Beijar com o punho escrita por Giiz


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

E ai, meus amores, estavam com saudades? hahaha
Conforme eu planejava, essa fic não ficou graaaaaaaande.Então, sem mais delongas, este é o ultimo capítulo. Mas não precisa praguejar contra minha vidinha: vai ter epílogo e ele vai sair em breve, eu juro! (não vai ser como o epílogo de Seis Nós que não saiu até hj, eu juro!)



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— Lembre-se, cara. Foi ela mesmo que disse que não era o ideal um relacionamento à distância. Era óbvio que ela iria encontrar alguém no caminho dela. Afinal.... - disse Neji, para si mesmo, olhando no espelho do seu antigo quarto, na casa de seu tio Hiashi, se preparando para sair e encontrar com Tenten e seu mais novo namorado, uma vez que todos sairiam em conjunto para o acampamento que Hinata havia planejado para comemorar seu aniversário. – Eu mesmo tenho uma, não é? - pensou ele, ao entrar no quarto e ver a figura loira sentada em sua cama. 

 

Anos haviam se passado depois daquele incidente no Natal e agora todos já haviam concluído seus cursos e estavam planejando o futuro da vida adulta. Tenten havia sugerido que era complicado e doloroso demais manterem um relacionamento romântico totalmente à distância. E Neji, como sempre, bancou o frio e assentiu, sem se importar com o vazio que restou no peito com essa decisão tomada de forma abrupta.

 

Com o tempo a amizade esfriou um pouco e novos relacionamentos surgiram, entre inúmeras correrias dignas da vida acadêmica. Mas eles nunca perderam aquele laço que os unia. Nem a sintonia mental que compartilhavam.

 

Para Tenten, qualquer relacionamento era instantaneamente passado por uma análise crítica onde era comparado ao o que quer que tenha sido aquilo que ela teve com Neji. Nenhum dos caras entendia de fato suas piadas, ou admirava seu bom gosto cinematográfico - afinal, assistir a um filme em que tripas e sangue eram jorrados não era coisa de menininha, disseram à ela - ou sabiam artes marciais ou gostavam de manter os cabelos compridos. Para Tenten, tudo era chato e sem graça. E alguns caras também se mostravam terrivelmente babacas e era por isso que ela chegaria no aniversário de Hinata completamente sozinha. 

 

— Hey! - disse ela, sorrindo ao dar de cara com a aniversariante assim que entrou na antiga casa dos Hyuuga, apertando a figura num abraço de urso. – Feliz aniversário, gatinha!

 

— Obrigada, querida! Pensei que você tinha desistido de vir e ficar namorando. Sabe, o tempo não está lá essas coisas para uma espécie de acampamento. – Comentou Hinata. – A Anna torceu o nariz de uma forma, dizendo que éramos adultos demais para esse tipo de coisa. Mas como estaremos mais longe ainda este verão, gostaria de passar um tempo assim, juntinhos, com meus amigos. E algo me diz que Naruto está aprontando algo.

 

— E foda-se ela, é seu aniversário, certo? – Comentou Tenten. Ela procurava se entender com a namorada de Neji, mas era difícil. Hinata sorriu com o comentário da morena. – Menina mais sem noção.

 

— Cuidado com o que você fala, Tentz. Não estou afim de apartar brigas hoje. – disse a Hyuuga, massageando as têmporas.

 

— Okie dokie, não está mais aqui quem falou umas verdades daquela sua cunhadinha nojenta. – Hinata apenas revirou os olhos perante o comentário da amiga. Não que ela gostava da suposta cunhada, nada disso. Na verdade, ela estava mesmo é de saco cheio daquele relacionamento vai-e-volta que o primo havia se metido. Até Naruto, que gostava de praticamente todas as pessoas, não suportava a presença da Richie. Segundo ele, ela dava arrepios nele.

 

— Mas me diz, cadê Ren? Eu pensei que finalmente conheceria um namorado seu!

 

—Iiiih, Ren é passado. Passado enterrado, ok?

 

— Ok, e não se fala mais nisso. Não olhe agora, mas meu primo está encarando sua bunda. Mas, ew. A grudenta tá vindo com ele.

 

— Deixa ele olhar, ué. Não foi você mesmo que me disse que o que é bonito deveria ser apreciado? Então... Oh, oi, Neji. Nem tinha te visto aí! – Disse ela, sorrindo cinicamente para ele. Obvio que ela sabia que ele estava fugindo dela e aquela loira à tiracolo não estava ajudando com o humor dela.

 

Ele deu um sorriso amarelo, entendendo a situação. Anna, do seu lado, ignorava a presença de Tenten solenemente. Ela poderia ser doce e boazinha com todo mundo, mas não suportava a figura morena na sua frente.

 

— Amoooor, você tem que ir mesmo para esse acampamento ridículo? Você deveria estar estudando para a prova de residência, e não indo encher a cara como quando era adolescente.

 

Tenten riu de escárnio. Então a praga-loira não tinha entendido ainda que ele não bebia? Ou pelo menos, não o suficiente para “encher a cara”, como ela havia dito? E que história era aquela de estudar para a prova de residência? Neji tinha planejado desde muito novo passar um ano ou dois junto dos Médicos sem Fronteiras! Por isso ele tinha feito todos os cursos de especializações possíveis durante a própria graduação. Será que eles nunca discutiram o futuro como eles dois?

 

— Do que você está rindo, hein?

 

— Nada que te interessa. – Disse a morena, fechando a cara para a loira.

 

— Nossa, cuidado. Sendo grosseira desse jeito você vai ficar sozinha. Aliás, cadê seu namorado da vez? Ou foi abandonada novamente?

 

Tenten respirou fundo. Ela não queria fazer nenhum escândalo. Ela não queria estragar o dia da Hinada. Mas, definitivamente, ela queria torcer aquele pescoço magricela que se enroscava como uma jiboia no seu Neji.

 

— Anna, não seja inconveniente. Tenten faz o que ela quer da vida dela e se alguém não quiser aceitar da forma que ela é, não é pra ficar num relacionamento vazio. – Disse Hinata, totalmente fria, querendo acabar com aquela situação toda e ainda dar um recado para o primo. – E se você não está satisfeita, você deveria sair.

 

— Você vai deixar que ela fale assim comigo, Neji?! – reclamou a loira.

 

— Ela está certa, Anna. VocÊ falou demais. Como eu já disse, se não tem nada agradável a dizer, não abra a boca. – Respondeu Neji, sem nem olhar para a namorada.

 

Anna Richie inflou as bochechas, totalmente irritada e apontou para Tenten.

 

— Isso é tudo culpa sua, sua machona! Toda vez que você está por perto, as coisas mudam para pior. Deve ser por isso que você é adotada, nem sua família de verdade queria sua presença!

 

Todos estavam olhando para a situação, estarrecidos e preocupados com a reação de Tenten. Porém, entretanto, ela simplesmente respirou fundo e cruzou os braços, abaixo dos seios.

 

— Você não cansa de passar vergonha não? Olha para essa cena toda que você armou, garota. E se você inflar ainda mais suas bochechas vai parecer um baiacu. Que você é venenosa, eu já sabia. Mas, quanto a ser um peixe, isso é uma novidade para mim. Que maturidade é essa? Isso é digno de uma médica? É assim que você irá reagir quando algo sair do seu resultado esperado? Cresça e apareça, menina. E aí sim, depois disso tudo, poderemos conversar sobre o fato de eu ser ou não adotada ou ser amada ou não. – E virando para Hinata, disse – Olha, eu vou na frente, ok? Vou entrar na casa da minha mãe e pegar algumas coisas lá antes de encontrar vocês no lago mais tarde. Desculpa por qualquer coisa, Hina. Você não merece esse tipo de incidente. – dizendo isso, recolheu seu casaco e saiu da casa. 

 

Neji olhou frio para a loira. 

 

— Recolha suas coisas e volte para a faculdade, já que você não está no clima de comemorações. Continue estudando, afinal, seus últimos semestres foram bem ruins, não? Só estou agradecido por meu tio estar viajando com Hanabi. Nenhum dos dois merecia este tipo de comportamento. Não me envolvo com pessoas que fazem este tipo de coisa. - E seguiu porta afora a morena, encontrando ela tentando abrir a porta com as chaves, mas com as mãos trêmulas, não conseguia. Quando o olho de chaves, com inúmeros chaveiros – inclusive uma Pucca dada por ele – caiu no chão, Neji se adiantou para buscar.

 

Abaixado no chão ele olhou para cima, vendo a morena com o rosto molhado por lágrimas sofridas. Sem falar nada, levantou e a acolheu num abraço apertado, resistindo aos socos que ela dava em seu peito.

 

— O que houve, Tenten? – Perguntou ele suavemente enquanto os socos diminuíam, mas as unhas dela apertavam os ombros dele, assim como os soluços entrecortados, enquanto eram observados por uma loira irritada entrando num carro. 

 

Momentos depois, Neji voltou para a sala, segurando duas canecas fumegantes que Havaí preparado na cozinha e observava a figura de Tenten já sentada com os pés para cima no sofá, mostrando suas meias de galáxias. Os cabelos não estavam mais presos em dois coques, uma vez que o abraço longo e choroso tinha sido responsável também por desmancharem o fiel penteado. Ela o olhou com os olhos ainda vermelhos pelo choro recente. Ele, mais do que ninguém, sabia o quanto ela odiava aparentar fragilidade. E, agora, naquele sofá tão conhecido por eles, Tenten era a personificação da fragilidade.

 

— Café cura quase tudo. E o que não cura, um abraço ajuda. – Disse ele. – E, para não deixar nada escapar mesmo, que tal uma sessão com nosso amado Freddie Kruger? Ou umas risadinhas macabras com Pennywise?

 

Tenten teve que rir enquanto aceitava a caneca.

 

— Acho que estou no mood de “O Iluminado”. Que tal?

 

— Hmm, estamos falando então de terror que não é bem um terror mas é odiado pelo autor do livro? - Tenten riu - Então vamos de Jack Nicholson correndo com um machado atrás da esposa dentro de um hotel abandonado no meio de uma nevasca. Isso sem esquecer o elevador de sangue.

 

— Oh, você sabe como agradar uma garota! E eu amo a direção do Kubrick. 

 

— Eu sei. Nada menos que o melhor para minha garota favorita. – comentou ele, abraçando Tenten pelos ombros.

 

— Neji, eu não sou sua garota favorita. Você tem a Hinata e a Hanabi antes.

 

— Não conte nada a elas, mas você está no topo da lista.

 

— E temos também a senhorita Richie.

 

— Não vamos falar de coisas desagradáveis, por favor. – Disse ele, fazendo uma cara de nojo. – Senão eu terei que te perguntar de Ren e estamos tão bem aqui. Olha, temos café, temos filme, temos frio.

 

— Temos uma namorada no caminho, Neji.

 

— Como se você não tivesse um também.

 

— Eu não tenho, Ren era um babaca. Assim como a Anna. Me diz, como você consegue namorar com aquela, aquela... baiacu?

 

— Ok, aquela hora eu tive que me segurar para não rir pois não era o momento. Mas agora eu posso. Baiacu? Eu amei. E quanto ao Ren ser um babaca, eu sempre soube. Mas qual foi o motivo em específico para o rompimento?

 

— Camisinhas sem látex serem caras. Ele queria transar sem e eu não. Aí ele reclamava por eu não querer tomar a pílula.

 

— Que cuzão. VocÊ não aceitou a proposta dele, não é?

 

— Obvio que não. VocÊ sabe o que acontece com nosso organismo quando tomamos repositores hormonais de forma desnecessária.

 

— Meu Deus, você virou uma louca por fisiologia.

 

— Isso será ótimo para meu trabalho, ok? Enfim... foi assim. Ah, e eu empurrei ele para fora do apartamento semi nu.

 

— Eu adoro você, garota.

 

— Eu sei. – Disse ela, olhando para os olhos dele. O filme caminhava lentamente na TV, mas ambos estavam presos novamente naquela bolha que resistia ao tempo e a situações adversas. O personagem de Jack Nicholson começava a perder a sanidade mental conforme Neji observava a figura ao seu lado. Como ela poderia parecer tão perfeita para ele? Ele poderia ficar horas ali, observando cada traço daquela beleza peculiar, a forma em que os cabelos escuros caiam por sobre os ombros dela e a curva dos lábios quando ela sorria. 

 

Os olhares se cruzaram novamente, dizendo tudo aquilo que eles não haviam dito ainda. 

 

— O que foi?- Perguntou ela, ao ser tão intimamente analisada por ele. 

 

— Eu senti muito a sua falta. - disse ele, quando ela finalmente havia desistido de obter uma resposta e voltar a encarar a tv. - E eu odeio estar separado de você. Porra, Tenten, porque não ficamos juntos? Eu gosto de você, você gosta de mim e separados, nós nos envolvemos apenas com pessoas idiotas. 

 

— Neji... Não vamos remexer isso agora, ok?

 

— Não, eu acho que esse é o momento exato para esse tipo de coisa, porra. Olhe nos meus olhos e diga que não sente nada de diferente por mim. 

 

E Tenten olhou profundamente para aqueles olhos claros e observou que neles havia uma chama queimando. Havia fogo, havia paixão. Ela mordeu o lábio enquanto ele se aproximou mais. As canecas foram esquecidas na mesinha de café. 

 

— Diga algo, Tenten. - sussurrou ele, sem quebrar o clima, acariciando o rosto dela com os polegares. 

 

— Eu odeio quando você está certo

 

E, depois de anos de espera, os lábios se tocaram novamente, explodindo com a mesma paixão que tiveram no final da adolescência. 

 

Um gemido rouco rompeu da garganta dela e ele respondeu com outro, igualmente grutural. Em dado momento, Neji a deitou suavemente no sofá, abrindo a camisa xadrez que ela usava no caminho.

 

— Deus, como eu estava com saudades... – murmurava ele, entre os beijos. – Tenten, oh, Deus!

 

— Sim, Neji! – murmurava ela, enquanto ele passava a língua no mamilo dela, após abaixar a renda preta do sutiã.

 

Tenten não se fez de rogado e também começou com o processo de retirada de roupas em seu parceiro. Estavam totalmente embriagados de desejo. As calças foram retiradas na pressa, as mãos se tornaram afoitas demais, os beijos se tornaram mordidas e as mãos arranhavam tudo que era possível. Ambos estavam com fome um do outro e não eram necessárias palavras para o momento. Num movimento coordenado, Neji pode finalmente acaricia-la intimamente e se fundiram num só. Tenten circundava as pernas longas e bem torneadas a cintura dele, enquanto ele segurava na guarda do sofá com uma mão, enquanto a outra ditava o ritmo na cintura dela.

 

— Deus! – gemia ela, arranhando as costas dele e fincando as unhas nas nádegas brancas – Não... pare! Nunca pare! Eu estou tão perto, Neji!

 

— Você me deixa totalmente louco, Tenten! Louco por você.

 

— Oh, cale a boca e me fode gostoso!

 

E revirando os olhos de tanto prazer, Tenten gozou fortemente, conduzindo Neji ao mesmo nirvana. 

 

Neji a abraçou forte, como se temesse que tudo aquilo não passasse de um sonho mirabolante da sua mente esgotada. Ficaram vários minutos em silêncio, apenas escutando os sons de suas respirações voltarem gradativamente  ao normal e as falas do filme esquecido na tv, até ela quebrar o silêncio, com uma voz baixa. 

 

— Ren havia me dito que nunca me amou, que seria impossível alguém se interessar por mim e que terminarmos era a melhor coisa que tínhamos feito. 

 

— Isso foi antes ou depois de ser expulso?

 

— Acho que foi durante o processo. Eu estava possessa. - comentou ela, olhando para o nada. 

 

— Hey. - Falou Neji, trazendo a atenção dela ao virar seu rosto pelo queixo - Nunca, em hipótese alguma, acredite nesse otário. Você é uma pessoa fantástica que conheço desde pequeno. 

 

— E que você arrancou meus belos cabelos num acesso de fúria.  E quebrou um prato na minha cabeça. Isso tudo quando tínhamos oito anos. Ah, e me atropelou também! 

 

— Ok, vamos lá. Vamos aos fatos. -

 

Disse ele, entrando na brincadeira, erguendo um pouco o tronco e apoiando a cabeça na mão livre.  -  Você destruiu meu helicóptero. Depois, colocou fogo nas minhas coisas, me deixou cego temporariamente e, como se não bastasse, quebrou minha mandíbula. Como você vai se defender, ein?

 

— Você era uma praga quando criança. 

 

— Você não ficava para trás, viu, mocinha. Mas nunca deixou de ser simplesmente fantástica. 

 

Os dois continuaram no sofá até escutarem um barulho de porta se abrindo e uma voz chamar por Tenten. 

 

— Puta merda – Sussurrou Tenten, ao se dar conta da situação. Neji já edtava totalmente em pânico, tentando vestir as calças antes de colocar a cueca, da maneira mais silenciosa possível, enquanto a morena tentava, de todas as maneiras, segurar a gargalhada que ameaçava escapar.

 

— Do que diabos vocÊ está rindo? – sussurrou ele para ela, no meio da confusão – VocÊ está tão fodida quanto eu.

 

— Oh, disso você sabe bem, né? – ousou brincar, ela.

 

— Pucca, vá à merda, ok?

 

— Oh, então vocÊ está aqui! – Disse Anko, assim que viram os dois na sala. – E, olá, Neji! Não sabia que estava aqui também. – Anko observou a aparência totalmente desalinhada dos dois e sufocou um riso. – Atrapalho algo?

 

— Oh, não! Neji só veio me ajudar a pegar umas coisas pro acampamento, não é?

 

— Isso! Acampamento, é. – Disse ele, ainda meio aturdido.

 

Quando os dois deram as costas para subirem as escadas, Anko observou o sutiã e a cueca esquecidos no sofá. Com a ponta de uma caneta “pinçou” as duas peças e disse,mostrando para o casal que tentava subir as escadas.

 

— Acho que vocês esqueceram algumas coisinhas aqui.

 

E Neji desejou mais uma vez ser engolido pela terra ao ver o sorriso diabólico no rosto da “sogra”.

 

— Espero que tenha sido a única “coisinha” que você tenha esquecido, Hyuuga. – disse ela, bem próxima do “genro” – Ou caso contrário, eu mesmo me certificarei que você nunca mais tenha a possibilidade de esquecer outras coisinhas na minha filha.

 

You hit me once
I hit you back
You gave a kick
I gave a slap
You smashed a plate over my head
Then I set fire to our bed

 

— Sério, sua mãe me dá arrepios!

 

— Ah, para com isso, Neji! Sua cara estava impagável. – Disse ela, rindo, enquanto observavam os amigos todos reunidos em torno de uma grande fogueira. – Você não acha que o Naruto está esquisito demais?

 

— O Naruto sempre foi esquisito, Tenten.

 

— Sim,mas ele parece estar num nível superior de esquisitice. Acho que ele está aprontando alguma.

 

— Isso sempre é motivo de preocupação. – Comentou o moreno. – Tem tido notícias do Lee?

 

— Ele está num retiro pra treinamento de Tai-Chi-Chuan na China. Acredita?

 

— Esse cara é um louco. – Brincou Nej,mas era visível que ele sentia falta do amigo.

 

Logo Naruto pediu a atenção do público.

 

— Há uns quatro anos atrás eu tive o prazer de descobrir que era amado por uma pessoa que eu julgava ser muita areia pro meu caminhãzinho. – Começou ele, rindo e coçando a nuca, enquanto olhava para Hinata, que sorria encabulada. – Tudo bem que a declaração foi regada  a muito álcool, tentativas de pole-dance em postes de quintal, idas mal sucedidas ao banheiro e muita, muita risada. Aquele dia estará marcado na minha mente para sempre e eu sei que fui lerdo e otário o bastante para nãoacreditar na hora, afinal, olha a situação em que estávamos, né. E ainda tínhamos outro problema bem sério. Estavamos indo para faculdades completamente diferentes, em estados diferentes. E num desses momentos de crise interna, tive que escutar um dos melhores conselhos que o idiota do meu melhor amigo poderia me dar. Sabe, o Sasuke pode ter prestigio como jornalista, mas tem o emocional comparado com uma pedra. – E todos riram, incluindo Sakura, pro desprazer de Sasuke. – E a Sakura sabe muito bem disso. Mas então, ele me deu um conselho maravilhoso. Ele disse “Faça. Suba no avião, pegue o trem, atravesse as 300 milhas. Chegue na porta da frente e conte a ela "Eu sei que isso é louco, mas eu preciso de você agora.” Nossas vidas são muito curtas para sempre ser sensíveis. Fique com a garota. A distância não faz diferença se seus olhos se iluminarem quando ela sorri pra você.”

 

— Hey, Sasuke! Nada de querer roubar o trabalho dos amigos, viu? Quem se formou em psicologia aqui fui eu e eu que sempre dei conselhos bons! – Reclamou Ino, arrancando mais risos.

 

— Eu não posso fazer nada se eu sou bom em tudo que eu tento fazer. – Disse Sasuke, aproveitando o momento. – Mas continue logo, idiota!

 

— Ok, ok, continuando. Como vocês sabem, eu fui atrás dela. E, milagrosamente, ela não bateu a porta na minha cara. E nós fizemos acontecer, pois realmente distancia não significa nada quando se ama alguém. E é por isso que eu resolvi aproveitar o momento e aproveitar que ela ainda não entendeu que ela consegue alguém bem melhor que eu e pedir que – disse o loiro, colocando a mão no bolso para pegar uma pequena caixa e se ajoelhar nos pés de Hinata, que estava completamente atônita com a cena – ela trilhe o resto da estrada do meu lado. Eu te amo, Hina. Diz que aceita se casar comigo?

 

— Sim, oh, mas é claro que sim! – Disse ela com um sorriso enorme, pulando nos braços do agora noivo. – Eu te amo, seu cabeça oca. – E os noivos se beijaram ao som das palmas e urros dos amigos.

 

— Oh, deus – Disse Tenten, vendo a alegria dos amigos – Estamos ficando velhos, Neji! E quem diria que o Naruto fosse o primeiro a dar o pontapé nos casórios?

 

— Eu ainda estou sem palavras com a situação. – E a morena riu da cara do amigo. – Acho que isso que é se tornar adulto, né? Esse tipo de coisa que a gente acha que só vai acontecer num futuro e voilá, o futuro se transforma em presente.

 

—  Pois é. – Suspirou a morena e, de repente, observou que todos os amigos estavam em pares, submersos naquela atmosfera romântica de pedido de casamento. Só restavam os dois sozinhos e,por mais que o clima estivesse amigável entre eles, muita coisa ainda não estava resolvida. -  Eu, er, acho que vou entrar. Esfriou, né?

 

— Espere, Tenten. – disse ele, segurando ela pelo pulso. – Eu preciso te falar uma coisa.

 

— Então fale. – respondeu ela, olhando firmemente nos olhos dele. – Que foi, o gato comeu sua língua?

 

— Diabos, Tenten. Você não consegue legar nada a sério, por um momento só?

 

— E você, não consegue ser menos certinho um instante só?

 

— Viu, já estamos discutindo novamente.

 

— Sempre fomos assim, Rapunzel. - disse ela, com um sorriso nasalado. 

 

— Talvez eu tenha aprendido a gostar dos seus beijos de punho, Pucca. - respondeu ele, sem desviar os olhos dos dela.

 

— Não diga besteiras, Neji. Olha, foi ótimo o que tivemos, mas, sei lá. Talvez seja a hora de amadurecermos e seguirmos nossos caminhos, não? Aliás, você já tem uma namorada.

 

— Eu nunca gostei dela.

 

— E, por que diabos, você se envolveu com ela?

 

— Pois você resolveu sair da minha vida de forma abrupta e eu precisava preencher o vazio de alguma forma. Dá pra entender? Ou você bateu tanto essa cabeça que seus neurônios se desprenderam? – Disse ele, sacolejando ela de leve, pelos ombros - Às vezes a gende dá a sorte de conhecer alguém, e é tão claro pra tudo e para todos que você e essa pessoa, em algum nível, se pertencem. Se pertencem como amantes, ou como amigos, ou como família, ou como algo completamente diferente. Vocês apenas trabalham juntos ou são amigos ou se apaixona ou se torna parceiros de crime. – Disse ele, ainda sem largar os ombros da morena -  Você conhece essas pessoas ao longo da sua vida, assim, do nada, nas circunstâncias mais estranhas, como num acidente de helicoptero de brinquedo quando se tem oito anos, e essas pessoas te ajudam a sentir-se vivo e eu não sei se isso me faz acreditar em coincidência, ou destino, ou pura sorte, mas definitivamente me faz acreditar em algo. – comentou ele, semtirar os olhos dela.

 

Tenten agora tremia levemente. Ela tinha plena consciência que todos observavam eles naquela situação.

 

— Você, criatura, traz o melhor em mim. Não me refiro a melhores maneiras, nem a uma sensação de maturidade, ou a qualquer outra coisa que este mundo cansado espere de mim. Até porquê, é exatamente você queme faz fazer exatamente o contrário disso tudo. Quero dizer, você me faz querer escalar telhados, correr como um louco e agir de forma inadequada, correr riscos e perseguir meus sonhos com paixão e integridade. E eu tenh plena certeza, Tenten, que é ao seu lado que eu começo a viver de verdade. E eu posso nunca ter dito antes essas palavras, mas...

 

Tenten calou ele com um dedo.

 

— Cala a boca. Você consegue ser mais prolixo que um Vade Mecum. – Comenta ela, rindo, enquanto enroscava um dos braços pelo pescoço dele, fazendo com que os lábios se encostassem.

 

— É isso mesmo? Todo mundo está se entendendo e casando e logo mais tendo filhos? E eu, vou ficar pra titio? – Brincou Lee, tendo chegado bem no começo do discurso de Naruto, mas não tinha sido visto pelos amigos antes. – Isso aqui é uma competição, é? Alguém pediu minha autorização? – Brincou ele, de forma espalhafatosa.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Tá tudo entre os conformes? E ser pego com as calças arriadas pela sogra, ein, Neji? hahahha
Beijocas e até mais! Aguardo os comentários!



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