Dandara permanecia olhando para Felipe com os braços cruzados, se recusava a deitar ao lado dele, ou qualquer outra coisa que a coloca-se ao seu lado. Felipe a analisou com um pequeno sorriso de canto e então a encarou se sentando na cama.

— Não temos outro quarto, então você vai ter que dormir aqui! — disse analisando sua expressão, viu sua testa enrugar estava claramente irritada. 

— Você mora em um castelo enorme e não tem outro quarto?! Isso é uma piada não é?!

— Não! — Respondeu rápido o suficiente para aumentar ainda mais a ira da jovem princesa.

— Se é assim eu vou dormir aqui! Nessa poltrona.

— Faça o que quiser.

 Felipe foi até o banheiro mudar de roupa, Dandara sentou-se na poltrona sentindo-se completamente deslocada queria suas roupas queria seu quarto de volta, não queria estar ali, sentia falta de seus pais sentia falta de conversar com Senna, fazia apenas algumas horas que estava ali e já se sentia mal o suficiente para querer ir embora.

   Irritada empurrou a poltrona para perto da janela, a noite era de lua cheira o céu estava claro e a noite encantadora. Felipe voltou para o quarto e se deitou dando uma última olhada em Dandara que não o olhou permaneceu fixada olhando o céu pela enorme janela de vidro. Dandara olhou para Felipe e viu que ele já estava dormindo, suspirou tirando as luvas que usava desfez seu penteado liberando seus belos cachos tirou seus sapatos queria se livrar daquele vestido logo, mas por hora não poderia, sentou-se novamente na poltrona fechou seus olhos estava tão cansada que não demorou a adormecer.

 Pouco tempo depois Felipe se levantou sentou-se na cama e começou a admirar Dandara, sorriu de cato incrivelmente impressionado com a beleza da jovem. Levantou-se a pegou em seus braços e a colocou na cama, não permitiria de forma alguma que ela dormisse de forma tão desconfortável.

— Eu já te amo tanto Dandara, tanto.

Felipe acariciou seu rosto gentilmente estava tão feliz com o casamento sabia que o começo não seria fácil já que Dandara não queria o matrimonio porem a muito já havia decidido que a conquistaria pouco a pouco. Sentou-se na poltrona a olhando e assim ficou por horar a observando dormir até que o cansaço o vencesse e adormecesse também.

♥-♠

  Dandara acordou ao sentir os fortes raios de sol em sua face, as janelas estavam abertas o sol invadia o quarto mostrando uma bela manhã, do lado de fora daquelas enormes paredes. Dandara coçou seus olhos e então se deu conta de algo.

— Espera ai! — Dandara olhou em volta e percebeu que estava na cama e sozinha, viu um travesseiro na poltrona   voltou a olhar para a cama sem entender absolutamente nada.

— Pode ficar tranquila, não dormimos na mesma casa, eu dormir na poltrona. Estava esperando você acorda para irmos tomar café da manhã juntos.

— Eu não quero tomar café com você!

— Meus pais estão te esperando e minha irmã também!

— Despeço o café da manhã, eu não estou com fome.

— Dandara você precisa comer.

— Eu só quero tirar esse vestido!

— Eu já preparei tudo para que você possa trocar de roupa, Lara separou alguns vestidos para que você escolha e vista até que suas coisas cheguem. Betina!

 Uma empregada entrou no quarto trazendo consigo alguns vestidos em seus braços, Felipe saiu do quarto dizendo que a esperava na mesa. Dandara não o respondeu apenas o observou sair do quarto suspirando.  Felipe dirigiu-se até a mesa ao sentar-se foi surpreendido pelos olhares curiosos de todos, até mesmo de seu pai.

— O que vocês querem com essas caras!

— Onde ela está meu filho?

— Se trocando mãe! Já avisei que estamos esperando-a para tomarmos café.

— Felipe já estamos esperando a um bom tempo estou com fome não vou esperar mais.

— Lara por favor, eu quero que ela se senti bem.

— Você não acha que agora é um pouco tarde para você pensar em faze-la se sentir bem? Ela não queria esse casamento mudou de ideia sei lá por que!

— Lara! Não fale assim com o seu irmão! E filho não podemos ficar esperando ela tanto tempo, talvez ela não queria tomar café conosco hoje, vamos procurar entende-la é seu primeiro dia aqui.

 Felipe suspirou concordado, sabia que era pedir demais que ela descesse para um café com toda a sua nova família. Após o café Felipe e Julian deixaram o castelo com alguns homens, estavam trabalhando em algo extremamente sigiloso. Lana decidiu passear pelo jardim e Leonor decidiu ir falar com Dandara e levar-lhe algo para que ela come-se. 

— Dandara?! — Chamou entrando no quarto, viu Dandara completamente paralisada sentada na ponta da cama.

— Majestade. 

— Não seja tão formal comigo, somos uma família agora! Me chame apenas de Leonor. Olhe trouxe algumas coisas para você comer já que não desceu para o café da manhã.

— Obrigada mas eu não estou com fome.

— Eu sei como você está se sentindo agora.

— Me perdoe mas acho que você não entende! — Dandara percebeu que suas palavras tinham sido um pouco arrogante, abaixou seu olhar triste se mostrando arrependida.

— Você acha que o meu casamento aconteceu como? Foi um acordo também, e veja como estou feliz e como construí uma linda família.

— Leonor com todo respeito mas eu não acredito que eu possa ser feliz com o seu filho! Eu odeio esse casamento mais que tudo! Me sinto sozinha aqui sinto falta de casa!

— Vou deixa você sozinha e por favor coma pelo menos algumas frutas.

 Leonor saiu do quarto para deixa-la mais à vontade. Dandara olhou a bandeja cheia de comida estava com muita fome, a ponto não hesitar em comer, mas ainda assim sentia-se triste.

♥-♠

 Em Dalawer Elena sentia-se vazia, estava no quarto de sua filha olhando suas coisas, pegou um livro em particular e o abril, ao abri-lo se deparou com algo preocupante. O livro de Alva costumava mostrar a que o abrisse o que ele mais gostaria de saber.  Elena viu sua filha triste e uma terrível nuvem negra pairado sobre ela.

— Filha! Livro de Alva o que o destino reserva para minha filha?

 Elena encarava o livro apreensiva esperando as páginas brancas ganharem palavras com a resposta do que perguntou. Viu uma única palavra ser escrita em letras garrafais em um tom vermelho sangue. Elena sentiu um terrível mal estar ao ler “Tragédia” no centro da página branca, deixou o livro cair ao cair de joelhos no chão.

— Majestade tem alguém que... Elena!

— Luna eu não estou me sentindo muito bem!

— Que livro é esse majestade? Está pensando em escrever? — Perguntou pegando o livro completamente em branco.

— Ponha esse livro no baú da Dandara por favor e me ajude a me levantar.

 Luna fez o que Elena pediu a ajudou a se sentar na casa, Luna percebeu que Elena estava com as mãos completamente geladas, mesmo estando preocupado não se atreveu a perguntar nada Elena respirou fundo, permaneceu alguns minutos com os olhos fechados.

— Você queria me dizer algo, o que é?

— É o príncipe ele está lá embaixo e gostaria de falar com você.

— Por favor Luna, desça e peça para aguarda eu já descerei.

— Como quiser majestade.

 Luna saiu, Elena se recompôs de desceu em seguida para falar com ele e ver o que ele desejava, iria aproveitar o momento para saber de sua filha, entre outras coisas Felipe também tinha ido a Wer para levar parte da verba prometida por ele para ajudar a todos de Wer, e levou consigo também um relatório detalhado dos desvios de riquezas que o reino vinha sofrendo, Felipe investigou por conta própria até descobri de onde vinha o desfalque que Wer vinha sofrendo.  August enfureceu-se ao saber que o culpado por sua ruina era o rei de Brid.

— Aquele miserável!

— Você precisa manter a calma Brid no momento está muito forte não podemos simplesmente ataca-los mesmo que eu mande o exército de Jade junto não sabemos ao certo o que eles estão armando se estão apenas roubando suas riquezas ou se fizeram algo mais como tuneis secretos e armadilhas ao redor de Wer.

— Eu devia ter percebido isto antes. Minha vontade é atacar eles agora mesmo!

— Você precisa ficar calmo e pensar melhor pessoas podem se ferir!

— NÃO! — Gritou Elena se levantando; August e Felipe a olharam inquietos.

— Meu amor o que foi?

— August não vamos ataca-los, precisamos ser mais espertos não podemos deixar que ninguém se machuque ninguém! — Elena estava completamente fora de si, tinha medo de que de alguma forma esse ataque repentino há Brid pudesse machucar sua filha.  August a abraçou forte afirmando que não os atacaria, não ainda.

— Vamos deixá-los acreditado que está em vantagem sobre vocês, vamos preparar uma forma de derruba-los, pois se eles se aliarem a Rose temos uma grande chance de perdemos uma possível guerra. — Afirmou Felipe.

— O que quer dizer exatamente Felipe?

— August por mais que eu não goste de admitir, o reino de Rose embora pareça frágil ele não é! Rose tem os melhores estrategista de batalha, são fracos como exército isso é explicito, porem eles tem três grades estrategista os que os dá uma grande vantagem sobre nos.  Então vamos fazer tudo com calma e cautela. Por hora vamos destruir a mina da cachoeira.

— Mas é a maior mina de Wer.

— E é também o lugar mais frágil do seu reino se eles entrarem por aquele lado eles podem cercar todo o seu reino e toma-lo de você August precisamos bloquear aquela passagem.

— Mas...

— Vamos tirar o máximo de riqueza que pudermos de lá e então a explodimos! Eu asseguro para você que eu não deixarei que nada absolutamente nada falte ao reino que Dandara tanto ama!

— Está decidido vamos fazer o que o Felipe está dizendo August é um bom plano.

— E porque eu deveria seguir os seus concelhos cegamente? — questionou August encarando Felipe.

— Porque eu me casei com a filha dos reis de Wer, e amo ao ponto de fazer de tudo para manter a segunda casa dela em perfeito estado. Eu amo a filha de vocês e ela ama vocês e este reino isso já é motivo suficiente para que eu queria proteger tudo que ela ama!

Felipe conseguiu convencer August a seguir com seu plano conversarão a tarde toda a certado os detalhes do que iriam fazer, Felipe voltou para casa no final da tarde, perguntou a Betina sobre Dandara e soube que ela não saiu do quarto em momento algum.

—Meu príncipe temo que ela adoeça se ficar trancada no quarto sem se alimentar adequadamente.

— Eu não vou deixar isso acontecer, eu tenho uma surpresa para ela.

 Felipe fez um sinal para alguém que vinha logo atrás de si para que o seguisse e subiu para seu quarto, bateu na porta e entrou logo em seguida, Dandara encontrava-se sentada na poltrona olhando o jardim do castelo.

— Soube que não saiu daqui o dia todo! Está uma noite linda quer passear um pouco no jardim? Posso fazer companhia a você.

— Eu não quero! Não quero a sua companhia.

— Eu sei que está triste, então tenho uma surpresa para você.

— Não gosto de surpresas!

— Mas dessa você vai gostar. Por favor entre Senna.

— Que?! — Dandara olhou para trás e viu Senna entrar no quarto um pouco envergonhada, a jovem princesa correu em direção a amiga e a abraçou com força, deixando algumas lagrimas escaparem por seus olhos.

— Princesa!

— Senna é tão bom te ver, tão bom!

— Eu pedi aos seus pais para que permitissem que eu trouxesse Senna para morar aqui conosco, pedi também que reunissem pertences e roupas suas para que eu trouxesse e mandei arrumarem um quarto para você, com suas coisas. Betina vai leva-la até ele.

 Dandara olhou para Felipe claramente grata por ter trazido Senna, por ter buscado sua melhor amiga, sorriu para ele em sinal de agradecimento e saiu do quarto seguindo Betina. Felipe sorriu ao ver os olhos de Dandara brilhar de felicidade. A seguiu discretamente observou o quão contente ela estava em ver suas coisas em se sentir um pouco mais acolhida em um quarto só seu em um quarto com suas próprias coisas.

— Olha princesa, eu e sua mãe separamos todas as coisas que você mais adora, para que você se sinta bem.

— Obrigada Senna, e como estão os meus pais?

— Sentindo sua falta, mas muito orgulhosos de você, hoje o seu marido levou um monte de coisas para todos na vila, todos estamos muito agradecidos pelo que você fez.

— Me conforta saber que todos estão bem, que vamos acabar com a fome que estava acontecendo em Wer.

— Você é a melhor princesa!

— Talvez eu não seja Senna, talvez eu seja má e egoísta. —Disse seria.

— Como assim princesa? — Dandara pediu a Betina para deixa-las sozinhas, Felipe a olhou sorrindo, Dandara não esboçou emoção alguma apenas fechou a porta e voltou sua atenção a Senna.

— Senna eu me decidi eu vou fugir daqui!

— Princesa você não pode fazer isso!

— Posso e eu vou, eu já tenho um plano! Vou tentar me aproximar de todos dessa casa aos poucos menos do Felipe e então vou esperar uma oportunidade para fugir, e enquanto essa oportunidade não chega tentarei fazer com o que o Felipe se arrependa desse casamento e o desfaça.

— Princesa!

— Eu estou decidida Senna e ninguém vai me fazer mudar de ideia, eu vou me livrar desse casamento de uma forma ou de outra!

— Princesa se você acaba por começar uma guerra!

— Tenho certeza de que os meus pais vão me apoiar eu sei que vão.  E eu vou começar agir agora mesmo.

 Dandara saiu do quarto, caminhou pelos corredores pensativa estava prestes a descer a escada quando ouviu vozes parou para ouvir o que eles estavam dizendo.  Sabia que era errado mas não se importou por outro lado achou oportuno se a pegassem seria algo a mais para mandarem de volta para sua casa.

—Felipe! Que alvoroço é esse aqui no meu palácio!

— Calma pai. Eu só pedi que trouxessem algumas coisas da Dandara para cá, quero que ela se sinta bem segura, não quero vê-la trancada no quarto sozinha e chorando.

—Meu amor não brigue com o nosso filho ele só quer agradar a esposa dele. 

— Espero que até o jantar essa agitação toda já tenha terminado, estou irritado não quero ser incomodado!

 Julian saiu da sala sério Dandara respirou fundo e então se fez notar fazendo um som com a garganta. Felipe se virou a olhando sorriu para ela dando paços largos até ela.

— Que bom que desceu, logo vamos...

— Lara! Eu gostaria de falar com você. — Pronunciou a jovem desviando de Felipe o ignorando completamente indo em direção a princesa.

— Comigo?!

— Lara! — Felipe a chamou a olhando, Lara respirou fundo entendendo o que aquele olhar frio de seu irmão significava.

— Diga Dandara, em que posso te ajudar?

— Podemos conversar mais reservadamente?

— Claro vamos conversar no jardim.

 Lara e Dandara saíram juntas, caminharam até um banco que tinha no jardim, sentaram-se lá Lara aguardava Dandara falar o que quer que fosse, mas a jovem princesa não dizia nada, Dandara admirava o jardim, olhando pela janela ele não aprecia tão convidativo, mas agora que estava nele percebeu o quão lindo ele era.  Suspirou profundamente se lembrando dos bons momentos que passou ao lado de seus amigos em seu jardim.

—Dandara... Você queria conversar certo?

— Há é verdade, eu só queria agradece-la por ter me emprestado seus vestidos.

—A era isso, eu quis ajudar o Felipe e há você também, eu imagino que para você não deva ser fácil essa situação.

— Não eu acho que você não pode imaginar. — Lara sorriu olhando Dandara a mesma franziu a testa não entendo seu sorriso.

—Eu entendo porque eu estou em uma situação parecida, não fui prometida a ninguém, mas eu amo uma pessoa tecnicamente proibida para mim.

— Como assim?

— Eu namoro secretamente o um dos gradas do palácio.  Mas Dandara ninguém pode saber entendeu? Se meu pai souber eu tenho medo do que ele pode fazer com o....

— Lara!

— Nathaniel?!

 Lara levantou-se e correu para os braços de Nathaniel que a abraçou forte, Dandara os olhou sorrindo viu o quanto os olhos de Lara brilharam ao ouvi-lo chama-la, era eminente para ela o quanto Lara o amava, viu as caricias dele para com ela. Sorriu ouviu paços Lara parecia não ter ouvido estava ocupada beijando Nathaniel Dandara percebeu que se tratava de Felipe desesperada e preocupada que Felipe vesse sua irmã nos braços de um guarda decidiu fazer algo não queria que Lara fosse repreendia.  Levantou-se interceptando os paços de Felipe impedindo que ele andasse e vesse Lara mais ao fundo.

—Dandara! Onde está a Lara? Nosso pai nos aguarda a mesa!

— Bom a Lara é que. Bom.

—Entendo que não goste de falar comigo. Me de licença vou chama-la. — Dandara se desesperou o que poderia fazer para impedir que Felipe surpreende-se sua irmã, com o coração acelerado e sem muitas ideia, Dandara cogitou a ideia mais idiota que pode pensar em meio a tantas emoções.

— Felipe estou me sentindo mal. Me ajuda. 

— O que?!

 Felipe segurou seus braços a olhado, Dandara olhou em seus olhos viu o quão Felipe tinha ficado preocupado seu semblante era bem claro quanto a isso, aproveitando que agora tinha sua atenção Dandara se jogou em seus braços simulando um desmaio deixando Felipe extremamente preocupado.

 Continua....