San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 91
167. Alívio + Fim de Semana Diferente


Notas iniciais do capítulo

Heei, pessoinhas!

Boa leitura!



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— Como assim você tá namorando? — Meu pai pressionou. Ele não parecia irritado, só... espantado.

— Tô namorando — reafirmei, inquieta.

— Desde quando? — Minha mãe perguntou, apressada.

— Desde... agosto — confessei, temendo as broncas que viriam.

Os dois se entreolharam rapidamente.

— Por que não contou?

— Porque eu fiquei com medo de vocês brigarem — soltei rápido. — Vocês sempre falavam pra eu não arranjar namorado e me concentrar nos estudos, tirar boas notas, mas... Mas eu não tirei nota ruim, eu não me distrai por causa dele, muito pelo contrário, ele até me ajuda a estudar, o Bebê também, os meus amigos também... Ele é um aluno ótimo, tira notas tão boas ou melhores do que as minhas... Eu... eu não falei porque tinha medo. Desculpa.

De novo, meus pais se olharam, e meu pai suspirou.

— Você sabe que a gente sempre falou isso pro seu bem.

— Eu sei...

— Eu até entendo, mas tô chateada que você não contou — falou mamãe.

— Desculpa. — Baixei o olhar, envergonhada.

— Bom, tudo bem. Já foi.

— Vamos olhar seu boletim, só pra ter certeza de que isso não está afetando seus estudos — disse meu pai, já mais calmo.

— Juro que não mudou nada.

— Acreditamos em você. Temos que olhar de qualquer forma. Agora... vai nos apresentar seu namorado?

Eita...

Olhei para trás, notando que Cláudia estava ali com Yan, James e Bebê. Quando meu namorado me viu, fiz sinal para que ele viesse, e assim ele o fez.

— Ah... Esse é o Yan — apresentei. Ele prontamente apertou a mão do meu pai e da minha mãe com um sorriso simpático.

— Muito prazer.

— Prazer, Yan, meu nome é Agnes, esse é meu marido, Edson.

Ele deu uma olhadinha para trás, e vimos sua mãe se aproximando.

— Minha mãe, Cláudia.

Eles se cumprimentaram, animados, e começaram a conversar sei lá sobre o quê. Eu estava aliviada demais para prestar atenção. Quilos tinham saído dos meus ombros, e Yan pareceu notar, fazendo um carinho nas minhas costas, quase rindo da minha expressão.

— Aliviada? — Ele sussurrou.

— Demais.

— Foi difícil?

— Um pouco. Mas pelo menos eles não ficaram tão bravos quanto eu achei que ficariam.

— Não acho que eles iam brigar com você aqui no meio de todo mundo.

— É, não mesmo. Quero ver semana que vem...

— Eles já vão ter esquecido desses detalhes, relaxa. Respira fundo que você tem uma peça pra apresentar já, já.

— Verdade, eu nem estava mais lembrando disso.

Ele riu. — É pior ter que falar para os seus pais do namoro do que apresentar?

— Sim. O teatro eu já sei como é. — Ri com ele.

Pouco depois, os pais da Lili chegaram e se juntaram a nós. Quando percebi, estávamos nós, mais os pais do James e do Bebê ocupando várias mesas lado a lado. A cantina tinha aberto mais cedo, e tomamos café da tarde mais tranquilamente do que no ano passado.

Faltando uma hora pra peça começar, James, Bebê e eu fomos para o teatro nos arrumar. Quando estava terminando de calças os tênis, Micaela entrou no vestiário, aparentemente contente.

— Oi, Mica. Tudo bem?

— Tudo sim, e você? Ansiosa? — Ela começou a se trocar.

— Um pouco. E você?

— Estou nervosa. É a primeira vez que vou apresentar, né.

— Verdade. Seus pais vêm?

— Não, eu não falei do teatro. Mas também, se tivesse falado, duvido que eles viriam. De qualquer forma, é melhor assim. Eu fico menos tensa.

— Ah… Que bom, então.

Saímos e fomos maquiadas rapidamente. Vi James saindo do outro vestiário com as roupas larguinhas de Aloys e descalço. Estava engraçado.

— Ainda bem que tá calor — comentou ele.

— Realmente. Tudo pronto?

— Tudo. Vai ser ótimo! — Sorriu, todo feliz. — Como tá os ânimos, Mica?

— Estão bons. Tô um pouco nervosa — confessou ela, colocando as mãos na barriga.

— É normal. Vai dar tudo certo.

Ela deu um sorrisinho em agradecimento. Ouvimos uma música começar a ser tocada. Provavelmente tinham liberado a entrada dos pais na plateia.

— Tá chegando a hora.

— Eu vou lá pro outro lado — disse Mica. — Boa sorte.

— Boa sorte pra nós. — Riu James. — Já, já nos vemos no palco.

Mica riu e se afastou. Olhei para James.

— Pelo menos ela não vai ficar tão nervosa por causa dos pais.

— Sim, pelo menos isso.

— Você tá sabendo?

— Ela me contou que não ia avisar eles.

— Quando?

— Faz uns dias. Eu perguntei como estavam as coisas na casa dela e o assunto do teatro surgiu. Se fosse eu, também não avisaria meus pais.

— Nem eu... Vocês estão mais amigos agora, né?

Ele me observou quase suspeito. — O que quer dizer com isso?

Segurei o riso. — Ué, só comentei.

— Não entendi a malícia no fundinho da sua voz.

— Nossa, que malícia? Você tá doido. Só falei. Vocês estão conversando mais agora.

— Claro, a Mica é legal, mas é tão solitária. Eu não consigo entender muito isso. Sem falar dos problemas com os pais. Não consigo não tentar ajudar, nem que seja só pra animar ela.

— É, eu entendo. Ela parece estar melhor agora. Acho que o teatro ajudou bastante com a timidez.

— Eu falava pra você que o teatro ajuda nisso. Viu só? Temos dois belos exemplos aqui. — Riu.

— Sim, verdade.

A professora Eduarda surgiu de repente, apressada.

— E aí? Estão prontos? Vão pros seus lugares!

Senti um nervoso no estômago com aquela chamada e prontamente nos separamos, cada um indo para o seu lugar.

Fui para o palco, junto de Fernando e Elizabete, que seriam os pais de Rebeca. O cenário estava pronto e nos ajeitamos. Não demorou muito para que a música parasse e a professora fosse lá na frente para introduzir.

Respirei fundo e esperei as cortinas se abrirem.

***

Agradecemos a plateia no final da apresentação. Vi meus pais batendo palmas igual doidos, assim como Cláudia e os pais do Bebê, que estava do lado deles. Aquilo era demais.

As cortinas se fecharam e nos abraçamos antes de irmos para o vestiário colocar nossas roupas, e depois saímos para o jardim. Ainda ficamos lá um bom tempo, conversando, indo de rodinha em rodinha de amigos e nossos pais. Só depois de quase uma hora, Lili e eu subimos para pegar nossas coisas.

Saímos da escola, eu e mais pais em nosso carro, e seguimos o carro do Anderson até sua casa. Os pais do Bebê e ele também vieram. Aquele evento sim era grandioso.

Quase todo mundo ajudou na janta e a arrumar a mesa, que nem coube todos, mas mesmo assim, foi um jantar superdivertido.

A sala foi arrumada com colchões para todos os adultos, até mesmo Anderson e Michele, que fizeram questão de dormir ali com os convidados. Alex também ficou no meio. Só Lili, Bebê e eu ficamos no quarto.

— Não é engraçado o que tá acontecendo? — perguntou Lili, já deitada na cama ao meu lado. — Nunca imaginei que nossos pais fariam algo assim. É quase uma festa do pijama.

— É muito estranho e engraçado, realmente — concordou Bebê do meu lado direito. — Será que isso vai se repetir?

— Espero que sim. Aí vocês vão vir sempre pra cá.

— É mesmo. Temos mais motivos pra vir sempre — falei.

— Ai, que bom, era tudo o que eu queria! — Lili exclamou, feliz da vida.

— Pelo menos assim nossos pais não vão dizer que é besteira — disse Bernardo. — Tipo, se falássemos pra vir um fim de semana pra reencontrar os amigos, talvez eles achassem besteira. Mas como também são amigos deles, aí o negócio muda.

— É, realmente.

A conversa sobre a amizade dos nossos pais continuou até mais tarde. E, como se eles soubessem, foram nos acordar oito horas para “aproveitar o dia”. Acordamos só o caco, mas logo acordamos de verdade depois do café. Quase aconteceu uma procissão para a praia, de tanta gente que chegou lá de uma vez, ou seja, todos nós.

E sim, aproveitamos bem o dia, comemos em um restaurante de vila próximo da praia, voltamos e ficamos o restante da tarde. Não estava tão calor, então felizmente não viramos camarões.

Comemos lanches caseiros de noite, com todo mundo na sala, vendo televisão, conversando e rindo. Foi demais.

Ficamos de boa no domingo, todos ajudaram um pouquinho no almoço e no pós-almoço. Foi aquele dia bem preguiçoso.

Antes das cinco horas, meus pais e os do Bebê começaram a arrumar suas coisas para voltar pra casa, e ajudamos a carregar o carro. Me despedi deles com abraços.

— Nos vemos semana que vem — disse minha mãe, com a voz levemente tremida. Mesmo estando ali, e sabendo que me veria de novo dali a sete dias, ela ainda conseguia ficar emocionada.

— Sim, mãe. Vão com cuidado.

Permanecemos na rua, vendo o carro se afastar até virar a esquina.

— Ah, foi tão bom — falou Michele. — Espero que possamos fazer isso sempre.

— É, foi bem legal — concordou Lili. — Agora, vamos arrumar nossas coisas pra escola.

Levamos mais de duas horas pra “arrumar” as mochilas, enquanto enrolávamos, conversando, jogando roupas um no outro, brincando com o Alex, coisas assim.

Só fui ver a hora quando chegamos no refeitório, e aproveitamos para jantar. Não vimos os meninos, e Yan me avisou que chegaria mais tarde, então subimos e ficamos por lá.

Foi um fim de semana totalmente inesperado, mas muito legal.


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Notas finais do capítulo

Caso alguém ainda não saiba, a peça de teatro é do livro "Através do Tempo" (é meu mesmo), e se alguém quiser ler, tá aqui :B

https://fanfiction.com.br/historia/731953/Atraves_do_Tempo/

Até mais o/



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