Dinastia escrita por May Prince


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Vocês viram que att a última temporada de Reign no Netflix aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa ♥ Estou chorosa!



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POV Príncipe Oliver

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, não sabia que tipo de sentimento era esse que me dominava e por inteiro de uma forma completamente desconhecida.

Ansiedade, nervosismo e suspiros constantes toda vez que eu pensava nela.

Parecia que meu mundo estava girando em torno dela.

Megan foi embora naquele dia mancando e isso me dilarecerou.

Ordenei que Slade a vigiasse até as portas do castelo. Com John fora, Slade era meu único homem de confiança.

Dei o devido castigo a Chase só por ele ter pensado em fazer algo contra a minha Megan. Lhe dei uma bela surra na frente de todos os meus homens e deixei claro que quem encostasse na minha garota seria morto. A ordem era protegê-la a todo custo. Se um dia atacássemos um castelo – e esse dia ia chegar – Megan devia estar protegida de qualquer maneira.

— Que cara é essa, garoto? – Slade falou enquanto bebia a cerveja quente em sua enorme caneca. Era noite e estava e já havia passado da hora de Megan vir ao vilarejo novamente.

Desde a sua primeira fuga até aqui, sua visitas se tornaram constantes. Os dias não eram certos, mas ela sempre vinha.

Nossos encontros eram perfeitos e calmos. Ela me acalmava. Ela despertava uma parte de mim que antes era inexistente.

Da última vez, ela disse que viria no último dia de lua cheia, ou seja, hoje. E até agora nada.

— Nada – falei simplesmente lhe dando meu melhor olhar impassivo e bebendo o líquido quente na minha caneca.

Estávamos em um bar fajuto onde meretrizes andavam para todos os lados passando a mão nos homens que bebiam. Em outra época eu já estaria com alguma delas cavalgando em cima de mim, nesse momento eu só estava sentindo nojo dessas mulheres e nojo de mim por ter me deitado com elas algum dia.

— Você está assim porque ela ainda não chegou, não é? – falou tirando a mão de uma loira bem farta do seu tórax – Eu não quero, querida – ele disse e ela saiu xingando.

— Ela disse que viria hoje, Slade – falei bunfando e colocando a caneca na bandeja que uma mulher trazia

— Querendo ou não ela é uma lady e tem obrigações... – parou de falar e ficou me olhando, me remexi impaciente na cadeira – Você está apaixonado, Oliver? – perguntou rindo alto –Você nem aproveita mais das mulheres daqui desde quando Megan apareceu no vilarejo a primeira vez.

— Eu não estou apaixonado – falei coçando a nuca – E-eu fiquei com Helena esses dias.- menti

— Desde quando o meu príncipe gagueja? – riu mais alto – Oliver, você está fodido.

Bufei e sai do local deixando Slade rindo da minha cara. Sentei-me em um tronco jogado ali e abaixei a minha cabeça suspirando.

Estaria eu apaixonado? Como eu poderia amar alguém que eu só vi meia dúzia de vezes? Como eu podia amar alguém tão diferente de mim? Alguém que eu nem se quer havia tocado direito.

Eu só sabia o que era amor pelo que minha mãe me contava nas histórias idiotas – ou não tão idiotas assim – quando eu era menor. Sabia o que era amor com base nos contos que eu sempre fazia questão de ler para a minha irmãzinha.

Amor é se colocar a prova por alguém. Amor é se desesperar com o pensamento de perda. Amor é colocar as necessidades dos outros acima das suas sem ao menos pensar, quando você percebe, já está lá pela pessoa. Amor é proteger acima de tudo. Amor é ser tão egoísta a ponto de querer a pessoa só para você. Ou não, porque amor também é colocar a felicidade do outro acima da sua, por mais que você saiba que o bem da pessoa seja bem longe de você.

E eu era egoísta o suficiente para querer Megan só para mim. Mas eu tinha a consciência que ela não devia ficar comigo, o melhor pra ela não sou eu.

Merda!

Eu a amava então?

Todos esses seis encontros, todas essas seis vezes que ela veio me ver. Os beijos trocados as cariciam trocadas, a doçura de sua voz e seu sorriso encantador foram o suficiente para que eu a amasse? Ou eu a amei desde o primeiro momento em que a vi naquele vestido rosa?

Era tantas perguntas, tantas descobertas que estavam fazendo a minha cabeça girar.

Eu não podia ama-la, não podia amar o inimigo. Nunca me perdoaria em ver Megan sofrer por eu ter feito algo contra a sua meia irmã e rainha. Se eu matasse Felicity – coisa que eu faria para conseguir meu lugar de direito - , Megan sofreria e eu não queria ver esse sofrimento.

Sai dos meus devaneios com um barulho entre as árvores ao meu lado - o bar onde eu estava com Slade ficava no fim do vilarejo, o mais afastado de tudo e próximo a floresta – levantei alarmado colocando a não na faca que estava em minha cintura.

Sem fazer alarde eu me aproximei de onde o barulho vinha e encontrei um braço atrás da árvore. Dei um puxão no braço pequeno e num movimento rápido pressionei a pessoa contra a árvore e coloquei a faca em seu pescoço.

Os olhos azuis me olharam assustados e eu soltei Megan abruptamente. Deus! Eu quase a matei!

— Você é maluca? – soltei em alivio apoiando minhas mãos em minhas pernas – Eu quase te matei.

— E eu pensei que eu ia morrer – falou se aproximando de mim e me envolvendo com seus braços, a apertei contra mim e respirei o cheiro bom que seu cabelo exalava.

Ficamos assim por um tempo e então a puxei até a minha cabana, ou o nosso lugar, como ela gostava de chamar. Eu só usava aquela cabana montada para olhar mapas e traçar planos de ataque, ninguém iria ali.

— Se fosse um de meus homem, você já estaria morte sem ao menos eles terem olhado quem é. – ralhei em irritação e não percebi a minha gafe

— Seus homens? – ela perguntou franzindo o cenho e eu arregalei os olhos.

Merda de novo!

— Fui promovido a chefe da guarda real enquanto Sir John está na Inglaterra – falei a primeira coisa que veio na minha cabeça – Como o príncipe está preocupado demais em estar dentro das saias das escocesas do vilarejo e sou o...

— Você é o segundo no comando? – falou se dando passos para trás e me lançando um olhar de medo

— Você não precisa ter medo de mim – falei levantando as mão em rendição

— Onde está Oliver? – perguntou com soberania, o que me deixou ainda mais encantado. Ela daria uma ótima rainha. Quis rir, Oliver estava bem na frente dela.

— O que quer com Oliver? – cruzei os braços pressionando os lábios para não dar uma risada.

— Porque você quer rir? – falou irritada – Jonas, você tem que sair daqui

— Por quê? – suspirei – Porque a sua rainha não nos quer aqui?

— Porque Malcolm Merlyn pagou mercenários para matar o príncipe e quem quer que o proteja, são mais homens do que você tem aqui. – falou com os olhos marejados – Você tem que ir embora.

Um silencio inquietante tomou conta da cabana, Megan me olhava nervosa, a ponta do seu nariz vermelho mostrando que o choro estava vindo.

Megan não estava atrás das arvores porque queria estar lá, ela estava se escondendo. Provavelmente com medo de que seu pai estivesse por ali ou que algum mercenário a visse.

— Não pode ser – foi tudo que falei

— Eu tentei impedir, mas gritamos um com o outro e ele deu as costas.

— A sua rainha não pode fazer nada? – perguntei com escárnio

— Jonas, ela tentou – suspirou – Junto comigo ela tentou.

— Pelo visto ela não tem muito poder por aqui – falei sentindo a raiva tomar conta de mim – Eu falei... Oliver falou que qualquer atentado seria o fim dos moradores desses vilarejo.

— Pelo amor de Deus – ela suplicou sem perder aquele ar de soberania – Você não vai dar essa ordem.

— O que me impede de fazer isso? – ela riu sem humor e passou as mãos no vestido, empinou o nariz como minha mãe fazia antes de tomar alguma atitude. Megan deu a volta por mim e parou na passagem de saída da cabana.

— Pra você matar aquelas pessoas, meu povo – falou rude – Você vai ter que passar por cima de mim.

— Acho que eu consigo, princesa – falei me aproximando e prendendo-a contra mim.

Ela estava linda naquele vestido preto que realçava o branco da sua pele, o cabelo em um coque mal feito deixava uns fios caindo sobre o rosto, a alça do vestido caída nos ombros, o nariz e as bochechas estavam avermelhados e aquele ar de soberania que Megan tinha me deixava maluco.

Sem pedir permissão eu tomei seus lábios no meu, não era o certo no momento, mas era o que eu queria, era o que me acalmava. Ela me deu passagem e passou as mãos sobre meu pescoço me puxando para mais perto. O beijo foi intensificando e eu apertei sua cintura de uma for que fez ela soltar um gemido baixinho. Gemido esse que acabou com a minha sanidade, e ela percebeu isso. Se afastou de mim com um olhar cheio de pedidos de desculpa, eu apenas acariciei seu rosto.

— Felicity tem um plano – fechou os olhos a medida que eu acariciava seu rosto – Não pense que ela deixaria seu povo morrer por causa de vocês.

— O que a sua rainha tem em mente? – e então um estalo veio em minha mente – Ela sabe sobre nós?

— Quem você acha que encoberta as minhas fugas? – sorriu, tinha algo a mais naquele  sorriso que eu não soube identificar.

— E o que ela tem em mente? – perguntei

E então aconteceu, o barulho da batalha aconteceu. Megan também ouviu, ela ficou estática em meus braços e sussurrou em meu ouvido:

— Não vai, Jonas – eu sentia as lágrimas dela molhando a minha roupa – Não deixe que a guerra nos separe – soluçou e eu a apertei contra mim beijando sua testa.

Eu queria contar a ela quem eu era de verdade, queria dizer que eu sentia muito pela minha mentira. Queria dizer que levaria ela comigo para a Inglaterra e a faria minha esposa se ela quisesse. Queria dizer que tudo ficaria bem. Mas não deu tempo, não deu tempo porque o cheiro de fumaça tomou conta da cabana, homens vieram para cima de mim e eu precisei soltar a minha princesa para poder lutar e homens encapuzados levaram Megan para longe de mim.

POV Rainha Felicity

Eu queria contar pra ele, queria contar a verdade a ele. Queria dizer que eu era a rainha e que poderia defende-lo de qualquer coisa. Queria dizer, queria pedir, que ele viesse comigo e deixasse de servir a Inglaterra. Dizer que ele poderia virar rei, se tivesse um titulo ele podia ser rei ao meu lado. E eu poderia dar um titulo a ele. Eu queria dizer que o amava, que esse amor doía em mim. Queria dizer que eu queria ser dele. Mas não deu tempo, a cabana começou a pegar fogo e um homem mascarado começou a lutar com Jonas, outro homem me puxou para longe.

Eu me debatia, gritava, mas o homem apenas ria. Porque ele sabia que o meu esforço era inútil, eu também sabia.

A cada encontro que eu tinha com Jonas eu ficava mais apaixonada. Passava meu tempo livre fantasiando um futuro ao lado dele e desejando a todo custo contar a verdade.

Eu odiava mentiras e a minha mentira era a pior de todas. Mas eu tinha medo de dizer quem eu era agora, estávamos em guerra. Nossos países se odiavam e eu tinha medo de Oliver descobrir o envolvimento de Jonas comigo e machucá-lo. Eu tinha que levar essa mentira por mias um tempo.

Em uma das reuniões do parlamento hoje, Malcolm disse que atacaria os ingleses e que livraria a Escócia dessa doença e vez. Ele não entendia que isso era declara guerra contra todo um pais, a Inglaterra também tinha aliados. Eles não iam deixar um ataque como esse, um ataque que coloca a vida de Oliver Queen em perigo, passar batido. Eles não recuariam, muito pelo contrário...

Eu briguei, discuti. Mas Malcolm simplesmente disse que não estava me pedindo permissão, disse que estava me comunicando de um ocorrido que ele já tinha providenciado. E disse que esse assunto não tinha nada haver com a coroa.

Recorri a minha mãe, mas parecia que tudo o que seu marido falava era lei.

Mas eles esqueciam que eu era a rainha. Eu mandava e desmandava por mais que eu odiasse ser posta acima dos outros. Se tinha uma hora de usar o meu poder, era agora.

Se eu quisesse mandar matar Malcolm, ele estaria morto. Mas ele sabia que eu nunca faria isso. O maldito me conhecia desde pequena e conhecia meus princípios, mas ele deveria conhecer a minha garra. Se ele ainda não conhecia, ia ver hoje.

Nessas ultimas semanas que passaram eu pesquisei em livros de leis reais sobre os casamentos de rainhas que herdavam o trono por direito. Descobri que posso casar com qualquer nobre com um titulo, mas casar com um príncipe herdeiro era a melhor jogada. Porém, se Jonas fosse um duque, ou até mesmo um barão, nosso casamento seria possível. Isso me deixou eufórica, porque a rainha poderia declarar quem quer que fosse um barão – desde que ele tenha terras – eu tinha terras suficientes para ceder uma a Jonas e torná-lo um duque de qualquer coisa.

— Achamos essa belezinha, chefe – o homem que me pegou me levou para outro homem encapuzado que estava de costas. Olhei ao redor e mercenários lutavam contra os ingleses e ao longe eu podia ver Jonas lançando flechas nos inimigos, cada flecha lançada ele se aproximava de onde eu estava. Ele estava vindo me buscar.

Havia homens ingleses ajoelhados e presos com cordas. Eu não acredito que Malcolm foi capaz disso.

O chefe se virou e ficou me encarando pela máscara preta. Ele não disse nada, apenas se aproximou e cortou a garganta do homem que me segurava. Cai no chão e senti o sangue o morto molhar minha canela. Reprimi um grito e me encolhi olhando para os cinco soldados ajoelhados ao meu lado. O chefe se aproximou dos soldados e cortou a garganta do primeiro da fila. Olhei para trás e vi que Jonas estava ocupado, ele não chegaria a tempo. Ele lutava com corpo a corpo com dois homens e Slade estava a seu lado cuidando de mais dois.

Eu tinha que fazer alguma coisa.

O chefe de capuz se aproximou do segundo soldado e eu respirei fundo e me levantei.

— Para – gritei e ele virou a cabeça para mim – Como sua rainha eu ordeno que pare com isso agora. - Os soldados ingleses me olharam surpresos.

— Ah, minha cara – aquela voz... – Eu sei quem você é.

Malcolm.

Ele tirou o capuz revelando seu rosto e deu um sorriso nojento. Meus olhos encheram de lágrimas. Ele se dizia um pai para mim e colocava minhas opiniões de lado, colocava meu povo em perigo.

— Vai embora daqui – gritei chorando – Deixa esses homens em paz.

— Eu estou fazendo isso para te proteger – falou – Eu te amo como se fosse minha filha, menina. Quando sua dama de companhia foi atacada eu fiquei com medo de te perder e é assim que você me agradece?

— Eu não quero sua proteção – falei

— Os pais não precisam pedir permissão para proteger seus filhos, majestade – falou dando um passo até mim, recuei para trás – Eu temi que fosse você no lugar de Patty. Eu quero te proteger a todo custo.

— Você não é meu pai! – apontei o dedo para ele – Por mais que tente, não é. – chorei – Meu pai nunca colocaria o povo dele em risco. Oliver Queen ameaçou matar todos desse vilarejo caso fosse atacado, você acha mesmo que eu ia deixar isso acontecer? Acha que meu pai permitiria isso?

— Seu pai não está aqui.

— Mas eu estou – peguei a espada do soldado inglês morto e apontei para Malcolm – Eu estou e eu sou a rainha que jurou proteger seu povo. E eu vou proteger, vim aqui para isso.  Você - balancei a espada na direção dele – vai embora agora, se não, não pisará mais em MEU castelo e exigirei um divorcio seu e da minha mãe. Você sabe – sorri – Eu sou a rainha, eu posso fazer o que eu quiser.

Ouvi os suspiros aliviados dos ingleses acorrentados e o bufu incrédulo de meu padrasto.

— Sua mãe sofreria se você fizer isso, Felicity – ele falou soltando a faca

— É uma vida por centenas de moradores... – olhei para os soldados – E esses homens por mais que sejam inimigos, não merecem isso.

— Devemos cortar o mal pela raiz, minha filha – falou suplicante

— E deixar um buraco para que outra semente ruim seja plantada? Acha mesmo que esse ataque irá passar em branco, Malcolm? Acha mesmo que Robert e Moira não revidariam?

— Você tem razão – abaixou a cabeça –Você tem a bondade que seu pai tinha, o mesmo amor pelo povo que ele tinha – me olhou puxando uma faca – E por ser tão bom assim... Ele morreu – e avançou  para me atacar.

Fechei os olhos esperando o que parecia ser inevitável, a minha morte. Mas não veio... Abri os olhos e vi Slade montado em Malcolm, lhe dando uma seqüência de socos em seu rosto. Aproveitei a deixa para soltar as correntes dos soldados, mas parei apreensiva.

Eles sabiam sobre mim, sabiam que eu não era a mocinha que andava com Jonas por ai. Sabia que eu era a rainha que Oliver jurou matar.

— Não vamos te machucar – um dos homens falou, mais moreno e com cicatriz no rosto parecendo ler meu pensamento – Não precisa ter medo, majestade.

— E não contaremos nada a Oliver – um outro falou

— Nem a Jonas? – perguntei olhando para Jonas que ainda lutava com os últimos homens de Malcolm

— Não – o primeiro com cicatriz no rosto disse rindo – Você salvou nossas vidas, se pôs em perigo por nós. Não lhe faremos mal, majestade.

— Eu não vou soltar vocês se continuarem me chamando de majestade – falei e eles riram.

Soltei as correntes e Slade deixou Mlacon desacordado. Um dos soldados se aproximou do corpo inerte do meu padrasto lhe apontando uma espada no pescoço e corri ficando na frente.

Eu não queria Malcolm morto, por mais que ele tenha tentado me matar. Eu não queria que a minha mãe sofresse, Tommy também iria sofrer e eu ia me sentir culpada para resto da vida. Minha mãe amava Malcolm, tanto quanto eu amava Jonas. E eu sabia como era não ter um pai, não queria isso para o meu irmão.

— Não o mate – supliquei

— Ele queria te matar, garota – Slade falou

— Ele é meu padrasto, eu não posso fazer minha mãe sofrer assim.

— Felicity – Slade se aproximou tocando meu braço – Sua bondade pode ser sua maior fraqueza.

— Mas também pode ser o maior poder dela, Wilson – o cara com a cicatriz disse – Se não fosse a bondade dela, estaríamos mortos. – ele se virou para mim e se ajoelhou – Sou Renne Ramirez, majestade, e terei uma divida eterna com você. – os outros homens se ajoelharam e eu me emocionei, Slade assentiu concordando com Renne.

— Ta bom – falei com medo que Jonas visse a cena – Eu não quero que Jonas veja – falei vendo que o mesmo já tinha visto e se aproximava franzindo o cenho – Levantem – falei e eles obedeceram

— Ela não sabe quem é o príncipe? – um dos homens perguntou a Slade

— Nem sonha – ele riu e quando eu ia perguntar sobre o que eles estavam falando Jonas chegou me abraçando forte e me beijando sem se importar com os homens. Ri no meio do beijo e ele me soltou.

— Eu nunca tive tanto medo, Megan – ele falou olhando todo o meu corpo

— Eu estou bem – sorri – Graças ao Slade.

— Porque eles estavam ajoelhados? – ele perguntou indo apertar a mão do irmão em agradecimento

— Eles estavam ajeitando os sapatos – falei e os soldados riram – Onde está o príncipe... Ele...?

— Ele não estava aqui – Renne falou

— Menos mal – falei em escárnio

— Queria que ele tivesse morrido, princesa? – Jonas perguntou

— Queria que ele deixasse a Escócia, só isso – falei e todos fizeram silêncio. – Eu vou embora. – falei por fim indo até Malcolm desacordado – Não matem ele.

— Não vai sozinha – Jonas disse – E ele nos atacou, não podemos deixar barato.

Eu não podia deixar ele aqui, Malcolm era minha família eu querendo ou não. Teria que lidar com ele de outra maneira.

— Ele é meu pai – Eu odeiava falar que Malcolm era meu pai, mas Jonas o conhecia assim - A morte dele está fora de cogitação – falei com meu melhor tom de soberania

— Sim senhora – os soldados falaram e Slade riu da cara de Jonas.

— Desde quando ela da às ordens? – o loiro perguntou cruzando os braços em diversão

— Chefe, - Rene falou – Se não fosse a loirinha estávamos mortos. Ela merece dar as ordens.

— Deixem ele pela floresta, sozinho e com uma faca – andei até Jonas e o abracei – Quando ele conseguir chegar em casa resolvemos. O mais longe que conseguirem, por favor.

— Faremos isso agora, princesa – Rene falou enfatizando o princesa e eu sorri – Sabe a quanto tempo não ouvimos um por favor?

— Acho que nunca – um dos soldados respondeu rindo e olhando para Jonas que fez uma careta

— Saiam da minha frente – o loiro falou rindo

Eles foram até Malcolm e o desarmaram deixando apenas uma faca presa em sua roupa, Slade o jogou nos ombros e todos saíram floresta adentro e ficou apenas eu e Jonas abraçados.

— Você está bem? – perguntamos juntos

— Sim – respondemos juntos e rimos.

— Não mate essas pessoas – olhei para os moradores que saiam com receio de suas casas, uns começavam a arrumar a bagunça – Por favor.

— Não faremos nenhum mal a eles, Megan – ele falou me dando um selinho – Eu prometo.

— Obrigada – sorri.

— Você está bem mesmo? Seu pai tentou te matar...

— E você quis matar ele...

— Você realmente está bem?

Por mais que eu tivesse o maior orgulho do meu irmão, Malcolm sempre me deu arrepios. Acredito que depois de hoje a convivência em casa só ia ser pior. Mas eu já sabia exatamente o que eu tinha que fazer contra o Merlyn mais velho.

Malcolm realmente queria que eu morresse afinal? Ou ele apenas queria me tirar do caminho para continuar a matança que começou? Ele realmente iria me matar?

Ele era a única visão de pai que eu conhecia. Por mais que eu nunca irei considerar ele um pai para mim, não posso negar que ele foi e é um ótimo pai para o meu irmão. Não posso deixar que Malcolm morra.

Mas e se ele tentasse me matar novamente?

— Está tudo bem – menti acariciando seu rosto – É sério.

— Você mente muito mal – ele acha isso mesmo? Tenho mentido sobre ser Megan tão bem afinal – Mas vou deixar passar – me olhou cúmplice - Obrigado por ter salvo meus homens – fechou os olhos aproveitando meu carinho me seu rosto – Prometo que nunca deixarei ninguém lhe fazer mal.

— Só cumpri com o meu dever – falei sorrindo

— Você quase morreu – falou voltando a abrir os olhos e lá estava a angustia. Percebi que ele tinha medo de me perder também. Talvez meu sentimento fosse recíproco afinal.

Olhei os moradores novamente. A vida deles estavam por um triz, assim como a minha. Eles teriam vivido o suficiente? Eles mereciam algo que mostrasse o quanto a vida deles valiam a pena. Uma festa talvez. Uma comemoração por suas vidas.

E se eu tivesse morrido? O que eu teria aproveitado da vida? Nunca conheci Paris. Na verdade eu nunca havia saído das fronteiras escocesas. Bom, pelo menos eu já teria vivido um grande amor. Mas não teria sido por completo, eu e Jonas não nos amamos por completo. O medo de perde-lo, o medo de morrer me fez ver que a realeza me tirava certas coisas, principalmente os prazeres da vida.

— Jonas, eu quero ser sua – falei olhando em seus olhos.

— O que? – perguntou sem entender.

— Quero me entregar a você – fechei os olhos ruborizando – Quero que seja meu ao mesmo tempo em que serei sua.

— Você não precisa fazer isso, meu amor – ele disse colocando uma mecha do meu cabelo para trás e eu o olhei

— Fala de novo? – sorri

— Você não precisa fazer isso.

— Não – meneei com a cabeça – Do que você me chamou...

— Meu amor – ele falou rindo – Meu – deu um beijo na ponta do meu nariz – Amor – e selou nossos lábios.

Eu sabia que Jonas se controlava quando estava comigo, sabia que ele só iria fazer algo se eu pedisse. Mas, eu queria pedir. Eu estava pronta e eu o queria tanto quanto ele me queria.

Não importa se sou rainha, não importa se serei prometida a Oliver Queen ou a outro príncipe. Eu só queria ser de Jonas e queria que ele fosse meu.


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Notas finais do capítulo

QUE CAP FOI ESSE?
Mais um suspeito pelo atentado a Patty...
Demorei, mas voltei rs
Peço perdão pela demora... Como eu já disse, to sem computador em casa e escrevo no trabalho. Sendo que no meu trabalho ficou um tempo sem internet e eu não pude postar. Ou seja, o cap ficou pronto a tempos e eu só estava esperando uma oportunidade de poder atualizar.
Não consegui escrever o próximo cap de City of Angels todo, então essa atualização vai ficar pra semana que vem :/ Mas em compensação, o próximo cap de Dinastia já está programado pra ser postado o/*

Vamos de spoiler pq vocês merecem ;)

1- No próximo cap eles descobriram toda a verdade
2- Uma das damas da Felicity vai morrer no lugar dela (Vocês querem escolher? (Eu já tenho a minha preferida pra morte.)
3- Moira e Thea estão chegando para ficar na corte escocesa


Até mais!
xoxo