Amizade Improvável escrita por Hi Aniki


Capítulo 4
Uma Ruiva Intrometida.


Notas iniciais do capítulo

Eu acho que esse capítulo ficou um pouco maior que o outro :p
Acabei de terminá-lo e queria postar ele logo hoje para poder escrever o capítulo da minha fic Klance.
Espero que gostem desse capítulo :3
Se quiserem dar ideias para capítulos futuros, sintam-se a vontade ^-^
Boa leitura



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Gintoki e Hijikata não tinham tanta privacidade em seu relacionamento quanto queriam, visto que casais “normais” o tinham. No Japão, ainda estava meio “errado e promíscuo” o relacionamento entre pessoas do mesmo gênero, eram olhados de forma torta e alguns sofriam preconceito pesado, com direito á espancamento; até as okamas eram vistas de forma ruim, como se o que eles faziam fosse meramente para divertimento dos outros e não porque queriam. Gintoki e Hijikata queriam deixar seu relacionamento o mais discreto possível – por muito provável que não iria pegar bem para o vice-comandante do Shinsengumi ser visto em um relacionamento com outro homem; mas por vezes, eles sentiam uma leve inveja de casais héteros, que andavam de mãos dadas, braços enroscados e beijos e demonstrações de afeto em público e ninguém estaria olhando torto ou iria reclamar com eles.Por tais razões que eles davam tanta importância para os momentos em que eles estavam fora da vista dos outros e podiam demonstrar seu amor um pelo outro – apesar de que eles eram mais reservados e não saíam se agarrando pelos cantos. Beijos suaves em algum lugar do rosto quando se encontravam na casa do prateado, mãos dadas ou pernas enroscadas de forma discreta quando sentados próximos em algum bar ou afins, singelos abraços em uma despedida, carinhos no cabelo quando Hijikata estava cansado do trabalho e deitava no colo do namorado...Ninguém que sabia do relacionamento dos dois poderia dizer que eles eram chamativos e melosos, então estava tudo bem...

Até que Kagura começou á interferir nisso. As vezes ela fazia por acaso, sem intenção nenhuma de atrapalhar e na inocência; outras vezes, ela parecia fazer de propósito, pra ver até que ponto ela tirava os samurais do sério. Em especial Gintoki, já que nesses momentos, ela se mostrava muito melosa e carente de Hijikata, fazendo o mesmo dizer que o vice-chefe chegava a passar mais tempo com a menina do que com ele – o que não era verdade nem mentira, mas ele se sentia excluído e deixado de lado. O pior era durante a noite, quando eles usavam esse tempo – na qual Kagura, Shinpachi e os outros estariam dormindo – para se amarem e ficarem mais juntos, desfrutando de um momento só deles, quase sempre em hotéis, mas já teve vezes em que Hijikata os levou para uma base de espionagem do Shinsengumi para não terem de arcar com dinheiro ou de serem pegos. Mas teve uma noite em que foi absolutamente frustrante.

Uma vez, Gintoki e Hijikata beberam demais e foram se arrastando um nos braços do outro em direção ao Yorozuya – Kagura havia ido dormir na casa dos Shimura naquela noite, então eles iam aproveitar para fazer sexo, já que não era sempre que tinham essa oportunidade. Fazer amor em um lugar em que eles já conheciam bem era mais confortável, igual aquela sensação quando você caga fora de casa e quando você caga em casa, não é a mesma coisa. Chegando nas escadas, eles quase iam de cara no chão de tão tontos que estavam; abrir a porta também custou esforço e eles simplesmente despencaram no chão de pedra da entrada quando a porta se abriu, isso tudo aos beijos e carícias. A porta foi fechada – e não trancada – e eles já iam despindo um ao outro, tudo de forma afobada e atrapalhada, rindo por causa do quão bêbados eles estavam. Até aí tudo bem, não tinha problema nenhum; eles iam foder em cima da mesinha de centro da sala mesmo e que Gintoki a limpasse pela manhã – fazer sexo no futon ou no sofá era melhor, mas nenhum deles estava com paciência para ir para o quarto e Gintoki odiava fazer no sofá pelo fato de que quem limparia o mesmo no final seria ele e aquilo era uma desgraça. E então, logo nas preliminares, o telefone toca, assustando ambos e fazendo Gintoki dar um chute bem nas costelas de Hijikata pelo susto. O prateado se levantou e foi atender o maldito telefone que lhe dava dor de cabeça pelo barulho. O pior foi ter ouvido Kagura dizer “ Esqueci uma coisa aí Gin-chan, já estou na escada, então abra a porta para mim aru ”. A primeira coisa que o ex-samurai fez foi largar o telefone e puxar o namorado quase pelos cabelos pra dentro da primeira porta que estava perto – sendo essa o quartinho para guardar produtos de limpeza, ou seja, era um puta dum lugar apertado - quando ouviu a maçaneta virar. Vejam bem, dois homens em torno de seus 30 anos, pelados, suados, excitados e bêbados em plena sala de estar não era exatamente uma visão que uma menina de 14 anos deveria ter no meio da noite. Mas que diabos ela esqueceu e teve de ir buscar na casa de Gintoki ÁS 3 HORAS DA MADRUGADA?

Já dentro do quartinho, os homens estavam espremidos de frente naquele cômodo, em puro silêncio. Hijikata não tinha entendido nada do que estava se passando e ainda estava com dor na costela, mas ao ouvir passos na sala e a voz de Kagura chamando pelo prateado, ele amaldiçoou aquela garota pelas próximas 3 gerações dela. Depois de uns 5 minutos, ela pareceu ir embora, mas nãos em antes dizer uma das coisas que, naquele momento, mataram os samurais de vergonha:

— Vocês deveriam tomar vergonha na cara e não serem escandalosos quando forem fazer essas coisas homos. Roupas espalhadas pelo chão? Sério? Vocês imaginam que visão terrível meus olhinhos teriam se eu pegasse vocês f*dendo? Francamente, vocês não tem jeito aru~ - A amanto disse de forma extremamente cínica e debochada. Okita realmente era uma má influência, pois aquilo era o tipo de coisa que ele falaria.

Vermelho nem era mais a cor no rosto dos homens, já estava para um azul, ou roxo, não dava para dizer direito, estava escuro. Se eles broxaram? Na hora. Até a vontade de fazer sexo morreu naquele momento, o que era ruim, porque já fazia três semanas desde a última vez – porque se dependesse de ambos, fariam á cada dois dias pelo menos. A abstinência era pior para Sakata, já que, como ele vivia vagabundeando por aí, ele ficava morrendo de tédio mais rápido, sem muitas coisas para lhe ocupar a cabeça – fora os novos volumes da Jump ou o pachinko. Já Hijikata vivia trabalhando, então era só durante á noite que sua mente relaxava, ou seja, ele não tinha tanto tempo para ficar pensando em coisas, no momento, desnecessárias.

Por causa do trabalho do moreno – e vez ou outra do prateado – eles ficavam sem se ver realmente por um tempo – tirando os encontros por acaso que vivem rolando; e ainda dizem que esse casal não é cannon. E quando Gintoki via a oportunidade de passar tempo com SEU NAMORADO ele tentava ao máximo aproveitar o tempo que tinham, mas uma criatura de cabelos vermelhos estava fazendo o favor de atrapalhar esses momentos. Depois daquele dia – vulgo a parte citada agora pouco – ela parecia mais disposta á ficar entre os dois. Ela praticamente não largava Hijikata, e o pior era quando ela o chamava de “Toushi”. C@ralh*, nem mesmo Gintoki o chamava de Toushi – tirando em certos momentos mais picantes ou quando ele queria seduzir o samurai, mas ela o chamava de forma casual e cantada, falando com uma voz de criança mimada e apesar de ser fofa, era irritante.

Fala sério né? Kagura já roubava sua comida, seu dinheiro e agora queria roubar seu namorado? Mas nem f*dendo que Sakata Gintoki, o antigo “Shiroyasha”, líder da Yorozuya ia perder para uma amanto de apenas 14 anos. Mas como combater uma alienígena que quebra paredes com um soco normal? Porque, né, ela é do clã Yato, e quando entra no modo “assassino”, socorro. Mas ele tentaria; tinha Shinpachi do seu lado, meio que forçado, mas tinha, então não tinha nada á temer. Ou tinha, já que onde Kagura ia, Sadaharu estava com ela. E cá entre nós, Sadaharu era Deus perto dos outros.

Mas Gintoki tinha um plano. Agora era só esperar pelo momento certo de o por em ação...

 

 

~*~*~*~ 

 

 

Esse dia chegou em um sábado. Gintoki e Hijikata haviam combinado de se encontrarem para “conversarem sobre uma investigação na qual o prateado tinha informações valiosas sobre o esconderijo de um pequeno grupo de marginais”. Em outras palavras, eles iam ter um encontro com a desculpa que era apenas trabalho. E claro, como se tratavam da melhor e mais romântica forma que duas pessoas podem se tratar, ninguém iria desconfiar de nada. O problema foi: Kagura os seguiu e se sentou ao lado do vice-chefe na lanchonete. Hijikata era tão mole e gentil com ela que Gintoki não tinha mais ciúmes – pois ele era daquela forma consigo também quando dava, ou seja, sem pessoas os vendo – e sim raiva, pois ele poderia apenas dar um “chega pra lá” mas não o fazia. Ele dizia que ela era apenas uma criança longe dos pais e que tinha poucos amigos, então ser legal com ela era o mínimo. Mas sair pagando edições da Jump pro namorado ele não quer né?

Kagura estava com o corpo encostado no moreno, com seus braços juntos, ela só faltava sentar no colo dele como se fosse uma criança de 3 anos sentando no colo do Papai Noel – olha, isso até que não era má ideia...Enfim. Ela olhava o cardápio junto ao policial, que olhava para o prateado por cima do papel plastificado com uma cara de ‘foi mal’. Gintoki apenas sorria forçado e mandou uma mensagem para Shinpachi. Estava na hora de colocar o plano em prática. E qual era o plano? Bem simples: Shinpachi iria aparecer na lanchonete e falar para Kagura que tinha uma loja com uma competição de quem comia mais, e quando eles fossem para a tal loja – na qual era verdadeira, ou alguém iria apanhar por tal mentira – Gintoki ia “sequestrar” Hijikata e o levar para algum lugar bem longe de Kagura, quem nem Sadaharu iria conseguir localizar seu cheiro.

Depois de uns 10 minutos, depois que as batatas-fritas e os sundaes dos três chegaram, Shinpachi apareceu na lanchonete como quem não queria nada e se sentou ao lado do se chefe, iniciando uma conversa banal com Hijikata sobre algo chato, até que olhou para a menina e falou sobre a competição de comida, que quem ganhasse iria ganhar um prêmio de cup-noodles de graça por uns 3 meses. Mais do que óbvio que Kagura não recusou a oferta e devorou sua comida e puxou o vice-chefe pelo braço para fora, sendo acompanhada pelos outros Yorozuyas. Agora era só esperar ela soltar o braço de Hijikata que Gintoki o levaria para puta que pariu. Mas pelo destino, ela não o soltou até chegarem na loja. A carranca no rosto de Gintoki ao ver que seu plano foi parcialmente frustado era nítida, fazendo Kagura soltar um “Gin-chan, você tá com dor de barriga? Precisa cagar?” bem audível para todo mundo por perto. Vergonha já nem se encaixava mais na descrição que Sakata sentiu no momento.

E seu namorado ainda por cima riu da sua cara, tentando disfarçar que havia sido uma tosse por causa do cigarro. E para seu azar, por Kagura ser menor de idade, alguém teria de assinar uma permissão para a mesma participar e ficar com ela. Gintoki não era legal e oficialmente seu responsável, então essa responsabilidade ficou á cargo do vice-comandante do Shinsengumi. Agora sim seus planos haviam ido por água baixo. No final de tudo, eles assistiram a competição, Kagura foi, obviamente, a vencedora e ganhou 3 meses de cup-noodles de graça – pelos menos algo bom veio com a desgraça de ter um plano frustrado daquela forma e ainda envergonhado. Enquanto voltavam para casa, o prateado estava com uma cara deprimida, e a amanto ainda estava agarrada em seu namorado.

— O que foi Gin-chan? Ainda está com dor de barriga aru? – O sorriso cínico no rosto dela indicava que a mesma já sabia do plano. Sadaharu latiu alegre atrás deles.

— Você é malvada Kagura. Sabia que hoje eu e o Oogushi-kun íamos “discutir sobre as informações” e você me rouba ele o dia todo. Isso não é coisa que se faz com o cara que te dá um lugar para dormir. – Ele dizia com uma voz chorosa falsificada.

— Quem você está chamando de Oogushi-kun? – O moreno perguntou com a testa franzida. Não gostava muito daquele apelido, mas não ia realmente brigar por ele.

— Não se preocupe Gin-san, isso vai passar...um dia...eu acho – Shinpachi tentou, de forma inútil, consolar o prateado. Gintoki apenas suspirou derrotado.

Hijikata então se soltou do abraço de Kagura em seu braço e se inclinou para perto do namorado e cochichou algo em seu ouvido que fez o ex-samurai arregalar os olhos e o olhar incrédulo e vermelho, gaguejando e tentando processar o que o moreno havia lhe dito. O vice-comandante apenas deu de ombros e voltou para perto da ruiva, que perguntava o que ele havia dito para o Gin-chan. Shinpachi também perguntou para o prateado o que Toushi havia lhe dito, mas nenhum dos dois deu uma resposta. Hijikata por falar que era segredo e Sakata por não conseguir nem formular uma frase direito e andar sem tropeçar.

Depois daquela frase, Gintoki não reclamou do grude de Kagura em seu bofe, nem mesmo quando, durante a janta na casa dos Shimura, ela deu comida na boca do mesmo. Sakata estava com uma cara suave e sonhadora, nem prestava tanta atenção no que diziam para si. Quando todos iam embora, Kagura decidiu ficar para dormir na casa de Tae mesmo, e que, sabendo que Hijikata teria uma ronda da madrugada, não iria poder ficar com Gin-chan. Os homens se despediram dos outros e foram embora.

Na manhã seguinte, Gintoki estava com a maior cara de satisfação e, apesar de estar esgotado, estava feliz. Nem é preciso dizer o que rolou na noite passada, né? Kagura até ficou meio encucada com aquela reviravolta, pois tinha certeza que eles não iam fazer coisas homos por causa do trabalho do policial; aparentemente se enganou. Mas tudo bem, ela poderia usar de outros meios pra se divertir ao se meter no namoro dos dois. Porque ela faz isso? Porque é engraçado, tem outro motivo?

 

 


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Notas finais do capítulo

Prévia:
Por que se Kagura pode ser intrometida nos relacionamentos alheios, Okita também podia fazer isso, só que pior, já que iaa se meter na amizade de Hijikata e Kagura. Se vai dar briga? Claro; só não se sabe quem vai se machucar fisicamente no final.
Desculpem por qualquer erro :3
Até o próximo capítulo *3*



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