San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 81
157. Horário Vago + Pesquisa


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas!

Desculpe por não ter postado, eu esqueci completamente kkk Fiquei ocupada o fim de semana todo. Sorry!

Postando antes tarde do que nunca xD

Boa leitura!



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Lili evitou Viktor a semana inteira, tendo as aulas extras como desculpa. Não que eles ficassem juntos em algum momento, parecia que ela estava estudando mais do que ele, que estava no terceiro ano e em época de TCC. Ele sempre... respeitou muito o espaço dela, sabia que ela gostava de estudar e não cobrava atenção, mas provavelmente estava estranhando a distância dela naquela semana. Até eu conseguia ver isso em sua expressão quando o via, nos observando de longe. Ou melhor, observando Lili de longe.

Ela até me fez ir para a casa dela no fim de semana, só para não correr o risco de ficar sozinha com ele. Eu sabia que ela estava com medo de falar alguma coisa, que estava chateada, mas também não sabia o que fazer para ajudar, então eu tentava fazer o que ela pedia.

Yan entendeu o que estava acontecendo, e disse que poderia adiar seu plano surpresa para outro dia. Claro que tentei pegar alguma pista, mas ele não deixou nada escapar. Precisei me conformar e aguardar pelo próximo fim de semana.

Por livre e espontânea pressão, Bernardo resolveu falar com Carlos sobre o que pensava e sentia, e descobriu que ele também pensava em tudo aquilo, e que não desistiria dos dois, mesmo quando ele terminasse a escola. Ele daria um jeito para que eles se vissem sempre, e depois que Bebê também terminasse a escola... Bem, eles veriam com o tempo. O importante é que Bernardo ficou mais tranquilo com o assunto e deixou as neuras para trás.

Na quarta-feira, tivemos as aulas extras das duas horas e o restante foi cancelado por causa de uma reunião de professores, e eu fui para o quarto. Deixei minhas coisas lá e fui para o da Lili, a encontrando em sua mesa, com a cara enfiada em seu caderno e um dicionário ao lado.

— Tá estudando? — perguntei baixinho.

. — E ela balançou a cabeça, percebendo que tinha respondido em espanhol. — Sim. Minha cabeça tá explodindo. Vamos ter um teste semana que vem...

— Você não acha que tá pegando pesado demais? — Fui me sentar em sua cama, logo atrás dela.

— Não, estou pegando o mesmo de sempre — respondeu sem me olhar, ainda escrevendo, e deu um bocejo.

— Que horas você foi dormir ontem?

— Não sei, talvez meia noite.

— Você tá dormindo pouco demais.

— Tô não, é o suficiente. — Deu uma fungada. — Droga de nariz.

— Que foi?

— Meu nariz tá escorrendo desde ontem. Acho que vou ficar gripada.

— Ih... Melhor você tomar um chá e descansar.

— Vou pedir um chá de gengibre com limão no café, mas eu preciso terminar isso aqui.

— Escuta, vamos fazer um trato. Olha aqui. — Ela suspirou e se virou para me olhar. — Depois do café, você não vai estudar mais nada. Vai descansar. Não acha que vai ser pior que você se sentir mal e piorar dessa gripe?

— Hm... — considerou, pensando. — É, você tem razão. Tudo bem, chega de estudar por hoje. Mas até o café tem tempo. — Voltou para frente.

Suspirei ruidosamente e acho que ela deu uma risadinha baixa.

— Por que você não vai ficar com o Yan? Aproveita o tempo vago, bobinha — sugeriu.

Considerei. — Tudo bem, mas vou ficar de olho em você depois do café.

— Fechado, mãe.

Voltei ao meu quarto e peguei o celular, indo para a varanda. Escrevi uma mensagem para Yan, perguntando se ele estava ocupado. Alguns segundos depois, eu o vi entrando em sua varanda, procurando por mim. Sorri, continuando achar graça da nossa nova mania de fazer aquilo sempre que trocávamos mensagens.

Ele não estava mais no mesmo quarto de antes, acabou ficando em um quarto vago do terceiro andar, pois o dele tinha sido ocupado por um estudante novo no começo do ano.

“Quer fazer alguma coisa?”, respondeu ele.

“Não necessariamente, mas quero ficar com você”, digitei e mandei, já com vergonha do que falei. Pelo que eu conseguia enxergar, aparentemente ele sorriu.

“Você lê mentes agora? Eu estava pensando nisso também. Eu preciso fazer umas pesquisas, quer vir comigo?”

“Claro”

“Ok, estou descendo”

Voltei para dentro e deixei o celular na mesa. Passei um pouco de creme no pescoço e nas mãos, e um pouco de perfume também, claro. Desci e encontrei Yan no caminho. Ele estava com seu caderno e seu estojo.

— Vai fazer algum trabalho? — perguntei.

— Preciso pesquisar sobre o meu tema para o TCC. Eu tô bem atrasado. Não fiz o PTCC, porque não tinha lá na escola onde eu fiquei, então preciso fazer tudo agora.

— Eita, que pesado...

— É, um pouco, mas como é um tema que eu escolhi, acho que vou conseguir fazer rápido.

— E qual o tema? — Entramos no refeitório, um pouco cheio pelo horário, e o atravessamos.

— A cor como linguagem. Como as cores nos influenciam e nos ajuda a expressar o que sentimos e vemos — respondeu, como se estivesse orgulhoso.

— Uau, parece complexo. É a sua cara.

Ele riu. — A professora Aline disse a mesma coisa. Ela que tá coordenando os trabalhos esse ano. Ela gostou da ideia. Até me indicou alguns livros, preciso ver se tem aí na biblioteca.

Mesmo que não tivesse aula naquele período, por causa da reunião de professores, o pessoal resolveu ficar por ali no prédio dois, nas escadas, corredores... Estava frio demais para ficar no jardim.

Subimos para o segundo andar e fomos para a biblioteca, e Yan seguiu para uma sala anexa, com uma plaquinha acima da porta escrito “sala de informática”.

— Desde quando tem isso aqui? — indaguei, confusa, assim que entramos, vendo as quatro fileiras compridas de computadores. Não estava cheio, mas também não estava vazio.

— Desde o começo das aulas, se não me engano.

De frente para a porta, no fundo, havia um balcão com uma moça atrás dele. Em sua mesa, havia um computador, duas impressoras com scaners, e blocos fechados de sulfite ao lado.

Yan seguiu para um computador no fundo, perto das janelas grandes, iguais as da biblioteca. Peguei a cadeira da mesa ao lado, já que ninguém estava usando, e a puxei para sentar ao seu lado, enquanto ele ligava o aparelho. Cada monitor era separado pelas CPUs, e mesmo assim dava para enxergar o que o vizinho estava fazendo, caso fossemos um pouquinho para trás.

O monitor ligou também, e Yan abriu o navegador, já começando a digitar na barra de pesquisa. Eu não queria atrapalhar, então fiquei em silêncio, admirando seus movimentos, seu olhar concentrado, suas mãos digitando no teclado um pouquinho barulhento...

— O que foi? — Yan me olhou, de repente, e eu corei.

— Nada.

Ele sorriu. — Não precisa ficar quieta, pode falar à vontade, eu consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo.

— Eu não quero te atrapalhar.

— Não vai atrapalhar... Sabe, eu fiquei curioso com uma coisa.

— Com o quê?

— Você ficou com mais alguém, além do James? — questionou despreocupadamente, encarando a tela do computador.

Epa... — Hm... Sim. Por quê?

— Nada, só por curiosidade. Eu... percebi que você mudou. Não fisicamente, eu digo... emocionalmente. — Aquilo soou mais como uma pergunta. — Sabe, coisas que aprendemos só quando estamos com alguém.

— Ah... você quer dizer que eu pareço mais madura?

— Sim, é uma boa palavra pra usar. Acho que você sabe do que eu estou falando, né?

— Sim, eu sei. Eu... acho que sim, eu amadureci. Até o Bebê fala isso.

— É bom se sentir assim, né? — Yan me olhou, com um sorriso leve nos lábios e levou a mão até minha bochecha, dando uma beliscadinha. — Você se sente mais seguro com as coisas.

— Sim... Você se sente assim? Seguro? — Ignorei minha cara ficando quente.

— Acho que sim. Na maior parte do tempo, pelo menos. Nunca parei pra pensar. — Voltou a digitar no teclado.

— E... você? Ficou com mais alguém?

— Além daquela menina que eu falei, não.

— Ela era da escola? — Ele afirmou. — Qual o nome dela?

— Ana. Ela era da minha sala e foi a primeira a falar comigo quando eu cheguei, já que ela era a representante da turma.

— E como vocês ficaram?

— Ah... Ficamos amigos, eu a ajudava com algumas coisas, tipo distribuir as atividades que os professores davam pra ela. Coisas que representantes fazem. Eu ainda estava... sentido. Por você. Pensei que... tentando me envolver com outra pessoa, eu pensaria menos em você e no que eu deixei pra trás. Um dia, estávamos recolhendo cartazes de trabalhos do corredor, logo depois das aulas, e rolou um clima e ficamos.

Uau...

— Foi legal, no começo. Eu até me sentia um pouco culpado, mas tentava pensar que você também seguiria sua vida... — Ele não estava mais prestando atenção em sua pesquisa. Vagava com o olhar, lembrando. — Depois que eu já não estava mais tão... Como posso dizer... Depois que eu já tinha “aceitado” tudo, eu percebi que não ia dar em nada continuar com ela. Nós conversamos, e como ela tinha saído de um namoro há pouco tempo, entendeu meu lado. Paramos de ficar e seguimos como colegas.

— Hm... Eu não sei se fico feliz ou triste — brinquei.

Ele sorriu. — Agora pode ficar feliz. Eu estou. — Yan pegou minha mão e a beijou rapidamente. — Mademoiselle. — Fez um biquinho exagerado.

Eu dei risada, lembrando dos nossos apelidinhos. — Então também fico feliz, monsieur. — Cheguei perto e lhe dei um selinho. — Vai, trabalha.

— Ok, ok. — Yan me roubou mais um beijo e voltou a olhar o monitor. — Já que você perguntou, eu também quero saber quem era o outro menino que você ficou.

O rosto ficou ainda mais quente e eu agradeci por ele evitar me olhar, provavelmente sabia que eu morreria de vergonha.

— Lembra... do Gean?

— Não. De onde?

— Ele é primo da Lili. Você conheceu ele no aniversário dela... — Eu me sentia uma idiota contando aquilo. Que vergonha, meu Deus.

— Ah! Sim, eu lembrei agora. Teve um tio deles que até brincou com vocês dois, não foi?

— Sim. Só porque estávamos no corredor. — Por favor, não pergunta quando foi. Eu não quero mentir, mas também tenho medo de falar a verdade.

— É, eu lembro. Fiquei com um pouquinho de ciúmes quando a mãe da Lili achou que vocês estavam juntos.

— Sério?

— Sim. Eu não sabia se era impressão minha, mas parecia que ele te olhava demais, como se... gostasse de você, sabe? Parecia que ele queria saber sua reação sobre qualquer coisa.

— Bom, ele é observador. Na verdade, ele me olhava porque sabia de você.

— Sabia? — Yan acabou me encarando, surpreso e curioso.

— É... Eu já tinha falado dos “problemas” pra ele. Quando ele me puxou pra ir conversar no corredor, foi justamente porque eu estava... nervosa, porque você tinha chegado lá.

— Uau, por essa eu não esperava. E depois, vocês ficaram?

Droga... — Hm. Não, foi antes. Bem antes. — O observei, com medo de que reagisse mal.

— Depois que eu... falei sobre nós? Sobre ter que parar...

— Sim, depois disso — sussurrei, temerosa.

— Ah... Então não deu certo. — Ele não pareceu ficar irritado, ou enciumado, ou qualquer outra coisa. Continuava apenas curioso.

— Não. Também não ficamos muito, foram duas ou três vezes, não lembro direito. E depois de um tempo, você voltou a...

— Falar com você igual uma pessoa normal. Sim — Deu um sorrisinho tristonho. — Foi difícil aquela época. Eu entendo que você quis ficar com outra pessoa, da mesma forma que eu fiz. Você estava com medo da minha reação, não estava?

Encarei minhas mãos no colo, envergonhada. — Um pouco.

O ouvi rindo. — Tudo bem. Eu sei como tudo foi confuso por minha culpa. Mas isso não importa mais. — E ele segurou minhas mãos, me fazendo olhá-lo. — Agora estamos juntos e nada vai nos separar. Ou eu amarro uma corrente em nós e prendo com um cadeado.

Sorri, aliviada por ele ser tão maduro. Muito mais do que eu. — É isso aí.

Demos mais um beijinho rápido e eu o fiz voltar para a pesquisa. Após uma meia hora, voltamos à biblioteca e ele pegou dois livros que conseguiu achar. Depois de registra-los, fomos para o refeitório.


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Notas finais do capítulo

Acabou falando tudo, né, dona Bruna? kkkkk

Até mais o/



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