Dinastia escrita por May Prince


Capítulo 5
Capítulo 4




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Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino.

Luis Fernando Verissimo

 

POV Rainha Felicity

Eu nunca conheci um homem que me arrancasse suspiros, nunca conheci alguém especial que me tirasse de órbita. Isso era coisa de conto de fadas, ilusões que uma rainha nunca viveria.

São poucas as histórias de rainhas que se casaram com seus amores verdadeiros ou aquelas que se apaixonaram perdidamente por seus companheiros de casamentos arranjados. Tudo era uma jogada, e as mulheres do meu tempo muita das vezes eram usadas como a peça crucial de um jogo. Um jogo de poder onde saiamos perdendo.

E cá estava eu, de frente para o delfim da frança, William Malone. Ele era lindo, exalava um cheiro amadeirado, estava vestido de caçador, olhos azuis, cabelos loiros caindo nas orelhas. Lindo. Porém nada comparado a Jonas, que me encarava do outro lado do salão ao lado de um homem, acredito ser seu irmão, Slade. Os dois cochichavam, mas Jonas não tira os olhos de mim e eu me sentia bem com isso, estranhamente bem.

Eu e Jonas já havíamos dançado mais um par de músicas até mamãe me chamar para conhecer o Delfim. Agradeci por ela ter me chamado de “Querida” e não de “Minha filha”.

— Eu acredito que a junção dos nossos reinos será de grande aproveitamento para ambos, majestade – ele falou e desviei meu olhar de Jonas para ele. O delfim sorria e eu retribui. Seu sorriso era tão lindo, parecia de uma criança. Ele se iluminava.

— Por favor, alteza – falei – Pode me chamar apenas de Felicity.

— Então me chame apenas de Billy, Felicity

— Tudo bem, Billy – sorri.

Me casar com Billy seria salvar a minha cabeça, seria salvar meu reino, salvar minha dinastia. Eu não podia me entregar ao inglês, eu não podia aceitar a proposta que eu sei que eles viriam fazer. E então, quando a família Queen batesse em minha porta, eu diria não.

Tommy havia me dito que Oliver Queen ficou eufórico com a ideia de um casamento – ou com a ideia de tomar meu trono – ele imediatamente mandou um de seus mais fiéis cavaleiros para Inglaterra. Eu não podia fazer nada, apenas esperar.

Billy desembarcou essa manhã na Escócia e o representante francês o avisou sobre o suposto casamento entre nós dois, ele ficou tão eufórico quanto Oliver (segundo Tommy).

Mas eu não conseguia prender minha atenção no francês a minha frente, porque um certo inglês se aproximava com uma carranca.

— Boa noite – Jonas sorriu forçado – Poderia tirar a dama para uma dança novamente? - falou a última palavra rudemente e eu franzi o cenho

— Oh! – Billy sorriu educado – Todos gostam de você por aqui.

— Você gosta? – Jonas perguntou – Gosta dela?

— Claro, Felici...

— Claro, porque sou feliz. – falei sorrindo e grudando meu braço no de Jonas, ao longe recebi um olhar de minha mãe me repreendendo. “Apenas de o braço ao cavaleiro se ele oferecer” ela sempre dizia isso. Minha atitude não foi nada legal aos olhos fofoqueiros dos outros. Mas se Billy falasse meu nome, Jonas saberia quem sou. – Vamos dançar?

Jonas sorriu e me puxou para a pista de dança.

— Aquele cara parece ter gostado de você – ele falou olhando em meus olhos – Ele ainda te encara, na verdade.

— Está com ciúmes da sua parceira de dança, Sir Jonas? – ri

— Claro – ele sorriu – É a melhor que já tive.

— Billy é o Delfim da França – devaguei – Ele quer se casar com a Rainha e...

— Ele o que? – Jonas parou de dançar e me olhou

—  Casar com a rainha, ele é um dos pretendentes – falei

— E o príncipe herdeiro inglês? – ele perguntou voltando a dançar

— Dizem que o seu futuro rei é o último da lista – ele me rodopiou – Como sabe sobre isso? – perguntei quando voltei para seus braços fortes

— As notícias correm nas aldeias – ele falou sorrindo e olhando por sobre meu ombro, acompanhei seu olhar e ele encarava o homem que eu acreditava ser seu irmão. – Venha, vamos dar uma volta comigo.

— Não é certo uma dama sair sozinha com um rapaz que não seja seu marido – murmurei olhando pra minha mãe que nos encarava intrigada. Eu queria sair de lá com ele, mas eu sabia que não podia.

— Ninguém vai ver – ele falou olhando ao redor e dando de cara com o olhar de minha mãe – A não ser pela sua madrasta que está se aproximando junto com seu pai...

“Seu pai”. Meu pai era Jaime Smoak. Era tão nojento ouvir isso. Por mais que Malcom tentasse ser um pai para mim, eu não conseguia. Ao meu ver ele sempre seria a pessoa que traiu, e o culpado da morte de Rebecca – minha madrinha que sempre fora tão amável comigo -, que morreu de desgosto pela traição do marido com a melhor amiga, traição essa que resultou em Tommy – um ano mais novo que eu.

Se mamãe e Malcom se aproximassem, Jonas saberia minha verdadeira identidade.

— Então me tira daqui. – sussurrei para ele, ele sorriu e me puxou pela mão até a porta que dava para o jardim do castelo.

O jardim estava escuro devido a pouca iluminação, mas a lua e as estrelas davam toda a beleza do local. De lá dava pra ouvir o tom suave da música vinda do salão. O local me acalmava, sempre foi assim. Aqui eu me sentia próxima ao meu pai, todos da corte dizem que era o local em que ele mais passava seu tempo livre.

— Aqui é lindo – Jonas falou olhando ao redor

— É sim – sorri – Eu adoro ficar aqui. - Jonas parou de andar e se pôs de frente para mim. – O que foi?

— Seu irmão está vindo ali – suspirou – Aos beijos com uma bela dama.

Oh meu Deus! Tommy estava se agarrando com alguém que eu nem se quer podia ver, se ele me visse aqui com Jonas eu estaria ferrada. Mas espera...

— Como você sabe quem é meu irmão.

— Ahh... – Jonas riu – Ele foi ao vilarejo hoje.

— Então você é mesmo um soldado inglês?

— Do qual você não deve temer – ele passou as mãos no meu rosto, colocando uma mecha loira para trás. – Nunca lhe faria mal. – Olhou nos meus olhos e eu assenti. Azul contra azul. Uma conexão que me fez ficar arrepiada, e meu coração se aqueceu de uma forma única. Eu sabia que Jonas não faria mal a mim. A Lady Megan estava segura. Mas e Felicity, rainha dos escoceses, essa estaria segura?

Suspirei devido a esse pensamento e Jonas abriu um sorriso, sorriso de criança que queria aprontar. Sorriso que fez borboletas baterem asas no estomago, sorriso que fez o medo ser substituído por um sentimento, uma vontade desconhecida.Minha perna ficou bamba e eu ia caindo se ele não me segurasse.

— Jonas... – falei baixinho em um suspiro, suspiro esse que foi interrompido por seus lábios quentes nos meus.

Primeiro foi apenas um encostar de lábios, nada mais. Mas com esse contato milhares de sensações novas e boas tomaram conta de mim. Sei que Jonas estava esperando a minha permissão para continuar, e eu queria continuar. Porém era a primeira vez que eu beijava alguém, primeira vez que eu sentia uma conexão tão forte como essa, uma necessidade enorme de ter alguém ao meu lado – de ter ele ao meu lado.

Amor a primeira vista? Acredito que não... Mas era algo forte, algo que nunca senti. Novas sensações. 

Não era assim que eu imaginava o meu primeiro beijo, imaginava que eu seria cortejada pelo homem que seria meu noivo, ele roubaria um beijo, ou dois, e depois nos casaríamos. Se nessa manhã você me contasse que eu estaria beijando um soldado inglês eu não acreditaria.

Depois de me assustar com o contato de Jonas, eu simplesmente cedi espaço para que a sua língua adentrasse em minha boca e então começamos uma guerra. Uma guerra para ver quem ditava o ritmo do beijo.

Jonas me apertou contra si e eu passei meus braços por seu pescoço. O gosto dele era maravilhoso, e dava vontade que querer mais e mais. Eu sabia que isso era errado, eu era uma rainha, conheci esse homem hoje e estava aos beijos com ele no jardim escondida. Mas essa noite eu não seria a Rainha Felicity Smoak, eu seria Megan Merlyn, uma Lady normal como qualquer outra. Com sonhos e desejos.

Paramos o beijo para respirar e Jonas depositou um beijo em minha testa.

— Melhor do que eu imaginava – ele sussurrou em meu ouvido – E seu irmão foi embora – disse olhando pra trás

— Oh, meu Deus, Jonas! – falei colocando as mãos no rosto e ruborizando

— Ei, Megan, fiz algo que não gostou? Ultrapassei algum limite? – falou arregalando os olhos – Me desculpe... Eu...

— Não. – sorri – Eu gostei – suspirei – Eu apenas nunca tinha...

— Estou lisonjeado em ser o primeiro a lhe beijar, Lady Megan – ele sorriu mais abertamente se aproximando – Ficarei mais lisonjeado ainda em ser o segundo – fechei os ollhos me preparando para o beijo mas ele não veio.

Em seu lugar veio um grito de horror que me fez pular de susto.

— Socorro! Socorro! – Alguém gritava ao longe. Me agarrei em Jonas devido ao susto e ele me apertou contra si, eu conhecia aquela voz.

— Não precisa ter medo – falou – Estou aqui por você.

— Eu preciso ver o que aconteceu – falei andando de volta para o castelo

— Vou junto!

Droga! Ele saberia que eu era a rainha caso alguém viesse me cumprimentar ou visse os guardas fazendo uma escolta desnecessária.

— Não precisa – falei olhando-o

— Mas eu vou mesmo assim, - entrelaçou nossos braços – Não saber o que aconteceu Megan, e eu não posso deixar nada acontecer com você. – beijou minha cabeça

— Obrigada! -  sorri ruborizando

Andamos de braços dados até o castelo e ao nos aproximarmos do salão vimos que tudo estava absolutamente normal. As pessoas bebendo, dançando e comendo. Pude ver Tommy ao lado de Cait, acho que já sei quem ele estava beijando no jardim...

— Eu preciso saber de onde veio aquele grito, Jonas – falei andando para o outro lado do castelo

— Então eu vou com você – ele falou andando ao meu lado

— Nada vai acontecer comigo aqui. – falei o obvio

— Não vai mesmo, porque eu estou aqui – piscou e eu ri nervosa pela situação

Andamos em silencio depois disso e então escutamos mais gritos.

Por favor! Alguém me escuta! Alguém me ajuda! – eu conhecia aquela voz, conhecia sim. Era Patty.

— Vamos rápido! – falei para Jonas e sai correndo em direção a voz suplicante. Estagnei quando vi Patty no chão ao lado de uma poça de sangue em frente a escada que dava acesso aos aposentos reais. – Meu Deus! – exclamei correndo até ela. Ela estava inconsciente, mas ainda respirava.Me ajoelhei ao seu lado mas não tive coragem te tocá-la.

— O que aconteceu aqui? – Jonas olhou horrorizado e se aproximou chegando seus batimentos. – Está fraco.

— A Patty não pode morrer – falei olhando ao redor, porém o hall estava vazio – Precisamos chamar o médico.

— Patty? – ele perguntou me olhando.

— Patrice Anne Spivot, filha de uma duque e dama de companhia da rainha. Uma grande amiga minha – falei com meus olhos enchendo de lágrimas – Quem será que fez isso com ela?

— Se acalme – ele olhou pra ela nervoso, muito nervoso. O sangue não para de escorrer de sua cabeça e ela ficava cada vez mais pálida

— A gente precisa fazer alguma coisa – murmurei já chorando – Eu vou...

— Você não vai a lugar nenhuma sozinha, fica aqui – colocou a mão na bota e puxou uma adaga – tome isso e use em quem se aproximar e...

— A rainha – Patty falou ainda de olhos fechados – tentaram matar a minha rainha. – e caiu na inconsciência.


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Notas finais do capítulo

Bom dia!

Amores, eu ia postar na sexta... Mas quando apertei o famoso "veja como ficou" a luz acabou e fiquei com internet só no celular. Como fds eu não paro em casa, só consegui postar agora de manhã.

Espero que tenham gostado.

A pergunta que não quer calar... Quem fez isso com a nossa querida Patty?

Delfim apareceeeeeu ♥
E Oliver já "mijou" logo na Felicity.
Gente, ta vendo como ele é um amor com ela? Até em outra época eles foram feitos um para o outro. Não adianta kkkkkk

Comenteeeeeeeeeeeeem!!!!



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