Uma Chance para Reconciliação escrita por cellisia


Capítulo 3
Capítulo 3




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Os dias continuaram a se passar. A rotina era sempre a mesma: Sasuke preparava suas refeições, ajudava-a com as necessidades básicas e aturava suas mudanças de humor.

Em alguns dias Sakura estava afiada como uma faca. Tratava-o tão mal, com tanta ingratidão, que qualquer pessoa no lugar dele já teria desistido. Já em outros dias ela era tão meiga e fofa que ele tinha que se controlar pra não apertar-lhe as bochechas e abraçá-la. Por sorte ele já estava acostumado à todas as mudanças de humor dela, então conseguia contornar a tudo com muita facilidade.

Uma semana havia se passado. Mais um dia estava começando na nova semana.

Sasuke, como sempre, levantou, fez sua higiene matinal e foi até o quarto de Sakura.

— Hoje você parece tão disposta. – Falou ele, entrando no quarto. Sakura estava com o semblante alegre, o que o deixou bastante feliz – Bom dia!

— Bom dia – Ela cumprimentou com a voz baixa.

— Vou preparar o café. Quer comer algo em especial?

Ela balançou a cabeça em negativa. Ele assentiu, arrumou os travesseiros dela e desceu. Pouco tempo depois, voltou com a costumeira bandeja. Colocou-a na cama e assentou-se na cadeira ao seu lado.

Dessa vez a refeição era uma tigela de cereal, suco de maracujá e bolinho recheado de anko.

— Bolinhos de anko! – Ela exclamou assim que viu a iguaria.

Uma das comidas favoritas de Sakura sempre for bolinhos recheados com anko, mas houve uma época, quando ainda estavam juntos, em que ela comia aquilo sem parar dia e noite. Havia vezes em que Sasuke comprava uma quantidade estrondosa de ingredientes de uma só vez. Chegaram até mesmo a pensar que ela estivesse grávida.

Sasuke sorriu vendo-a se degustar com seus bolinhos.

— Sasuke... – Ela repentinamente o chamou – Será que... Se puder... Hoje você pode me levar pra caminhar? É que eu queria sentir um ar diferente... Não precisa ser longe, pode ser aqui na calçada mesmo. Só empurrar a minha cadeira... Se puder, por favor...

Ele arregalou os olhos levemente. Sakura ficava tão graciosa quando estava envergonhada que ele quase a apertou.

— Mas é claro que sim, Sakura – ele lhe sorriu de maneira prestativa.

Vendo o sorriso dele, ela não se conteve em lhe sorrir de volta.

*****

Os braços de Sakura haviam melhorado. Agora apenas as cicatrizes eram perceptíveis. Até mesmo o calombo em sua testa e os machucados em seu rosto haviam sumido.

Suas costelas ainda não estavam completamente boas, mas haviam melhorado bastante desde que recebera alta. As pernas eram ainda o principal problema.

Sakura vestiu uma blusa vermelha e ele lhe ajudou a vestir a saia. Ela sempre adorou vermelho.

Já ele, vestiu um conjunto qualquer preto, estava sempre vestido de preto.

Desceu com a cadeira e logo em seguida desceu com ela nos braços.

Deixaram a casa e ficaram rodando pela vizinhança. Sasuke empurrava a cadeira devagar, de modo que ela pudesse aproveitar mais.

Sakura parecia uma criança capaz de enxergar pela primeira vez. Olhava a tudo, ria de coisas simples. Pelo visto, aquela semana em que ficara presa à cama a havia angustiado bastante.

— Ei, pode me levar ali? – Sakura apontou para uma banca de revistas que estava do outro lado da rua – Por favor...

— Uhum – Sasuke assentiu, empurrando a cadeira calmamente.

Ele não tinha pressa, não tinha interesse em nada em específico da banca, então a deixou bem à vontade.

Por algum motivo, Sakura havia se interessado por revistas de tricô e crochê. Sasuke então comprou as que ela havia escolhido (Sakura, é claro, deu um chilique dizendo que iria pagar, mas ele não deixou).

— Você sempre gostou de trabalhos manuais, mas eu não sabia que gostava desse tipo específico de hobby – Comentou ele empurrando a cadeira para nenhum lugar em particular.

— Bem, na verdade, eu nunca havia pensado nisso – ela murmurou distraidamente enquanto folheava as revistas –, mas em uma daquelas revistas que você me deu tinha um suéter tão bonito... Tive vontade de aprender a tricotar um. É bom que vai me manter distraída também.

— Oh, tem razão. E você tem o material para isso?

Sakura balançou negativamente a cabeça.

— Então vamos comprar agora.

— Ei... Não se incomode com isso... – Pediu ela timidamente.

— Deixe de besteira.

Sasuke então a levou até uma lojinha de aviamentos que havia ali perto. Sakura não entendia nada daquilo, ele tampouco. Ficou sentado num banquinho enquanto uma funcionária muito simpática a auxiliava.

Novamente ele pagou, e novamente ela deu chilique.

— Você tem que me deixar pagar por minhas próprias coisas. Você não tem mais nenhuma obrigação comigo, não precisa ficar bancando o cavalheiro – Comentou ela com certa irritação na voz.

Sasuke suspirou, se limitando a revirar os olhos.

— Veja isso como um presente de amigos, Sakura. Dói tanto assim o seu orgulho?

— Não, é que... – Ela murmurou emburrada e ligeiramente envergonhada abraçando o pacote que tinha em mãos. Logo em seguida sussurrou com a voz mais branda –: Obrigada...

— Não foi nada. – Ele riu – Quer ir em mais algum lugar?

A princípio ela ficou em silêncio, até que viu um estabelecimento na esquina.

— À feira. E eu pago dessa vez.

*****

Sakura estava realmente animada quando se propôs a pagar o lanche. Qualquer um que conhecesse Sasuke sabia de seu vício por onigiris e tomates. Se oferecer para pagar era sinônimo de pobreza instantânea.

Mas ele fora comportado. Escolheu apenas um prato com cinco bolinhos de arroz e tomates de acompanhamento. Sakura não quis comer nada.

Deixaram então a loja. Sasuke empurrou a cadeira até o parque que havia ali próximo.

Encostou a cadeira dela próxima a um banco e se assentou ao seu lado. Ficaram em silêncio aproveitando a brisa enquanto Sasuke aproveitava seus bolinhos.

Havia algumas crianças brincando na grama, algumas mães empurrando carrinhos de seus bebês, pessoas caminhando por ali.

Repentinamente Sakura virou-se para ele:

— Obrigada, Sasuke. O dia não poderia ter sido melhor.

Ele, que mastigava distraidamente, deteve-se olhando-a estupefato. Não esperava aquilo tão de repente.

— Não foi nada – Ele exibiu um sorriso de canto.

E então, de forma ainda mais inesperada, ela lhe estendeu a mão. Ele piscou por alguns instantes como se tentasse entender o que acontecia e então retribuiu o gesto, segurando a mão que ela lhe estendera.

Eles provavelmente não viram quando, naquele momento, Karin passava do outro lado da rua.

O que havia demais em darem as mãos, afinal? Gesto tão inocente. Mas uma mulher com ciúmes era algo realmente perigoso. Ela então saiu dali bufando de raiva.

Ficaram ali por mais algum tempo. O estômago dela começou então a roncar e acabaram por almoçar num restaurante ali perto.

Chegaram em casa por volta de 14h20. O semblante de Sakura estava bem desanimado, ela parecia bastante cansada.

Ele então a carregou para cima e no instante em que a colocou na cama, ela caiu no sono. Com certo receio ergueu a mão e lentamente lhe afagou os cabelos e sorriu. Pela primeira vez, desde que a vira naquele dia no hospital, permitiu-se tocá-la.

Logo em seguida deixou o quarto.

*****

Por volta de 19h00, Sakura acordou. Ela queria começar a tricotar, mas ele havia deixado suas coisas distante da cama. Tentou então alcançá-las, mas tudo o que conseguiu foi derrubar suas malas no chão.

Sasuke, que estava na cozinha adiantando o jantar, ao ouvir o barulho vindo do andar de cima, largou tudo o que estava fazendo e subiu correndo.

Tudo que encontrou foi uma Sakura com cara de quem é pego em flagrante e muitas roupas espalhadas pelo chão. Sasuke tinha um ar tão preocupado que a deixou se sentindo mal.

— Eu achei que você tivesse caído no chão – Falou ele, recolhendo algumas coisas que ela derrubara.

— Eu apenas queria alcançar minhas coisas de tricô...

— Devia ter me gritado, eu pegaria pra você.

— Vou me lembrar disso da próxima vez – Murmurou ela com certa dureza na voz.

Ele suspirou, pegando as agulhas e as lãs, entregando-lhe em seguida.

— Eu estou fazendo o jantar. Já está com fome?

Sasuke nem esperou que ela respondesse. Lembrou-se que largara tudo no fogo, então desceu correndo.

*****

Cerca de meia hora depois, ele voltou com o jantar. Sakura estava tão compenetrada no novo hobby que nem o viu entrar no quarto.

— Aqui está seu jantar, Sakura – Falou Sasuke, apoiando a bandeja na cama e assentando-se na cadeira.

— Obrigada – Murmurou ela sem tirar os olhos do que estava fazendo.

Ele ficou em silêncio, apenas observando-a. Para quem havia acabado de aprender, Sakura já tinha pegado o jeito. Seus dedos se moviam com bastante agilidade e destreza. Mas, na verdade, ela sempre fora muito habilidosa com trabalhos manuais, então Sasuke nem se surpreendeu muito.

Cerca de dez minutos depois ela se cansou e colocou tudo de lado. Pegou o garfo e o espetou no bolinho de bacalhau que havia em seu prato.

— Amanhã é sua consulta com a fisioterapeuta. – Falou ele, quebrando o silêncio – Vou te acordar um pouco mais cedo, ok?

Sakura balançou a cabeça em afirmativa e espetou outro bolinho.

— Uau, isso está muito bom! Acho que nunca comi tão bem como estou comendo esses dias em que estou ficando aqui.

— Fico feliz que tenha gostado – Disse Sasuke, rindo para ela.

Ela então terminou o jantar, ele recolheu tudo e levou para cozinha. Voltou instantes depois e a ajudou com o banho.

— Eu não pretendo dormir agora. – Disse Sakura, assim que terminou de pentear o cabelo molhado, pegando o tricô logo em seguida – Se importa em deixar a luz acessa?

— Tudo bem. – Sasuke estava recolhendo as roupas sujas que ela largara jogadas no chão – Deseja algo mais?

Sakura mordeu o lábio inferior, mas por fim falou:

— Pode me dar algo para dor? Minhas pernas estão me matando.

Ele sorriu de canto e balançou a cabeça em afirmativa.

*****

No dia seguinte, por volta de 06h30, ele acordou. Sakura tinha uma consulta às 08h30, então calculou que aquele tempo seria o suficiente para se aprontarem e saírem.

Fez sua higiene matinal e desceu para a cozinha, deixando a cafeteira e a torradeira fazendo seu trabalho. Tornou a subir, indo até Sakura.

Ela tinha o semblante tão tranquilo. Sasuke realmente adorava vê-la dormindo.

— Meu Deus, como você pode ser tão sem juízo? – Sussurrou ele, pegando as agulhas e lãs que ela deixara sobre a barriga – E se isso te perfurasse? Eu não iria saber e nem teria tempo de te ajudar.

Colocou tudo na cadeira e a sacudiu levemente.

— Ei, Sakura, está na hora de acordar.

Sakura sequer se mexeu. Ele tornou a sacudi-la e ela se limitou a murmurar palavras desconexas.

— Sakura, se você não levantar agora, vou jogar água no seu rosto. Estou segurando um copo cheio. 3, 2, 1...

— Nem se atreva! – Ela grunhiu apertando-lhe o braço. Até que notou que ele não segurava copo nenhum e o soltou.

Ele apenas ria enquanto a observava bufar.

— Não adianta ficar brava comigo. Eu avisei que iria te chamar cedo, a culpa é sua por dormir tarde. É o troco da cama.

— Pare de me amolar – Ela murmurou, erguendo o corpo, de forma que ficasse sentada.

Ele a ajudou a fazer sua higiene e a se vestir. Em seguida pegou a cadeira de rodas e a levou pra baixo. Aproveitou para tirar as torradas.

Voltou e pegou Sakura nos braços, levando-a para cozinha, acomodando-a em uma cadeira próxima ao balcão.

— O que você quer de acompanhamento para as torradas? – Perguntou Sasuke, parado ao fogão, segurando uma colher de pau.

Sakura o observava e repentinamente se lembrou de uma vez, pouco depois de se casarem, em que ele estava naquela mesma posição, fritando uma omelete. Ela chegou por trás dele beijando-lhe as costas. Por fim, acabaram fazendo amor no chão da cozinha. A omelete, é claro, pegou fogo, mas nem se importaram em limpar depois.

— Ei! – Ele bateu a colher na frigideira, chamando-lhe a atenção.

Sakura sacudiu a cabeça, espantado aquela lembrança, e pediu bacon.

****

Terminado o café, eles saíram. Sasuke guardou a cadeira no carro e a acomodou no banco do passageiro, indo para o lado do motorista em seguida.

O trajeto se seguiu, em sua maior parte, em silêncio, mas não era um silêncio incômodo como na noite em que ele a buscara no hospital. Era um silêncio... Confortável.

Sakura havia levado seu material de tricô, então trabalhou nele durante o trajeto.

— Você está se empenhando bastante nisso – Comentou ele assim que parou em um semáforo, observando-a.

— Sim, acho que estou pegando o jeito. – Ela respondeu sem tirar os olhos do tricô – Mas isso não é um suéter. Ainda não. Estou tentando algo mais simples, apenas para treino.

— O que está fazendo? – Sasuke perguntou já esperando uma má resposta. A qual não veio.

— Um gorro – Ela sorriu minimamente para ele, voltando sua atenção ao tricô logo em seguida.

*****

Ele parou no estacionamento do prédio. Era um prédio simples, de apenas dois andares, voltado especialmente para a área de fisioterapia.

Tirou-a do carro e a colocou na cadeira, empurrando-a para dentro. Ao menos Sasuke tinha certeza de uma coisa: ele iria ganhar muita força nos braços ao término de tudo aquilo.

Parados na sala de espera, Sakura continuava seu tricô, já ele folheava tediosamente uma revista qualquer. A vez dela de ser atendida então chegou e ele a levou à sala designada. No entanto, foi barrado na porta.

— Eu não quero que você entre – Sakura murmurou de cabeça baixa. Ela não falava com ninguém em particular, mas Sasuke sabia que era para ele.

— Mas... – Ele tentou contestar.

— Eu não quero! – Ela tornou a murmurar, dessa vez tinha a voz trêmula, como se segurasse o choro.

Sasuke suspirou, ligeiramente frustrado, mas assentiu. A enfermeira que aguardava à porta tomou o lugar dele na tarefa de empurrar a cadeira e fechou a porta da sala atrás de si.

******

Sasuke ficou cerca de uma hora ali, esperando. Até pensou em ligar para Karin, mas ainda estava cedo, então preferiu não incomodar.

Ele estava a ponto de deitar e dormir nas cadeiras de espera quando a porta do consultório abriu. A fisioterapeuta apareceu primeiro, indo até Sasuke, e logo em seguida, a enfermeira passou pela porta empurrando Sakura.

— Olá. – Cumprimentou a fisioterapeuta – Não tivemos chance de nos falar antes. Eu sou a Tsunade, a fisioterapeuta da Sakura. Você é o companheiro dela?

— Eu sou Sasuke. Hm... – Sasuke hesitou uns segundos – Sim, ela é minha esposa.

Desde que se separaram ele sempre ficava meio indeciso quando alguém perguntava sobre sua relação com Sakura. Mas decidiu parar de pensar no assunto. Eles não moravam mais juntos, mas legalmente ainda eram marido e mulher. Fim de papo.

— Sakura é uma mulher forte. – Falou Tsunade – Hoje foi nossa primeira sessão e já consegui perceber a intensa vontade dela de voltar a andar. Se ela continuar se empenhando assim, em dois meses ou menos, já vai estar andando.

— Oh, isso é ótimo!

— Sim, mas... Ela me disse que tem sentido dores nas pernas, o que é normal, claro, mas já quero te deixar de sobreaviso que essas dores vão continuar. E pior: elas vão vir com mais intensidade.

*****

O trajeto de volta novamente fora feito em silêncio. Sakura mantinha o rosto virado para a janela, de forma que não precisasse encará-lo.

Sasuke mantinha a atenção na estrada, mas vez ou outra lhe dirigia o olhar. Em algumas vezes era um olhar pesado de pena.

A ideia de que a qualquer momento Sakura poderia começar a sentir uma dor excruciante e ele não poderia fazer nada lhe causava preocupação. Tsunade havia dito que os remédios não fariam muito efeito.

— E o seu tricô? – Perguntou ele repentinamente – Não vai continuar o gorro?

— Eu não quero mais saber disso – Murmurou ela secamente sem se virar para olhá-lo.

— Você estava indo tão bem. – Ele suspirou – Talvez...

— Por que você sempre faz isso? – Ela o cortou.

— "Isso" o quê?

— Toda vez que eu estou brava ou me sentindo mal, você faz de tudo pra me animar. Até mesmo quando estou te tratando mal você continua sendo prestativo. Você nunca grita comigo, nunca me dá uma má resposta. E eu... Eu...

Os lábios dela estavam trêmulos e seus olhos marejados.

— Não gosto de te ver triste. – Sussurrou ele – Faz meu peito doer.

Ela, que tentava segurar as lágrimas, começou a chorar ante aquela resposta.

Sasuke teve vontade de parar o carro e abraçá-la, mas se conteve em fazê-lo. Em menos de cinco minutos eles chegariam em casa.

Entrou então na garagem e foi até ela, pegando-a nos braços. Ele deveria tê-la levado pra dentro, mas acabou sentando ali no chão, encostado ao carro enquanto ela chorava em seu peito.

Ficaram cerca de dez minutos naquela posição. Até que Sakura, que havia parado de chorar, começou a tremer.

— Parece que vai esfriar... – Comentou ele, olhando para o céu e logo em seguida para os braços dela, os quais estavam arrepiados.

Levantou-se e a levou para dentro.

*****

O dia passou rápido e a noite chegou. Sasuke preparou seu jantar e a ajudou com o banho. Assim que a colocou de volta na cama, Sakura caiu no sono. Pelo visto o dia fora bastante estressante para ela, nem quis mais mexer com o tricô (embora ele tenha deixado tudo ao seu alcance, caso ela acordasse de madrugada e quisesse trabalhar nele).

Era cerca de 20h00 e ele estava na sala. A lâmpada principal havia queimado, e estava agora "lutando" para trocá-la.

Repentinamente a campainha tocou. Quem poderia ser àquela hora da noite? Ele não estava esperando ninguém, estava?

Foi até a porta e assim que a abriu, deparou-se com Karin. Ela usava um casaco de cor parda e um cachecol branco enrolado no pescoço.

Sasuke nem teve tempo de falar nada. Ela imediatamente se jogou em seus braços, beijando-o e o derrubando no chão. Ela então começou a arfar sem ar, o que foi a deixa para tirá-la de cima de si e levantar do chão.

— Que surpresa a sua visita – Sasuke comentou sorrindo arrumando-lhe o cachecol.

Karin se limitou a sorrir. Bateu a poeira de seu casaco e foi até a sala, assentando-se no sofá. Ele fechou a porta e a seguiu.

— Você não me avisou que viria então nem preparei nada. – Falou ele enrolando os dedos entre suas mechas vermelhas – Por que decidiu vir a essa hora?

Karin, que mantinha as mãos pousadas nas pernas, começou a mexê-las de forma inquieta.

— Ei, Sasuke, você já fez sexo com aquela mulher? – perguntou ela num ímpeto.

Sasuke repentinamente parou de mexer em seu cabelo, olhando-a com surpresa.

— Que pergunta repentina é essa?

— Me r-responda!

— Com "aquela mulher" você se refere à Sakura? – Ele ergueu uma sobrancelha – Bem, nós éramos casados, então sim.

— Não, não quando vocês estavam juntos. Estou perguntando por agora! Desde que nós começamos a namorar.

— Oh, não. Nós não temos nada, e eu já te falei isso.

— Nem mesmo se beijaram?

Ele balançou negativamente a cabeça.

Karin, que mantinha a cabeça abaixada, olhou-o por entre os fios de seu cabelo e repentinamente se jogou sobre ele.

Sasuke caiu deitado no sofá e ela se sentou sobre sua barriga. Começou então a retirar o cachecol, abrindo seu casaco em seguida.

— Ei, o que... – Ele nem pôde concluir a frase, pois ela o silenciou com um beijo.

Logo em seguida começou a subir a blusa dele, até tirá-la por completo.

— Karin...! – Toda vez que ele tentava falar, ela o beijava para que se calasse.

— Eu preciso fazer isso para ter certeza – Os olhos dela agora estavam marejados.

— Mas ter certeza de quê? – Sasuke conseguiu falar e segurar-lhe os braços antes que ela retirasse o sutiã – Você quer ter certeza de que eu não estou te traindo, é isso? E quer fazer isso com a Sakura aqui? Isso é tão desrespeitoso. Se quiser...

Sasuke não terminou de falar, pois Karin o interrompeu:

— Você é realmente um homem gentil – Murmurou ela entre lágrimas e saiu de cima dele.

— Karin...

Ela se vestiu rapidamente e saiu correndo porta afora. Sasuke vestiu a blusa e correu atrás dela, segurando-lhe o braço.

— Por favor, não faz assim... – Pediu ele, envolvendo-a em um abraço.

Ela, que a princípio tentara se soltar das mãos dele, acabou por abraçá-lo também, chorando em seu peito.

Ficaram assim por alguns minutos, até ela parar de chorar. Secou os olhos e o beijou levemente.

Por fim, Sasuke a levou em casa. Ele perguntou se ela queria que ele entrasse, mas, surpreendentemente, ela disse não.

Voltou para casa e se jogou no sofá pensando sobre o porquê de sempre se envolver com mulheres complicadas.


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Notas finais do capítulo

Gente desse mundão plmdds me digam o que estão achando dessa mudança na personalidade deles. Preciso saber o que vcs pensam/sentem ao lerem essa fic e notarem que não é o SasuSaku do canon. Porque, vdd seja dita, é estranho até mesmo pra mim. E isso porque eu escrevi isso aqui!!!
Mas é como dizem, né: O céu é o limite. Ou no caso aqui "O UA é o limite"



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