Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 47
MESTIÇO - Una aventura más


Notas iniciais do capítulo

heeey galers ♥
cheguei com cap novo ♥
o nome do cap tá em espanhol simplesmente pq eu quis kkk



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MESTIÇO

Pode até parecer coisa da minha cabeça e tudo mais, já que podia ouvir a conversa alta e das risadas que conseguia ouvir do quarto do Magnus, tudo nesse corredor parecia bem mais silencioso. Provavelmente porque o quarto de TJ e Mallory estivessem vazios. Claro, Mallory estava bem longe ajudando as tais Caçadoras de Ártemis, mas isso não quer dizer que não doa embora vocês não vão me ouvir falar isso em voz alta novamente!

Cansado do longo dia, praticamente me joguei sobre a minha cama e fiquei lá sentado com os braços apoiados nas coxas enquanto repassava a batalha recentemente várias vezes em minha cabeça.O comportamento daquele monstro horrendo era certamente muito estranho. Por vezes os ataques simplesmente passavam direto, por vezes tocam em seu corpo sem fazer nenhum dano. Aquele tal Asag era tão feio quanto um Draugr e a sensação que ele dava fazia arrepiar até os pelos da nuca e muito me lembrava do frio de Niflheim.

Pelas risadas que saiam do quarto de Magnus, duvido que qualquer um ali dentro estivesse pensando em como enfrentar esse novo adversário. Como não estou nem um pouco afim de perder mais um de meus amigos, considerei que a tática de conhecer melhor o inimigo seria um bom começo. Sei bem que posso até passar uma imagem de selvagem ou troglodita, mas nesses anos em Valhalla eu aprendi uma coisa ou outra de útil. Não estávamos agora lutando contra monstros e deuses que cresci ouvindo as histórias contadas pela minha mãe, nem contra soldados ou camponeses, majoritariamente ingleses, que junto à Ivar massacrei.

Toda essa situação ao nosso redor parecia tanto mais uma guerra iminente do que mais uma missão, que não demorou muito para um livro que li uns 10 ou 12 anos atrás surgir na minha mente. Olhei para a pequena estante no canto do quarto cujas prateleiras mais altas estavam um tanto esquecidas e procurei com o olhar o livro de capa vermelha antes de, com um suspiro, lembrar que eu havia perdido ele numa queda de braço com o Arnsten do vigésimo sexto andar depois de uma noite de bebedeira.

O tal livro que eu procurava era o, já famoso, A Arte da Guerra. Não acho que eu precise dar qualquer introdução sobre ele né? Útil para várias coisas, foco na guerra, chinês… essas coisas já devem resumir bem. Claro, minha versão não era em chinês. Dentre todos os lembretes que o livro dá sobre a importância do clima, do terreno e de uma boa estratégia, eu não conseguia deixar de lado a importância de conhecer o seu inimigo. Foi exatamente com esse pensamento que, em seguida, peguei o celular surrado que havia arranjado, por questões de facilidade considerando que Mallory estava muito longe, e comecei a pesquisar sobre o tal Asag.

A Wifi de Valhalla por si só já não era tão boa assim, mas com tanta gente usando ao mesmo tempo, ela com certeza poderia dar nos nervos. Depois de o que bem me pareceu meia hora esperando, consegui abrir a página da Wikipédia sobre o Asag. Não sei bem até que ponto a Wikipédia poderia ser útil na vida real, já que Helgi realmente parece mais heróico lá.

Não sei bem a veracidade das informações, mas, pelo menos até onde eu sabia, tudo parecia bater. Feioso e monstruoso, por exemplo. Acho que poderia contar com a veracidade de suas origens babilônicas, mas eu realmente queria torcer para a parte de só sua presença poder cozinhar peixes vivos ser mentira. Talvez… só talvez… nossa solução pudesse estar nesse tal martelo chamado Sharur que mencionaram que pode o derrotar.

Eu ainda estava tentando digerir o tamanho do problema que tínhamos em mãos, quando chegou a notificação de mensagem de Mallory. Rapidamente larguei minhas pesquisas de lado e fui ver sobre o que ela queria falar. Afinal, estava preocupado com ela e era difícil os dois estarem no celular ao mesmo tempo.

[Mallory (16:58): Hey. Tudo bem por aí?]

[Mestiço (16:59): Preocupada com os filhotes? Tá tudo bem sim, mas foi por pouco. Outro monstro resolveu tentar atacar a Sam]

[Mallory (17:00): Arre! Mais um?! Imagino que tenha dado tudo certo de novo.]

[Mestiço (17:03): Não tão bem quanto eu queria… tivemos que fugir com o rabo entre as pernas por mais vergonhoso que isso possa ser. Um vexame total. ]

[Mallory (17:05): Tenho certeza que sua masculinidade ferida vai conseguir se recuperar dessa. O monstro era tão forte assim?]

[Mestiço (17:06): Diria que era mais feioso do que forte. O problema mesmo era que nenhum ataque atingia ele.]

[Mallory (17:07): Pelo menos você não está lutando contra um monte de monstros e seres feitos de água. Quero ver conseguir acertar um soco na água.]

[Mestiço (17:08): Imagino que deva ser um saco mesmo.]

[Mallory (17:15): Até agora só conseguimos encontrar rios fracos com alguma naiade rebelde ou coisas do tipo, mas Ártemis diz querer encontrar mesmo é o Estige. Ou a Estige… Ela parece ser a manda chuva dos rios. Ao menos dos rios gregos, pelo o que parece.]

[Mestiço (17:18): Acha que essa busca aos rios deve estar relacionada com os tais potinhos com água deles que o filho do Hades recebeu? O Nico?]

[Mallory (17:22): Não sei… talvez. Só sei que resolveram do nada aqui fazer um desvio e uma pequena separada em grupos. Estou indo para Lisboa com as garotas]

[Mestiço (17:25): Hum, tá bem turista você. Quais garotas? Você só tá num grupo de garotas!]

Não sei se era efeito da saudade, mas quase podia ver ela revirando os olhos ou soltando um leve começo de risada por causa de minha mensagem. Uma ideia cômica me passou pela cabeça. Será que eu jogado assim sobre minha cama com o celular na mão falando com ela estava parecendo aquelas garotinhas apaixonadas de filmes de comédia romântica?

[Mallory (17:28): Sabe de quem estou falando. Thalia, Kowalski e Clarisse. Ou tudo isso é raivinha por causa da proposta que Ártemis deu?]

[Mestiço (17:30): Certamente morro de medo de você aceitar essa ideia de ficar solteira pro resto da eternidade.]

[Mallory (17:33): Nah… seria solitário demais.]

Eu queria acreditar que nos três minutos que levaram para ela responder, ela havia olhado para a tela do celular com um leve sorriso corado. Uma cena tão rara nela, mas que, ao menos na minha opinião, ficava muito bem com a adição de seus cabelos ruivos.

[Mestiço (17:35)? Então… o que estão indo fazer em Lisboa?]

[Mallory (17:39): Lisboa não passa de uma rota mais fácil para chegarmos até Portugal. O destino mesmo é um rio que fica mais ao norte de lá. Perto da Espanha. O nome dele não tem nada a ver, mas parece que ele é conectado com o Lethe.]

[Mestiço (17:41): Que é um dos rios do submundo grego… ]

[Mallory: (17:42): Exato]

Por mais algum tempo fiquei conversando sobre várias besteiras com Mallory, até que ela eventualmente saiu para dormir. Não cheguei a fazer nada de muito relevante até Alex aparecer no meu quarto abrindo a porta de uma vez seguida dos demais que estavam logo atrás dela.

— Chega de tédio! - exclamou Alex - Amanhã estamos partindo para o México!

— Eu realmente tenho que lembrar de fechar essa porta, pelo o que parece - eu disse.

— A garota Sadie enviou a localização no México. - explicou Blitzen - Vamos todos nos encontrar por lá. Ah, e vamos ter que dar uma carona pra galera lá de Nova Roma.

— Onde exatamente no México? - perguntei curioso levantando da cama já sentindo o sangue esquentar de animação pensando nas batalhas que viriam.

— Um lugar de nome complicado perto da Cidade do México. - disse Magnus.

— Tsc. Não acabe com o lugares Maggie! - reclamou Alex logo soltando um suspiro ficando com expressão pensativa - Não é qualquer lugar, é Teotihuacan! Meu abuelo falou de lá uma ou duas vezes. Disse das pirâmides que tem lá e que foi a maior cidade da América antes dos europeus chegarem pra estragar a diversão.

— Temos um destino, temos o Bananão - listou Sam de braços cruzados e um olhar preocupado- Passamos o resto do dia nos preparando e amanhã seguimos viagem.

— Certeza? - perguntou Magnus - Você não tinha falado de ir falar com o Amir antes disso?

— Aquele monstro ainda está solto por aí, até onde sabemos - disse Sam - Não quero atrair ele até o Amir.

— Ele vai entender. - disse Alex colocando a mão sobre o ombro de Sam querendo consolar a irmã e, pelo sorriso triste que Sam deu para ela, imagino que tenha realmente apreciado o gesto.

Passamos de fato o resto do dia preparando as coisas para a viagem do dia seguinte. Acho que já tínhamos tantas escapadas na surdina de Valhalla que foi fácil juntar coisas como água e comida. Sam foi a que ficou mais empenhada nessa missão, acho que ela queria aproveitar que não estava de Ramadã para fazer uma missão onde realmente pudesse comer de verdade.

Tal como da outra vez que passamos para a outra costa dos Estados Unidos, fomos até o octogésimo segundo andar, acionamos a máquina de refrigerante mágica (eu fiquei com o refrigerante que saiu) e, de repente, estávamos saíndo do depósito de uma loja em Vancouver.

No primeiro pedaço grande de água, Magnus tirou o Bananão do bolso e o barco extremamente amarelo se expandiu para que entrássemos e foi exatamente isso que fizemos. Enquanto o barco começava a andar,  Hearthstone olhava para Vancouver se afastando lentamente. Me aproximei dele e dei dois tapinhas em seu ombro.

— Parece um lugar bonito né? Bem diferente de Nova Iorque ou Boston. - disse e imagino que ele tenha lido meus lábios, pois logo afirmou com a cabeça.

— Tem bem menos prédios e muito mais árvores. Ao menos aqui na orla. - disse Blitzen se aproximando e traduzindo os gestos que Hearthstone fazia - Mas o sol é igualmente irritante e essa última parte quem diz sou eu mesmo.

— Você deve preferir o inverno, não? - perguntei olhando para Blitzen - Dias mais curtos e tal.

— Sim. - disse Blitzen todo coberto com sua roupa de proteção de sol - Me pergunto o que vai ser de mim com um sol tropical pra aturar.

— Poderia simplesmente ter ficado em Boston, se esse é o medo. - disse Magnus encostado na amurada do navio ao lado de Alex depois de ter ouvido a conversa.

— E o inverno é muito triste com o sol todo tímido!! - exclamou Jacques - Prefiro bem mais um dia bem ensolarado! It's gonna be a bright, bright Sun shiny day!

— E ficado perto demais daquele tal de Asag? Não mesmo! - reclamou Blitzen.

— Não reclame então - disse Alex.

A viagem foi se prosseguindo até então sem muitos problemas. Alguns enjoos aqui e ali, alguma criatura mágica marinha passando por perto inofensivamente, nada de mais. Acho que quando começamos a ver a ponte vermelha que era símbolo de São Francisco, alguém deve ter pensado alto demais algo como “ainda bem que não tivemos nenhum problema até aqui”. Porque a sorte rapidamente foi acabando.

Aportamos o barco numa enseada perto de um farol com vista para a Ponte Golden Gate (que não sei porque tem esse nome sendo que é vermelha) e depois de alguns segundos procurando pela terra com o olhar, vimos Hazel acenando para nós de longe.

O pequeno grupo enviado pelos romanos era composto de quatro pessoas. Percy, Annabeth, Hazel e Frank. Uma parte de mim se preocupava de que talvez estivessemos com gente demais para aquela missão já que também tinha um grupo vindo de Nova Iorque, mas Sam conseguiu me convencer de que era melhor prevenir do que remediar.

— Apesar de estar sentindo falta de um bom passeio no mar, eu realmente não estava com saudade de ter que salvar o mundo de novo. - resmungou Percy ao entrar no navio.

— Ah! Contra-corrente! Meu amor!! - exclamou Jacques - A quanto tempo!

— Quer, por favor, se comportar como uma espada normal? - ralhou Magnus.

— Vamos torcer então para conseguir acabar com toda essa confusão no México. - disse Hazel.

— Acho difícil. - disse Annabeth - Lembre-se que ainda temos que desfazer o feitiço nos obeliscos. E nem sabemos como começar a fazer isso.

— Não poderá parar o meu amor! - rebateu Jacques e acho que vi Percy parecer em dúvida entre ficar incomodado ou achar engraçada toda essa situação com Jacques.

— Pensamento positivo então. - disse Alex.

— Meu pensamento positivo era estar indo para o México para tirar umas férias, já que eu realmente queria me aposentar dessa constante missão de ter que arrumar os problemas dos deuses. - disse Percy soltando um pesado suspiro.

— Na próxima podemos organizar para você ficar aqui então. - disse Frank.

— Não é bem isso… - disse Percy suspirando - Queria que os problemas acabassem, verdade. Mas se posso ajudar… vou ajudar. Não quero ninguém morrendo… não de novo.

— Tá! Tá! Chega de papo! Quero falar com o amor de minha vida!! - pedia Jacques ignorando o clima completamente.

Notei como o quarteto ficou cabisbaixo. Eu conhecia bem aquele olhar, o olhar de alguém que perdeu algum ente querido e ainda sentia uma parcela de culpa em seus ombros. Magnus havia me contado um pouco de tudo que, segundo Annabeth, Percy já tinha passado com os amigos. Eu não sabia apontar com clareza qual foi a morte que resultou nesse ‘de novo’, mas acho que chutaria na mais recente.

Com todos mais silenciosos, menos Jacques, Percy colocou a mão no bolso e olhou para sua caneta/espada. Parecia pensar se valia a pena deixar o casal de espadas trocarem um papo ou se perguntar se Contra-corrente realmente queria isso. Mas então ele parou com o olhar preocupado.

— Alguma coisa… parece errada… - disse ele.

Essa era com certeza uma das últimas coisas que queríamos ouvir. Todos imediatamente seguramos nossas armas prontos para qualquer batalha enquanto Percy ia até a amurada no navio e olhava para água. Fiz o mesmo que ele ao ser movido por pura curiosidade e não gostei do que vi. Vários peixes começaram a aparecer na superfície evidentemente mortos e aparentando terem sido cozidos. Meu estômago se embrulhou e pude sentir que ficava arrepiado ao lembrar das coisas que havia lido e principalmente depois que ouvi a voz de Hazel dizendo:

— O que é aquilo que vem voando ali?


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Notas finais do capítulo

espero que não se importem de eu colocar um pouco mais de tecnologia na fic (digo em relação aos celulares). acho que eles realmente estão precisando de algo do tipo por estarem tão espalhados. e como só os gregos e os romanos parecem ter problemas com o celular, estou tentando tomar uns cuidados e evitar eles usando.



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