Amor Real escrita por lovestories


Capítulo 4
Caspian X


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem a leitura!



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O grupo acabou encontrando um exército telmarino e se esconderam atrás de alguns pedaços de madeira. Era possível observar a magnitude em número de soldados e armas do exército em questão, bestas e catapultas enormes estavam sendo construídas demonstrando o exímio preparo dos telmarinos à guerra iminente. Lottie levantou a cabeça para enxergar melhor e quase foi vista por alguns soldados, sendo salva por Edmund que pôs a mão em sua cabeça. Alguns cavalos montados por homens que pareciam ser os generais do exército, caminharam ali perto, fazendo todos se esconderem melhor entre as vigas.

— Talvez esta não tenha sido a melhor maneira de vir. - Lottie pontuou. 

Pedro a olhou rudemente e voltou à floresta sendo seguido por todos. Edmund passou um braço pelos ombros de Charlotte e seguiu adiante. Eles voltaram ao penhasco onde Pedro perguntou ceticamente:

— Onde exatamente acha que viu Aslan, Lúcia? 

— Vocês querem parar de falarem como adultos! - a garota bradou firmemente. - Eu não acho que vi ele. Eu vi!

Ela se encaminhou à beira do penhasco sendo acompanhada por Lottie. Trumpnik disse em deboche:

— Eu sou um adulto. 

— Me mostre onde viu ele, Lúcia. Eu acredito em você. - Lottie confessou. 

— Eu vi ele exatamente... 

O chão onde as duas garotas estavam cedeu, fazendo-as sumir da vista do resto do grupo. 

— Lottie! - Edmund gritou em desespero. 

— Lúcia! - Susana chamou alarmada. 

O resto do grupo foi ao encontro das garotas e as viram sentadas em um pedaço de pedra. 

— Aqui...

Logo, todos seguiram pelo caminho encontrado, porém Edmund se pôs mais atrás do grupo puxando Lottie.

— O que pensa que está fazendo? - indagou exaltado. 

— Em relação a que você se refere?

— Não pode sair por aí resgatando pessoas como se pudesse fazer isso sozinha. Você não conhece o perigo deste lugar...

— Eu posso não conhecer, mas eu posso muito bem defender uma simples garotinha, algo que o grande rei Pedro não vem fazendo. - retrucou firmemente. 

— Pedro está fazendo o que pode, mas você, Lottie, não pode ficar se arriscando deste jeito... Você está aqui sob minha responsabilidade! 

— Me desculpe, o que? - indagou indignada. - Posso não saber o porquê de ter vindo, mas com certeza não é obrigação sua me proteger!

— Lottie... - Ed começou entediado.

— Eu não sou uma narniana, portanto você não é o meu rei! - disse rudemente e saiu pisando firme.

O grupo atravessou o rio Veloz pisando em pedras não muito confiáveis, já que pisavam em falso algumas vezes. Ao anoitecer, resolveram fazer uma fogueira e deitar para descansar na grama. Lottie observava as estrelas da noite enquanto tentava dormir, porém em sua cabeça só se pensava em como Edmund havia sido rude. Ela sabia muito bem se defender, havia tido aulas de luta corporal com seu irmão e seu pai tinha lhe ensinado a atirar com uma espingarda. Apesar disso, Lottie constatou que naquele mundo não existia este tipo de arma o que a deixou um tanto preocupada.

— Lottie... está acordada? - ela ouviu a voz de Edmund em um sussurro. 

— Não. - respondeu secamente. 

Edmund se aproximou de onde a loira estava deitada e continuou:

— Ainda está chateada? 

— Eu só quero dormir, Edmund. - ela deu as costas a ele.

— Escuta, me desculpe. Eu não me expressei direito. - ele sussurrou. - Eu apenas quis dizer que... me preocupo com você e tenho medo que algo de ruim te aconteça. - suspirou e continuou. - Depois que voltei à Inglaterra, tive dificuldade para me adaptar ao normal e você foi a que chegou mais perto de uma amiga, embora gritasse muito comigo... Lottie, me desculpa.

A loira se virou, ficando de frente pra ele. Os olhos dele estavam suplicantes e extremamente arrependidos, por maior que fosse a sua raiva, se dissipou ao ver aqueles olhos enormes e escuros. Ela brincou com alguns fios do cabelo dele que caiam sobre sua cabeça. 

— Então me ensine a manusear uma espada, a usar um arco ou qualquer outra coisa.

— Está bem. Quando encontrarmos os narnianos, posso te ensinar alguma coisa. - ele sorriu. - Estamos bem?

— É... - ela brincou. - É verdade que você me considera uma amiga?

— Sim, embora você reclamasse comigo, eu só tinha você. 

— Eu também. Você era o único que ainda falava comigo naquela escola. O meu temperamento não é pra qualquer um, sabe? 

— Eu sei! - concordou veementemente

— Você poderia ter discordado! - fingiu indignação, fazendo Edmund rir.

— Vem cá. 

Edmund a puxou para si, fazendo-a se apoiar em seu peito. Lottie se aconchegou naquele lugar macio, inalando o cheiro de pinheiro que provinha dele. Ed acariciou os longos cabelos loiros dela, cheirando-os em seguida. Ela tem cheiro de rosas vermelhas. 

— Me desculpe por ter gritado com você. - ela confessou num fio de voz.

— Tudo bem. Tenho certeza que ainda irá gritar muito comigo. 

Os dois riram e rapidamente pegaram no sono. Pela manhã, Charlotte acordou ainda um pouco cansada devido ao exaustivo dia anterior. Ela olhou para os lados e não encontrou Lúcia nem Pedro. 

— Ed...acorda. - chamou baixinho.

O garoto, ainda sonolento, se aconchegou na garota, abraçando-a.

— Edmund! Acorde. - ela chamou um pouco mais alto.

— Só mais cinco minutos. - pediu sonolento. 

— Ed, Lúcia e Pedro não estão aqui. Será que foram raptados? 

— O que? 

Edmund se levantou rapidamente, acordando os outros. Todos pegaram os seus pertences e Charlotte foi puxada pela mão pelo garoto.  Eles andaram alguns metros e encontraram Pedro lutando com um garoto moreno um pouco mais alto que ele. Pedro não estava sendo bem sucedido, já que havia perdido sua espada para o garoto. Lottie notou a presença dos demais narnianos como centauros, minotauros, texugos e anões. Todos eles. Ela observou em seus rostos a esperança ressurgindo ao olhar para os reis e rainhas do passado. 

— Príncipe Caspian? - Pedro indagou em confusão. 

— Sim? E quem é você? 

— Pedro! - Susana que chegou um pouco atrasada, gritou pelo irmão. 

Ao ouvir o nome, Caspian franziu o cenho e olhou para a espada de Pedro em sua mão, o leão no punho e os inscritos da profecia lhe deram uma luz sobre a real identidade do garoto valente. 

— Grande Rei Pedro? 

— Acredito que tenha nos chamado.

— Sim, mas...eu esperava alguém mais velho. 

— Podemos voltar daqui a alguns anos. - Pedro retrucou sarcasticamente. 

— Não! Está tudo bem...vocês só não são exatamente o que eu esperava. 

Caspian olhou para o grupo, retornando ao rosto de Charlotte. Ela sorriu com o gesto, porém Edmund por algum motivo não gostou da segunda olhada.

— Nem  vocês. - Ed notou a presença de minotauros e anões da época da Feiticeira Branca.

— Um inimigo em comum reúne até os adversários mais antigos. - um texugo respondeu. 

— Esperávamos ansiosamente a sua chegada, senhor. - Ripchip, um rato que usava uma espada, falou. - Nossos corações e espadas estão ao seu serviço. - ele fez uma mesura.

— Oh meu Deus! Ele é tão fofinho! - Lottie e Lúcia confessaram em uníssono. 

— Quem disse isso? - o rato indagou indignado. 

— Desculpe. - Lúcia disse desconfortavelmente. 

— Vossa Majestade, com todo o respeito, creio que corajoso, cortês ou cavalheiresco seja mais adequado para um cavaleiro de Nárnia. - retrucou educadamente. 

— Pelo menos sabemos que alguns sabem manusear uma espada. - Pedro elogiou sorridente. 

— Sim, de fato. E eu aproveitei isso para reunir armas para o seu exército. 

— Ótimo, porque vamos precisar de todo o armamento que tivermos. 

— Neste caso, creio que gostaria de ter a sua de volta. - Caspian informou. 

Pedro pegou a sua espada e a devolveu em sua bainha, porém Charlotte notou um clima de competição entre eles, já que Pedro é o Grande Rei e Caspian, o futuro rei de Nárnia. Também concluiu que os narnianos poderiam ficar confusos sobre qual ordem seguir e que isto, muito provavelmente, gerará brigas entre os dois cabeças, mas a garota decidiu ficar calada e esperar o decorrer das ações. 

Enquanto todos seguiam Pedro e Caspian pela floresta, Edmund e Charlotte ouviam a conversa entre Trumpnik e um outro anão. 

— Então, como eles são? - o anão perguntou se referindo aos reis e rainhas. 

— Insatisfeitos, reclamões, teimosos como uma mula pela manhã... - Trumpnik respondeu. 

— Então gostou deles. 

— Bastante. 

Charlotte sorriu para Edmund que a cercou pelos ombros, cheirando os seus cabelos em seguida. Lottie adorava quando ele fazia aquilo, a fazia se sentir mais segura diante daquele mundo completamente desconhecido.


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Notas finais do capítulo

Beijos!



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