Amor Real escrita por lovestories


Capítulo 11
Eu? Poderosa?


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam gostando da história até aqui.



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— Apenas uma gota do sangue de Adão e você me liberta. - a Feiticeira explicou docilmente.

— O que? Não! - Lottie gritou desesperada. 

— Então, eu serei sua, meu rei.

O lobo empurrou Caspian para perto da mulher e o pássaro horrendo cortou a palma de sua mão com uma faca bem afiada. À medida que o feitiço era realizado, a Feiticeira olhou para o lado, onde Lottie estava, fazendo esta se assustar. 

— Oh...a luz encarnada. Ouvi falar de você... e da sua irmã, o som encarnado. Tal poder concedido a duas crianças tão insensatas, mas tenha calma. Logo, logo, será a sua vez.

— Do que você está falando? Deixe-nos ir! - gritou chorosamente, tentando e não conseguindo se livrar da barreira de gelo que lhe cobria.

A Feiticeira não respondeu a garota, retornando a dar atenção a Caspian que estava com a mão estendida. A mulher estendeu sua mão lentamente, atravessando a parede de gelo. À medida que o feitiço era feito, Caspian sentiu um frio atingir a sua espinha seguido por uma onda de paz, fazendo-o parar de relutar e se entregar a situação. 

— Caspian! O que está fazendo? - Lottie gritou, mas o garoto estava em transe. 

— Pare! - uma voz grave surgiu das sombras do corredor. 

Lottie sorriu aliviada quando Pedro, Leah, Edmund, Lúcia e Trumpnik apareceram com suas espadas desembainhadas. Edmund notou a sua garota presa em uma barreira de gelo e correu para socorrê-la, porém o lobo apareceu para impedi-lo. Edmund foi lançado pelo ar, mas conseguiu ferir a perna do animal, tirando-lhe um uivo alto e sofrido. 

Leah lutava com o pássaro horrendo, enquanto Lúcia pegou Nikabrik por trás com seu punhal, porém o anão conseguiu se livrar e virar os  braços dela nas costas fazendo-a gritar. Trumpnik veio por trás dele e o apunhalou, levando o seu antigo amigo a cair no chão já inconsciente. 

Lottie tentava ao máximo quebrar a sua barreira, porém não tinha êxito. Para ser útil, tentou usar os seus poderes, mas ainda não os podia controlar. A Feiticeira viu o esforço da garota e disse:

— Parece que alguém está com problemas. 

Lottie olhou para frente e observou que Edmund ainda estava no chão. Ele ofegava, sem fôlego e sem forças para se levantar. O seu sangue e peito começaram a ferver, disparando um feixe de luz intenso no lobo que ainda o perseguia, imobilizando o animal. Edmund conseguiu se erguer e correu em direção aos pilares onde a parede de gelo foi erguida. 

Pedro afastou Caspian do círculo, empunhando a espada para a Feiticeira.

— Afaste-se dele! 

Ela recuou um pouco ao ver o garoto, porém sorriu lentamente de um modo doentio. 

— Pedro, querido... senti sua falta. - ela se inclinou novamente com a mão estendida. - Só uma gota...você sabe que não pode fazer isso sozinho. 

— Pedro! Não dê ouvidos a ela! - Leah gritou dando um golpe fatal no pássaro horrendo. 

Mas Pedro estava em transe e não conseguia ouvir a moça. O medo de perdê-lo foi tão grande que um grito ensurdecedor saiu de sua garganta, fazendo toda a caverna vibrar e a barreira de Lottie trincar. Pedro olhou confuso para o lado, mas um risco na parede de gelo bem na barriga da Feiticeira chamou a sua atenção. A mulher olhou confusa para si, até que todo gelo começou a trincar se estilhaçando no chão. Pedro cobriu o seu rosto em defesa, vendo em seguida o irmão entre os pilares com os braços erguidos empunhando uma espada. Ele ofegava e olhava sério para o irmão. 

— Eu sei. Você já resolveu. - Edmund disse e saiu em busca de Lottie. 

Com o desaparecimento da Feiticeira, Lottie estava liberta de sua barreira e caída no chão. Edmund a tomou nos braços e a levou para fora daquele ambiente. 

Pedro observou o olhar desapontado dos seus irmãos para ele, bem como de Leah. Caspian se encontrava do mesmo modo que Pedro, sendo queimado pelo olhar furioso de Susana que logo deixou o local. Os dois garotos se olharam em compreensão e perguntaram em suas mentes: o que faremos agora?

Edmund levou Lottie a um quarto improvisado, onde a cobriu com um cobertor para aliviar o seu tremor. 

— Você está bem? - ela perguntou já que o garoto havia se silenciado durante todo o trajeto. A pergunta pegou Edmund de surpresa. 

— Eu que tenho que perguntar se você está bem. - retrucou gentilmente, fazendo a garota sorrir. 

— Estou bem agora.

Edmund observou bem a garota, não acreditava que tudo aquilo estava acontecendo com ela, não merecia passar por isso. Ela era tão gentil e amorosa que não faria mal a uma mosca sem necessidade. Ao vê-la presa naquela barreira, seu coração doeu muito e se arrependeu de tê-la deixado sozinha. Quão irresponsável ele era! Se alguma coisa tivesse acontecido com ela... não aguentaria. 

Ele encarou os olhos azuis e brilhantes com intensidade, aproximando-se dela. Lottie arregalou os olhos com a proximidade, mas não se afastou, querendo que aquilo ocorresse tanto quanto ele. Edmund encostou o seu nariz no dela tomando coragem para fazer o que queria há tempos. Ele tomou os lábios de Lottie com delicadeza e esta, ao receber os lábios macios dele nos seus, levou alguns para retribuir, mas quando o fez não acreditou que estavam fazendo aquilo, quer dizer, ela tinha plena convicção de seu sentimento por ele, porém não tinha certeza quanto ao dele. Aquele beijo provava que ambos se amavam e que não iriam se separar tão cedo. O gesto foi encerrado tão rápido quanto começou, pois Edmund se afastou.

— Desculpe, Lottie...eu não...quer dizer... – ele começou confuso.

— Está tudo bem, Ed. A não ser que você não quisesse ter feito isso.

Lottie encarou os olhos castanhos dele pedindo uma resposta, já que aquele rompimento brusco do beijo havia acabado com suas certezas sobre os sentimentos dele. Edmund segurou a mão dela em seu peito com força e confessou:

— Eu quis fazer isso. Sabe por quê? – começou receoso. – Porque eu estou completa e perdidamente apaixonado por você, Lottie. – a garota apenas sorriu em resposta. – Mas se você não sente o mesmo, tudo bem, eu enten...

Lottie o puxou outra vez para um beijo apaixonado e totalmente entregue. Não acreditava que em meio aquele alvoroço algo de tão bom pudesse acontecer com ela, Edmund havia se tornado o seu melhor amigo, quem queria que estivesse ao seu lado pelo resto da vida. Havia se tornado o seu amor. Eles romperam o beijo devido à falta de fôlego, mas não se separaram.

— Estou mais do que aquecida agora. – Lottie confessou inocentemente.

Edmund riu alto da confissão da garota, a beijando rapidamente já se acostumando com os seus lábios. Eles ficaram um tempo se olhando com sorrisos bobos nos lábios, até que Lottie lembrou:

— Precisamos falar com o professor sobre a minha situação.

— O que a Feiticeira disse a você? – perguntou preocupado, já que esta o havia enganado uma vez.

— Disse que eu era a luz encarnada e que a minha irmã era o som encarnado...eu só tenho um irmão, Ed!

— Talvez ela se referisse a Leah. Você viu, ou melhor, ouviu o grito que ela deu? Aquilo não foi normal.

— O que eu acho estranho é ter uma profecia especialmente a mim. Não pertenço nem a esta terra!

— O professor deve saber de algo. Devido a esses problemas, nem tivemos tempo de perguntar se ele sabia de algo.

— Podemos ir agora! – sugeriu mais animada. – Preciso urgentemente saber.

— Claro.

Edmund ajudou a garota a se levantar, agarrando sua cintura, em seguida. Ela sorriu com o gesto, se aconchegando nele.

— Você irá comigo, não é?

— Ganharei outro beijo por isso? – perguntou maliciosamente.

— Isso se tornará um hábito para você, não?

— Com certeza!

Ambos chamaram Leah para ouvir as explicações do professor que disse basicamente que havia surgido uma lenda depois que os Pevensie foram embora. Ninguém sabia a sua origem, alguns diziam que as árvores contaram, outros que havia surgido do próprio Aslan, porém não afirmavam com certeza, apenas relatavam que um dia viriam duas filhas de Eva que ajudariam a resgatar Nárnia, uma deterá a luz e a outra, o som, mas que muitos tentariam detê-las, pois seriam muito poderosas. Se Edmund e os outros não tivessem aparecido, sabe se lá o que a Feiticeira faria com Lottie! Só de pensar nisto, um gélido arrepio percorreu a espinha de Edmund.

Leah ficou surpresa e confusa com aquilo, já que havia sido criada em Nárnia e Charlotte em outro mundo, como elas haviam sido separadas? Por que seus pais nunca falaram sobre uma irmã perdida? Por que aqueles seus poderes haviam se manifestado só agora? Várias perguntas surgiram na mente dela, fazendo-a querer gritar outra vez, mas não podia, não sem machucar as pessoas que considerava como família. Ela saiu correndo do local com as lágrimas molhando o seu rosto, chegando ao fim da colina, onde podia ver o campo aberto lá em baixo. Ela gritou tão forte que fez as tropas de Miraz se assustarem com o som histérico vindo de algum lugar, foi então que Leah percebeu que o Exército se aproximava para atacar. Ela correu para avisar aos outros.


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Notas finais do capítulo

Beijos!



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