Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 56
ZIA - Resgate em El Dorado


Notas iniciais do capítulo

eu estou sinceramente me perguntando se eu vou conseguir continuar tendo leitores até o final dessa fic kkk
fazia um bom tempo que a dona Zia não narrava, achei justo ela narrar. tenho que admitir, eu n gosto muito dela kkk enfim, aproveitem o cap novo :)



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ZIA

    Era difícil acreditar que estávamos andando naquele exato momento por El Dorado. Mesmo olhando para as casas douradas e o templo alto dourado no centro, eu ainda sentia como se estivesse sonhando. Uma olhada rápida para Carter mostrou que ele também estava sentindo o mesmo. Afinal, não pude evitar abrir um pequeno sorriso ao ver os olhos dele brilhando e a boca escancarada.

    Até seria legal tirar um tempo para passear por El Dorado, conhecer o que havia ali para ver mas, era difícil esquecer a situação em que estávamos. Ainda mais com tudo parecendo tão deserto e com Victoria gritando os nomes dos amigos. Assim, não demorou muito para que começássemos a ajudar ela a encontrar os seus amigos. 

Eu não sabia o nome de ninguém para gritar em busca de sobreviventes, mas, enquanto Alex e Magnus começavam a seguir o curso do rio em busca de alguém, eu entrei na casa dourada que estava mais perto seguida de Carter.

Entramos timidamente na casa que, com certeza teria sido um dia bem alegre, pois estava cheia de tapetes e sofás de cores bem chamativas. Infelizmente, o modo como um vaso estava quebrado no chão e tudo bagunçado, era claro que houve um conflito ali.

— Olá? - ousei perguntar para o vazio - Alguém por aqui?

— Espero que encontremos algum sobrevivente. - sussurrou Carter segurando a espada caso precisássemos.

— Eu também. - concordei.

Com passos cautelosos, eu entrei mais na casa subindo seus degraus em direção ao andar de cima, mas quase levei um susto quando a primeira visão que tive foi de uma serpente pulando em minha direção. Mais do que rapidamente lancei minhas magias de fogo contra ela quando desviei do ataque deixando para Carter a honra final de cortar ao meio a criatura que agonizava enquanto era queimada.

— Acho que aqui não está tão vazio quanto achávamos antes. - comentou Carter.

— Não. - concordei enquanto continuava a subir para o andar de cima.

O andar de cima não passava de uma laje parcialmente protegida com uma espécie de tenda feita de um pano colorido erguido por duas longas hastes de madeira. Embaixo dessa tenda, estava a pele da cobra que tínhamos acabado de matar ao lado do corpo de uma mulher.

Fui rapidamente para ela e não demorei muito a constatar que ela estava de fato morta. Não entrarei em muitos detalhes quanto à como ela morreu, mas posso dizer que foi uma imagem triste de se ver.

— Temos que falar com a Victoria e perguntar onde ela quer juntar os que morreram. - disse Carter - Podemos fazer um enterro para eles.

— Espero que tenhamos tempo para isso… -  eu disse soltando um suspiro e fechando os olhos da mulher lentamente - Ainda temos que chegar até Chichén Itza.

Nossa conversa foi interrompida quando ouvimos um forte barulho vindo do norte acompanhado de um clarão. Era como se um trovão tivesse pousado ou explodido repentinamente.

Nos levantamos imediatamente e procuramos com o olhar a origem do barulho. Foi fácil achar. Afinal, uma coluna de fumaça surgiu vindo de uma construção pouco atrás do templo. Rapidamente, saímos correndo na direção da fumaça tentando achar nosso caminho em meio às ruelas complicadas de El Dorado. Ao chegar lá, notamos não só várias cobras, tal como a que havíamos acabado de derrotar, soltando fumaça e largadas queimadas no chão, como também notamos uma cobra bem maior, tão grande que tinha um tamanho completamente absurdo para uma cobra.

— Porquê as mitologias gostam tanto de cobras? Não basta Apófis já? - resmungou Carter empunhando sua espada - Se bem que, felizmente essa aparentemente não mata com o olhar que nem a que o Harry lutou.

— Harry? - questionei.

— Potter. - completou Carter quando a cobra enorme rugiu para gente.

Eu não sabia que cobras poderiam rugir, mas não deixei isso me intimidar, eu teria atacado naquele mesmo, se não tivesse que levar um segundo para processar o fato de Blitzen ter jogado um patinho de metal contra a cobra. 

— Fiquem longe! - gritou Blitzen segurando no último segundo Alex que estava pronta para atacar com seu garrote.

Teria sido super idiota, se não fosse o fato de o patinho ter aumentado de tamanho até ficar de um tamanho estupidamente grande. Quase uma casa ou sei lá. Carter me puxou para longe enquanto o pato caía e ele até estava na posição perfeita para esmagar a cobra, mas ela se mexeu e o pato esmagou a parte de trás da cobra que gritou de dor.

— Eca… - disse Alex dizendo bem o que eu estava pensando naquele momento.

— Ainda bem que obviamente fiz ele ser fácil de limpar. - disse Blitzen se tremendo no que parecia ser um calafrio.

— Estou mais curiosa em saber de onde veio a ideia de fazer um pato desses… - eu disse.

Apesar da cobra estar presa embaixo do pato… nunca achei que eu ia dizer uma frase dessas… a cobra ainda estava bem viva. Mas eu e Alex fomos bem rápidas, pois logo ela usou seu garrote para enforcar a cobra e desviar o caminho do ataque dela enquanto eu lancei algumas chamas contra a cobra. 

Derrotar aquela enorme cobra com certeza seria um trabalho mais complicado se estivessemos sozinhos, mas estavamos em equipe. Assim, embora cobras menores começassem a ir em nossa direção, Carter e Hearthstone rapidamente se livraram delas até que, com um grito de dor, a enorme cobra morreu.

No entanto, ainda havia o questionamento de quem, ou o que, havia feito aquele trovão de antes. Meus chutes iam para o garoto de cabelos negros que estava dentro da casa da qual havia surgido o trovão. Ele não parecia bem, e não falo isso só por causa dos ferimentos e roupa rasgada. Ele parecia prestes a desmaiar e, talvez exatamente por isso, uma garota de cabelos ondulados castanhos igualmente machucada o segurava.

— Vi-Victoria..? - disse a garota de cabelos ondulados.

Eu certamente estava feliz de encontrar sobreviventes, e com certeza Victoria também estava. Ela rapidamente puxou Magnus para curar os sobreviventes enquanto eu, Carter e Alex terminamos de matar as cobras menores que não haviam sido fritadas ou fatiadas ainda.

Livres de qualquer perigo iminente, eu parei um pouco ofegante para olhar melhor para aqueles que estavam usando aquela casa como esconderijo. Logo notei que não haviam apenas duas pessoas, mas sim quase uma dúzia. Talvez tenha sido por esse número, até grande, que Victoria chorava o que pareciam ser lágrimas de felicidade. Eu não precisava entender espanhol para perceber que aquele grupo de pessoas estava muito feliz em se encontrarem finalmente.

Os sobreviventes que achamos não estavam na melhor das situações. Assim, tiramos uns minutos para cuidar deles, curar, dar um pouco de comida e água que tínhamos conosco e tentar achar um pouco ao redor. Aparentemente havia uma plantação de milho e batata ali perto. Assim, Carter, Blitzen e Hearthstone foram lá colher algo enquanto eu, Victoria, Magnus e Alex cuidávamos dos sobreviventes.

— Estavam aqui dentro escondidos todo esse tempo? - questionei enquanto Victoria me ajudava a deitar o garoto de cabelos negros a deitar em um sofá que havia ali.

— Segundo eles, sim. - respondeu ela - Tentaram se ajudar mutuamente e derrotar os monstros que tentavam atacar essa casa. Disseram que havia mais quatro pessoas com eles. Mas isso foi o que sobrou. Basicamente duraram tanto por causa de Murilo e Danna. 

— Ele é Murilo? - questionei notando que ela apontava com o nariz para o garoto agora começava dormir no sofá - Ele tem algum parentesco com algum deus do trovão ou algo do tipo.

— Si… - sussurrou ele no pouco de consciência que lhe restava.

— Filho Coyopa. Deus maias dos trovões. - respondeu ela - Danna é filha de Cit-Bolon-Tum, deus da medicina e da cura.

Uma breve olhada para a direita, me mostrou a provável Danna, a garota que estava segurando Murilo minutos antes e que agora ajudava Magnus à curar os outros embora ela mesma parecesse estar em péssimas condições.

— Obrigada por… virem até aqui comigo. - disse Victoria com os olhos mareados enquanto se erguia e virava o corpo olhando para os amigos um a um. - Pode não ser muito, mas estou verdadeiramente feliz de ter encontrado ao menos eles bem.

— Podemos procurar mais. - disse Alex - Se eles estavam aqui escondidos, nada impede de ter mais gente escondida.

— Espero que esteja certa. - suspirou Victoria.

— Já que todos aqui estão sendo curados, e logo Carter, Blitzen e Hearthstone vão chegar com as comidas, acho que vou andar pela cidade em busca de mais alguém. - disse Victoria - Eu… eu deveria ter estado aqui para defendê-la.

— Não é culpa sua. - eu disse - Não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, nem ao menos prever o futuro. 

— Mesmo assim. - disse Victoria soltando um suspiro - Eu morava aqui e, se tivesse ficado aqui, estaria aqui para ajudar. Mas não. Por puro capricho meu, me mudei para Teotihuacan. Tudo porque eu queria ficar por perto da Rosa.

— Não há vergonha nisso. Ela parece ser bem legal. - disse Alex dando de ombros e, ao ouvir isso, Victoria abriu um pequeno sorriso.

— Ela é. Está se esforçando pra conseguir entrar numa faculdade de medicina boa. Enquanto isso eu…. - disse Victoria soltando um suspiro pesado - O irmão dela não gosta de mim. Eu sempre fui meio destrutiva e violenta. Culpa de meu pai, aparentemente. Pois parece ser algo hereditário para os filhos de Buluc Chabtan. Afinal, ele é deus de umas coisas bem nojentas e pesadas, como sacrifícios.

— Você? Violenta? - questionou Magnus se aproximando de nós ao ouvir mais da conversa - Você parece quase um anjo perto de muita gente em Valhalla que com certeza tem a foto no dicionário ilustrado para a palavra "violento".

— Eu era pior antes. - justificou Victoria parecendo ainda mais cabisbaixa enquanto encarava o chão - A culinária me distrai. 

Ela parecia completamente perdida em pensamentos, até que a garota, Danna, se aproximou dela com lágrimas escorrendo pelos olhos. Infelizmente, eu não sabia espanhol o suficiente para entender o que foi dito, mas não precisava de tradução para todas as lágrimas que escorreram e para o longo abraço que as duas trocaram.

Já que as duas estavam claramente precisando de um tempo sozinhas no meio dos soluços, eu comecei a andar em direção à porta da casa e, chegando lá, olhei ao redor um pouco em busca de algo pela rua dourada e triste da cidade. Depois de alguns segundos, vi Carter e os outros voltando com vários milhos e batatas nos braços. Quer dizer, apenas Blitzen e Hearthstone levavam milho e batata, pois Carter transportava nas costas uma criança que provavelmente tinha sobrevivido. Victoria imediatamente pareceu ter esquecido qualquer preocupação que tinha e foi correndo pegar a criança nos braços para que alguém, Magnus ou Danna provavelmente, pudessem cuidar. 

Eu esperava que lá dentro da casa tivesse uma cozinha com panelas e água quente para fazer comida pois cada vez mais parecia que ficaríamos lá por mais tempo do que inicialmente planejado. Mas não podíamos simplesmente deixar aquele lugar sem ter certeza de que os sobreviventes continuariam vivos. Exatamente por isso que não reclamei de ficar lá algum tempo a mais.

Aquela casa dourada rapidamente se tornou então uma pequena enfermaria. Procurando por mais sobreviventes por El Dorado, achamos mais problemas do que pessoas. Nada que tivesse nos causado um empecilho muito grande. Afinal, aparentemente só os restos do exército de Quetzalcóatl havia ficado para trás.

Com a garantia de que os sobreviventes estavam curados o suficiente para protegerem a si mesmos caso necessário, começamos a nos arrumar para continuar a viagem para Chichén Itza. Para mim, isso significava beber um pouco da água de uma bela fonte de água cristalina que brotava de uma rocha perto da caverna pela qual havíamos surgido.

— Acha que a Sadie e os outros estão bem? - perguntou Carter enquanto olhava para uma fruta de aparência curiosa como se se questionasse se poderia ou não arrancá-la de seu pé e levá-la como uma lembrança de El Dorado ou como um lanchinho pra viagem.

— Acho que sim. - respondi - Ela é forte e está em boa companhia.

— Que milagre você dizendo isso. - Carter disse dando uma leve risada.

— Eu não disse que toda companhia era boa. - respondi cruzando os braços.

Eu tenho culpa se sou um pouco… ou mais do que um pouco… desconfiada do Anúbis? Conheço bem a fama questionável e preocupantes dos deuses e sei mais do que algumas histórias dele.

Nesse tempo, Victoria se aproximou seguida de Magnus que, apesar de parecer um tanto cansado, tentou de tudo para curar o máximo de pessoas dentre os amigos maias dela. Ele comia uma espiga de milho cozido enquanto resmungava antes as reclamações de Jacques.

— Faça o favor de não desmaiar! - reclamava Jacques - Ir lutar nesse estado?! Loucura!

— Estou bem… estou bem… - resmungou Magnus depois de engolir o milho - O Hearthstone tem mais histórico de demaio do que eu.

— Mas ele não curou um monte de gente alguns minutos atrás. - disse Alex aparentemente preocupada também.

— Aquela outra garota ajudou também… e alguns só precisaram de uns curativos ou comida… não exagerem. - disse Magnus.

Victoria nos guiou para a mesma caverna da qual saímos quando chegamos só que, dessa vez, entramos no túnel à direita da pedra com dois homens entalhados enquanto, antes, havíamos chegado pelo túnel da esquerda. 

À essa altura, com toda a magia (e agora até mesmo patos expansíveis) das coisas que aconteciam ao nosso redor, talvez eu não devesse ter ficado surpresa ao ver outro túnel com um escorregador para entrarmos. Era claro que não estávamos embaixo da terra, mas aquele estranho túnel não parecia ligar para isso. Em fila, entramos no túnel um atrás do outro e, quando terminamos de cair, a primeira coisa que vi foi basicamente um bando de árvores que cresciam num solo meio arenoso. Mas, mais além, depois das árvores e diante de uma pirâmide meio cinza e branca que não chegava nem aos pés de ter toda a beleza das pirâmides egípcias, estava um exército que admirava com evidente respeito um homem musculoso de pele verde e um enorme enfeite de cabeça feito de penas que subia as escadas da pirâmide.

— Ele é…? - sussurrei olhando para Victoria e, apesar do olhar de medo dela, ela afirmou com a cabeça.

— Quetzalcóatl para os astecas, Kukulcán para os maias. - sussurrou ela.

 


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Notas finais do capítulo

comentem! nem que seja só aquele famoso "continua!". eu sempre respondo todo mundo e adoro todos os comentários de vcs :3 os comentários fazem o meu dia, de verdade.

eu ainda estou pensando se continuamos com esse pessoal aqui no prox cap ou se trocamos o foco pro outro grupinho....



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