San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 83
159. Sozinhos


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas!

Boa leitura!



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Os dias foram passando, o tempo começou a amornar, já que logo a primavera chegaria, e as coisas ficaram mais tranquilas. Lili chegou a conversar com a psicóloga outra vez, alguns dias depois, e se sentiu bem melhor, menos tensa com o assunto de faculdade e profissão. Chegou até a desistir da aula extra de espanhol, porque acabou descobrindo que não gostava do idioma, e também largou mão da aula de redação. Resolveu focar mais nas aulas obrigatórias e acabou ficando até mais zen.

Dia trinta e um, Yan e eu fizemos um mês de namoro, e ele resolveu que seria legal se fossemos ao cinema, e acabou que não foi romântico porque vimos uma comédia e Bebê e Carlos também foram, não que tivesse sido ruim, foi um dia maravilhoso e cheio de risadas.

Todos estavam animados com o feriado na sexta-feira. Seria um dia a mais para descansar, além de grande parte dos alunos poderem ir para casa na quinta logo após as aulas.

Yan me chamou para ficar em sua casa e eu prontamente aceitei. E, mesmo que já conhecesse tanto a casa quanto sua mãe, eu não consegui deixar de me sentir nervosa. Acabei acordando mais cedo do que o necessário no feriado, e as onze, encontrei Yan no jardim para sairmos.

Assinamos nossos nomes, caminhamos de mãos dadas e chegamos em sua casa. Ele destrancou a porta da cozinha, estranhando.

— Mãe? — chamou. A casa estava silenciosa. — Que estranho... Ela deve ter ido no mercado. Acho que pelo horário, daqui a pouco ela chega.

Senti o estômago apertar enquanto Yan ia para seu quarto guardar a mochila. Fui para a sala e me sentei no sofá, tentando não pensar que estávamos sozinhos ali.

— É até estranho chegar em casa e estar esse silêncio. — Yan voltou e ligou a televisão.

— Sua mãe sempre deixa o rádio ligado?

— Durante o dia, sim. Aí quando eu não estou muito afim de ficar ouvindo, peço pra ela deixar baixo. — Ele pegou o controle e veio se sentar ao meu lado, começando a procurar alguma coisa legal nos canais. — Hm... Acho que vou começar a fazer o almoço, já que a dona Cláudia ainda não chegou. Posso adiantar alguma coisa. — Levantou depois de deixar o controle no meu colo.

— Quer ajuda?

— Você sabe cozinhar? — perguntou, querendo provocar.

— Claro que sei. — Desliguei a tevê, deixando o controle no sofá e me pus de pé.

— Tá bom, vamos ver. — Yan seguiu para o corredor e o segui até a cozinha. — Provavelmente tem feijão na geladeira, então podemos começar fazendo arroz.

Ainda estranhando o silêncio, ele decidiu ligar o rádio, não muito alto, enquanto começamos a trabalhar. Cortamos alho e cebola, coloquei água para ferver, e ele os temperos para refogar. Depois, fritamos o arroz, temperamos e colocamos a água. Tampamos a panela.

— Acho que eu vou ligar pra minha mãe. Ela tá demorando demais — disse, indo para o corredor. Eu resolvi esperar ali.

Sentei na cadeira da ponta da mesa e fiquei observando as decorações da cozinha até Yan voltar, com uma carinha estranha.

— Bom, parece que a minha mãe esqueceu que ia trabalhar hoje, que era feriado e que eu estaria aqui e traria você. — Colocou as mãos na cintura, negando com a cabeça e rindo ao mesmo tempo.

— Ela tá no trabalho...?

— Sim.

— E que horas ela sai?

— Acho que por ser feriado, provavelmente às quatro.

Meu... Deus... Vamos ficar sozinhos até as quatro da tarde...

Tentei controlar minha cara de quase pânico, e felizmente Yan não percebeu, já que foi até a geladeira e a abriu.

— Bom, vamos terminar aqui, então. — Ele pegou uma panela. — Pega aqui.

A peguei e a deixei em uma das bocas do fogão, tentando ignorar aquele nervosismo que me tomou. Era muito besta ficar nervosa daquele jeito.

— Tem uma salada pronta aqui, é só temperar... — Tirou uma tigela com tampa e eu também a peguei, colocando em cima da mesa. — Eu sei que tem hambúrguer de lentilha congelado.

Depois que Yan pegou outra tigela com os tais hambúrgueres, ele colocou uns quatro para fritar e acabamos descobrindo que tinha uma assadeira no fogão com batatas assadas com alecrim. Coloquei o feijão para esquentar, temperei a salada e o arroz ficou pronto. Yan colocou a mesa e começamos a comer.

Ficamos conversando, aproveitando a música, e depois me candidatei a lavar a louça, enquanto ele secava.

— Será que nas férias eu vou conseguir conhecer os seus pais? — Yan perguntou, de repente.

Paralisei com as mãos ensaboando um dos pratos. Aquilo era uma coisa que eu não tinha pensado ainda, e agora a ideia parecia...

— Você ouviu?

— S-sim. Ouvi. Eu me distraí. — Me forcei a voltar a lavar o prato. — Eu não sei.

— Eles sabem? Da gente?

Senti as bochechas quentes. Era uma vergonha. Ele fez questão de me apresentar para a mãe dele, e eu nem cheguei a falar com a minha sobre nós.

— Não. Eu... não falei ainda.

— Ainda não ligou pra ela?

Na realidade eu nem me lembrava quando foi a última vez que nos falamos. Mas mesmo que tivesse sido ontem, eu não teria coragem de falar. Eu me conhecia bem o suficiente para saber disso.

— Não, faz tempo que conversamos... — Percebi que Yan parou ao meu lado, apoiado na pia.

— Qual o problema? Você não quer que eles saibam?

Suspirei. — Eu tenho medo de como eles vão reagir. Meus pais sempre me disseram para terminar de estudar para depois pensar em namorar. Eu não acho que... eles vão gostar.

— Hm... Mas eles sabiam que uma hora isso ia acontecer, né? Não teria como você não ficar com ninguém.

— É, mas acho que pra eles seria melhor se isso acontecesse depois da faculdade — ironizei.

— Bom... Acho que eles não vão poder fazer nada, a não ser aceitar. Se as suas notas não mudarem, ou o seu comportamento, não tem muito motivo pra eles ficarem bravos.

— Isso é.

— Não precisa ficar pensando nisso agora. — Yan ficou atrás de mim e me abraçou, colocando o rosto no meu ombro. — Fica de boa aí, mano.

Eu dei risada. — Tá bom, mano.

Ele deu um beijo no meu rosto e voltou a secar a louça.

Não demorou muito para que terminássemos tudo por ali, e depois voltamos para a sala. Yan colocou um filme e sentamos lado a lado, comigo quase deitada em seu peito e seu braço apoiando em meu ombro e cintura. Cruzamos os dedos entre nossas pernas e ficamos ali. Sinceramente, eu nem estava prestando tanta atenção no filme. Estava mais focada em sentir o carinho dele na minha mão e na cintura.

Concordei em ver outra coisa depois que aquela sessão acabou, e Yan foi fazer pipoca antes de começar. Eu consegui prestar mais atenção, já que não ficamos tão grudados para conseguir comer. O lanche acabou bem rápido e deixamos a tigela no chão.

— Você já deu um beijo salgado? — Yan perguntou, começando a sorrir.

— Acho que não. Por quê?

Sem responder, Yan chegou perto e deu um beijinho em minha boca.

— Nem senti nada — provoquei um pouquinho.

— Ah, é? — Se aproximou mais uma vez e me beijou com os lábios entreabertos. Minha boca já estava salgada, claro que eu não sentiria diferença.

Antes que ele se afastasse, toquei seu rosto, o puxando para que não parasse. Eu queria aproveitar mais. Não era sempre que podíamos nos beijar na escola, já que não ficávamos tão à vontade.

Nossos lábios se abriram mais, se tocaram mais, nossas línguas se encostaram, Yan também segurou meu rosto, virando o corpo para ficar de frente para mim assim como eu. Deixei minha perna direita em cima das dele para ficar mais perto. Uma de suas mãos foi para minha nuca e eu senti seus dedos entre os fios da raiz, fazendo com que eu me arrepiasse com os toques. Também deixei minha mão em seus cabelos, querendo tocá-los, vendo como ali era quente.

Sem que eu percebesse, Yan me direcionou para que eu apoiasse as costas no encosto do sofá. Eu jurava que ele conseguia escutar meu coração batendo acelerado, ou sentir como cada lugar da minha pele estava quente. Eu não entendia como ou por que eu queria tanto ficar mais perto, queria grudar nele e ficar.

Minhas pernas pareciam bambas. Ou estavam formigando? Eu nem sabia mais. Sua mão deslizou para o meu pescoço, começando a traçar a linha do maxilar e orelha.

Suspirei, sentindo quase uma necessidade de mais toques. Todo o meu corpo parecia vibrar. Até...

Yan se afastou e abriu os olhos. Sorriu, fofinho e me deu um selinho.

— Acho que minha mãe chegou.

Assim que ele se afastou, voltando a se recostar, consegui sentir direito como meu rosto parecia queimar, ainda mais agora que eu tinha percebido o que aconteceu. Fiquei imóvel, tentando relaxar os músculos e acalmar minha respiração. Também não tinha percebido que comecei a suar e afastei os cabelos da nuca, incomodada.

Meu Deus, onde eu tô com a cabeça? Olha o jeito que eu fiquei com...

Ouvimos a porta da cozinha abrir e barulhos de sacolas sendo colocadas na mesa. Passos, e aí Cláudia apareceu.

— Oi, nenéns... Nossa, fizeram sessão de filme sem mim?! — Ela colocou as mãos na cintura, fingindo estar ofendida. — Não acredito nisso.

— Ninguém mandou esquecer que ia trabalhar hoje. — Yan riu.

— É, bom. Acontece. Vou lavar as mãos e trocar de roupa. Me esperem aí.

Eu não sabia se ficava triste ou feliz por Cláudia ter chegado. Em todo caso, foi melhor. Se tivéssemos continuado... Eu nem quero pensar nisso.

Antes de Cláudia se sentar conosco, fez mais uma leva de pipoca e ficou ao meu lado. Assistimos outro filme, com comentários engraçados vindo dela e assim a tarde seguiu até o começo da noite. Como da outra vez, Yan me levou até o portão da escola e nos despedimos.

Depois que assinei meu nome, andei sem prestar muita atenção. Eu ainda estava com as mesmas sensações, só não tão intensas. Talvez eu esteja começando a entender...

Assim que atravessei a porta para o jardim, vi Bebê chegando. Ele sorriu de uma forma diferente, feliz.

Nos abraçamos rapidamente e sem falar nada, fomos pegar nossa comida. Notei que ele parecia muito elétrico, já que não parava de mexer os pés ou jogar os cabelos para trás sempre que caiam em seu rosto. Fiquei ansiosa para saber o que tinha acontecido.

Pegamos uma mesa e sentamos lado a lado.

— O que você fez hoje? — perguntei de cara, não querendo enrolar.

— Uma coisa inacreditável — respondeu ele, antes de enfiar um nugget inteiro na boca e mastigar.

— Fala logo. Você tá me deixando nervosa.

Ele riu e terminou de engolir. — Bom, acho que isso depende do ponto de vista, mas... — Deu de ombros, fazendo uma carinha, como se eu fosse entender.

— O que depende do quê?

— Calma, eu preciso comer.

Suspirei, mostrando minha frustração que só o fez achar mais graça.


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Notas finais do capítulo

Brubru toda envergonhada, mas estava lá aproveitando sahusahs

Alguém tem ideia do que o Bebê andou aprontando? xD

Até mais o/



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