Amor Real escrita por lovestories


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Estou muito feliz de finalmente postar esta maravilhosa história pra vocês, espero que gostem bastante deste universo. Tentarei postar a cada dois dias. Aproveitem a leitura!



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Um ano havia se passado desde a última aventura dos irmãos Pevensie em Nárnia, todos eles estavam tentando voltar para suas vidas normais, porém a ansiedade para retornar àquele lugar mágico, onde eram reis e rainhas, estava lhes consumindo. Os amigos não bastavam, a cidade não bastava e, principalmente, a escola não era suficiente. Por que aprender fórmulas se você pode lutar com centauros, enfrentar inimigos poderosos e viajar pelo mar adentro? 

— Terra para Edmund. - a parceira de ciências dele o libertou de seus devaneios. 

— O que? - respondeu entediado.

— A prova é em dupla. Não faz sentido eu fazê-la sozinha, enquanto você sonha acordado. - enfatizou chateada.

— Eu sei, desculpe... o que está fazendo agora? 

Os dois tinham que fazer uma luz acender através de uma batata e uma bateria. Durante todo o ano, Charlotte era a mais interessada nas tarefas, aguentando todos os devaneios de Edmund Pevensie. Ela tinha quase certeza de que ele tinha algum problema mental, pois não parava de falar sobre um mundo mágico em que esteve no verão passado e que era rei deste lugar; também falava sobre um leão falante, uma feiticeira branca que o havia enganado, centauros, minotauros e um tal de senhor Tumnus.

Charlotte não dava muita bola para os relatos do garoto, porém achava interessante a convicção que ele tinha sobre aquele lugar, realmente acreditava que existisse.

— Ok...aperte este interruptor. - a loira ordenou. 

Edmund obedeceu e uma pequena lâmpada se acendeu. Ambos vibraram quando o experimento deu certo. 

— Muito bem, Edmund e Charlotte. - a senhora Gold felicitou. 

— Obrigado, senhora. Tivemos muito empenho neste trabalho. - Edmund agradeceu. 

— Eu sei disso, querido. 

Quando a professora saiu, Charlotte encarou o garoto com fúria. 

— "Tivemos muito empenho neste trabalho"?

— E não foi? - indagou com um sorriso brincalhão. 

— Eu tive bastante empenho! Eu! Você apenas ficava sonhando com um mundo que nunca existiu! 

— Hey! Fale baixo! - ordenou exaltado. - Nárnia realmente existe e não estou nem aí se você não acredita. Eu acredito! 

— Porque você tem uma mente pequena! 

— É justamente o contrário! Eu vejo além, algo que você com todas os seus cálculos e fórmulas jamais verá! 

Charlotte encarou os olhos escuros de Edmund em desafio. Ele só podia estar brincando, a ciência liberta qualquer pessoa, ela nos mostra a real verdade com provas concretas e não especulações.

— Nárnia não foi feita para pessoas como você. - disse secamente. 

— E quem disse que eu quero ver Nárnia? Pelo que eu saiba, mundos inexistentes não são visíveis!

— Arg... eu preciso ir. 

Edmund recolheu suas coisas de cima da mesa e saiu pisando firme deixando no lugar uma furiosa Charlotte. 

— Briga, briga, briga! - uma pequena multidão de adolescentes urrava na estação de trem. 

Edmund atravessou a multidão em tempo suficiente para ver o seu irmão combater com mais quatro ou cinco adolescentes. 

— Oh, Pedro! - murmurou enfadado.

— Edmund! - escutou sua irmã, Lúcia, gritar quando ele partiu para cima de um dos garotos. 

Eles eram maiores que os dois irmãos, porém estavam fazendo um bom trabalho, já que aprenderam alguns truques em Nárnia. Dois garotos derrubaram Pedro na linha do trem e começaram a chutá-lo. Eles ouviram o zumbido de alguns apitos.

— Parem! Saiam daí! - os policiais ordenaram e os garotos fugiram para não mais vê-los. - Comportem-se!

Depois de todos irem embora, os irmãos e irmãs Pevensie se sentaram em um banco a fim de esperar o trem. 

— O que aconteceu desta vez? - Susana perguntou a Pedro, entediada.

— Eles esbarraram em mim.

— Por isso bateu neles? - Lúcia indagou indignada. 

— Não. Depois de me empurrarem, pediram para que eu me desculpasse, aí bati neles.

— Aff... - Susana revirou os olhos. - Você não poderia apenas se afastar? 

— Eu não deveria! - ele encarou os irmãos com fúria. - Não estão cansados de serem tratados como crianças? 

— Pedro, nós somos crianças. - Edmund respondeu em desdém. 

— Bom, eu nem sempre fui. - Pedro voltou a se sentar ao lado de seus irmãos. - Já faz um ano, quanto tempo ele acha que iremos aguentar? 

— Acho que deveríamos aceitar que vivemos aqui. - Susana verbalizou calmamente. 

Ela olhou para o lado e viu um garoto que havia lhe importunado há pouco tempo. 

— Rápido, finjam que estão falando comigo. 

— Estamos conversando com você. - Edmund pontuou em desdém. 

O Pevensie viu andando em sua direção uma cabeça com cabelos loiros e um par dos olhos mais azuis que ele já havia visto que imediatamente se encontram com os seus.

— Oh, não! O que ela faz aqui? 

— Quem? - Lúcia indagou curiosa. 

— Minha parceira de ciências. - respondeu entre dentes. 

— Ah, a garota que você vive falando que odeia... ela é bonita! - Lúcia pontuou divertidamente.

— E chata.

Charlotte alcançou os irmãos, parando em frente ao seu ex-parceiro de ciências. Ela continha um sorriso malicioso nos lábios cheios e rosados. 

— Vim informar que pedi à senhora Gold para trocar de parceiro. Julian Barnes está comigo agora. 

— Quem está comigo? 

— Kevin Fields. 

— O que? - indagou exaltado. - O garoto que come papel e bebe cola? Isso não é justo! 

Os três irmãos não conseguiram não dar risada da situação. 

— Isso não é engraçado! - Edmund os repreendeu firmemente. 

— Parece que você terá que fazer todos os projetos sozinho agora... - ela chegou perto o suficiente dele para cochichar maldosamente em seu ouvido. - Quem precisa de cálculos e fórmulas agora, huh?

— Hey! Não me empurre! - Edmund ordenou exaltado. 

— Eu não fiz nada! Ai! Pare você de me cutucar! - Charlotte verbalizou indignada. 

— Ai...alguém me beliscou! - Susana gritou. 

— Ai!... - Lúcia e Pedro reclamaram em uníssono. 

Naquele momento, um vento forte surgiu arrancando os cartazes e os azulejos da estação. O trem se pôs a andar em uma velocidade anormal. 

— Isto tem cheiro de mágica! - Lúcia disse animada. 

— O que está acontecendo? - Charlotte perguntou confusa e um pouco assustada. 

— Rápido, deem as mãos! - Susana ordenou. 

— Eu não vou segurar a sua mão! - Edmund protestou a Pedro, mas este o ignorou. 

— Edmund, o que está havendo? - indagou Charlotte.

Os irmãos Pevensie se puseram em silêncio enquanto observavam o trem sumir e o ambiente se transformar em uma enorme caverna. Todos saíram ao vislumbrar uma linda praia do lado de fora. Lúcia olhou para Susana, sorrindo divertidamente, a irmã maior acompanhou a menor na corrida.

Logo, todos os irmãos estavam tirando as peças mais sofisticadas de seus uniformes, jogando-as de qualquer jeito na areia, enquanto corriam para a água do mar. Charlotte estava maravilhada com a beleza do lugar, o céu estava tão azul e o dia tão claro que fez com que seus olhos ardessem. Ela se juntou aos irmãos na corrida, aproveitando a água fria da praia.

Todos brincavam e se divertiam, até Edmund se esqueceu da sua discussão com Charlotte e chutou um pouco de água na direção dela. Ela estava com os cabelos soltos e Edmund percebeu que eram longos e muito brilhantes.  O seu uniforme não passava de um vestido azul molhado que se apregoou em seu corpo magro.

Charlotte olhou para cima deslumbrada com a beleza, de repente lhe ocorreu uma pergunta que no fundo já sabia a resposta. 

— Estamos em Nárnia? - indagou para ninguém em especial. 

— Não sei. - respondeu Edmund ao observar um pouco acima de onde eles estavam. 

— Onde acha que estamos? - perguntou Pedro sem entender o comentário anterior do irmão, já que era óbvia a resposta. 

— Ahm...eu não lembro de ruínas em Nárnia. 

Todos olharam para as falésias acima deles, realmente não se lembravam de nenhuma ruína. Parecia que o lugar estava abandonado há anos, ou melhor, há séculos. Não parecia com Nárnia.


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