguia pronunciar.

Eu não sabia o que falar.

Eu estava concentrada demais em não chorar, concentrada demais em não desmoronar.

Uma rainha devia se portar em qualquer situação, deveria ser soberana e sair por cima sempre. Mas eu não conseguia, não diante da situação em que eu me encontrava. Situação essa que foi um jato de água fria pra qualquer sentimento que estivesse pegando fogo em mim. Apagou meus planos, sonhos, desejos e a felicidade que eu estava sentindo...

Felicidade...  Mamãe uma vez disse que ou você era rainha ou você era feliz. Eu jurei a mim mesma que iria mostrar a ela que estava enganada. Mas vendo o que eu via, seria obrigada a concordar com ela.

Tudo que eu queria naquele momento era sair correndo e se isolar no meu quarto, como eu fazia quando era menor e não tinha a quem recorrer.

Eu me sentia tremula, tonta e fraca, sentia minha pernas bambas e agradeci a Deus pela existência do meu irmão naquele momento, que se posicionou ao meu lado servindo de apoio. Tommy fora o único que percebeu que havia algo errado.

— Você está pálida – sussurrou no meu ouvido  - O que foi?

Olhei para ele de relance e voltei a encarar o motivo do meu desequilíbrio. Ele estava impecável na cor vermelha representando seu pais.

Como eu fora tão burra? Os sinais estavam lá e eu não queria enxergar. 

Jonas era Oliver Queen, e provavelmente ele sabia quem eu era desde o início. Ele veio na minha casa, veio no aniversário da minha mãe, conversou com minhas damas, pediu para seus soldados se fazerem de desentendidos. Slade mentiu tão bem...

Todas as vezes que ele defendeu cegamente seu povo, eu achava que ele era apenas um patriota nato. Todas as vezes que ele comandava os soldados, eu achava que ele tinha poder pra isso, tanto poder que Oliver não precisava se meter. Mas não... Oliver estava ali o tempo todo.

Oliver estava ali me protegendo, me abraçando, me beijando, me fazendo sua...

— Não vai cumprimentar a rainha, Oliver? – Moira falou desdenhando ao pronunciar “rainha”. Sem quebrar nosso contato visual, ele fez uma linda reverência a mim. - Reverência essa que me trouxe lembranças do dia em que nos conhecemos - Eu não retribui, apenas fiquei parada o encarando perplexa. Eu ainda não acreditava no que eu via a minha frente – Vejo que a vossa majestade não esteja bem para uma conversa particular entre rainhas – Moira falou com tom de deboche na voz e encarou o filho sorrindo, que não retribuiu a deixando com uma enorme carranca – Afinal, nem os cumprimentos soube fazer.

Jonas teria sido capaz de mentir apenas para se aproximar de mim?

Jonas não... Oliver.

— Minha filha está em perfeito estado – mamãe retrucou tomando a minha frente

Eu deveria ter respondido isso, eu deveria ter me defendido... Mas eu não me importava.

— Não é o que ela aparenta – ralhou a inglesa

 Tommy apertou minha cintura e eu o encarei de volta. Eu entendi aquele apertão, ele estava querendo dizer que eu precisava tomar as rédeas da situação, se não Moira voltaria pra Inglaterra falando aos quatro ventos o quanto a Escócia tinha uma péssima recepção.

— Eu estou em perfeito estado, Moira – falei prepotente encarando a outra rainha do recinto – Só não estava preparada para tal visita, afinal a repercussão que tenho é de que seu filho quer me matar.  – encerei Jonas que apenas negou com a cabeça – Mas são muito bem vindos em minha corte.

— Oh querida – Moira se aproximou e eu recuei – Pode ter certeza que essas repercussões são falsas.

— Assim espero, Moira – sorri forçado – Cuidarei para que tenha uma ótima estadia na Escócia. – encarei minha mãe – Mamãe, peçam que sirva o jantar especial a Moira e sua família.

— Vamos – mamãe apontou para o caminho – Me acompanhem.

Minhas damas e meu irmão me encaravam intrigados. A reação que tive agora não é normal de Felicity Smoak. Normalmente eu tenho sempre um resposta na ponta da língua. Mas agora...

Por um momento eu agradeci por não ter contado a ninguém sobre o meu envolvimento com Jonas. Ninguém iria me julgar sobre o quanto eu fui descuidada, sobre o quanto me arrisquei. Ninguém iria me julgar sobre o quanto eu fui burra.

Mas se ele estava mentindo pra mim esse tempo todo, porque não me matou logo? Ele teve várias chances. Oportunidades que ninguém nunca teve...

Pensando bem, talvez ele quisesse o meu trono para ele e não conquistá-lo para os pais.Um casamento nosso e minha morte, o tornaria rei mais rápido do que esperar seu pai abdicar ou morrer. Ele se tornaria rei por estar viúvo e se tivesse um herdeiro comigo o deixaria ainda mais forte.

Meu coração parou uma batida ao pensar que o homem carinhoso e amoroso pelo qual me apaixonei seria capaz de tamanha atrocidade.

Eu não podia ceder a ele.

Eu não cederia.

Eu deveria fazer a estadia dos Queen aqui a mais breve possível.

Caminhei de nariz em pé e lágrimas nos olhos até o salão de jantar, Moira tagarelava com minha mãe e o resto se manteve em silêncio. Eu me neguei a olhar pra trás, eu sentia o olhor dele queimando em mim. Como uma brasa que te machucava. Mas eu não podia fugir daquela situação, eu não podia simplesmente dar meia volta e sair.

Era minha obrigação.

Era meu dever estar ali.

Naquele momento eu não podia ser a Felicity frágil de coração partido, eu tinha que se a Rainha da Escócia que faria de tudo pelo seu povo... E a primeira coisa que eu faria era protegê-los dos ingleses e suas influencias protestantes.

Respirei fundo e abri um sorriso encarando Moira e evitando que meu olhar fosse direto a Jona... Oliver.

— Chegamos – falei e os guardas abriram as portas dando entrada a uma sala com uma enorme mesa de vários lugares

— Porque não usou sua sala para visitas pessoais – Moira tagarelou se acomodando na cabeceira da mesa, le-se: o meu lugar

— Uso apenas para a família e por mais que sejamos primas, primas distantes, você não é da família – falei sem paciência e Thea riu seguida de Oliver.

Minha mãe me repreendeu com o olhar e os outros seguraram o riso. Não tinha muita gente ali, os ingleses reais, mamãe, meu irmão e dois representantes – um do parlamento inglês e outro escocês – minhas damas se recusaram a fazer parte desse teatro e eu não me opus.

— Ah queria – ela riu forçado apontando para o lugar ao lado do dela, todos já aviam se acomodado, menos eu – Sente-se

Se Moira era prepotente, eu também era. Encare-a de cabeça erguida para que desse conta da situação, porém ela apenas se fez de desentendida e bebericou o vinho que já estava servido no cálice.

— Acredito que você esteja sentada no lugar dela, mamãe – a voz de Oliver se fez presente pela primeira vez fazendo meu coração ficar mais descompassado do que já estava.

Ele me encarava com um olhar intenso, parecia querer dizer algo e eu não estava disposta a ouvir. Ignorei sua fala e continuei encarando Moira que agora forçava um olhar de desculpa.

Falsa.

Passei a mão no meu longo vestido vermelho e respirei fundo mais uma vez.

— Oh! É o costume de ser a única rainha nos lugares que eu vou – sorriu falso se levantando – Mas eu me acostumaria muito bem com esse lugar.

— Pena que não será seu, não é? – sorri me sentando e esperando que ela se sentasse ao lado dos filhos.

— Não tenha tanta certeza, majestade – ela falou sorrindo e bebeu mais vinho.

Seu deboche me irritava de uma forma que me fazia soltar fogo. Mas eu não podia me desconcentrar em: manter a classe, ser cordial com Moira e ignorar Oliver.

Era difícil, mas não impossível.

Foi servido uma sopa de entrada e logo em seguida um porco farto com uma maça na boca, depois pães e frutas.

O jantar foi silencioso demais, agonizante demais.

Eu apenas queria sair correndo dali. Sair correndo do olhar avaliativo de mamãe e Tommy,do olhar reprovador de Moira, fugir da conversa com Oliver que eu sabia que não escaparia pelo seu olhar em cima de mim...

Batidas apressadas se tornaram audíveis e então a porta se abriu em um rompante. Um soldado de olhos azuis adentrou no recinto com um olhar espantado e fez uma reverência para mim. Cumprimentei-o com a cabeça e gesticulei para que falasse.

— Minha rainha... – começou

— Espere – Moira se pronunciou ficando de pé – Ela não é a única rainha do recinto, deve fazer reverencia a mim também

— Me desculpe, majestade – o rapaz virou para ela e sorriu – Ela é a única rainha para qual eu sirvo, e não haverá outra.

— Mas que afronta – esbravejou a inglesa

— Mãe... – Oliver começou

— Quem esse menino é para me tratar com tal desacato... – fuzilou o rapaz com o olha e o mesmo se encolhei diante dela

— Moira – falei mais alto e ela me encarou surpresa – Deixe o... – o encarei

— Roy Harper, majestade

— Deixe o Senhor Harper em paz – sustentei o olhar de Moira , batalhamos uma guerra de olhares e eu venci, porque ela se sentou e ficou ouvindo sermões do filho. Thea apenas encarava o soldado como se tivesse visto um príncipe encantado. Bom... Pelo menos ele não era um príncipe fingindo ser soldado, igual o irmão dela fizera. – O que houve, Roy?

— Oh! Minha rainha – passou a mão pelos cabelos, levemente envergonhado – Acabei não indo direto ao ponto. Me desculpe! – assumiu a postura séria que tinha quando entrou aqui – Encontraram Sir Malcolm Merlyn desmaiado nos portões do castelo – minha mãe, Tommy e Oliver levantaram alarmados, mamãe e Thomas estavam preocupados, Oliver estava vermelho de raiva.

Mas essa agora!

Minha vontade era mandar jogar meu querido padrasto no fundo no Loch Ness, porém eu não podia.

— O que estão esperando para trazê-lo para dentro? – minha mãe esbravejou – Com licença – falou se levantando e correndo porta a fora

— Aqui é sempre tão movimentado assim? – Moira falou bebendo um vinho

— Mãe... – Dessa vez foi Thea quem falou, porque Oliver já estava parado ao meu lado conversando com Roy Harper.

— Com licença – Tommy falou e fez o mesmo caminho que nossa mãe. Os parlamentares o seguirem com a expressão preocupada.

— Roy – interrompi sua conversa com Oliver na qual eu estava completamente alheia

— Sim, majestade – olhei meu súdito ignorando o inglês parado ao meu lado. A aproximação era tanta que me deixava tonta e com o coração mais acelerado possível, minha respiração estava descompassada... Eu só precisava sair dali.

— Leve Moira, Thea e Oliver aos aposentos deles – falei deixando de lado qualquer educação fina que já recebi e sai andando para fora daquele lugar

— Está tudo bem, majestade? -  ouvi Roy gritar, mas ignorei e segui o caminho para meu quarto.

Eu não queria ver se Malcom estava bem, porque eu não queria que ele estivesse bem. Eu só queria me isolar de toda aquela situação, e me recolher dizendo estar extremamente cansada era a única alternativa.

Mas eu sabia que não ia conseguir ter paz enquanto eu não me livrasse do dono dos passos rápidos que me seguiam, não ia conseguir ter paz enquanto eu não me livrasse do dono da voz que chamava meu nome e eu ignorava.

Eu teria que encarar essa realidade em algum momento, mas eu não queria.

Eu estava com medo.

Medo da certeza que Oliver só se aproximou de mim para me matar.

— Você não está me ouvindo? – Oliver disse pegando meu braço com força, a parada foi tão brusca que meu peito bateu no dele.

— Eu devia mandar enforcarem você, alteza – debochei a ultima palavra

— Você não pode reclamar de muita coisa, majestade – sorriu sínico e eu me soltei do seu aperto

— Vai embora da minha casa – esbravejei me soltando do seu aperto e dando passos para trás – Você quer me matar – falei rouca segurando o choro

— É isso que você realmente pensa? Que eu já sabia de tudo? – esbravejou dando um passo na minha direção e eu recuei sentindo a parede chocar em minhas costas. – Acha mesmo que eu menti porque quem você é?

— Você veio na minha casa – gritei chorando – Você veio no aniversário da minha mãe, Jonas – meu coração apertou ao dizer aquele nome. O nome do homem que me apresentou um mundo fora desse castelo, uma homem que foi o meu primeiro amor, o homem que me tirava suspiros, o homem que eu via um futuro junto... Mas esse homem não existia. Era um personagem, um personagem que Oliver Queen criou para poder me matar. – Desculpe, é Oliver.

— Você me disse que era Megan, você mentiu pra mim – bateu no peito dando mais passos na minha direção – Acha que eu teria me envolvido com você caso soubesse quem você era de verdade? Acha que teria te amado...

 

— Não Oliver – gritei novamente entre lágrimas, nesse momento eu já não queria me fazer de forte, queria era alguém pra me abraçar e dizer que tudo ficaria bem. Mas eu sabia que não ficaria – Você teria me matado na primeira oportunidade. - abaixei a cabeça com as lágrimas caindo e respirei fundo na tentativa de me controlar. 

Fiz menção de sair daquele corredor sufocante, mas as mãos dele foram mais ágeis me prensando contra a parede novamente. Arfei com tanta aproximação, eu conseguia sentir o hálito dele queimando a minha pele exposta. Eu fiquei parada, estática, sem saber como reagir. Tudo em mim clamava por ele, por seu toque, por seus beijos, por seu carinho. Mas eu não podia fraquejar mais.

— Eu nunca seria capaz de fazer qualquer coisa contra você, Felicity – ele falou rouco no pé do meu ouvido – Por favor, entenda

Se eu já estava com vontade de me prender a ele antes, ouvi-lo dizer meu nome verdadeiro fez com que tudo em mim queimasse ainda mais. Mas eu não podia ceder, eu não podia fraquejar. Oliver era inimigo assim como toda a sua família. Eles queriam meu trono, queriam a minha herança e eu não ia permitir que isso acontecesse.

— Sai de perto de mim antes que eu chame os guardas.

— Felicity...

— Não quero ouvir mais nada, Oliver – coloquei minha mão em seu peito e pela primeira vez encarei seus olhos azuis cobalto, pude ver tristeza ali... Mas se ele fora capaz de mentir que me amava, ele com certeza estava mentindo agora – Eu menti por você ser um soldado inglês fiel a seu rei e ao seu príncipe, com ordens de matar a rainha escocesa e a Inglaterra tomar meu trono. Eu menti para me proteger. Mas e você? Mentiu por qual motivo? – sequei as lágrimas com a palma da mão

— Eu... Eu não queria que você ficasse com medo de mim – abaixou a cabeça suspirando

— Megan não tem medo de Jonas e nunca terá – falei me desprendendo do seu toque, ele me permitiu sair e eu fiquei em uma distancia segura – Agora eu, Felicity, morro de medo de me recolher e não acordar mais porque você ta aqui. – lagrimas voltaram novamente para os meus olhos e eu suspirei tentando afasta-las

— Eu nunca...

— Você nunca faria mal a Megan, eu me lembro das suas promessas de protegê-la  

— E foram verdadeiras, todas elas Felicity

Sorri sarcástica e dei as costas e andei em direção ao meu quarto, antes de virar o corredor falei para que ele ouvisse:

 – Mas você nunca prometeu proteger a rainha da Escócia.

E sai o deixando sozinho no corredor.


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Notas finais do capítulo

Como diz a filosofa Jéssica: "Abaixa a cabeça não princesa, se não a coroa cai!"

Quem acha que a Felicity tem que parar de gracinha levanta a mão o/////
Aaaaa, mas eu entendo ela!! Cresceu vendo o cara como inimigo e vai lá e transa com ele achando que é outra pessoa.
Eu ia ter a mesma reação que ela kkkkkkkkkkk
Mas como NINGUÉM é de ferro, aguardem as cenas dos próximos capítulos hahaha

Querem um hot agora ou depois que eles se acertarem? Eu prefiro um agora, sério!!!

Comenteeeeeeem!
Recomendeeeeem!!

Nos vemos em City of Angels! Beijos!