Amor Real escrita por lovestories


Capítulo 12
O beijo


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem a leitura, queridos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/747179/chapter/12

— Esse é o seu grande plano? – Trumpnik começou irritado. - Enviar uma menina às partes mais sombrias da floresta, sozinha! 

— É a nossa única chance. - Pedro retrucou calmamente. 

— E ela não estará sozinha. - Susana garantiu. 

Todos estavam reunidos em uma alcova, a fim de planejar os seus próximos passos diante do ataque iminente dos telmarinos. Trumpnik, visivelmente preocupado com sua cara amiga Lúcia, a perguntou tristemente:

— Já não morreram muitos de nós?

— Nikabrik era meu amigo. - o texugo começou tristonho. - Mas ele perdeu a esperança...a rainha Lúcia não. Nem eu.

— Por Aslan. - Ripchip disse.

— Por Aslan. - um urso falou receoso. 

— Então irei com você. - Trumpnik afirmou. 

— Não. Precisamos de você aqui. - Lúcia ordenou gentilmente, acalmando o anão. 

— Temos que deter as tropas até Lúcia e Susana voltarem. - Leah pontuou, concordando com Pedro que acenou em agradecimento. 

— Se me permitem... - Caspian falou pela primeira vez, sendo atingido pelos olhares dos narnianos. Pedro deu aval para ele continuar a falar. - Miraz pode ser um tirano e assassino...mas como rei, ele deve seguir as tradições e expectativas de seu povo. Há uma em especial que pode nos dar algum tempo. 

Eles decidiram enviar Edmund como mensageiro até Miraz para relatar a proposta. Pedro iria combater ao fio da espada com Miraz até a morte de um deles, impedindo assim, o confronto entre as tropas. Edmund vestiu a sua armadura vermelha com o brasão da realeza: um leão dourado sobre duas patas e se encaminhou ao fim do caminho de pedra acompanhado de um gigante e o líder dos centauros.

— Ed! - uma voz feminina chamou-o.

O garoto se virou sorrindo, sabendo quem era a dona da voz. Lottie vinha correndo na direção dele, levantando a barra de seu vestido azul-claro. Quando chegou perto o suficiente dele, o agarrou pelo pescoço fortemente, fazendo Ed arfar com o gesto.

— Tenha cuidado. 

— Estarei mais do que protegido, Lottie. - sorriu docilmente. 

— Ainda quero ir com você. 

— Ainda não acho uma boa ideia. Você será mais útil aqui caso alguma coisa aconteça. 

Ele se referiu aos poderes da moça. Miraz poderia atacar a qualquer momento e Lottie seria de grande ajuda para os narnianos. Mas ela não estava convencida, não controlava os seus poderes, então não sabia se conseguiria ajudar alguém. Então,  Edmund beijou a mão dela delicadamente e sugeriu:

— Pense em como as pessoas irão se machucar se você não a ajudá-las. Pense que você pode me perder a qualquer momento para esses homens...o seu amor por nós que controla os seus poderes. Eu já percebi isso.

Ela olhou receosa, mas concordou, todas as vezes que explodiu em luz havia um motivo,  fosse os soldados se aproximando de seus amigos, fosse o perigo iminente se as tropas não fossem avisadas ou fosse a raiva por Edmund ter sido atacado. Todas as suas ações giravam em torno do amor. Ela sorriu e o puxou para um beijo longo e apaixonado, sem se importar com os olhares dos dois narnianos presentes. Depois de alguns minutos, ambos ouviram o som de uma garganta forçada em tosse e atribuíram ser do líder dos centauros. Eles romperam o beijo com pesar.

— Precisamos ir, Majestade. 

— Já estou indo.

Ele se despediu de Lottie com um beijo na testa e caminhou em direção as tropas de Miraz. A garota ficou observando até o garoto sair do seu campo de visão. 

Enquanto isso, Caspian ajudava Susana e Lúcia a subir em seu cavalo.

— Destro sempre me serviu bem. Estão em boas mãos. 

— Ou patas! - Lúcia pontuou divertidamente. Caspian sorriu para a garota. 

— Boa sorte. - desejou.

— Obrigada. - Susana respondeu em desdém. 

— Olha... - Caspian buscou a trompa de Susana em sua bolsa e a ergueu. - Já está na hora de você tê-la de volta.

— Não, fique com ela. Pode precisar me chamar outra vez. - ela sorriu e partiu. 

Quando as irmãs já estavam a uma certa distância do garoto, sendo assistidas pelas paredes de pedra do corredor, Lúcia zombou a Susana:

— " Pode precisar me chamar outra vez"?

— Oh, cale a boca! 

Pedro se arrumava em uma das alcovas da colina, a armadura metálica e o tecido cor de vinho o deixavam com a aparência de imponente, alguém que jamais seria derrotado. Leah se apoiou em uma das paredes, cruzando os braços. 

— Como está se sentindo? 

Pedro tomou um leve susto com a voz, mas a presença dela o acalmou quase ao mesmo tempo. Ele observou que ela vestia uma roupa parecida com a que usou para atacar o castelo de Miraz, porém estava revestida por algumas peças metálicas. 

— Pronto para o que virá. 

Ela sorriu, descruzando os braços e se aproximando dele. Os seus olhos azuis foram de encontro aos dele com intensidade como sempre fazia.

— Sabe que não precisa mentir para mim.

— Por que faz isso? Eu não estou mentindo! - disse com firmeza. 

— Sim, está!

— Como sabe tanto sobre mim se nos conhecemos há pouco tempo?

— Tudo o que preciso saber está nos seus olhos. Eu não preciso perguntar nada. Eles me dizem tudo! 

— É mesmo? E o que eles estão te dizendo agora?

— Que você está com medo. Medo de morrer e decepcionar aos que ama.

— Isso não é verdade! Estou preparado para morrer por meus súditos. Sou o Grande Rei Pedro, não tenho medo de nada! 

— Ah é? Então quem era aquele de algumas horas atrás que não conseguia parar de chorar nos meus ombros, huh? - ela gritou. 

— Eu sabia que não deveria ter dito nada a você!

— Se não fosse por mim, você estaria até agora encolhido naquela alcova sendo perseguido pela culpa!

— Se não fosse por você, a outra metade do meu exército estaria viva! - bradou.

Aquilo atingiu em cheio o peito de Leah, fazendo-a congelar no lugar onde estava. Ela olhou desapontada para ele que lhe devolveu em desafio. 

— O que eu fiz... - começou coma voz embargada. - Tudo o que fiz, foi por amar o meu tio. Amar a única pessoa que me acolheu depois que meus pais morreram! - bradou com uma lágrima escorrendo. 

— E eu não? Desde o começo tentei salvar as pessoas que eu amava! - a voz de Pedro também falhou, mas engoliu em seco.

— Não! Se tivesse agido assim desde o começo, teria percebido que continuar com a batalha mesmo tendo perdido tempo seria errado...

— Fique quieta. - ordenou entre dentes. 

— Mas não! Tudo o que fez foi por você! Sempre quis mostrar que não era mais criança, não é? 

— Mandei ficar quieta! - bradou, assustando Leah. Ela se aproximou dele em desafio. 

— Quem vai me fazer ficar quieta? 

Um vento frio percorreu a alcova, movimentando os cabelos loiros, agora curtos, de Leah. Pedro notou a dureza nos olhos dela, mas também a uniformidade de sua pele, os lábios cheios tão perto dos seus e a respiração ofegante.

— Eu vou.

Pedro a puxou firmemente pela cintura, roubando-lhe um beijo. Leah se debatia, tentando se livrar dos braços do garoto, ainda não tinha falado tudo o que queria. Ele não podia acusá-la daquela forma e querer se safar assim, mas... os seus lábios eram tão macios, o seu cheiro tão bom, os seus braços ao redor dela lhe traziam uma segurança que nunca pensou precisar. Antes de ela retribuir o beijo, Pedro se afastou bruscamente, rompendo o laço. 

Ambos estavam ofegantes, nos olhos havia fúria e em seus lábios ainda sentiam o gosto um do outro. Como Pedro podia ser tão bruto, tão teimoso, tão...lindo? Em um ato rápido, Leah puxou o garoto pelo tecido escuro e tomou os seus lábios em um beijo urgente. Pedro ficou surpreso com o gesto demorando alguns segundos para retribuir. 

— Leah... - disse entre os beijos.

— Cale a boca.

Pedro a cingiu pela cintura fortemente quando sua língua adentrou a boca dela, descobrindo um sabor diferente. Leah imitou o gesto de Pedro, desbravando curiosa a boca quente dele. Queriam ficar ali nos braços um do outro, onde podiam sentir paz, onde podiam ser eles mesmos, sem nenhuma responsabilidade ou preocupação. Porém o tempo se avançava e ambos começaram a perder o ar, afastando os lábios com relutância. 

— Não morra, por favor. - ela suplicou segurando o rosto dele. 

— Eu não sou imortal. Em algum momento da vida irei morrer. - sorriu e tentou salpicar um beijo na boca dela, mas ela recuou.

— Mas não será hoje... - ela intensificou o olhar. - Me promete. 

— Não posso...

— Me promete! - ordenou com firmeza. 

— Ok. Prometo. 

— Ótimo! Precisamos ir, já devem estar te procurando. - Leah puxou Pedro, porém ele continuou no mesmo lugar. - Vamos! 

— Quero outro beijo. - exigiu gentilmente. 

Leah sorriu e se aproximou dele a ponto de encostar o nariz e sentir sua respiração, mas quando ia tomar os seus lábios falou:

— Só terá outro quando voltar vivo pra mim.

— O que? Não. - reclamou frustrado. - Eu vou roubar de você. 

Pedro tentou pegar a garota, porém esta correu pelos corredores sendo seguida por Pedro. Eles riam feito crianças pelo túmulo de Aslan e só pararam quando viram Edmund parado na entrada da colina. O garoto estranhou o sorriso e a leveza do irmão já que há tempos não o via deste jeito. 

— Miraz concordou. - informou sério. 

— Ótimo. É a hora da batalha. 

Pedro seguiu o irmão pelo caminho de pedra. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Real" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.