Amor Real escrita por lovestories


Capítulo 2
O que aconteceu aqui?


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês, pessoal! Espero que gostem.



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Depois de uma caminhada até as ruínas, os irmãos se puseram a investigar, se separando para ter um êxito maior. Charlotte seguiu Edmund, já que era o único que ela conhecia. 

— Ai! - a loira reclamou. 

— O que foi? - Ed indagou sem parar com a sua missão. 

— Um inseto me picou. 

— Como ele era?

— Pequeno e preto. 

Edmund se virou bruscamente, assustando a moça. 

— Se chama Picada Infernal. Oh meu Deus! - ele exclamou. 

— O-o-o que? Ele é perigoso? - indagou horrorizada. 

— Sim! Charlotte, você só tem mais duas horas de vida. 

— O que?! Eu não estou pronta pra morrer! - disse aterrorizada. - Ainda não ganhei um prêmio Nobel...

Charlotte cessou o seu relato quando viu Edmund escancarar sua boca em uma risada alta. Ela franziu o cenho em raiva e pôs uma mão na cintura. 

— Como pôde ter coragem de fazer isso? 

— Considere como uma vingança por você ter me trocado. - ele voltou à sua missão original. 

— Não sabia que você era tão vingativo. 

— Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim.

Edmund se encaminhou a uma clarabóia maior, carregando sua mochila nos ombros. Eles encontraram os restos do que um dia foi uma linda e enorme escada. Charlotte ficou a imaginar de que local aquela escada lisa pertencia, talvez um salão de baile ou um grande salão. Ela decidiu subir, sentindo-se uma aventureira.

— Edmund! A vista aqui de cima é muito linda! 

O garoto acompanhou a loira e subiu as escadas. Do alto era possível ver as ruínas atrás deles, além de uma bela vista composta pelo oceano onde há pouco estavam aproveitando. Enquanto ele vislumbrava a paisagem, um sentimento de familiaridade surgiu, como se já estivesse estado naquele local. 

— Vamos olhar um pouco mais ali em baixo. - Edmund sugeriu. 

Ao descer as escadas, Charlotte tropeçou em um pedaço solto de mármore e gritou, assustando Edmund que teve tempo apenas para se virar e ser derrubado no chão. Ele soltou um gemido de dor ao receber o corpo da garota em cima do seu.

Ao levantar a cabeça, se assustou com a proximidade de seus rostos, estavam tão perto que se ele respirasse mais profundamente, seus lábios se encontrariam. Charlotte não enxergava direito, pois alguns fios de seu cabelo lhe encobriam o rosto, ela os afastou e percebeu a intensidade com que Edmund olhava para ela, parecia que estava com medo. De repente, ela se deu conta de onde estava e se levantou rapidamente, ficando levemente ruborizada. 

— Você está bem? - ele perguntou ao se recompor.

— Sim...você serviu de almofada para a minha queda. - brincou com o objetivo de aliviar a tensão. 

— Em compensação, as minhas costas pedem clemência. - ele se esticou.

— Sinto muito. - Charlotte confessou receosa. 

— Está tudo bem.

— Me refiro ao que aconteceu em Finchley...posso falar com a senhora Gold e pedir pra arranjar um parceiro melhor pra você. 

— Eu ficaria muito agradecido. - Edmund sorriu sofridamente e continuou a andar. - Você não é de todo ruim, afinal!

— O que? - Charlotte indagou confusa. 

Eles encontraram o resto dos Pevensie em um espaço bem aberto nas ruínas. 

— Quem será que vivia aqui? - Lúcia perguntou à Susana.

A irmã mais velha pisou em algo duro e consistente em meio a grama. Seu coração parou quando viu o objeto: um centauro de ouro puro. 

— Acho que éramos nós. 

— Hey! Isto é meu. Pertence ao meu jogo de xadrez. - Ed pontuou. 

— Que jogo de xadrez? - Charlotte indagou surpresa por ele saber jogar xadrez. 

— Suponho que eu não tinha um jogo de xadrez de ouro puro em Finchley, tinha? - respondeu secamente. 

Lúcia observou com curiosidade o espaço e em seu rosto surgiu uma cara de espanto. 

— Não acredito. 

A garotinha correu até os pilares próximos e perguntou aos irmãos:

— Não conseguem ver?

Charlotte franziu o cenho em confusão, o que a garotinha queria mostrar? Talvez tenha reconstruído o lugar em sua cabeça. 

— Imaginem paredes... - dizia enquanto posicionava os irmãos onde queria. - E colunas ali... e um teto de vidro. 

Charlotte observou os Pevensie se perderem em sua imaginação, mas ela também tentou imaginar o que Lúcia havia descrito. O lugar parecia lindo e grande, como um palácio luxuoso. Oh meu Deus! Este era o palácio deles!

— Cair Paravel. - Pedro murmurou esperançoso. 

Da mente de Charlotte não saía a seguinte pergunta: O que aconteceu com aquele lugar? Edmund havia falado em seus devaneios que eles haviam deixado Nárnia por um tempo, mas deve ter sido muito tempo mesmo, pois ao redor do palácio se formou uma ilha e estas não aparecem da noite para o dia. O palácio que um dia deve ter sido maravilhoso, não passava de escombros agora.

Eles andaram mais um pouco e Charlotte encontrou uma grande pedra escondida entre pedaços de mármore. 

— Parece uma catapulta. 

— O que? - Pedro se juntou aos dois.

— Isto não foi um acaso. Cair Paravel foi atacado! - Edmund concluiu. 

Charlotte observou a compreensão nos rostos dos irmãos. Deve ser horrível saber que a sua antiga casa havia sido destruída daquela maneira. 

Eles caminharam mais um pouco e acharam uma enorme parede solta. Pedro e Edmund a afastaram, dando lugar a uma porta de madeira podre. Pedro retirou alguns pedaços da porta, abrindo-a em seguida. O grupo olhou a longa escada uma vez aberta a porta. 

Pedro rasgou um pedaço de sua camisa do uniforme e enrolou em um galho. Todos olhavam para ele sem entender o que fazia.

— Vocês, por acaso, teriam um fósforo? - ele perguntou. 

Eles se entre olharam e Edmund abriu a sua bolsa, escondendo um sorriso. Por estar mais perto, Charlotte viu o que estava lá dentro e tentou conter o riso.

— Não...mas isto serve? - Edmund retirou uma lanterna de dentro de sua bolsa. 

— Você poderia ter falado antes, não? - Pedro indagou risonho. 

O grupo desceu as escadas, sendo guiado por Edmund. Ao chegar lá em baixo, eles ficaram maravilhados com o que encontraram. As estátuas esculpidas na forma adulta deles estavam intactas, bem como os baús com suas respectivas roupas. 

— Eu era tão alta! - Lúcia exclamou. 

— Você era mais velha. - Susana explicou. 

— Ao contrário de anos depois, quando se está mais jovem. - Edmund pontuou sorrindo.

Charlotte riu ao observar que o capacete que Edmund usava era grande nele, demonstrando o quanto ele era pequeno em relação a sua versão adulta. Ela também se deu conta de que não tinha roupas, apenas o seu uniforme já sujo devido os escombros. Como se Susana houvesse lido os seus pensamentos, ofereceu:

— Charlotte, por que não usa alguns dos meus vestidos? 

— Ahm...Não sei. Eles pertencem a você e a essa terra, não acho que seja...

— Ela está com falsa modéstia. - Edmund entrou na conversa. - Empreste um vestido azul a ela, tenho certeza que cairá bem com seus lindos olhos.

Edmund havia falado sem pensar, mas Charlotte não deixou de notar que ele havia prestado atenção nela e, principalmente, havia gostado de seus olhos. Algo percorreu ligeiramente por seu corpo, algo que ela não havia sentido antes.

Pedro encontrou um escudo de ouro coberto de poeira no chão e o reconheceu como seu. Havia no centro, a imagem em alto relevo de um leão, fazendo o garoto refletir um pouco. Ele se encaminhou ao seu baú, encontrando sua antiga espada. Pedro a retirou da bainha e recitou:

— Aos dentes de Aslan, o inverno morrerá...

— Ao balançar de sua juba, a flor voltará. - Charlotte completou. 

Todos olharam surpresos para a garota loira, ela apenas deu de ombros e explicou:

— Edmund realmente falava muito deste lugar. 

— Todos os que conhecíamos... o senhor Tumnus e os castores... - Lúcia começou tristonha. - Todos se foram. 

O grupo se entreolhou triste e confusamente. 

— Está na hora de descobrirmos o que aconteceu. - Pedro verbalizou. 

Eles saíram caminhando de volta às ruínas. Enquanto isso, Edmund perguntou a Charlotte:

— Você realmente prestava atenção nas minhas histórias?

— Sim, por mais que eu não acreditasse, achava incríveis os relatos.

Edmund sorriu comovidamente a ela que sentiu seu coração errar uma batida. O grupo se encaminhou à praia, encontrando dois soldados telmarinos com um pequeno homem em sua canoa. Ele estava amarrado pelos pés, mãos e boca. Susana viu a cena e gritou:

— Solte-o!

Charlotte percebeu o erro de linguagem e tentou avisar a Susana, porém os telmarinos lançaram o homem no rio. 


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Notas finais do capítulo

Beijos



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