Amor Real escrita por lovestories


Capítulo 10
Quem sou eu?


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem a leitura,queridos!



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Depois que todos haviam se acomodado novamente na colina. Leah perambulou pelo espaço para espairecer, encontrando uma alcova escura em um dos corredores de pedra, a loira foi mais fundo e avistou uma sombra no fim do corredor. Ela chegou mais perto, ouvindo um choro baixo e sofrido, então se aproximou o bastante para reconhecer a pessoa. 

— Você está bem? - indagou gentilmente. 

— Eles estão mortos... e por minha culpa. - Pedro confessou entre soluços. 

Leah se aproximou do garoto o suficiente para ver os olhos cativantes avermelhados, lágrimas pesadas molharem as suas bochechas e no rosto, uma culpa tão grande que fez o seu coração doer.

— Não foi culpa de ninguém. Todos erramos, inclusive eu.

Ela confessou se referindo ao que disse a Caspian, se não fosse por ela, ele jamais teria ido atrás de Miraz e todos aqueles narnianos estariam vivos agora.

— Mas você é uma simples telmarina, eu sou o Grande Rei de Nárnia...as minhas decisões erradas podem ser fatais. - disse com as mãos no rosto tentando esconder o seu lapso de desespero. 

— Mas também é um garoto. Um garoto suscetível a falhas, assim como Caspian. - explicou docilmente.

— Não queria ser.

Pedro abaixou a sua cabeça, lutando contra as lágrimas e o sentimento de culpa. Precisava ser forte por seus súditos, por seus irmãos, por ele mesmo. Leah notou que o garoto enfrentava uma guerra interna e, sem entender, o abraçou. Ele ficou surpreso com o gesto, porém se entregou àqueles braços com urgência.

Leah acariciava os cabelos de Pedro enquanto recebia um abraço apertado e lágrimas que molhavam as suas costas, mas ela não se importava. Pedro não conseguia parar de chorar, parecia que com ela, não precisava fingir, não precisava ser durão, não precisava ser o rei, apenas o bom e velho Pedro, um garoto que desejava defender os seus irmãos, os seus amigos e que faria de tudo para completar esta tarefa.

Leah sussurrava no ouvido dele palavras de incentivo, força e paz, algo que o garoto precisava. A loira não entendia nem sabia de onde havia tirado palavras para consolá-lo, apenas o fazia, como se as palavras saíssem sozinhas de sua boca. Ela só queria ajudá-lo e nem parecia que havia discutido com ele na frente de todos há pouco tempo.  

Eles perderam a noção do tempo, ali abraçados era aonde se sentiam confortáveis como há um bom tempo não sentiam. Pedro finalmente parou de chorar, ficando apenas a acariciar as costas de Leah, enquanto ela bagunçava os cabelos macios da nuca dele. Pedro, instintivamente, cheirou o pescoço da moça, inalando um aroma de macadâmia.

— Obrigado. - agradeceu num fio de voz. 

— Tudo bem... tenho que te pedir desculpas por ter gritado com você daquele jeito. 

— É incrível como há pouco estávamos brigando feito cão e gato e agora estamos nos braços um do outro. 

Leah riu, corando um pouco devido a escolha de palavras feita por ele. "Nos braços um do outro" indicava mais do que apenas amizade. Ela, então, encerrou o abraço, porém Pedro manteve sua cintura nas mãos, a cingindo de volta. Ambos se encararam como sempre faziam, mas diferentemente das outras vezes, não se olharam nos olhos e sim os lábios um do outro. Leah ofegava devido a proximidade, assim como Pedro, mas era perceptível em seus olhos que queriam que aquilo acontecesse. Ela fechou os olhos esperando os lábios de Pedro se colarem ao seus, mas os abriu outra vez quando não ocorreu. Pedro olhava para cima como se estivesse procurando algo.

— Está ouvindo isso? - perguntou preocupado. 

— Não... - respondeu frustrada. 

— Parece a voz de alguém que conheço... Vem comigo! - Pedro correu pelos corredores puxando a loira pela mão.

Enquanto Leah e Pedro se entendiam, Lottie passeava sozinha pelos corredores e ao encontrar uma alcova, soltou um grito a fim de lançar longe todos os sentimentos daquela noite horrenda, bem como desabafar sobre os seus poderes adquiridos. Ela olhou para suas mãos e continuou gritando:

— Por que isto está acontecendo comigo? 

No começo era tudo novo e excitante... mas agora era real e assustador. Ela já estava cansada de não entender sobre a sua estadia naquela terra, não sabia porque tinha aqueles poderes, não entendia como existia uma pessoa exatamente igual a ela neste mundo. Enquanto refletia sobre tudo isso, ouviu um baixo grunido vindo da escuridão do corredor. 

— Quem está aí? - indagou incapaz de ver alguém. 

— Alguém com as respostas que você necessita. - a voz ralhou. 

— Quais seriam? - continuou tentando enxergar quem estava ali.

— A luz que há dentro de você. 

— Como você sabe sobre isso? Nem Edmund foi capaz de dizer o que era!

— Há lendas, coisas que eles não irão lhe contar. Venha descobrir a verdade sobre o seu poder.

A garota relutou, pois se Ed soubesse sobre algo a respeito falaria para ela, porém pensou que se os reis e rainhas não sabiam de nada, então seria de grande utilidade descobrir o que era.

— Venha, siga a luz.

A loira seguiu a voz até o túmulo onde Aslan houvera sido sacrificado, encontrando alguém familiar. 

— Caspian? 

— Lottie... o que faz aqui? - o garoto pulou em surpresa. 

— Vim atrás de respostas.

Sua visão periférica permitiu que visse o anão, Nikabrik, se aproximar. 

— Você que me chamou aqui? 

— Não, eu sou apenas um mensageiro. Há um poder maior e antigo que vocês dois ainda não procuraram. Um que manteve até Aslan na baía por 100 anos. - informou com um sorriso perverso. 

Os dois se entreolharam confusos e se assustaram ao ouvir o som de um vento que se tornou um rosnado animal. Instintivamente, Lottie se aproximou de Caspian que desembainhou a sua espada, protegendo a garota. 

— Quem está aí? - ele gritou. 

Eles observaram uma figura encapuzada sair das sombras em uma das extremidades da sala.

— Tenho fome...tenho sede. - uma voz grave e rouca soou. - Posso jejuar por 100 anos e não morrer. 

Um lobisomem, como ambos o chamaram, apareceu assustando Lottie que desembainhou a sua espada ficando de costas para as costas de Caspian, assim poderiam proteger um ao outro. Eles observaram outra criatura surgir das sombras. 

— Posso dormir 100 noites no gelo e não morrer. 

A criatura nova se revelou como um pássaro horrendo com um bico cortado na ponta. 

— Posso beber um rio de sangue e não irromper.... mostre-me os seus inimigos! 

O lobo gruniu, arrancando o capuz para mostrar todo o seu rosto. Lottie percebeu Caspian estremecer ao seu lado quando as duas criaturas começaram a se aproximar deles.

— O que você odeia, nós odiamos também. Ninguém odeia melhor do que nós. 

Caspian abaixou a sua espada lentamente. Leah olhou para ele com incredulidade...será que ele estava considerando aquilo?

— Você pode...garantir a morte de Miraz?

— E mais.

— Então por que estou aqui? - Lottie indagou, já que todo o discurso estava direcionado aos problemas de Caspian.

— Conhecemos maneiras de angariar as respostas que você procura. A luz interna que você não consegue controlar. 

— Foi você que projetou aquela luz? - Caspian perguntou surpreso. 

— Parece. - respondeu se encolhendo. 

Caspian assentiu sem dizer uma palavra a ela e um ritual começou a ser realizado. O pássaro falou em uma língua antiga palavras de um rito, enquanto o lobo fazia um círculo com suas garras ao redor deles. Quando o círculo foi formado, a fera tirou uma varinha do casaco e a fincou no chão, erguendo em seguida uma parede de gelo. Eles observaram com horror a parede de gelo ser construída e a imagem de uma pessoa surgir nela que ambos já haviam ouvido falar.

 Leah arregalou os olhos ao perceber que estava presa até a cintura por gelo.

— Caspian! - a garota o libertou de uma espécie de transe. 

— Espere, isso não é o que eu queria. - confessou timidamente se afastando do círculo a fim de ajudar Lottie.

Porém o lobo o agarrou por trás, fazendo-o estender a sua mão à mulher na parede de gelo.

— Apenas uma gota do sangue de Adão e você me liberta. - a Feiticeira explicou docilmente.

— O que? Não! - Lottie gritou desesperada.


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Notas finais do capítulo

Beijos!



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